18 resultados para Funcionamento familiar - Family functioning
Resumo:
Esta dissertao tem como objetivo descrever e analisar como o fenmeno da governana corporativa articula mecanismos de gesto e impacta na dinmica de uma pequena organizao familiar. Para isso, utilizou-se as perspectivas de Fan (2001) e Silva Junior (2006), que tratam da governana corporativa, e de Chandler (1994), para empresas familiares. Atravs de abordagem qualitativa com nfase em um estudo de caso, uma triangulao de dados foi realizada, utilizando a entrevista semiestruturada, observao assistemtica ou livre e pesquisa de documentos, e a anlise dos dados foi realizada por anlise de contedo. Verificou-se a presena do fenmeno da governana por intermdio da identificao dos fatores de diferenciao, resultando na implantao de mecanismos de governana ao longo do ciclo de vida da organizao familiar, o que possibilitou mudanas em seu controle, no seu processo sucessrio e na sua profissionalizao. Quanto ao controle, foram verificados que os mecanismos de manuteno do status quo, aconselhamento profissional, sinergia de interesses, regulamentao financeira da sociedade, atribuies e responsabilidades, alinhamento de interesses do negcio e proteo do empreendimento familiar possibilitaram a modificao e manuteno do controle da empresa com os scios. Quanto ao eixo da profissionalizao, foi verificado que os mecanismos de regulamentao financeira da sociedade, atribuies e responsabilidades, alinhamento de interesses do negcio, proteo do empreendimento familiar e ateno aos interesses dos stakeholders foram responsveis por prover as modificaes neste quesito e indicar que a empresa caminha no sentido de se profissionalizar. Quanto ao processo sucessrio, verificou-se que a terceira gerao no tem interesse na empresa, o que podem resultar na contratao de um profissional externo para gerir a mesma, respeitando a questo dos valores familiares e a cultura organizacional ou conduzir sucesso recursiva. Aparentemente, observou-se que a segunda questo foi mais evidente, visto que a sada do ltimo irmo do negcio culmina com a venda da empresa familiar, gerando duas alternativas: a compra da empresa por um grupo de scios ou outra empresa no familiar, o que resultaria na morte da empresa enquanto empresa familiar; ou a sua compra por outra famlia ou empresa familiar, preservando sua classificao inicial.
Resumo:
O presente trabalho busca atravs do estudo da modernizao da agricultura, com foco no perodo de 1965-2012, compreender o papel do Estado na formulao de polticas agrcolas que conduz o desenvolvimento do modo de produo capitalista na agricultura. Utiliza-se como fonte de pesquisa dados secundrios de agncias governamentais, supranacionais e autores com tradio no estudo do tema, a fim de dissertar sobre as particularidades do desenvolvimento do capitalismo na agricultura em um pas de economia dependente e subdesenvolvido. Para isso, faz-se necessrio compreender o controle exercido pelo capital internacional sobre os elos estratgicos da economia, a perpetuao da segregao social e a superexplorao do trabalho como base da sociedade nacional. Conclui-se que o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), poltica agrcola que surge em meados da dcada de 1990, criado para pequenos produtores, vem promovendo feitos similares poltica agrcola formulada pelo Estado no perodo do regime militar que ficou classificado como modernizao conservadora. Nesta direo, o PRONAF apresenta como estratgia o esforo de enquadrar agricultores familiares nos paradigmas da eficincia produtiva, que acaba resultando entre aqueles aptos (competitivos) e no aptos para a sobrevivncia no mercado
Resumo:
Este estudo tem como objetivo compreender a forma com que os mecanismos de governana corporativa interferem na gesto de uma pequena empresa familiar. Para isso, adotaram-se a perspectiva de Hart (1995), que discorre sobre governana corporativa, e de Leone (2005) para empresas familiares. Para alcanar este objetivo, adotou-se, em relao conduo da pesquisa, uma abordagem qualitativa, por meio do mtodo do estudo de caso. A triangulao de dados foi utilizada como instrumento de coleta de dados por meio de pesquisa documental, observao assistemtica e entrevista semiestruturada, e a anlise de dados foi realizada atravs da anlise de contedo. Como contribuio terica, este estudo amplia o Modelo de Quatro Crculos com Contexto e Sistema de Valores com a introduo de proprietrios formais e informais, gerando o Modelo de Cinco Crculos. A presena da governana corporativa foi identificada atravs dos fatores de diferenciao e da implantao de onze mecanismos de governana que gerou mudanas no controle da empresa, no processo sucessrio, na profissionalizao e na captao de recursos. Os mecanismos encontrados