2 resultados para fundadores
em Repositório Científico do Instituto Politécnico de Lisboa - Portugal
Resumo:
No decurso das últimos décadas tem-se assistido à emergência e à rápida consolidação de uma nova abordagem no interior da medicina, inteiramente consagrada à tentativa de conferir bases científicas mais sólidas a uma prática profissional muito marcada pela incerteza e por grandes variações na aplicação de um conhecimento cujos pressupostos são muitas vezes vistos como relativamente ambíguos e refractários a um escrutínio científico rigoroso e sistemático. Entre outros problemas de fundo que aqui irão ser mais demoradamente aflorados, naturalmente a questão da vocação acaba também por surgir largamente desafiada por novas lógicas inscritas na matriz técnico-científica da medicina, pois, ao fim e ao cabo, são os fundamentos de uma longa tradição histórica de humanismo médico que se encontram hoje em profunda reconfiguração, enredados numa difícil encruzilhada em que se afiguram ténues e complexas as formas de compatibilização dos princípios filosóficos fundadores da profissão, com as actuais exigências e imperativos científicos da biomedicina contemporânea.
Resumo:
Esta comunicação tem por objecto um conjunto de narrativas de pendor etno-histórico, re-elaboradas por intelectuais ligados ao MPLA a partir da historiografia referente ao espaço angolano e suas populações, sustentando-se que aquelas desempenharam um papel na construção dos mitos que sustentam simbolicamente a nação angolana. O objectivo da comunicação é explorar os sentidos projectados por tais narrativas. A colonização dos territórios africanos foi justificada em Portugal pelo mito do "direito histórico", adquirido graças a quinhentos anos de presença portuguesa. Nesse sentido, vários recursos foram usados para elevar certas figuras ligadas aos Descobrimentos a heróis nacionais, como a literatura, o cinema, os monumentos, a estatuária, as exposições e sobretudo o sistema de ensino. Contra os mitos do colonizador, intelectuais ligados ao MPLA vão contrapor uma narrativa alternativa de eventos e construções simbólicas desenvolvidas no espaço angolano de modo a criar uma nova história de Angola. O que propõem é um mito de criação endógeno. Um dos recursos fundadores desta etnohistória é um manual escolar intitulado, precisamente, História de Angola.