21 resultados para Tavernard, Antônio, 1908-1936
em ReCiL - Repositório Científico Lusófona - Grupo Lusófona, Portugal
Resumo:
O presente estudo pretende reconstituir a vida de António Sérgio nas grandes linhas da sua biografia, relacionando as suas actividades profissionais, políticas e pedagógicas ao longo dos seus oitenta e seis anos de vida. Trata-se de um primeiro escorço biográfico do grande escritor racionalista de ideias, nos contrastes das suas contradições. Sérgio foi uma personalidade complexa, cuja vida acidentada e por vezes amarga não aparece directamente reflectida nos seus escritos ensaísticos. É preciso pelo contrário procurar o seu perfil noutras fontes, entre as quais, sobretudo, as epistolográficas que, felizmente, se acham largamente impressas.
Resumo:
Entre 1936 e 1974, período que corresponde à maior parte da história do Estado Novo, as questões relativas à educação estiveram sob a alçada do ministério da Educação Nacional, que substituiu o ministério da Instrução Pública. Este artigo pretende caracterizar os homens que, nesse mesmo período, desempenharam a função de ministros da Educação Nacional. Serão estudados aspectos como as gerações a que pertenciam, a respectiva formação académica e os cursus honorum, sempre em comparação com os restantes membros do governo de Portugal.
Resumo:
Este texto visa discutir o tratamento que o autor português António Sérgio dá ao Budismo na sua obra. Verifica-se, então, que tal temática está tremendamente associada à reflexão que Antero de Quental tece nos seus escritos acerca do assunto e à associação entre os conceitos de Nirvana Activo e Uno Unificante.
Resumo:
Tendo como prerrogativa o desmascaramento da pretensão, inserida em qualquer essência fenoménica e psicológica, de afirmar-se como uma entidade autónoma, isolada e independente, como puro “em si”, e à revelação de como, contrariamente, qualquer realidade empírica tenha de tal forma uma natureza impermanente subentendendo-se como uma rede de relações e de interligações, a teoria da anatta-, juntamente com a da anicca, representam no âmbito do ensinamento budista talvez o que mais se assemelha ao conceito de askesis filosófica formulado no Ocidente por uma certa tradição de pensamento tendo como raízes Heraclito, Platão, Hegel e Nietzsche e que descobre dois de entre os mais originais intérpretes em Novalis e Pessoa. De facto, quer no primeiro quer no segundo, o filosofar configura-se como uma arte de compor e recompor- se a si mesmo, um percurso de iniciação a si que passa inexoravelmente pelo abandono da posição da própria auto-referencialidade e da aceitação ontognoseológica do outro no seio do idêntico. Mediante esta operação de descentralização, que em Pessoa começa e se dissolve no interior da estratégia estética da heteronímia, onde a palavra poética transfigura-se no interstício, na abdicação e fingimento, o sujeito descobre-se diferença e relação e é-lhe finalmente possível reconhecer-se como totalidade e de reflectir-se nela.
Resumo:
Existe o lugar comum de que as organizações de enquadramento do Estado Novo português seguiram o exemplo daquelas que foram criadas pelo fascismo italiano e pelo nacional-socialismo alemão. No caso concreto das organizações de mulheres e das jovens portuguesas - a Obra das Mães pela Educação Nacional e a Mocidade Portuguesa Feminina, criadas, respectivamente, em 1936 e 1937, pelo ministro da Educação Nacional, António Carneiro Pacheco, é um facto que elas não deixaram de ser influenciadas por outros regimes ditatoriais e mesmo totalitários que assolaram a Europa durante dos anos trinta, ou seja, no período entre-guerras do século XX. É uma análise dessas influências, bem como semelhanças e diferenças entre as organizações salazaristas e a de outros regimes ditatoriais que se propõe neste estudo, onde se começa por tentar vislumbrar que organizações já existiam, em Portugal e em alguns países da Europa, no início da vida dessas organizações do Estado Novo.
Resumo:
Verdadeira viagem iniciática, o poema surrealista de António Maria Lisboa, «Isto ontem único», é também o desejo de integração cósmica do Homem através do diálogo com a Mulher, que, pela sua capacidade unificadora, o conduz ao espaço da unidade perdida. Feita num contexto de maravilhoso e feérico, é a navegação pelas águas da escrita, a “via do conhecimento sábio”, no dizer do próprio Poeta. Porque das palavras se liberta a energia com que se recria o mundo: água, sim, mas também terra, fogo, ar, associados ao amor que regenera todas as coisas.
Resumo:
Depois de se referir genericamente à literatura portuguesa sobre a guerra colonial, e à literatura sobre as guerras de libertação nas antigas colónias portuguesas, o autor analisa o romance Fim de Império, de António Vieira, pondo em destaque as suas principais características, nomeadamente a tonalidade proustiana de Temps retrouvé, que domina a narrativa, o modo como nele são abordados o tema do romance dentro do romance, os paradoxos da guerra, os grandes temas da vida e da morte, e o estertor do império colonial.
Entrevista a António Ramos Rosa : entrevista realizada por Maria Raquel Andrade, 22 de Junho de 2008
Resumo:
Numa conjuntura de plena afirmação de Lisboa enquanto região metropolitana, é premente reflectir em torno de um passado recente, que legou vários exemplos de conjuntos urbanos modernos paradigmáticos. Não se pretende colocar em causa os múltiplos factores de não sustentabilidade ambiental e social que a cidade moderna encerrava, em particular quando assumiu a forma de grandes conjuntos urbanos típicos das décadas de 1960 e 1970, mas identificar e ilustrar através de dois casos concretos – urbanizações de Santo António dos Cavaleiros e da Portela de Sacavém, ambas localizadas no concelho de Loures – algumas características do Urbanismo Moderno que permanecem actuais no quadro do planeamento e do desenvolvimento sustentável, para além dos aspectos menos conseguidos.
Resumo:
O presente estudo pretende contribuir para uma melhor compreensão do génio do Padre António Vieira, a partir da observação das suas relações com o que foi o seu ‘berço cultural’: a obra espiritual, intelectual e artística da Companhia de Jesus. A espiritualidade da Companhia de Jesus e dos seus Exercícios Espirituais, as relações da Companhia com a Coroa Portuguesa e o papel de Portugal na universalização do cristianismo são alguns dos aspectos focados como espaço natural de germinação de alguns traços geniais do missionário, do pregador e do paladino da Restauração.
Resumo:
“Esperanças de Portugal” constitui-se como o primeiro grande esforço de teorização da visão profética do Quinto Império na obra de Pe. António Vieira. Fundamentada nas Trovas de Bandarra e na tradição judaica lida em Esperança de Israel, de Menassehben Israel, Pe. António Vieira evidencia nesta sua carta a estrutura universal, a temporalização, a espacialização geográfica e a sistematização hierofântica da consumação do Quinto Império.
Resumo:
Os múltiplos Vieiras que se manifestam nas cartas e sermões demonstram como um homem do Seis centos poderia se inserir nas questões temporais e espirituais. Mas, como Vieira afirmava, ele não era um homem comum, havia poucos Vieiras. A atuação multifacetada do religioso era em parte a expressão da Companhia de Jesus e de um dos seus representantes que defendia os interesses da monarquia portuguesa. A compreensão do pensamento econômico de Vieira se circunscreve dentro de faixas lineares, estabelecidas conforme a conjuntura.