foram denominados como: empresa controladora; respeito fraternal; projetos pessoais; pr-labore dos gestores familiares; ausncia de remunerao dos familiares no gestores; aconselhamento profissional; prestao de contas; proteo do empreendimento familiar; alinhamento de interesses na gesto; atribuies e responsabilidades; e ateno aos interesses dos stakeholders. Tais mecanismos no possuem ordem cronolgica, pois o respeito fraternal e projetos pessoas j existiam antes da criao da empresa familiar. Quanto ao controle, destaca-se o mecanismo prestao de contas, que possibilitou uma ligao entre a famlia e a empresa; permitiu clareza, transparncia, igualdade entre todos os irmos, diminuindo a assimetria informacional; facilitou uma comunicao aberta e honesta entre todos os proprietrios, transmitindo uma sensao de segurana e previsibilidade; e contribuiu para eliminar e/ou minimizar conflitos entre os proprietrios (formais e informais). Quanto sucesso, os mecanismos proteo do empreendimento familiar, aconselhamento profissional, respeito fraternal esto possibilitando planejar o processo sucessrio da empresa; facilitaram a comunicao entre os familiares, e assim, diminuiu a assimetria informacional; e realizaram a manuteno e administrao dos bens mobilirios da famlia empresria. Quanto profissionalizao, os mecanismos proteo do empreendimento familiar e respeito fraternal viabilizaram a participao de todos para decidir sobre a profissionalizao da empresa. Com relao captao de recursos, os mecanismos atribuies e responsabilidades e ateno aos interesses dos stakeholders possibilitaram a empresa, durante todo seu ciclo de vida, a buscar recursos financeiros sem dificuldade, gerando um maior investimento, crescimento e gerao de empregos
Resumo:
Este trabalho tem como objetivo compreender o fazer estratgia no seio de uma empresa familiar a partir das prticas sociais que envolvem os seus gestores. As prticas sociais so concebidas como um fenmeno social, o qual nasce e se desenvolve da interao e do relacionamento entre indivduos em seu grupo social. Este grupo ou mundo social do indivduo encontra-se em um processo constante de transformaes em virtude da infinidade de interconexes sociais ali compartilhadas. J o fazer estratgia apresenta-se aqui sob a tica da estratgia como prtica social que contempla [...] como os praticantes de estratgia realmente agem e interagem [...] (WHITTINGTON, 1996, p. 731), ou seja, a confluncia entre as construes e prticas sociais cotidianas sobre seu fazer estratgia. A contemplao desses constructos tericos possibilitou a formao de um esquema conceitual que por intermdio de um estudo de caso favoreceu o entendimento de como as prticas sociais dos gestores se relacionam com o seu fazer estratgia na empresa familiar?. Para coleta de dados utilizou-se das tcnicas: pesquisa documental, observao no-participante e entrevista semiestruturada (TRIVIOS, 1987). Os dados foram tratados atravs da tcnica de Anlise de Contedo na abordagem temtica (BARDIN, 1977). Conclui-se com este estudo que as prticas sociais dos mais variados contextos nos quais os gestores da Empresa X se inserem, como o contexto familiar, interferem e se inter-relacionam diretamente no seu agir cotidiano e consequentemente no seu "fazer estratgia" a frente da empresa familiar, confirmando, estranhando e transformando a construo social dos sujeitos.
Resumo:
Este estudo foi realizado em trs marcenarias no sul do Estado do Esprito Santo, com o objetivo de analisar o layout e propor mudanas que otimizem o funcionamento harmnico entre o local de trabalho e o trabalhador, considerando-se fatores ergonmicos, fluxo de produo e produtividade. A coleta de dados foi feita analisando-se as condies do ambiente de trabalho (clima, rudo, iluminao) e aplicando uma entrevista para avaliar as condies gerais e de segurana no trabalho. O layout foi avaliado por medies, observao da sequncia de trabalho nas mquinas e aplicao do software AutoCAD 2000. Os resultados indicaram que o ndice de Bulbo mido e o Termmetro de Globo estavam de acordo com a Norma Regulamentadora n 15 (atividade moderada), sendo de 26,38 C, em mdia. Os nveis mdios de rudo foram de 87,48 dB (A), acima do permitido para uma jornada de 8 h dirias (NR 15). A luminosidade mdia, encontrada em duas marcenarias, ficou acima da faixa de iluminao mnima recomendada para esse trabalho de maquinarias (NBR 5413/92). Todas as marcenarias tinham disposio desordenada do maquinrio em razo da sequncia lgica de trabalho, presena de pilastras e resduos na rea til e de passagem, piso desnivelado, falta de rampas para acesso aos galpes, manuteno de mquinas e equipamentos de forma incorreta, falhas no telhado e ausncia de bancadas para facilitar a adoo de uma melhor postura durante o manuseio das peas.
