205 resultados para Ideias educacionais
Resumo:
A aquisição de competências ao nível da compreensão na leitura apresenta-se, cada vez mais, como o caminho para chegar ao conhecimento. O tipo de texto que se assume como o meio privilegiado de acesso ao conhecimento é o texto expositivo. Como tal, é importante que os textos a que os alunos têm acesso diariamente na sala de aula (nomeadamente, os textos dos manuais) sejam adequados ao desenvolvimento dessas competências. Neste estudo,analisaram-se os textos expositivos do manual de Estudo do Meio do 4.º ano mais adotado em Portugal no ano letivo 2010/2011. Em concreto, apurou-se a percentagem de textos expositivos existentes no manual, analisou-se a sua estrutura (Meyer, 1985), o tipo de questões que os acompanham, bem como as relações entre as perguntas e as respostas (Raphael, 1986, cit. em Giasson, 2000). O manual foi ainda analisado à luz do que é preconizado pelos documentos oficiais do Ministério da Educação.
Resumo:
Na continuidade da publicação das Atas do I Encontro dos Mestrados em Educação da ESELx (1.º EME), realizado em 2013, a publicação dos artigos reunidos neste volume de atas, submetidos a revisão científica anónima, pretende tornar acessível, a um público mais vasto e diversificado, as comunicações apresentadas no II Encontro dos Mestrados em Educação e Ensino da ESELx (2.º EME), que decorreu na Escola Superior de Educação de Lisboa, no dia 8 de março de 2014. O Encontro foi dinamizado pela Comissão Coordenadora de Mestrados, instância do Conselho Técnico-Científico, em colaboração com o Centro Interdisciplinar de Estudos Educacionais – CIED, em que se inscrevem os projetos e programas de investigação desenvolvidos na ESELx. Prevendo-se que venha a ter, futuramente, uma periodicidade bianual, o Encontro dos Mestrados em Educação e Ensino da ESELx tem como objetivos centrais divulgar a investigação produzida no âmbito dos vários Mestrados na ESELx, e simultaneamente, constituir-se como um fórum de discussão, não só dos resultados obtidos, mas também das diversas abordagens metodológicas adotadas. Com este II Encontro de Mestrados, pretendeu-se ampliar a divulgação da investigação desenvolvida na ESELx, ao contemplar, quer a formação de natureza pós-profissional, no âmbito de mestrados dirigidos a profissionais em educação já no terreno, quer a formação inicial desses profissionais, no âmbito dos mestrados que habilitam para a docência nos contextos da Educação Pré-Escolar e do Ensino Básico (1.º e 2.º Ciclos). Este Encontro inaugura, como foi referido, a apresentação dos trabalhos desenvolvidos pelos estudantes do Mestrado em Educação Pré-Escolar, realizados no âmbito da Prática Profissional Supervisionada nos contextos de creche e jardim de infância. Neste âmbito as nove comunicações apresentadas enquadram-se numa discussão mais ampla sobre a formação de educadores/as de infância na academia portuguesa, que tem vindo a considerar a necessidade de densificar, entre outros objetivos, uma formação que dê corpo, considere e promova o desenvolvimento de uma atitude de natureza investigativa e reflexiva do/no exercício da profissão. Considerando que a investigação possa ser também entendida numa dimensão social e cultural, envolvida com o contexto em que está inserida, a apresentação oral e escrita dos trabalhos desenvolvidos configurou-se como uma oportunidade de divulgação de processos de saber compartilhado, o que, em fim último, caracteriza a própria função pedagógica da investigação no exercício da profissão docente. Os dezassete artigos, situados no contexto dos mestrados pós-profissionalização, abrangem áreas diferenciadas, tais como a intervenção precoce, o teatro, as artes plásticas, a educação matemática, a supervisão e a didática da língua portuguesa. Os percursos metodológicos privilegiados contemplam as abordagens de natureza qualitativa, quantitativa, e ainda abordagens mistas. Alguns dos estudos desenvolvidos adotaram o design de estudo de caso e outros de investigação-ação.A grande diversidade de temas, domínios e abordagens apresentados faz desta publicação um pertinente recurso para apoio epistemológico e metodológico aos estudantes inseridos em processos investigativos diversificados e, ainda, um contributo para a divulgação de conhecimento no âmbito da educação e do ensino, no contexto da realidade educativa portuguesa.
