21 resultados para discursive pracitices [práticas discursivas]
Resumo:
A presente dissertao, realizada no mbito da experincia de militncia deste pesquisador em trs coletivos distintos, Brigada Indgena (2005-2008), Assemblia Popular (2009) e Frum Municipal dos Psiclogos da Secretaria de Assistncia Social da Prefeitura de Vitria (2009-2011), se propem a discutir os modos de funcionamento e as formas de organizao dos movimentos sociais na inveno de estticas de luta problematizadoras das redes de poder e resistncia institudas no contemporneo. Por meio da narrativa dessas experincias, procura-se evidenciar, no interior dessas movimentaes, a gestao de prticas de militncia (pr) ocupadas no apenas com a concretizao de projetos, mas principalmente, com a experimentao de novos modos de existncia avessos lgica de funcionamento do aparelho estatal. Vamos, ao longo do texto, mostrar como esses coletivos caracterizam-se pela insubmisso s condutas regradas de espaos institucionalizados, exercitando levantes provisrios, annimos, situados e descentralizados, institudos por e instituinte de ecossistemas afetivos-polticossociais autnomos. As anlises aqui empreendidas se fizeram no entrecruzamento dos aportes tericos advindos dos trabalhos de Foucault, Lourau, Lapassade, Deleuze e Guattari, Hakim Bey, Michel Hardt e Toni Negri. Ao final, a pesquisa sinaliza a possibilidade de pensarmos uma antropologia rebelde, no qual grupos de afinidade com padro horizontalizado de funcionamento interpelam relaes hierrquicas e centralizadoras que marcam o modo de funcionamento da mquina administrativa do Estado e dos prprios movimentos sociais, potencializando agenciamentos nmades implicados na construo de espaos auto-gestionados.
Resumo:
Para pesquisar sobre as produes de cuidado pelos trabalhadores da sade mental na relao cotidiana do trabalho e com os usurios, utilizou-se como ferramentas metodolgicas: a cartografia - por considerar os processos descritivos de ‘uma vida’ e as multiplicidades que atravessam os sujeitos - e as narrativas propostas por Walter Benjamin, como forma de contar histrias sobre estes processos que se compem na produo de cuidado. A Reforma Psiquitrica no Brasil foi marcada pela crtica aos modos asilares, que eram/so adoecedores e negam os desejos e os direitos das pessoas que passam pela experincia da loucura, internadas ou no. Com o olhar crtico a esse modelo hospitalocntrico, vrios atores antimanicomiais protagonizaram a criao de dispositivos que transversalizam essa forma de cuidado. O cuidado em sade mental passou por diversas transformaes como mostra Foucault (1982), principalmente com a entrada do saber cientfico que se apropriou do conhecimento e do controle dos corpos para lidar com a loucura, o que proporcionou o isolamento dos loucos. E, hoje, com a Reforma Psiquitrica, temos o desafio de continuar o movimento de desinstitucionalizao das prticas, dos saberes e dos manicmios mentais, que perpassam as relaes de trabalho de cuidado por meio de capturas, sensveis ou no, e que se presentificam nos corpos, nas falas e nas aes. Dessa forma, faz-se necessrio que esses processos de rupturas ao modo manicomial se iniciem em ns, para que a produo de subjetividades e novos modos de existncia do outro se expandam em suas (re)invenes. Por isso, o trabalho se cria a todo instante, no tendo um modelo nico de cuidar na sade mental. No entanto, importante salientar que a interveno seja pautada numa tica esttica-poltica e na produo de autonomia dos sujeitos, para que o trabalho no seja tutelador, mas que permita as afirmaes dos desejos dos usurios. As equipes multiprofissionais e transdisciplinares fazem toda a diferena no acolhimento, no acompanhamento e nas intervenes com os usurios, os familiares e os prprios trabalhadores da sade mental. Como uma forma de dispositivo de trabalho para produzir cuidado, a arte e a cultura so vistas como transformadores dos modos de existncia, bem como o lazer e a ocupao dos territrios e da comunidade em que os usurios esto inseridos
Resumo:
