14 resultados para Belterra (PA) Condições sociais

em ReCiL - Repositório Científico Lusófona - Grupo Lusófona, Portugal


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O objetivo desta pesquisa foi elaborar uma anlise das Representaes Sociais sobre a hansenase e das condições sociais geradoras desta doena em pacientes do municpio paraibano de Pedras de Fogo, visto que o carter cultural da enfermidade afeta a insero do paciente com hansenase na sociedade. Optou-se pela abordagem de natureza qualitativa. A populao do estudo constituiu-se dos 11 pacientes diagnosticados no ano de 2005 no municpio. Os instrumentos utilizados para coleta de dados foram: os pronturios dos pacientes, um roteiro para entrevista semiestruturada, que foi gravada, aps autorizao dos sujeitos, com questes norteadoras para verificar as representaes da doena, e tambm um questionrio baseado em parmetros do IBGE, do qual constavam a identificao e algumas caractersticas sociais, econmicas, educacionais e domiciliares do entrevistado. Como resultados observou-se que a maioria dos pacientes era do sexo feminino (72,72%); apresentavam baixo grau de alfabetizao (45,45% eram analfabetos) e apenas um (9,09%) era universitrio. Constatou-se a falta de emprego entre os entrevistados (somente 18,18% possuam trabalho fixo); a renda mensal variou de a 3 salrios mnimos e s uma famlia (9,09%) apresentou rendimentos de 5 salrios. Quanto s condições de moradia, a maioria das casas era de alvenaria e prprias, com banheiros e sanitrios, tinham coleta de lixo e abastecimento de gua de rede geral, porm todas com esgoto a cu aberto. Todos possuam TV e, grande parte, tambm rdio. Quanto s Representaes, os sujeitos do estudo tinham as leses de pele e deformidades como maiores inquietaes, alguns tentavam ocultar, enquanto outros arriscavam com falsa naturalidade assumir a condio de hansenianos, o que fazia mudar suas identidades (virtual e real), num jogo de aceitao social, em que a mancha era o estigma para a excluso. Assim, conclui-se que os pacientes incorporam os conhecimentos sobre a doena, atribuindo-lhes significados de acordo com suas crenas e valores. Por conseguinte, a maioria sofreu estigma ou se autoestigmatizou, sendo esta situao encontrada mesmo entre os que tiveram apoio da famlia e de amigos.

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Analisam-se, as causas da evaso e reprovao escolar ocorridas num intervalo de tempo predefinido. A investigao utilizou como sujeitos os alunos, os professores, a coordenao pedaggica e a diretora geral de uma escola estadual de ensino mdio, em So Lus MA. Detectou-se que a evaso e a reprovao escolar esto relacionadas s condições sociais e econmicas que determinam as necessidades bsicas do alunado e, consequentemente, so parmetros para os resultados auferidos pelos alunos que frequentam a referida escola. Como procedimento metodolgico, utilizou-se o mtodo qualitativo correlacionando-os com um estudo de caso. Os dados foram analisados com base em outras dissertaes de mestrado sobre o assunto e nas contribuies dos especialistas na rea de educao, ensino e aprendizagem, tais como Bourdieu (1982). Dentre os principais resultados, detectamos que o nmero de alunos que se evadem e ou ficam reprovados muito elevado; que estes perdem o interesse pelo estudo; tm necessidade de trabalhar para ajudar na renda familiar, sendo estas as dificuldades que mais dificultam o acompanhamento dos contedos e o desinteresse pelo currculo escolar, fatores causadores da evaso e da reprovao, alm da baixa estima que contribui para a sada dos alunos da escola. Conclumos que h uma necessidade de reestruturao do projeto poltico pedaggico voltado para os problemas encontrados neste ambiente escolar.