Resumo:
O presente artigo descreve uma investigação levada a cabo em Lisboa - Portugal – com enfoque na problemática da inserção profissional dos educadores de infância, com o intuito de descrever e compreender o processo de entrada na profissão e a forma como estes desenvolvem a sua profissionalidade, a partir da perspetiva pessoal de profissionais principiantes e da consequente análise dos seus percursos. Neste sentido foram enunciadas algumas questões orientadoras cujas respostas se afiguram como as próprias conclusões do estudo. Seguindo uma abordagem interpretativa, alicerçada na concretização de entrevistas semiestruturadas a 6 educadoras de infância principiantes, os resultados permitiram estudar as potencialidades e fragilidades dos percursos de formação inicial, os desafios/problemas experimentados pelas jovens educadoras no início da sua ação profissional e as possibilidades de apoio à sua superação, bem como a identificação de propostas de dispositivos futuros de apoio à inserção profissional dos educadores de infância.
Resumo:
I - As minhas expectativas eram elevadas pois este regresso à Escola Superior de Música de Lisboa permitia-me voltar a trabalhar com os professores que me formaram como músico e professor e com eles poder actualizar-me sobre vários temas ligados à pedagogia. Este aspecto é muito importante pois chego à conclusão que o tempo por vezes provoca-nos excesso de confiança que parece “cegar-nos” não nos deixando ver erros pedagógicos muitas vezes evitáveis. Quando ingressei neste estágio sentia-me confiante e seguro quanto às minhas capacidades como professor. O momento de viragem na minha perspectiva do estágio dá-se quando surgem as observações/gravações e respectivas análises e reflexões das aulas. Procurei trabalhar nessas aulas da forma mais natural possível pois o meu objectivo era observar o meu trabalho diário. A primeira observação das aulas permitiu-me anotar algumas coisas menos boas. Contudo, quando essa observação foi feita com o professor de didática os aspectos menos positivos ganharam uma enorme proporção: (1) falhas ao nível da instrução: demasiado longo, (2) feedback de pouca qualidade ou eficácia , (3) pouca percentagem de alunos que atingiam os objectivos., (4) ritmo de aula por vezes baixo devido a períodos longos de instrução ou devido a uma má gestão do espaço. Todos estes problemas eram mais visíveis quando as turmas eram maiores. Ao longo do estágio, e após a detecção destas falhas, fui procurando evitar estas práticas em todas as turmas onde leccionava. Senti que o ritmo de aula aumentou substancialmente não apenas à custa da energia do professor e de boas estratégias mas porque sobretudo se “falava menos e trabalhava-se mais”. Os erros dos alunos passaram a ser corrigos enquanto trabalhavam (feedback corretivo próximo do momento positivo ou negativo), o feedback positivo passou a ser mais destacado, a disposição da sala alterou-se de forma aos alunos estarem mais perto do professor, e este procurou ser menos “criativo” no momento de alterar o plano de aula devido a ideias momentâneas o que provocou mais tempo para cada estratégia e para que mais alunos fossem atingindo os objectivos. Apesar da evolução no sentido de proporcionar aos alunos aulas mais rentáveis e de ainda melhor qualidade, existe a consciência que alguns dos erros cometidos eram hábitos e como tal poderão levar algum tempo a ser corrigidos. Contudo, existe a consciência e a vontade em debelá-los da minha prática docente.
