18 resultados para Garcia-Roza, Lívia Crítica e interpretação
em Repositório da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Brazil
Resumo:
Prop��e-se um estudo acerca da recep����o da obra de Paulo Coelho pela crítica liter��ria e pelo leitor, envolvendo a ind��stria cultural, sob a perspectiva da Sociologia da Literatura. A pesquisa justifica-se pela grande propor����o de leitores que a obra atinge: traduzida para 81 idiomas e lida em 168 pa��ses, tendo boa aceita����o por diferentes perfis de leitores e por muitos cr��ticos liter��rios de outros pa��ses. No Brasil, a produ����o do escritor �� recebida com uma certa reserva pela crítica liter��ria. As interven����es da ind��stria cultural s��o discutidas por meio de um di��logo estabelecido entre Theodor W. Adorno, Max Horkheimer, Pierre Bourdieu, Umberto Eco, Luiz Costa Lima e Muniz Sodr��. Em seguida, estabelece-se uma discuss��o sobre valor est��tico em rela����o �� literatura contempor��nea. Posteriormente, s��o mostradosos elementos tem��ticos recorrentes e a proximidade da narrativa coelhana com a oralidade, a partir da influ��ncia das can����es compostas em parceria com Raul Seixas e da opera����o dos g��neros par��bola e f��bula.A recep����o da crítica �� analisada, baseando-se em estudos de M��rio Maestri, Elo��sio Paulo, teses e disserta����es, artigos, entre outros. A recep����o do leitor tem como aporte te��rico Antonio Candido e Roger Chartier, dentre outros, apoiando-se na Est��tica da Recep����o, especificamente nos estudos de Hans Robert Jauss e Regina Zilberman. �� analisada a recep����o da obra de Paulo Coelho pelos leitores da rede social Skoob, a fim de verificar o g��nero, a idade,o n��vel de escolaridade, a condi����o socioecon��mica e cultural e as impress��es de leitura destes. Compreendendo esses sujeitos-leitores, historicamente, e valendo-se de outros aspectos (em vez dos est��ticos) apontados pela Sociologia da Literatura, �� poss��vel estabelecer di��logos entre as prefer��ncias desses leitores com obras j�� legitimadas pela teoria e crítica liter��rias, ampliando o repert��rio destes e contribuindo para a media����o e a promo����o da leitura, no Brasil.
Resumo:
A pesquisa busca mostrar como o discurso religioso do g��nero serm��o, na voz do enunciador Frei Greg��rio Jos�� Maria de Bene, pode influir na estrat��gia de ades��o e convencimento dos escravos da regi��o de Serra, prov��ncia do Esp��rito Santo, para a constru����o da igreja do Queimado. O serm��o citado �� o recorte fundamental do discurso liter��rio O Templo e a Forca (1999), recriado por Luiz Guilherme Santos Neves, analisado a partir de cena englobante legitimadora. O trabalho insere-se nos estudos da Analise do Discurso (AD) de linha francesa, pelo referencial te��rico de Dominique Maingueneau, que nos orientar�� quanto ��s cenografias do padre, sua imagem de enunciador, as condi����es de produ����o do serm��o, ressaltando elementos que interagem no embate, visando �� sociedade da ��poca e ��s quest��es culturais dos envolvidos na eclos��o da revolta. O principal objetivo �� examinar as cenas de enuncia����o e como se constr��i o ethos religioso em cada cena e suas variadas fun����es. �� elementar dizer que o religioso se reconstr��i a cada momento a partir do comprometimento com as situa����es de comunica����o. Para maior entendi-mento, dizemos que essas diversas reconstru����es apresentam nos discursos diferentes encena����es desse t��o fomentado religioso com suas estrat��gias de ades��o, apresentando-se ora com a imagem daquele que fala em nome de Deus, preza a docilidade da vida do campo �� sombra das andirobeiras gigantes onde se pode sentir o sil��ncio que convida �� contempla����o e �� prece; ora aquele comprometido com seus prop��sitos interesseiros e pessoais. Fala para n��o ser entendido, e o que vale �� erguer a casa de S��o Jos�� sem poupar a carne e o sangue das mortes que vir��o. Importa ressaltar que sempre h�� possibilidade de olhar ing��nuo sobre texto religioso, que, conforme Main-gueneau (2010), s�� �� leg��vel relacionado a vasto intertexto que contribuir�� para estruturar o discurso. Para enriquecer ainda mais este estudo, afora o g��nero serm��o usamos recortes que estruturam o discurso de Neves e sinalizam as variadas cenografias e a forma como se constituem enquanto g��neros: Di��logo interior ��� momentos solit��rios do frade ��� Vis��o do frade e Mon��logo; Di��logo Compartilhado ��� segmenta di��logos entre o enunciador e seus v��rios co-enunciadores, que estruturam os acontecimentos do discurso; e o g��nero exorta����o, do padre aos escravos. Os recortes s��o momentos de grandes embates recriados pelo autor, em discurso leve fazendo seu leitor transitar prazerosamente junto ao frade entre as suas variadas imagens nos discursos. Levando o leitor a acreditar tratar-se de cenas relacionadas ao g��nero c��mico. E talvez o fosse, se n��o terminasse em revolta.
