18 resultados para Funcionamento familiar - Family functioning
Resumo:
A demanda por gua do setor agrcola vem crescendo a cada ano, bem como o aperfeioamento do manejo da irrigao. Ainda assim, em locais onde a gua encontra-se escassa, os conflitos entre usos e usurios devido a disputas para acesso gua tendem a se intensificar. Na maioria das vezes esse problema est relacionado ausncia de cobertura florestal, levando, por vezes, a problemas socioambientais. Nesse contexto, a pesquisa buscou avaliar o impacto da implantao de sistemas agroflorestais (SAFs) irrigados na condio hdrica local (de escassez), estabelecendo-se estratgias que os torne atrativos ambientalsocial- e economicamente. Assim, por meio de simulao computacional, alternativas de consrcios agroflorestais foram avaliadas, tomando-se como referncia uma regio piloto, tpica da agricultura esprito-santense, constituda por pequenas propriedades agrcolas de base familiar, inseridas parcialmente em APPs. As espcies banana, pupunha e goiaba foram selecionadas para compor os cenrios agroflorestais. Os resultados da pesquisa mostram que os SAFs irrigados so uma alternativa no sentido de minimizar os conflitos por demandas de gua em regies de escassez hdrica, com a reduo de tais demandas o comprometimento de rendimentos financeiros. Alm disso, os SAFs so alternativas para diversificao da renda e para tentar controlar a sazonalidade dos preos de mercado.
Resumo:
As doenas cardiovasculares so as principais causas de morte no mundo e muitos constituem os fatores de risco para essas doenas. Objetiva-se investigar o risco cardiovascular para evento coronariano agudo de acordo com o escore de Framingham em populao adulta do municpio de Anchieta-ES. Estudo transversal com dados da linha de base do estudo Carmen Anchieta, iniciado em 2010. A amostra foi sistemtica e estratificada por micro rea de abrangncia das Unidades de Sade da Famlia, sexo e idade e 539 pessoas foram selecionadas para este estudo por terem os dados completos. Os dados foram coletados mediante entrevista no domiclio, exames laboratoriais de sangue, verificao da presso arterial e antropometria nas Unidades de Sade. As variveis de exposio constituem escolaridade, raa-cor, renda familiar, residncia em espao urbano ou rural, estado civil, consumo de lcool, atividade fsica, ndice de massa corprea e autoavaliao de sade. Para a classificao do risco cardiovascular utilizou-se o escore de Framingham. Foi realizada anlise bivariada e regresso logstica multinomial para testar a hiptese de associao entre as variveis e o risco cardiovascular mediante o clculo da razo de chances (RC) e intervalo de confiana de 95%. O nvel de significncia foi p < 0,05. Os resultados mostraram predominncia de pessoas nas faixas etrias entre 25 a 54 anos, casadas, pardas, ensino fundamental incompleto, baixa renda, insuficientemente ativas, com sobrepeso e obesidade em mais da metade da amostra, 38,6% ingeriam bebida alcolica e 55,7% relaram sade muito boa ou boa. O risco cardiovascular foi baixo em 74%, intermedirio em 11,3% e elevado em 14,7%. Estiveram associados ao risco cardiovascular intermedirio ser analfabeto 8,89 (3,193-24,756), ter ensino fundamental incompleto 3,17 (1,450-6,964) e ser vivo/ separado 2,55 (1,165-5,583) e associados ao risco cardiovascular elevado ser analfabeto 11,34 (4,281-30,049), ensino fundamental incompleto 2,95 (1,362-6,407) e autoavaliao da sade muito ruim/ruim 2,98 (1,072-8,307) e regular 2,25 (1,294-3,925). Ser solteiro constituiu fator de proteo 0,40 (0,183-0,902).
Resumo:
O objetivo desta pesquisa foi discutir as interferncias do acolhimento institucional e da educao escolar na constituio da subjetividade da criana que, por algum motivo, foi afastada da famlia e/ou responsvel e se encontra sob tutela do Estado, aos cuidados de uma casa-lar, no municpio de Vila Velha. Para a leitura subjetiva das crianas que compuseram o cenrio deste trabalho, a pesquisa ancorou-se na Perspectiva Histrico-Cultural do Desenvolvimento Humano, tendo como autores de base Lev Vigotski, Henri Wallon e Mikhail Bakhtin. A investigao ocorreu em dois espaos distintos: na Casa-Lar Santa Ceclia, instituio que desenvolvia um programa de acolhimento institucional s crianas sob tutela pblica; e numa escola de Ensino Fundamental, com crianas que estavam matriculadas no 3 ano. A metodologia utilizada nessa investigao foi o estudo de caso; trata-se, portanto, do estudo de caso de duas crianas sob tutela pblica. Os procedimentos utilizados para o recolhimento do material emprico foram a observao participante e as entrevistas semiestruturadas com os profissionais do abrigo e da escola. O estudo teve enfoque em duas crianas uma menina e um menino, ambos com dez anos de idade. O processo de destituio familiar e o acolhimento institucional sempre deixam marcas. Encontramos as marcas nas cicatrizes deixadas no corpo de Sofia em consequncia dos maus-tratos; no seu silncio, a dor por uma realidade vivida que no se desvanece. Nesse contexto, suas expectativas giravam em torno da adoo, de outro caminho, mas diferente do abrigamento. Deparamo-nos com a dor e a saudade, expressas por meio do choro, que Noah sentia de uma famlia que, ao longo do tempo, se foi desmembrando e se distanciando em decorrncia da destituio familiar e da adoo dos irmos; as dificuldades para elaborar esses acontecimentos e o sofrimento vivenciado diante do imenso vazio que se delineia com tantas perdas foram identificados nas manifestaes de raiva, na intensificao da rispidez e da intolerncia em relao, sobretudo, aos colegas de sala de aula. Por outro lado, a escola apresentou-se como um espao significativo para essas duas crianas, que tinham, nessa instituio, a possibilidade de se constituir como alunos, da mesma forma que as outras crianas, e de vivenciar experincias no encontro com os outros que lhes traziam satisfao e, de certa forma, potencializavam o seu desenvolvimento. Encontramos indcios de ecos dos sentimentos dos outros na vida dessas crianas, bem como do impacto desses sentimentos na constituio subjetiva de cada uma delas; em outras palavras, o sentimento de pertencer a um grupo e de ter um lugar na vida de alguns membros da comunidade escolar, sobretudo, das outras crianas.