Resumo:
Esta dissertao investiga o unheimlich em portugus, 'estranhamente familiar' -, conceito psicanaltico desenvolvido por Sigmund Freud, em obras que fazem parte de 4 (quatro) sries do trabalho do artista plstico Attilio Colnago: "Do Retorno s Meias Verdades", 10 + 1 Perigosas Maneiras de Amar", "Minas das Liberdades Gerais" e "Dilogos com a Paixo". Aproxima as obras do artista j to conhecidas por seus aspectos principais tais como a presena da figura humana, os espaos interiores, o sagrado em um contraponto com o profano, e as memrias do estranhamente familiar. Para tanto, pesquisou-se a bibliografia ligada ao tema, que teve como ponto de partida o ensaio de Freud de 1919, "Das Unheimliche", traduzido para o portugus como "O Estranho" e prosseguiu-se atravs de escritos de outros autores que se interessam pelo conceito de estranhamente familiar, trazendo-o para a contemporaneidade e associando-o a outras reas do conhecimento, entre eles Nicholas Royle, Anneleen Masschelein e Anthony Vidler. Com base na teoria estudada foram selecionadas, dentre as sries escolhidas, as obras mais significativas em relao ao tema para serem analisadas. Busca-se desvendar e analisar um lado ainda no investigado da obra do artista e ao mesmo tempo mostrar a importncia de se estudar o conceito de estranhamente familiar no campo das artes plsticas.
Resumo:
Este trabalho tem como proposta geral fornecer subsdios para o desenvolvimento da fase diagnstica do processo de Enquadramento de corpos de gua superficiais de pequenas e micro bacias hidrogrficas (PMBH). Sua justificativa ampara-se no fato de que a implementao de processos de Enquadramento ainda restrita, principalmente, no que tange as PMBH, escala de gesto ainda no considerada pelo gerenciamento de recursos hdricos. Apresenta como objetivos a identificao, anlise e seleo de itens de diagnsticos adotados em processos de Enquadramento; avaliao quanto as particularidades / especificidade quanto utilizao desses itens de diagnstico para a realidade de PMBH, e por fim, a proposio de diretrizes para o estabelecimento de procedimentos orientativos para avaliaes diagnsticas para fins de Enquadramento de corpos de agua superficiais em PMBH. Metodologicamente, embasado por meio de anlise de estudos tcnicos e cientficos, os itens de diagnstico identificados foram agrupados de forma sistematizada, e realizada avaliao quanto a aplicabilidade desses itens na elaborao de diagnstico para Enquadramento em PMBH. Como resultado, mostrou ser possvel obter maior nvel de detalhamento para os itens de diagnsticos sugeridos pela Resoluo n 91/08 do CNRH no Artigo 4. Apresentou como produto, um de conjunto de itens de diagnstico de referncia para a fase de avaliaes diagnsticas do Enquadramento. Tambm demonstrou haver, de fato, particularidades que devem ser levadas em considerao quanto ao desenvolvimento de estudos de Enquadramento em pequenas regies hidrogrficas. Alm disso, com a proposio de diretrizes para o estabelecimento de procedimentos orientativos para a fase de diagnsticos do Enquadramento, verificou que os desafios para tornar realidade o Enquadramento de corpos de gua superficiais em PMBH so de natureza financeira, poltica e tcnico-cientfica.