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As polticas pblicas de sade surgem em decorrncia do reconhecimento de um cenrio desumano e incoerente frente s condições sociais e de sade da populao, este cenrio favoreceu a incluso da famlia como foco de ateno nas polticas pblicas. Neste contexto o profissional enfermeiro vem se destacando como agente dinamizador das aes dentro do Programa Sade da Famlia(PSF). A partir desta premissa este estudo objetivou conhecer as atividades gerenciais desenvolvidas pelo enfermeiro gestor no Programa Sade da Famlia, a percepo do enfermeiro gestor sobre a efetivao das metas serem alcanadas pelo Programa Sade da Famlia, e as dificuldades encontradas na prtica cotidiana deste profissional para efetivao das metas a serem alcanadas no Programa Sade da Famlia. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, realizado em Belm do Par. Os dados foram obtidos por meio de entrevistas semi-estruturadas junto a 45 enfermeiros gestores de 30 unidades sade da famlia na regio metropolitana de Belm. As informaes coletadas foram organizadas conforme preceitos anlise de contedo segundo Bardin (1977). Da anlise dos discursos emergiram cinco categorias. Os resultados deste estudo demonstraram que so inmeras as atividades gerenciais do enfermeiro, que sua maior dificuldade na prtica cotidiana deve-se ao fato da comunidade ainda estar fortemente arraigada ao atendimento hospitalocntrico, alm da insatisfao na funo de gerncia, ligadas as vrias dificuldades como falta de perfil do agente comunitrio de sade, infraestrutura das unidades, falta do profissional mdico em algumas unidades, no adeso do tratamento e aes educativas pelas famlias adstritas , alm da impossibilidade em alcanar os objetivos propostos pelo Programa Sade da Famlia, de acordo a maioria dos informantes. Essa realidade tem sido vivenciada pelo enfermeiro gestor, caracterizada como forma de tenso interna do sistema, gerando a construo peculiar para enfrentar tais dificuldades. Apesar das dificuldades e limitaes dos enfermeiros gestores, estes profissionais realizam suas funes com responsabilidade, buscando cada vez mais autonomia, e consideram que este programa, o marco nas polticas pblicas de sade.

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Esta dissertao de Mestrado tem por objetivo investigar as representaes dos profes-sores sobre a aprendizagem de alunos com deficincia no cotidiano escolar de uma escola inclusiva; as concepes, expectativas, avanos e impasses que permeiam a atuao dos edu-cadores que desenvolvem seu trabalho numa escola pblica inclusiva. A base terica desta pesquisa esteve respaldada na teoria das Representaes Sociais e em autores como, Durkheim (1987), Moscovici (1978), Mantoan (2005), Maroja (1998), Emygdio (2011), Sas-saki (1997), Nvoa (1992), entre outros que ao longo de vrios anos vem se preocupando em discutir as representaes sociais bem como a temtica da incluso no contexto escolar. A amostra deste estudo foi constituda por oito professoras que trabalham na escola campo de pesquisa, no municpio de Joo Pessoa. A coleta de dados foi realizada a partir dos instrumentos de pesquisa como, a observao, o dirio de campo, o relato de experincia, a exposio e anlise de um filme e a entrevista semi estruturada. As respostas obtidas mostraram que para realizar a educao inclusiva faz-se necessrio refletir sobre o conceito, o preconceito, as crenas e concepes acerca da incluso escolar. Constatamos o desejo de maiores condições de trabalho, no que tange a capacitao, mais recursos pedaggicos e a efetiva participao da famlia, no processo escolar. Observa-mos ainda, que impossvel trabalhar numa escola inclusiva cultivando o preconceito, a indi-vidualidade, a intolerncia e a insensibilidade. Ficou evidente a necessidade de maiores discusses, estudos, aes, espaos adequados para o atendimento especializado e envolvimento de todos os atores da educao para que se efetive de forma satisfatria o processo de incluso escolar.