Resumo:
Este artigo apresenta um estudo do tipo qualitativo, tematicamente centrado na influência da formação escolar e extraescolar em Teatro, obtida pelos professores do 1º ciclo do ensino básico (1º CEB), na sua prática pedagógica nesta área. No quadro teórico deste estudo, confrontamos diferentes perspetivas correlacionadas com o conceito de Teatro na Educação e enquadramos as modalidades de formação de professores: inicial, contínua e ao longo da vida. Foram definidos três objetivos gerais, relacionados com (i) as especificidades da abordagem curricular do teatro em 1ºCEB, (ii) as motivações dos professores do 1º CEB em relação à formação em teatro na educação e (iii) a relevância das experiências de formação anteriores às práticas pedagógicas. A amostra de 10 professores do 1º CEB, com e sem experiência de formação em Teatro, foi selecionada, com base em critérios previamente definidos, a partir de um conjunto de 56 respondentes a um inquérito por questionário. Aos docentes da amostra foram feitas entrevistas semidiretivas, submetidas a análise de conteúdo. Os resultados foram triangulados com outros, obtidos por via de pesquisa e análise documental. Concluímos que os professores do 1º CEB, que detêm formação regular e aprofundada em teatro, integram mais esta área artística nas suas práticas pedagógicas, revelam um entendimento flexível da gestão do currículo e demonstram mais interesse em continuarem a atualizar os seus específicos conhecimentos e competências nesta área.
Resumo:
Em Portugal, o aumento do número creches foi acompanhado pelo aumento da investigação sobre à qualidade da creche. A generalidade dos estudos centra-se na discriminação das dimensões de qualidade e, raramente, sobre a representação dos pais acerca da creche (e sua percepção de qualidade). Partindo do pressuposto que a discussão sobre a qualidade da creche deve ser suportada empiricamente, mas que também é uma construção social baseada nos valores e nas representações dos seus atores, fomos ouvir os pais. Assim, quisemos conhecer: Como é que os pais escolhiam a creche do seu filho(a)? Qual o seu conceito de qualidade? Que valor atribuem às experiências vividas pelos seus filhos ou filhas na creche? Que representação elaboram sobre o papel do profissional de educação? Para o efeito, entrevistámos 20 pais sobre as suas Representações acerca da Creche num estudo exploratório e qualitativo. Os entrevistados foram na maioria dos casos mães (18 em 20) de crianças entre os 8 e os 32 meses (M = 21,65; 9 meninas, 11 meninos; 13 primogénitos). De um modo geral, o estudo revelou que os pais valorizam a creche enquanto espaço de promoção do desenvolvimento da criança; valorizam a dimensão afetiva do trabalho em creche; consideram as educadoras profissionais qualificadas de educação e desejam uma relação estreita, aberta e respeitosa entre a creche e a família. Estes resultados podem contribuir para a discussão sobre a parceria escola-família.
Resumo:
O presente trabalho inscreve-se num Projeto de Intervenção mais amplo, motivado pela necessidade de promover comportamentos sociais mais adequados em alunos com Perturbação do Espectro do Autismo (PEA) que frequentavam uma Unidade de Ensino Estruturado (UEE). As estratégias seguidas incluem a criação e implementação de «Histórias SociaisTM» (Brilha, 2012). Pretendeu-se apresentar alguns dos dados apresentados no Projeto de Intervenção acima descrito com o propósito de compreender: a) a relação entre comportamentos de envolvimento passivo (atenção focada nas pessoas e nos materiais) e comportamentos de envolvimento ativo (comportamentos de interação simbólicos e não simbólicos) nos momentos da hora do conto; b) as diferenças nos comportamentos de interação dos alunos na hora do conto em função do tipo de histórias: histórias comuns e «Histórias SociaisTM»; c) a diferença nas estratégias usadas pela professora quando conta e explora histórias comuns e «Histórias SociaisTM». Os comportamentos de interação de seis alunos com PEA e da professora foram estudados durante oito sessões de hora do conto. Em quatro das sessões foram contadas histórias tradicionais, nas restantes quatro foram contadas «Histórias SociaisTM» especialmente elaboradas para o efeito. Resultados mostram uma associação positiva significativa entre envolvimento ativo e passivo nas duas situações - histórias comuns e «Histórias SociaisTM».A análise dos comportamentos de interação dos alunos em função do tipo de histórias, mostrou diferenças significativas em relação à atenção (foca o olhar) e à participação oral (fala), mas não em relação a outros comportamentos de interação. Não se encontraram diferenças apreciáveis nos comportamentos de interação da professora em função do tipo de histórias. A discussão dos resultados foca-se no perfil de desempenho dos alunos, nos efeitos das «Histórias SociaisTM» nos comportamentos de interação dos alunos e na reflexão sobre melhores formas de potenciar estes resultados através das estratégias de interação do adulto.