Este trabalho tem como objetivo compreender o “fazer estratgia” no seio de uma empresa familiar a partir das prticas sociais que envolvem os seus gestores. As prticas sociais so concebidas como um fenmeno social, o qual nasce e se desenvolve da interao e do relacionamento entre indivduos em seu grupo social. Este grupo ou mundo social do indivduo encontra-se em um processo constante de transformaes em virtude da infinidade de interconexes sociais ali compartilhadas. J o “fazer estratgia” apresenta-se aqui sob a tica da estratgia como prtica social que contempla “[...] como os praticantes de estratgia realmente agem e interagem [...]” (WHITTINGTON, 1996, p. 731), ou seja, a confluncia entre as construes e prticas sociais cotidianas sobre seu “fazer estratgia”. A contemplao desses constructos tericos possibilitou a formao de um esquema conceitual que por intermdio de um estudo de caso favoreceu o entendimento de “como as prticas sociais dos gestores se relacionam com o seu ‘fazer estratgia’ na empresa familiar?”. Para coleta de dados utilizou-se das tcnicas: pesquisa documental, observao no-participante e entrevista semiestruturada (TRIVIOS, 1987). Os dados foram tratados atravs da tcnica de Anlise de Contedo na abordagem temtica (BARDIN, 1977). Conclui-se com este estudo que as prticas sociais dos mais variados contextos nos quais os gestores da Empresa X se inserem, como o contexto familiar, interferem e se inter-relacionam diretamente no seu agir cotidiano e consequentemente no seu "fazer estratgia" a frente da empresa familiar, confirmando, estranhando e transformando a construo social dos sujeitos.
Resumo:
O objetivo desse estudo foi investigar o processo de mudana no sistema de controle gerencial (SCG), analisando a alterao das prticas de controle gerencial na estrutura desse sistema, sob a tica da teoria institucional. A questo de pesquisa : como ocorre o processo de mudana no SCG em uma organizao industrial brasileira? Para tanto, optou-se por uma abordagem qualitativa do tipo descritiva, num estudo de caso nico, utilizando como mtodos de coleta de dados entrevistas individuais no estruturadas e semiestruturadas com 11 gestores e usurios do SCG, observao no participante e levantamento documental. A coleta dos dados ocorreu entre agosto/2014 e maro/2015. Como mtodo de anlise e interpretao de dados foram utilizados elementos da anlise do discurso (AD). Os principais referenciais tericos foram os trabalhos de Meyer e Rowan (1977), Dimaggio e Powel (1983, 1991, 2007), Scott (1995, 2008a, 2008b) e Machado-da- Silva e Vizeu (2007) sobre a teoria institucional; Huy (2001), Beekman, Chenhall e Euske (2007) e Machado-da-Silva, Fonseca e Crubellate (2010) referente ao processo de mudana; e Malmi e Brown (2008) e Simons (1995) referente ao SCG; destacando a aplicao emprica dos modelos tericos de Malmi e Brown (2008), Simons (1995) e Huy (2001). Na anlise dos dados, foi identificado o desenho e o uso do SCG, relatando como est transcorrendo a alterao de suas prticas de controle gerencial, identificando os fatores de estmulo e resistncia institucionalizao dessas prticas e quais os atores organizacionais que esto atuando como agentes da mudana. Por fim, foram identificados os aspectos discursivos recorrentes que permeiam o discurso da empresa pesquisada, alinhados ao processo de mudana no SCG. Como contribuies, foi demonstrada a influncia dos fatores isomrficos na escolha das prticas de controle gerencial, a evidncia de que o SCG socialmente construdo, as implicaes da centralizao do poder e da ausncia de estratgias para o SCG, evidncias de que o processo de mudana no SCG no meramente mecnico ou automatizado e ainda, que o discurso da mudana pode permear a organizao sem que a ao seja concretizada, revelando um descompasso entre o discurso e a ao
Resumo:
