Para uma leitura n��o biogr��fica da obra de M��rio de S�� Carneiro (e uma aprecia����o de o modernismo em M��rio de S��-Carneiro de Fernando Cabral Martins)

Este artigo pretende sublinhar a import��ncia de entender a obra de M��rio de S��- Carneiro atrav��s de uma leitura atenta da sua produ����o liter��ria que n��o procura provas da ���veracidade��� dessa leitura na biografia do poeta do Orpheu. Partindo de uma an��lise do trabalho cr��tico de Fernando Cabral Martins, levanta-se a problem��tica de deturpar uma an��lise de cr��tica liter��ria com abordagens influenciadas por normas de hist��ria da literatura que inserem a obra no seu contexto hist��rico, o que tem sido o caso na recep����o da obra de S��-Carneiro, onde o mito do autor tende a ofuscar o seu legado liter��rio. Assim, este artigo questiona se em O Modernismo em M��rio de S��-Carneiro, Fernando Cabral Martins consegue libertar a obra s��-carneiriana da sombra do poeta biogr��fico, e oferece uma avalia����o panor��mica da tradi����o cr��tica dedicada ao autor, apontando para casos de interpreta����es que se prenderam com quest��es que ficam para fora do texto, como tem sido o caso com a natureza homossexual da obra e do homem.

Para uma defini����o da ���Chick lit��� portuguesa

O objetivo deste artigo �� oferecer uma defini����o do relativamente recente g��nero liter��rio que �� exemplificado pela escrita de autoras como Margarida Rebelo Pinto, F��tima Lopes e Rita Ferro. Trata-se de literatura cujo poss��vel ''par'' anglo-sax��nico encontramos na ���chick lit��� ��� uma fic����o escrita geralmente por mulheres e para mulheres, que se foca na sua vida quotidiana. Pretende-se chegar a esta defini����o, por um lado, via an��lise do discurso medi��tico e acad��mico �� volta das obras mais populares e atrav��s de inqu��ritos com leitores e leitoras, por outro lado. Assim, pomos em relevo o jogo que se desenvolve entre a cr��tica liter��ria, que ocorre publicamente (revistas, programas televisivos, blogues), e a leitura, que se exerce num ��mbito privado e individual. Consideramos tamb��m como a cr��tica determina a leitura e em que medida a leitura e interpreta����o s��o atos isolados e pessoais. A pesquisa da qual resulta este artigo levou-nos ��s considera����es liter��rias de ��ndole mais geral, como, por exemplo, quem tem o poder de dizer o que �� a literatura? A quem cabe o privil��gio de designar o valor duma obra liter��ria?

Literary translation and quality assessment analysis ��� its significance in translation training

This paper aims to highlight the role of translation quality assessment in translation training so as to develop students��� translation competence and skills to face translation problems. An analysis to assess literary translation quality is proposed before proceeding to discuss its pedagogical implementation.

Invisible cities: the table of contents and the labyrinths of reality

In Invisible Cities (1972), Italo Calvino contrasts a rigid outline structure with a flexible textual content. The tension comprised by the numerical structure proposed in the table of contents stands out against the set of polissemic texts which make up the subject matter of the book. The opposition between form and content point to a fruitful dichotomy in the conception of the novel linked to the theories of the open and closed work. This essay will investigate the structural construction of Invisible Cities by looking at its table of contents, seeking to discuss some models of formalistic representation proposed by the criticism and the specific contribution they may, or may not, provide. The objective is to analyse the pertinence of such theories in the light of historical and cultural approaches. Aiming to uncover possible meanings which arise from the debate, this essay will question to what extent structural complexities can be considered literary if they are not ultimately related to the culture in which a text is found.