Resumo:
O presente trabalho inscreve-se num projeto de intervenção mais vasto (Carvalho, 2013) motivado por constrangimentos à participação de pais no projeto educativo das suas crianças numa creche do concelho de Lisboa. Estes constrangimentos eram sentidos pelos profissionais e pelos pais. A estratégia de intervenção escolhida foi o envolvimento dos pais em momentos de brincadeira com os seus filhos nos contextos familiar e de creche. Esta estratégia permitiria ultrapassar os constrangimentos sentidos, na medida em que era pretexto para que pais participassem em atividades na creche e oferecia motivo e assunto para trocas e cooperação entre pais e profissionais. Porque as brincadeiras constituem uma das atividades principais de crianças pequenas, são oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento potencialmente enriquecidos pela participação de um adulto ou outro mais experiente. A estratégia de promoção de momentos de brincadeira servia também objetivos de aperfeiçoamento das estratégias de interação dos adultos, bem como de aumento do envolvimento das crianças nestas atividades. A implementação do projeto obteve, desde o início, a adesão dos pais, quer no seu envolvimento em momentos de brincadeira com os seus filhos, quer nos procedimentos de recolha de dados (filmagens e preenchimento do caderno de comunicação). O processo criou uma dinâmica muito rica de trocas frequentes e de cooperação entre as famílias e os profissionais da creche. Os resultados da monitorização do projeto de intervenção mostram uma evolução no sentido de crescente adequação desenvolvimental das estratégias de interação dos pais nas brincadeiras com os seus filhos nas três dimensões avaliadas: sensibilidade, estimulação e autonomia. Verificou-se igualmente umcrescendo na qualidade do envolvimento das crianças nestes momentos de brincadeira ao longo do projeto, quer no contexto de creche, quer no contexto familiar. A análise da relação entre o empenhamento dos pais e o envolvimento da criança mostrou uma associação positiva e significativa, indicando que os pais que usam estratégias de interação desenvolvimentalmente mais adequadas têm filhos que se envolvem em níveis relativamente mais elevados nas brincadeiras com os seus pais.
Resumo:
Na esteira dos estudos sobre a relação creche-família e sobre o modelo Touchpoints, surgiu o interesse de elaborar uma investigação-ação, na qual se pretende implementar práticas reflexivas Touchpoints e avaliar o seu impacto na satisfação dos pais, das educadoras de infância, no desenvolvimento infantil, na qualidade do contexto educativo, nas rotinas da família e no desenvolvimento das crianças. Para o efeito e assumindo um duplo papel enquanto educadoras de infância e investigadoras, foram convidados a participar neste estudo 22 pais de 23 crianças, com idades compreendidas entre os 13 e os 33 meses, que frequentam as salas de creche onde exercemos a nossa atividade profissional, em duas instituições distintas. Esta investigação assentou em quatro fases de trabalho, de forma a cumprir os objetivos propostos: 1ª) a recolha de dados, antes da formação em Touchpoints, recorrendo aos seguintes instrumentos e observações: Escala de Desenvolvimento Infantil Growing Skills II, observação da interação pais-criança com a escala Care-Index, avaliação da satisfação dos pais e das educadoras com a Parent Caregiver Relationship Scale (PCRS), avaliação do contexto educativo com a ITERS-R, e os Mapas de Rotinas Semanais da família; 2ª) formação Touchpoints com uma equipa interdisciplinar; 3ª) Práticas reflexivas Touchpoints – as educadoras como agentes de mudança refletem sobre as suas práticas com guiões prévios e coaching (supervisão com formadores que visitaram a creche, a equipa educativa e a sala da educadora); 4ª) repetição da recolha de dados no final do projeto. O estudo indicou que o desenvolvimento infantil, as relações pais-filhos, as rotinas familiares, a satisfação pais-educadoras e educadoras-pais, assim como a própria prática das educadoras, mudaram após o treino com as práticas reflexivas em Touchpoints. Embora estes resultados não possam ser generalizados e o controlo das variáveis seja afetada por uma metodologia de investigação-ação (portanto, não possamos inferir que todos estes ganhos se devem às praticas reflexivas Touchpoints), os principais resultados obtidos neste estudo permitem-nos repensar formas de relacionamento entre a creche e a família e sobre o impacto que a prática reflexiva dos educadores de infância pode ter na qualidade destas relações. Julgamos que a presente investigação suscita questões sobre a relação educadores-pais e sobre o contributo das práticas reflexivas em Touchpoints nas práticas de creche.