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Introduo: O adiamento das altas clnicas nas Unidades de Cuidados Continuados Integrados (UCCI) por motivos sociais actualmente considerado um dos principais motivos que impedem a integrao atempada de novos clientes na Rede Nacional de Cuidados Continuados, RNCC, daqui em diante designada como a REDE. Este atraso tem impacto ao nvel da recuperao e estabilizao dos utentes, bem como ao nvel de eficincia e eficcia da UCCI, no podendo deixar de se considerarem os aspectos sociais e econmicos. Objectivo Geral: Identificar os determinantes que influenciam as altas clnicas em UCCI. Mtodos e Populao do Estudo: Este um estudo de caso colectivo, em que os dados observacionais, transversais, so recolhidos por meio de questionrio de auto-relato (por cada rea de interveno directa) e por anlise dos processos de consulta de pacientes. O objecto desta pesquisa abrange dois grupos: o grupo de amostra composto por 70 profissionais de sade que lidam directamente com os utentes e o grupo amostra composto de utentes internados na UCCI L Nostrum, com alta clnica entre 1/1/2011 e 31/12/2012, e que foram integrados atravs da REDE. Foram recolhidos os dados de 293 utentes sendo objecto de estudo os casos de 83 utentes integrados atravs da REDE e com prolongamento de internamento por motivos sociais. Resultados: Na percepo dos profissionais de sade, as respostas institucionais apresentam-se como a condicionante mais indicada, tanto para os utentes em geral, com 22 indicaes (88%) como para os utentes da REDE, com 10 indicaes (40%). Relativamente aos motivos familiares h referncia de 76% para os utentes em geral e de 36% para os utentes da REDE. Os motivos econmicos tambm apresentam, para os profissionais inquiridos, um valor expressivo (68%) nos utentes em geral, estando nos da REDE este factor condicionante a par com os motivos familiares (36%). Os motivos estruturais tm menor expresso tanto nos utentes em geral (32%) como nos utentes da REDE (16%). Outros para os utentes em geral, refere-se a dependncia funcional (4%). Nos motivos familiares, para os utentes em geral, 23 (92%) foi mais vezes indicada a insuficincia de suporte familiar, para os utentes da REDE, 13 (52%). A ausncia de suporte familiar, para os utentes em geral, representa 48% das respostas, seguindo-se o suporte inadequado (28%) e a ausncia de cuidadores (24%). Para os utentes da REDE, o suporte inadequado apresenta-se como segundo motivo (7%), seguindo-se a ausncia de suporte familiar (16%). Na percepo dos profissionais, os utentes da REDE esto tambm condicionados pela distncia geogrfica (8%) da sua rea residencial. Em termos estruturais, os motivos mais assinalados pelos profissionais para a generalidade dos utentes foram as barreiras fsicas mobilidade (80%) e a habitao sem condições bsicas de habitabilidade (78%). Os mesmos motivos foram assinalados para os utentes da REDE, barreiras fsicas mobilidade (40%) e habitao sem condições de habitabilidade (28%). No entanto, relativamente aos utentes em geral, a ausncia de habitao (29%) e a distncia geogrfica (4%) tambm foram motivos assinalados. Dos motivos econmicos percebidos pelos profissionais, a insuficincia de rendimentos o factor mais assinalado pela generalidade dos utentes (84%) e pelos da REDE (68%), seguida da percepo da capacidade de reposta limitada das instituies, 64% para a generalidade dos utentes e 28% para os da REDE e por fim os tipos de respostas insuficientes para as necessidades individuais dos utentes (20% dos utentes em geral e 12% da REDE). No total dos dois anos, 2011 e 2012, verificaram-se na UCCI L Nostrum 293 prorrogaes (100%) das quais 210 (71,6%) foram consideradas dentro do prazo e justificadas com motivos clnicos, enquanto 83 (28,3%) foram efectivamente protelamentos por motivos sociais, tendo em conta que nestes casos os utentes j no tinham critrios clnicos que justificassem a sua permanncia na UCCI. Das 210 prorrogaes consideradas dentro do prazo e justificadas com motivos clnicos, 93 (44,3%) foram-no por tempo de espera para transferncia de UCCI. Em 2011, dos 146 utentes com alta protelada (100%), 50 utentes (34,2%) permaneceram na UCCI por motivos sociais, enquanto em 2012 houve registo de 33 casos de protelamento (22,4%) em 147 (100%) altas prorrogadas. Concluses: Dos factores identificados como motivo de protelamento nos 83 utentes, estritamente por motivos sociais, destaca-se o protelamento de alta por espera de integrao em equipamento/resposta adequada, nomeadamente lar ou servios de apoio domicilirio (79,5%), seguindo-se a insuficincia de rendimentos do utente/familiares para contratao de servios ou resposta institucional (74,7%), a inexistncia de condições habitacionais para regresso ao domiclio (63,9%) e a insuficincia de suporte familiar (54,2%). Regista-se tambm a inadequao do suporte familiar (31,3%), a inexistncia de suporte familiar (28,9%) e, em menor percentagem, a ausncia de condições estruturais (13,3%). A ausncia de domiclio (sem abrigo) (8,4%) e a ausncia de rendimentos (4,8%) tambm foram factores inibidores da alta clnica. Dos 293 utentes identificados que tiveram protelamento da alta por motivos sociais verificou-se que 144 (49,1%) dos utentes permaneceram unicamente pela existncia de condicionantes institucionais e familiares/estruturais. Aspectos ticos: ao longo deste estudo, foram assegurados e respeitados, todos os procedimentos de garantia da confidencialidade e rigor na recolha dos dados, e a no interferncia nas dinmicas da instituio, dos utentes e dos profissionais.

