2 resultados para Yb^3
em Repositório da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Brazil
Resumo:
Diversas pesquisas apontam um contÃnuo desuso dos clÃticos de 3ª pessoa (lhe, o, a, os, as e suas variantes) na modalidade oral do Português Brasileiro (PB), sendo substituÃdos pelo pronome reto, pelo objeto nulo ou pela repetição do sintagma a que eles fazem referência. Por outro lado, os clÃticos de 3ª pessoa aparecem comumente em textos escritos veiculados pela mÃdia, bem como nos estilos mais formais da lÃngua falada, o que faz com que esses elementos constem dos programas da disciplina LÃngua Portuguesa, nas escolas brasileiras. Dessa feita, esta pesquisa tem por objetivo descrever esse processo de aprendizagem do ponto de vista linguÃstico e social, procurando investigar como as crianças interpretam o uso dessas formas – e, por conseguinte, da variedade padrão da lÃngua –, e se e/ou como a escola favorece a aprendizagem dessas formas. Para respondermos a essas perguntas, procedemos a uma pesquisa sociolinguÃstica, que analisa os fatores linguÃsticos e sociais que poderiam influenciar essa aprendizagem. Para tanto, os clÃticos de 3ª pessoa foram trabalhados gradualmente durante um ano letivo. Assim, o corpus desta pesquisa compõe-se de textos escritos livremente e de testes de compreensão – que visava verificar a compreensão dos clÃticos presentes em textos infantis – e de desempenho – que consistia na substituição de expressões pelos clÃticos adequados. Os dados foram colhidos em uma turma de 4º ano do Ensino Fundamental durante 10 meses letivos, numa escola pública de Belo Horizonte, Minas Gerais, cujos alunos pertencem a diferentes nÃveis socioeconômicos. Os resultados obtidos revelam que: i) o contexto em que o clÃtico é inserido contribui significativamente para a sua compreensão; ii) com relação aos fatores extralinguÃsticos, os alunos, independentemente de sua origem social e sexo/gênero, apresentam dificuldades em compreender os clÃticos; entretanto, há uma leve tendência de um melhor aproveitamento quanto aos meninos da classe socioeconômica favorecida