Resumo:
O estudo de intervenção que se apresenta teve como objetivo avaliar os efeitos da introdução do teatro de marionetas no ensino do Português, no domínio da oralidade/leitura. Apoiou-se nos princípios da educação pela arte que pretendem atender às necessidades de desenvolvimento das capacidades afetivas, lúdicas, expressivas e cognitivas dos alunos, sensibilizando-os para os valores estéticos. Avaliou-se o efeito do teatro de marionetas na competência da oralidade, nas valências da leitura (expressividade, correção, pontuação, fluência e compreensão) e na aplicação de novo vocabulário, considerando os níveis de proficiência de dois grupos de alunos do 2º ciclo (grupo de intervenção e grupo de controlo) antes e depois da intervenção. Construíram-se as marionetas em sala de aula e, através de jogos e exercícios de expressão dramática e de escrita, criou-se uma história que foi apresentada publicamente. Os resultados obtidos revelaram que o grupo de intervenção beneficiou com o trabalho realizado, apresentando ganhos significativos e específicos nas variáveis da expressividade, correção e compreensão de leitura e novo vocabulário. Quanto à fluência e pontuação de leitura não se verificaram diferenças relevantes entre os dois grupos. Além dos valores mensuráveis, a intervenção revelou a grande apetência dos alunos para atividades diferenciadas de índole artística.
Resumo:
Este artigo tem por objetivo apresentar a problemática explorada na Prática Profissional Supervisionada (PPS), no âmbito do Mestrado em Educação Pré-Escolar. A PPS decorreu em dois momentos e contextos destintos, em creche e em jardim-de-infância (JI) e a problemática surgiu por se ter verificado um contraste relativamente à forma como as educadoras cooperantes dos contextos supracitados valorizavam o brincar livre e espontâneo. Assim sendo, através de um referencial teórico da área da pedagogia (e.g., Cardoso, 2012; Kishimoto, 2003; Lima, 2008; Portugal, 2000; Vasconcelos, 1999) e refletindo «sobre e na ação», o brincar livre e espontâneo constituiu a temática eleita para dar ênfase durante a PPS. Pretende-se, ao longo deste artigo, refletir e exaltar o importante papel do brincar no desenvolvimento das crianças e demonstrar como este pode ser promotor de aprendizagens significativas, não descurando a importância do papel do educador de infância enquanto gestor/organizador do ambiente educativo. Esta temática foi transversal às duas respostas sociais onde foi realizada a PPS, no entanto dá-se maior ênfase ao contexto de JI por ter sido o local que permitiu maior número de observações das quais resulta a reflexão que constitui o presente artigo.
Resumo:
Centrado na prática profissional supervisionada, momento final do mestrado em Educação Pré-Escolar e fase inicial do desempenho docente, o presente artigo oferece uma reflexão em torno da construção da identidade profissional de uma educadora de infância. Partindo de uma breve e superficial incursão por alguns documentos oficiais, no sentido de averiguar das competências necessárias ao exercício da profissão de educador de infância, constata-se que há um núcleo comum que a enforma e lhe confere uma identidade. Entendida como um núcleo comum face ao qual todos os membros se identificam, a identidade profissional, indissociável das identidades pessoal e social, encerra em si todo um conjunto de identidades profissionais. Essa tentativa de entendimento teórico acerca do que é ser educador de infância surge de uma premente afirmação – se isto é uma educadora de infância – que serviu de mote à prática profissional supervisionada, revelando desde logo o seu caráter reflexivo. Só assim foi possível (re)pensar a prática como processo de construção de uma identidade profissional, mas também como momento de socialização profissional em que se cruzam saberes e competências.