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A avaliao da perda transepidrmica de gua (PTEA) a base de um dos mtodos mais frequentemente utilizados para avaliao da barreira cutnea a evaporimetria, e a sua popularidade tem tambm servido para ajudar a identificar as limitaes inerentes aos instrumentos e sistemas de medio. Este estudo teve como objectivo comparar o desempenho de duas geraes de Tewameter. Num painel de dez voluntrios saudveis, foram efectuadas diversas medies, em condições controladas (estticas e dinmicas), permitindo testar e comparar a reprodutibilidade e repetibilidade dos dois aparelhos. Os resultados mostraram diferenas estatisticamente significativas entre os dois aparelhos, confirmando um melhoramento notrio do modelo recente relativamente ao seu antecessor.

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O Planeamento Concomitante teve a sua origem no Reino Unido. um mtodo radical de interveno social, baseado na Teoria de Afecto (Attachment Theory). O Planeamento Concomitante procura garantir que as crianas vulnerveis nas casas de acolhimento do Estado sejam adoptadas mais rapidamente possvel. As crianas so acolhidas no mbito deste Planeamento durante o perodo em que est em curso a avaliao da capacidade acolhedora dos pais adoptivos. As crianas sem condições de retorno para as suas famlias so desta forma legalmente adoptadas pelos pais adoptivos com quem as crianas j conseguiram desenvolver laos afectivos.

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Revista Lusfona de Cincias Sociais