Resumo:
O artigo versa sobre a doutrina econ��mica e social de Thomas Carlyle, c��lebre autor escoc��s do s��culo dezenove. Inicialmente, s��o revistos alguns aspectos essenciais da sociedade e do capitalismo industrial na Inglaterra durante o per��odo. Resgatam-se, a seguir, as influ��ncias religiosas e filos��ficas do pensamento social de Carlyle. Ap��s, discutem-se sua concep����o da hist��ria e a vers��o da Revolu����o Francesa por ele formulada para, na seq����ncia, introduzir sua crítica da economia vitoriana. Ao final, avaliam-se os avan��os e contradi����es de sua teoria social.
Resumo:
O objetivo desta tese �� produzir uma reflex��o hermen��utica e fenomenol��gica acerca dos saberes e fazeres que v��m sido produzidos a partir de pesquisas que tratam da inclus��o de alunos com necessidades especiais nas escolas de ensino regular. Buscou-se uma pesquisa de natureza bibliogr��fica que debru��ou-se na produ����o de conhecimento relativa a disserta����es e teses que foram produzidas no PPGE-UFES entre os anos de 2000 e 2010 que buscaram analisar os saberes-fazeres inclusivos que v��m se constituindo a partir da inser����o de alunos com necessidades especiais nos espa��os-tempos das escolas comuns. Procurou-se num primeiro momento tra��ar o estado da arte de tais trabalhos de pesquisa para, posteriormente, compreend��-los numa dimens��o filos��fica. Como resultado concluiu-se que estas pesquisas apontam movimentos profundamente amb��guos e paradoxais, revelando uma profunda crise de um modelo de racionalidade excludente que encontra-se enraizado em nossa cultura e no cotidiano das escolas. Frente a esse quadro, procura-se compreender, a partir das pistas e rastros deixados pelas disserta����es e teses pesquisadas, como v��m se configurando outras formas de racionalidades que instauram novas formas de ensinar-aprender conjugadas aos diferentes modos de ser-sentir-conhecer o mundo.
Resumo:
Com base em pesquisa bibliogr��fica e documental, e fazendo uso da an��lise de conte��do, este trabalho tem como objetivo geral analisar a meta erradicar a pobreza at�� 2025, constituinte do Plano de Desenvolvimento Esp��rito Santo 2025. Compreendemos que essa meta faz parte do modelo de ���desenvolvimento sustentado��� elaborado pela burguesia capixaba, organizada no Movimento Empresarial Esp��rito Santo em A����o, e em articula����o com o executivo estadual e a Petrobr��s, sem que tenha havido participa����o de trabalhadores na elabora����o do Plano mencionado. Seguem-se as principais conclus��es. A meta em quest��o foi constru��da sob o marco ideopol��tico e te��rico da ���internacionaliza����o do combate �� pobreza���, transpondo-se para o territ��rio estadual o discurso hegem��nico de erradica����o daquela condi����o social, entendida como sendo, em ��ltima an��lise, de responsabilidade do indiv��duo, e n��o enquanto consequ��ncia direta do modo de produ����o capitalista. Al��m disso, os pobres s��o compreendidos, na elabora����o da meta, de forma dual: ora identificados atrav��s do ���pressuposto da falta���, ora enquanto ���agentes��� livres para construir seu pr��prio futuro. Em consequ��ncia dessa dualidade, s��o propostas duas vias de a����o tidas como essenciais para ���erradicar a pobreza���: uma, centrada na transfer��ncia de renda para os que vivem na pobreza mais acentuada, e outra, na concess��o de (micro)cr��dito para os pobres n��o miser��veis, com vistas a possibilitar que se tornem ���empreendedores���. A meta analisada visa contribuir para promover a ���paz social���, atrav��s da conten����o dos pobres e de sua latente revolta diante de sua degradada condi����o de vida em territ��rio esp��rito-santense, o que demonstra sua funcionalidade para naturalizar e gerir a barb��rie que marca a contemporaneidade capitalista.