Resumo:
O tema genérico, comum aos dois estudos que aqui abordamos, é a prática do teatro de amadores desenvolvida na região de Torres Vedras por duas associações, Grémio Artístico Torreense e Associação Dramática e Recreativa de Carreiras, e a ação educativa que tem na comunidade. Seguimos uma metodologia qualitativa nestes estudos de caso, com recurso a técnicas e instrumentos de recolha e análise de dados como a entrevista semidiretiva a informantes-chave e respetiva análise de conteúdo e pesquisa e análise documental. O contexto sociocultural em que estas organizações se integram permite compreender as raízes, a amplitude da ação e as representações que os indivíduos têm das suas práticas no âmbito do teatro, quer do ponto de vista da fruição, quer do ponto de vista do envolvimento direto. Os resultados obtidos nos estudos ligam a longevidade destes grupos de teatro ao ambiente associativo em que se formaram e cresceram e demonstram a importância destas associações na ligação com a comunidade, marcando a sua identidade e como fator de promoção educativa. Concluímos que o teatro é um espaço de educação, socialização e cultura, onde a comunidade expressa as suas emoções e criatividade, e que abre portas de exteriorização, partilha e construção pessoal e social.
Resumo:
Este artigo procura contribuir para a reflexão sobre o lugar e o papel da investigação na formação das educadoras de infância. Foca uma experiência decorrida no âmbito da prática profissional supervisionada do mestrado em educação pré-escolar na qual as autoras se implicaram enquanto estagiária e supervisora. O processo formativo em análise entrelaça investigação reflexiva e experimentação pedagógica sobre a participação das crianças nos contextos formais de educação que frequentam. Defendendo-se que a participação das crianças é uma característica dos ambientes pedagógicos de qualidade, considerámos a necessidade de definir estratégias de escuta ativa das vozes das crianças como elemento central da iniciação à prática profissional vivida. O artigo é assim enquadrado por dois eixos temáticos: a reflexão sobre o lugar da investigação na formação inicial de educadores e a investigação desenvolvida por uma mestranda em situação de prática profissional supervisionada, que teve como objecto de estudo e de experimentação a busca das vozes das crianças.
Resumo:
O presente estudo procurou conhecer: i) a opinião de professores do 1º ciclo sobre a inclusão dos alunos com Perturbações do Espectro do Autismo e sobre as Unidades de Ensino Estruturado; ii) as dificuldades sentidas e as necessidades de formação contínua identificadas pelos docentes; e, iii) as práticas desenvolvidas para facilitar a inclusão destes alunos na sala de aula. Trata-se de um estudo exploratório, de natureza qualitativa, no qual participaram três professores do 1º ciclo do Ensino Básico que integram nas suas turmas alunos com Perturbações do Espectro do Autismo. As técnicas usadas na recolha de dados foram a entrevista e a observação naturalista. Os resultados mostram que os professores aceitam a inclusão e que para esta aceitação em muito contribui a existência na escola de uma unidade de ensino estruturado. As dificuldades dos docentes decorrem sobretudo do receio que sentem perante os comportamentos dos alunos e da falta de conhecimento sobre as formas de intervenção, sendo nestes aspetos que identificam necessidades de formação contínua. A observação das práticas mostra que a inclusão dos alunos envolve diferentes processos e percursos, nos quais são determinantes dois fatores: o grau de severidade da perturbação e os recursos humanos existentes. Os docentes da unidade de ensino estruturado assumem total responsabilidade na gestão do processo de inclusão e, uma vez que não existe implicação dos docentes do ensino regular na gestão e adaptação do currículo, não se verifica a necessária mudança de atitudes e de práticas.