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As organizaes so responsveis por uma significativa fatia das nossas experincias de vida e constituem um invlucro que raramente nos abandona, que atravessamos diariamente e nos deixa marcas, umas mais benvolas e gratificantes,outras aterradoras ou estigmatizantes. As organizaes so tudo isto e ainda veculos, talvez dos mais importantes, que crimos para cooperar e, paradoxalmente, nos magnificarmos individual ou colectivamente. Neste nosso estudo procurmos descrever e interpretar o funcionamento das organizaes, concentrando-nos em processos que consideramos hoje particularmente crticos: as institucionalizaes de sentido. A nossa hiptese de partida levou-nos a sustentar que os processos de institucionalizao e de auto-institucionalizao desempenham um papel central nas sociedades actuais, submetidas mais do que nunca a brutais oscilaes entre o orgnico e o inorgnico. A centralidade destes processos de auto-institucionalizao tentada e, em alguns casos, consumada decorre do facto de se assistir a uma crescente impregnao do social e do pessoal pelo institucional como condio para uma maior eficcia quer dos indivduos, quer das organizaes. Institucionalizar significa encurvar a linha do tempo para fazer existir algo, criar um tempo prprio para que um nome, uma imagem, um valor, uma rotina, um produto, enfim, um edifcio de sentido possa perdurar. Trata-se de um jogo que consiste em procurar as melhores oportunidades para os nossos projectos e ambies (alis, no caso da nossa prpria auto-institucionalizao como se dissssemos: suspenda-se o tempo linear para que esta representao ou verso mtica de mim possa existir e vingar). De forma mais dramtica ou mais ldica, tal tipo de jogo generalizou-se e tem como palco privilegiado, mas no exclusivo, os media. Em resumo: institucionalizar sempre ralentir son histoire (Michel Serres), introduzir uma temporalidade mtica no tempo histrico da comunicao e ocupar um lugar numa estrutura institucionalizada de memria, retirando da considerveis vantagens simblicas e materiais. No restringimos, pois, estas observaes esfera organizacional. A compulso generalizada a tudo tornar instituio arrasta-nos a ns prprios enquanto indivduos, traindo um intenso desejo de permanecer, de resistir volatilidade social, ao anonimato, de tal modo que podemos falar hoje em instituies-sujeito e em sujeitos-que-se-modelam-como-instituies. Pela sua prpria auto-institucionalizao os indivduos procuram criar um campo de influncia, estabelecer uma cotao ou uma reputao, fundar um valor pelo qual possam ser avaliados numa bolsa de opinio pblica ou privada. Qual o pano de fundo de tudo isto? O anonimato, causador de to terrveis e secretos sofrimentos. Alguns breves exemplos: a panteonizao ou, alis, a vontade de panteo de Andr Malraux; o processo de auto-santificao de Joo Paulo II, como que a pr-ordenar em vida o percurso da sua prpria beatificao; o gnio cannico dos poetas fortes, teorizado por Harold Bloom; o mpeto fundacional que se manifesta na intrigante multiplicao no nosso pas de fundaes particulares civis criadas por indivduos ainda vivos; ou, mais simplesmente, a criao de um museu dedicado vida e carreira musical da teen-diva Britney Spears, antes mesmo de completar vinte anos. Mas, afinal, o que fizeram desde sempre os homens quando institucionalizavam actividades, prticas ou smbolos? Repetiam um sentido e,repetindo-o, distinguiam-no de outros sentidos, conferindo-lhe um valor que devia ser protegido. A ritualizao, ou, se se quiser, um processo de institucionalizao, envolve, entre outros aspectos, a proteco desse valor estimvel para um indivduo, uma faco, um agrupamento ou uma comunidade. Processos de institucionalizao, e mesmo de auto-institucionalizao, sempre os houve. No encontraremos aqui grande novidade. Os gregos fizeram-no com os seus deuses, institucionalizando no Olimpo vcios e virtudes bem humanas. Quanto s vulnerabilidades e aos colapsos da nossa existncia fsica e moral, as tragdias e as comdias helnicas tornaram-nos a sua verdadeira matria prima. A novidade reside sobretudo nos meios que hoje concebemos para realizar a institucionalizao ou a auto-institucionalizao, bem como na escala em que o fazemos. A nossa actual condio digital, por mais que a incensemos, no muda grande coisa questo de base, isto , que as projeces de eternidade permanecero enquanto o inorgnico continuar a ser o desafio que ciclicamente reduz a nada o que somos e nos faz desejar, por isso mesmo, ostentar uma mscara de durao. Defendemos tambm neste estudo a ideia de que as narrativas, sendo explcita ou implicitamente o contedo do institudo, so simultaneamente o meio ou o operador da institucionalizao de sentido (no o nico, certamente, mas um dos mais importantes). O acto de instituir consubstancial do acto narrativo. Instituir algo relatar, com pretenso legitimidade, quem , o que e a que privilgios e deveres fica submetido esse institudo, trate-se de uma ideia, valor, smbolo, organizao