Resumo:
O presente trabalho re��ne os elementos que comp��em a atual concep����o de assist��ncia social no Brasil, a partir da promulga����o da constitui����o de 1988, quando a assist��ncia social foi reconhecida pela primeira vez como direito de cidadania e dever legal do Estado, garantido pela Lei Suprema. Nesta lei, a assist��ncia social pressupunha uma l��gica de pleno emprego, destinada, portanto, prioritariamente aos incapazes para o trabalho. No entanto, em um contexto de desemprego estrutural esta passa a ser compreendida em termos de garantias de seguran��as, buscando assumir a prote����o social daqueles capazes para o trabalho, tendo em vista a deteriora����o do mercado de trabalho, restri����o de oportunidades e de renda e o crescimento progressivo do desemprego e da informalidade. A ideia central �� a de que se trata de uma descri����o crítica da concep����o de assist��ncia social no Brasil, problematizando cada um de seus argumentos mais expl��citos com o intuito de revelar uma intencionalidade vinculada �� uma perspectiva de Estado. Utilizamos o termo concep����o no sentido de conceber, pensar, sentir, entender ou interpretar algo. A assist��ncia social, na atualidade, responde a um ��nico processo que re��ne aspectos hist��ricos, econ��micos, pol��ticos, sociais e ideol��gicos e neste sentido, representa uma concep����o de mundo e um projeto de sociedade, defendido pela classe dominante, pautado pela explora����o do trabalho. A atual concep����o de assist��ncia social segue, portanto, uma nova forma de pol��tica social a partir da perspectiva de desenvolvimento humano e combate �� pobreza em que a grande ��nfase tem sido a de retirar as discuss��es e a interven����o na pobreza do ��mbito da quest��o social, alocando-a nos indiv��duos e em suas ���incapacidades���. A assist��ncia social ao assumir a responsabilidade ou coresponsabilidade no desenvolvimento de capacidades dos indiv��duos sinaliza a tend��ncia de uma nova concep����o de bem-estar social.
Resumo:
Criada em agosto de 2008, a revista em quadrinhos ���Turma da M��nica Jovem���, ou TMJ, como �� conhecida por seus leitores, tem estilo mang�� e traz os mesmos personagens moradores do bairro Limoeiro, agora, adolescentes e com caracter��sticas bem distintas da turma tradicional. A presente pesquisa procurou desenvolver uma an��lise crítica de TMJ, dentro dos pressupostos te��ricos e metodol��gicos da semi��tica discursiva, buscando responder as quest��es: como a problem��tica do consumo �� apropriada pela revista? Que estrat��gias enunciativas s��o utilizadas para inscrever o p��blico infantojuvenil em seu discurso? A revis��o de literatura faz uma triangula����o dos conceitos norteadores do estudo: Quadrinhos, Consumo Infantil e Semi��tica, trazendo, no centro do tri��ngulo, a Educa����o, ��rea de conhecimento principal da pesquisa e conectora dos tr��s outros campos. Realizamos uma an��lise semi��tica de um corpus composto por sete edi����es de TMJ que trouxeram como tema principal problem��tica relacionada �� sociedade de consumo contempor��nea, a partir de um universo de revistas publicadas, no per��odo de 2012 a 2014. Dentre as categorias de consumo pr��-estabelecidas ou que emergiram do discurso de TMJ, contemplamos: o consumo consciente, o consumo consp��cuo, o consumo moralista e o consumo de cultura midi��tica. Por meio da t��cnica do grupo focal, desenvolvemos uma conversa com os leitores de TMJ, buscando entender como se d�� a apreens��o da problem��tica do consumo por eles, bem como que impactos essa apreens��o tem para uma maior atratividade da publica����o, dentre outros objetivos espec��ficos investigados, nesse encontro. Durante a realiza����o de tr��s grupos, intitulados Leitores Iniciantes, Leitores Ass��duos e Leitores Espor��dicos, os agrupamos em duas categorias relacionadas ao campo do consumo e, tamb��m, da semi��tica. O grupo do Pertencimento conhece e interage com a revista, em profundidade, promovendo um ajuste de sensibilidade entre o enunciat��rio (leitor) e o enunciador (revista), com caracter��sticas do ���parecer ser e ser���. O grupo da Emula����o deseja pertencer ao grupo dos leitores ass��duos, mas como n��o possui as caracter��sticas para tal, as busca por meio da imita����o, dentro de um regime do ���parecer ser, mas n��o ser���. Os resultados da pesquisa apontam que o consumo est�� muito presente em TMJ, tendo aparecido como tem��tica principal, em mais da metade das revistas analisadas. Ainda, ele pode ser considerado como tema central das hist��rias da turma, principalmente, no momento em que a revista utiliza sua plasticidade, na figurativiza����o dos personagens e ambientes das hist��rias, para difundir um mundo de consumo a essas crian��as e adolescentes leitores. Embora as revistas que se enquadraram nas categorias de consumo consciente e consumo moralista busquem passar alguns conselhos e ensinamentos para seus leitores, s��o as categorias de consumo consp��cuo e consumo de cultura midi��tica, tratadas de forma pouco crítica e, por vezes, irrespons��vel que possuem maior grau de apreens��o por parte do leitor, conferindo atratividade �� revista. Entre outras conclus��es, podemos afirmar que o discurso de TMJ se utiliza de narrativas simples (lineares e pouco complexas), bem como de uma figuratividade e de tem��ticas repetitivas, oferecendo a seus leitores pouco debate e reflex��o, sendo um discurso da reprodu����o, sem aprofundamento, do dia-a-dia dessas crian��as e adolescentes que, apesar de falar delas e para elas, n��o inclui muitas tem��ticas relevantes ao seu universo.