2 resultados para Estadios
em Instituto Politécnico do Porto, Portugal
Resumo:
Os hábitos de actividade física (AF) podem-se alterar consideravelmente durante a gravidez. O sucesso das estratégias que visam promover a AF das gestantes depende do modelo motivacional implementado. Objectivo: Determinar se o Modelo Transteórico de Mudança de Comportamento (MTMC) utilizado no Projecto “Mães em Movimento” é eficaz na promoção de mudança de comportamentos nas grávidas no sentido de aumentar os níveis de AF. Metodologia: Foi realizado um estudo, experimental do tipo Intervenção Comunitária, numa amostra consecutiva constituída por 20 grávidas que faziam Preparação para a Parentalidade (PP) em dois Centros de Saúde. O grupo experimental, constituído por 10 grávidas, além da preparação, participou no projecto “Mães em Movimento” baseado no MTMC. O grupo de controlo seguiu o programa de PP. Os instrumentos utilizados para 1ª avaliação foram: o Questionário de Actividade Física para Gestantes, a Escala de Estados de Mudança de Comportamento para o Exercício, o Questionário de Auto-Eficácia, o Behavioural Regulation in Exercise Questionnaire-2 e um Questionário de Hábitos e Conhecimentos. Resultados: Após a implementação do projecto “Mães em Movimento” no grupo experimental, 100% das mulheres referiram praticar AF regular. O gasto energético semanal em actividades desportivas/exercício aumentou aproximadamente 4 vezes (p=0,002) desde a 1ª avaliação até à 2ª avaliação. Verificou-se uma tendência de deslocação dos estadios de mudança de comportamento inactivos para os activos (p=0,007) e a motivação intrínseca aumentou significativamente (p=0,018). Observou-se, também, um aumento dos conhecimentos relativos a diversas dimensões da AF na gravidez (p=0,002). Conclusão: Neste estudo, o MTMC revelou-se um modelo eficaz na promoção de hábitos de AF em grávidas, realçando que o sucesso da mudança de comportamento é influenciado pela motivação individual, pelo empowerment (transferência de conhecimentos e competências) e pelas oportunidades criadas.
Resumo:
A doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) é uma das principais causas de morbilidade e mortalidade mundiais. A patologia é inicialmente caracterizada pela limitação progressiva do fluxo de ar, mas com o avanço da doença, os pacientes experienciam também uma redução da capacidade funcional. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o uso da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) para caracterizar o espectro típico de problemas de funcionalidade em pacientes com DPOC, o que não tem vindo a ocorrer. No entanto, para a implementação de um modelo de cuidados de saúde centrados no paciente, como preconizado também pela OMS, a aplicação da CIF não explora em profundidade a vivência da doença. Assim, este estudo tem como principal objectivo caracterizar de forma integrada a vivência dos pacientes com DPOC em estadio avançado, de acordo com a CIF. Uma amostra de conveniência de 15 pacientes (8 mulheres) com DPOC nos estadios III e IV, com idades compreendidas entre os 45 e os 80 anos, foi recrutada. Os dados foram recolhidos através de uma metodologia mista: aplicação do core set da CIF para as doenças pulmonares obstrutivas e realização de entrevistas individuais semi-estruturadas. A falta de energia, a dificuldade em gerir emoções, a intolerância ao exercício físico e a dispneia foram os principais problemas na componente das Funções do Corpo. Na componente das Actividades e Participação, foi notório o impacto profundo da DPOC na vida pessoal e na vida familiar dos participantes. Na componente dos Factores Ambientais, o clima e a qualidade do ar constituíram barreiras graves à vida dos participantes. Os sistemas de saúde foram considerados facilitadores, embora os participantes referissem necessitar de um apoio mais próximo. Relativamente às características pessoais, os participantes apresentavam muitos receios quanto à evolução da sua condição de saúde e para lidar com a doença tinham uma tendência para seleccionar estratégias de coping de evitamento e centradas nas emoções. O enquadramento da CIF permitiu um levantamento das necessidades dos pacientes com DPOC em estadio avançado nos diferentes domínios da saúde, condição fundamental para a delineação e implementação de intervenções integradas e centradas no paciente.