ou pessoa. Mesmo quando a complexidade do discurso jurdico parece querer significar que se instituem apenas normas ou leis, bem como o respectivo regime sancionatrio, o que, na verdade, se institui ou edifica (o que ganha lugar, volume, extenso material e simblica) so sempre redes de relaes e redes de sentido, isto , narrativas, histrias exemplares. A institucionalizao o mecanismo pelo qual respondemos, narrativamente, disperso dos sentidos, a uma deficiente focagem da ateno social ou da memria, e procuramos estabilizar favoravelmente mundos de sentido, sejam eles reais ou imaginados. Apresentemos, muito sumariamente, algunspontos que nos propusemos ainda desenvolver: Num balanceamento permanente entre orgnico e inorgnico (pois os tempos so de disperso do simblico, de des-legitimao, de incerteza e de complexidade), as organizaes erguem edifcios de sentido, sejam eles a cultura empresarial, a comunicao global, as marcas, a imagem ou a excelncia. Neste contexto, a mera comunicao regulada, estratgica, j no cumpre eficazmente a sua misso. A institucionalizao um dos meios para realizar a durao, a estabilizao de projectos organizacionais e de trajectos individuais. Mas nem os prprios processos de institucionalizao se opem sempre eficazmente s bolsas de inorgnico, potencialmente desestruturantes,que existem dentro e em torno da organizao. Os processos de institucionalizao no constituem uma barragem contra o Pacfico. A eroso e o colapso espreitam-nos, ameaando a organizao, como ameaam igualmente as ambies dos indivduos na esfera pblica ou mesmo privada. Uma das respostas preventivas e, em alguns casos, tambm reparadoras de vulnerabilidades, eroses e colapsos (seja de estruturas,de projectos ou de representaes) a auditoria. As auditorias de comunicao, alis como as de outro tipo, so prticas de desconstruo que implicam fazer o percurso ao invs, isto , regressar do institudo anlise dos processos de institucionalizao. O trabalho de auditoria para avaliar desempenhos, aferindo o seu sucesso ou insucesso, comea a ser progressivamente requisitado pelas organizaes. Tivemos, alis, a oportunidade de apresentar uma abordagem narrativa-estratgica de auditoria de comunicao, recorrendo, para o efeito, a algumas intervenes que acompanhmos em diversas empresas e instituies, as quais, em vrios momentos, se comportaram como verdadeiras organizaes cerimoniais, retricas. Assim, comemos por destacar as dificuldades que uma jovem empresa pode sentir quando procura institucionalizar, num mercado emergente, novos conceitos como os de produto tecnolgico e fbrica de produtos tecnolgicos. Vimos, em seguida, como uma agncia de publicidade ensaiou a institucionalizao de um conceito de agncia portuguesa independente, ambicionando alcanar o patamar das dez maiores do mercado publicitrio nacional. Uma instituio financeira deu-nos a oportunidade de observar posicionamentos de mercado e prticas de comunicao paradoxais a que chammos bicfalos. Por fim, e reportando-nos a um grande operador portugus de comunicaes, apresentmos alguns episdios erosivos que afectaram a institucionalizao do uso de vesturio de empresa pelos seus empregados. Haver um conhecimento rigoroso das condições em que funcionam hoje as organizaes enquanto sistemas de edificao e de interpretao de sentido? No o podemos afirmar. Pela nossa parte, inventarimos filiaes tericas, passmos em revista figuraes, prticas e operatrias. Analismos as condições em que se institucionalizam, vulnerabilizam, colapsam e reparam estruturas de sentido, seja nas organizaes seja em muitas outras esferas sociais e mesmo pessoais. Um glossrio mnimo com conceptualizaes por ns prprios criadas ou afinadas podia contemplar as seguintes entra das, entre muitas outras possveis: quadro projectado, quadro literal, mapa de intrigas, capacidade de intriga, tela narrativa, narrao orgnica e fabuladora, narrativa cannica, edifcio de sentido, estrutura institucionalizada de memria, memria disputada, cotao social, processo de institucionalizao e de auto-institucionalizao,institucionalizao sob a forma tentada, actividade padronizada, trabalho de reparao de sentido. Diramos, a terminar, que a comunicao, tal como a entendemos neste estudo, o processo pelo qual os indivduos e as organizaes realizam a institucionalizao, isto , disputam, mantm viva e activa uma memria e, ao mesmo tempo, previnem, combatem ou adiam as eroses e os colapsos de sentido que sempre acabam por vir dos seus ambientes interiores ou exteriores. A comunicao est hoje, claramente, ao servio da vontade de instituir que se apoderou dos indivduos, dos grupos e das organizaes,e pela qual enfrentam e respondem aos inmeros rostos do inorgnico, a comear, como tantas vezes referimos, pelo anonimato. No estranharemos, ento, que seja por uma comunicao com vocao institucionalizadora que marcamos e ritualizamos (fazemos repetir, regressar ou reparar) o que, para ns, indivduos ou organizaes, encerra um valor a preservar e que julgamos encerrar um valor tambm para os outros.