Esta pesquisa procurou compreender como o Museu de Arte do Esprito Santo (MAES) atua na produo de sentidos dos estudantes, a partir das relaes estabelecidas com a escola, e, nesse proceder, como o museu compreende a arte e a escola como destinatria de suas aes. Os sujeitos da pesquisa foram 98 crianas, do 5º ano do Ensino Fundamental I, de uma escola privada de Vitria. A pesquisa teve como corpus os discursos verbo-visuais produzidos pelas crianas nessa relao museu e escola, bem como as performances discursivas do Programa de Ao Educativa do Museu, no que concerne formao de educadores e ao programa ciclo de palestras. Como metodologia de pesquisa, utilizou-se o estudo exploratrio, e o aporte terico foi a semitica discursiva. A coleta de dados ocorreu no museu e na escola. No Museu, a partir de eventos que nortearam a exposio “Meu Pas Tropical”, da artista alem, Heidi Lieberman, e das aes educativas propostas pelo MAES; na Escola, com o mapeamento inicial para compreender como e quais os sentidos eram apontados pelas crianas quanto ao conhecimento delas sobre a arte e sobre um museu de arte (antes da realizao de sua primeira visita a esse espao, o que elas sabem e qual a compreenso que elas tm da arte), bem como, nas produes plsticas e verbo-visuais produzidas por elas aps a visita instituio museal. Os resultados da pesquisa apontam que a metodologia analtica da semitica discursiva contribuiu, de forma significativa, para desvelar os sentidos apontados pelas crianas no museu e na escola. Por meio dos discursos verbo-visuais produzidos por elas, compreendeu-se que uma educao pelo sensvel, em consonncia com relaes de bons encontros no museu e na escola, pode propiciar uma experincia singular e significativa, que aguce a sensibilidade e reencante a educao.
Resumo:
Esta dissertao tem como objetivo investigar as prticas pedaggicas inclusivas institudas no cotidiano da educao infantil a partir de um olhar para a infncia e para a criana com deficincia e transtornos globais do desenvolvimento. Apontamos como objetivos especficos: definir o que est sendo reconhecido como prticas educacionais inclusivas a partir de indicadores estabelecidos para identific- las no contexto de uma escola de educao infantil; investigar como a escola reflete, dialoga sobre as questes da incluso das crianas na primeira infncia na unidade de educao infantil e como se configuram as propostas de formao dos professores neste espao, a fim de constituir prticas pedaggicas inclusivas na unidade escolar; escutar as crianas com deficincia e transtornos globais do desenvolvimento e as demais crianas sobre como esto compreendendo o acontecimento das prticas pedaggicas em geral e as prticas pedaggicas inclusivas da unidade de ensino de educao infantil. Para tanto, desenvolvemos um estudo de natureza qualitativa, tendo como base a metodologia do estudo de caso etnogrfico numa perspectiva colaborativa, no qual realizamos anlise documental, entrevistas semiestruturadas, observaes participantes, ciclos de formao com os professores e roda de conversa com as crianas, que foram registrados por meio de fotografias, udio e videogravaes. O estudo foi desenvolvido no contexto de uma escola pblica de educao infantil do municpio de Cachoeiro de Itapemirim – ES. Os participantes foram oito crianas pblico-alvo da educao especial, com idade entre dois a seis anos de idade, dez professores, trs pedagogas, uma diretora, uma coordenadora e duas auxiliares de turma que se envolveram direta ou indiretamente com o estudo. O estudo foi realizado durante quatorze meses, no perodo de 28 de outubro de 2011 a 10 de dezembro de 2012, em uma Escola Municipal de Educao Bsica do municpio de Cachoeiro do Itapemirim/ES, que atende exclusivamente aos alunos da educao infantil, em duas turmas de creche e trs de pr-escola. Os aportes tericos fundamentam-se na abordagem histrico-cultural e nos estudos de Phelippe Meirieu. Os dados foram organizados em temticas e “episdios interativos” e analisados por meio da abordagem microgentica e das anlises das narrativas. A anlise dos resultados evidenciou a importncia do investimento na formao dos professores, a constituio de relaes de colaborao entre professores regentes e de Educao Especial e a assuno de que toda criana tem capacidade de aprender, pois esses elementos influenciam as prticas pedaggicas constitudas nos espaos-tempos da Educao Infantil mediante o desafio de incluso escolar de crianas com deficincia e com transtornos globais do desenvolvimento.