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Este artigo aborda a questo da representao das minorias sexuais na informao televisiva portuguesa. Pretende compreenderse, a partir da ideia de jornalismo como territrio de interseco de vrios discursos sociais, de que forma representado um grupo minoritrio e tradicionalmente considerado desviante e objecto de estigma num meio de comunicao de massa. Para tal, equaciona-se o impacto social dos media, em particular da televiso, na alterao das condições de visibilidade das realidades socialmente invisveis, e problematiza-se a tenso entre as dimenses capitalista e democrtica da televiso. Ainda, aborda-se as particularidades das caractersticas relevantes das condições e lgicas de produo do discurso jornalstico, procurando articular o mapa deste territrio com a realidade das minorias sexuais. Finalmente, apresentam-se os resultados mais significativos de um estudo de caso sobre a SIC no perodo de 1995-2000 com vista caracterizao da representao das minorias sexuais produzida pelo discurso jornalstico num canal comercial de televiso portugus.

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O tema Sexualidade abrange diversos aspectos que passam pelas caractersticas fsicas e pela subjetividade do ser humano, envolvendo percepes e significados. O objetivo deste trabalho o de analisar as representaes de alunas do Curso de Enfermagem acerca da sexualidade feminina, em tempos de internet. Para isso, recorremos Teoria das Representaes Sociais, por ser um fenmeno sempre ativo dentro da vida social, a partir das contribuies de Moscovici, de Jodelet e de outros. A anlise dessas representaes, na realidade fsica e virtual, permite identificar fatores que facilitem ou dificultem a vivncia da sexualidade, particularmente, os motivos que levam essas alunas a buscarem relacionamentos virtuais. Optamos pela pesquisa descritiva, com carter qualitativo, e pela anlise de contedo para as entrevistas no dirigidas a cinco estudantes da Escola de Enfermagem Materdei em Joo Pessoa, PB. Buscamos captar, atravs dos contedos de suas falas, gestos, expresses, silncios e as realidades dos seus discursos, de acordo com Bardin. Constatamos que as alunas do Curso de Enfermagem procuram a Internet para esclarecer dvidas sobre a sexualidade e, em relao a sexo, consideram importante a privacidade das relaes virtuais. Contudo, na relao homem e mulher, contemplam os valores tradicionais de masculinidade e feminilidade.

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Este Projecto de Interveno, Aprender com os outros - uma estratgia para a incluso de um aluno com autismo, fundamentado nos pressupostos e nos procedimentos da investigao-aco, centrou-se nas aces em reas de maior e menor sucesso do aluno, de nome fictcio Francisco, no mbito da lngua portuguesa e da socializao, numa perspectiva inclusiva. Este aluno considerado com necessidades educativas especiais (NEE) apresentava perturbaes do espectro do autismo (PEA), o que, partida, se repercutia no seu dfice de ateno, na autonomia para a realizao das tarefas escolares, na rea da linguagem e da comunicao e na interaco social. Como as interaces na turma e com a turma so essenciais para a aprendizagem, propusemo-nos implementar actividades especficas para o desenvolvimento das competncias sociais e cognitivas, com abordagem comportamentalista, numa turma do 3 ano de escolaridade, onde estava includo um aluno diagnosticado com PEA. Tambm procurmos desenvolver as suas competncias acadmicas, atravs do trabalho realizado no grupo e com o grupo-turma, criando as condições que favorecessem a socializao do aluno e a sua autonomia. Para atingirmos aqueles objectivos, inicimos um trabalho a pares e depois em pequenos grupos, para desta forma incluir o Francisco na dinmica das aulas, para que participasse nas actividades propostas, obtendo o respeito dos colegas na valorizao das suas intervenes e do seu ritmo de trabalho. Os objectivos definidos, bem como as actividades realizadas e avaliadas, implicando todos os intervenientes no processo, permitiram que o Francisco fizesse aprendizagens significativas nas reas, acadmica, social, da autonomia e da comunicao. Segundo Silva (2009), a incluso dos alunos considerados com necessidades educativas especiais no ensino regular implica mudanas ao nvel das atitudes e das prticas pedaggicas de todos os intervenientes no processo ensino e aprendizagem, da organizao e da gesto na sala de aula e na prpria escola enquanto instituio. Acreditamos que s desta forma se pode proporcionar aos alunos marcados pela diferena, que um valor em si mesma (Rodrigues, 2006; Leito, 2006; Sanches & Teodoro, 2006; Silva, 2009), as mesmas experincias, aprendizagens e vivncias que so proporcionadas aos restantes colegas.

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Comunicar para incluir espelha a investigao realizada junto de uma criana com uma patologia de foro neurolgico, que tem dificuldade em desenvolver competncias sociais e comunicativas em contexto de jardim-de-infncia. Planeou-se a realizao de um estudo que permitisse conhecer a criana e a sua problemtica, assim como o contexto educativo onde se encontra inserida, tendo por referencial uma viso holstica da mesma. Neste sentido, desenvolveram-se actividades na rea da Expresso e Comunicao com o intuito de criar espaos de comunicao efectiva com os pares, recorrendo tambm a meios aumentativos de comunicao. No mbito da rea da Formao Pessoal e Social criaram-se estratgias para promover a incluso da criana junto do grupo. Estas estratgias passam por promover a igualdade de oportunidades criana com NEE, considerando as suas necessidades e especificidades no desenvolvimento da planificao pedaggica para todo o grupo. Procurou-se tambm articular com os recursos existentes na comunidade educativa, no sentido de criar condições que facilitassem respostas educativas diferenciadas e diversificadas.

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Este Projecto de Interveno, Estratgias a utilizar para promover a incluso escolar de um aluno com autismo, fundamentado nos pressupostos da investigao - aco, centrou-se numa turma do 1 ano, da qual fazia parte um aluno de nome fictcio Bruno, de uma Escola Bsica do 1 ciclo, aprofundando-se a temtica do autismo, numa perspectiva inclusiva. Este aluno considerado com Necessidades Educativas Especiais (NEE) apresentava Perturbao do Espectro do Autismo (PEA), o que, partida, se repercutia no seu dfice de ateno, na autonomia para a realizao das tarefas escolares, na rea da linguagem e da comunicao e na interaco social. Como as interaces na turma e com a turma so fundamentais, adoptaram-se estratgias e actividades que vo ao encontro das necessidades educativas daquele aluno, bem como do grupo turma. Propusemo-nos implementar actividades especficas para o desenvolvimento das competncias sociais e cognitivas. De forma a atingirmos os objectivos propostos, inicimos um conjunto de actividades, primeiramente a pares e depois em pequenos grupos, para desta forma incluir o Bruno na dinmica das aulas, participando nas actividades propostas, obtendo o respeito pelos seus pares na valorizao das suas intervenes e nos trabalhos realizados. Ao longo desta interveno, na interaco com a turma, crimos condições que favorecessem a socializao e autonomia do aluno, desenvolvendo as suas competncias acadmicas. O trabalho realizado com a turma do 1 ano foi essencial para um bom desenvolvimento acadmico de todos os alunos, incluindo o Bruno diagnosticado como tendo PEA. A incluso dos alunos com PEA no ensino regular implica mudanas ao nvel das atitudes e das prticas pedaggicas de todos os intervenientes no processo ensino aprendizagem, da organizao e da gesto da sala de aula e na prpria escola enquanto instituio.