Resumo:
A partir da descentralizao, novas instncias de negociao e novas alternativas de ordenamento da estrutura organizacional do Sistema nico de Sade (SUS) foram criadas. Dentre estas alternativas, podemos citar os conselhos de sade, importantes canais de participao social. Todavia, frente s limitaes destes canais tradicionais de articulao entre Estado e sociedade, destacamos os ideais da gesto participativa e os Conselhos Locais de Sade (CLS) como alternativa de renovao e criao de instncias mais flexveis, porosas e efetivas s complexas demandas sociais. Neste sentido, buscamos analisar o processo de criao e implementao dos CLS do municpio de Anchieta/ES, a partir de uma abordagem quali-quantativa. Inicialmente, traamos o perfil socioeconmico e poltico dos conselheiros eleitos, a partir de um questionrio aplicado a uma amostra de 54 conselheiros; dados que foram categorizados e analisados por meio do emprego de estatsticas descritivas. Em seguida, entrevistamos treze conselheiros, de dois conselhos distintos do municpio, procedendo anlise de contedo do material, a partir dos ideais de Bardin (2000). Os resultados demonstraram que os conselhos foram criados a partir da iniciativa da gesto municipal em 2011, e que simplesmente institucionaliz-los como espao de participao social no foi suficiente para promover a mobilizao social e o envolvimento comunitrio. Quanto ao perfil dos conselheiros locais, 78% so mulheres, com predominncia de raa/cor branca, idade entre os 20 e 39 anos e funcionrias pblicas; 57% possuem Ensino Mdio e participaram como conselheiro por dois anos, e 60% destes j tiveram outras experincias de participao similares aos CLS. Do material oriundo das entrevistas, emergiram quatro categorias de anlise, a saber: 1) Ser ou no ser conselheiro de sade? Eis a questo!; 2) O no pertencimento e a no-participao; 3) Conselhos Locais de Sade: elos, meios e mediaes; e 4) A exogenia da administrao e os obstculos participao social. Os entraves ao funcionamento dos conselhos de sade, mesmo em nvel local, ainda so desafios a serem superados, para que estas instncias sejam mais influentes na gesto pblica, conforme os princpios de sua criao. A participao social e a democracia so fundamentais para a construo de polticas de sade que correspondam s reais demandas da comunidade. Contudo, para garantir a democracia na sociedade no basta promover a descentralizao. necessrio que os sujeitos polticos resistam s relaes de dominao, opresso e subordinao. Para isso, torna-se imprescindvel os programas de educao para cidadania dos sujeitos envolvidos nestes fruns de participao. O que nos motiva, enfim, notarmos a existncia, entre os conselheiros eleitos, de sujeitos protagonistas de seu prprio devir; sujeitos que atuam como agentes transformadores, motivadores de sonhos e projetos em prol da sade pblica e de sua comunidade.
Resumo:
O principal objetivo desta Dissertao estudar como so estabelecidas as relaes contratuais entre as cooperativas agropecurias do Esprito Santo e como estas relaes permitem reduzir os custos de transao. A motivao bsica, portanto, contribuir para que as cooperativas voltadas para este ramo possam melhor estruturar a governana de suas transaes. Para atingir estes objetivos, a base terica que apia este trabalho discutida em uma reviso de literatura da Teoria dos Custos de Transao, abordando seus princpios tericos. Outra investigao importante para o debate a ser realizado neste estudo refere-se ao surgimento do sistema cooperativista, seu conceito e sua forma de funcionamento. A conexo estabelecida entre estes dois temas considerada importante para entender a natureza das cooperativas, principalmente em seu conceito de firma (ou instituio) que busca organizar as trocas (de bens e/ou servios) de maneira eficiente. O estudo busca, portanto, compreender quais estruturas estas associaes adotam para realizar suas transaes, propondo estruturas alternativas que permitam reduzir os custos de transao de forma eficiente e aumentar o retorno esperado pelos produtores, de acordo com as propostas da teoria. O estudo revela que o comportamento de diversas cooperativas diferente do proposto pela TCT. Em alguns desses casos, isto impede que elas reduzam os custos de transao da forma mais eficiente possvel. Em outros, no entanto, as prticas que colidem com o proposto na TCT (por motivos idiossincrticos, institucionais e/ou estruturais prprios da organizao) podem trazer resultados auspiciosos para as cooperativas.
Resumo:
Esta tese se props investigar a lgica inferencial das aes e suas significaes em situaes que mobilizam as noes de composio probabilstica e acaso, bem como o papel dos modelos de significao no funcionamento cognitivo de adultos. Participaram 12 estudantes adultos jovens da classe popular, voluntrios, de ambos os sexos, de um curso tcnico integrado ao Ensino Mdio da Educao de Jovens e Adultos. Foram realizados trs encontros, individualmente, com registro em udio e planilha eletrnica, utilizando-se dois jogos, o Likid Gaz e o Lucky Cassino, do software Misso Cognio (Haddad-Zubel, Pinkas & Pcaut, 2006), e o jogo Soma dos Dados (Silva, Rossetti & Cristo, 2012). Os procedimentos da tarefa foram adaptados de Silva e Frezza (2011): 1) apresentao do jogo; 2) execuo do jogo; 3) entrevista semiestruturada; 4) aplicao de trs situaes-problema com interveno segundo o Mtodo Clnico; 5) nova partida do jogo; e 6) realizao de outras duas situaes-problema sem interveno do Mtodo Clnico. Elaboraram-se nveis de anlise heurstica, compreenso dos jogos e modelos de significao a partir da identificao de particularidades de procedimentos e significaes nos jogos. O primeiro estudo examinou as implicaes dos modelos de significao e representaes prvias no pensamento do adulto, considerando que o sujeito organiza suas representaes ou esquemas prvios relativos a um objeto na forma de modelos de significao em funo do grau de complexidade e novidade da tarefa e de sua estrutura lgico matemtica, que evoluem por meio do processo de equilibrao; para o que precisa da demanda a significar esse aspecto da 13 realidade. O segundo estudo investigou a noo de combinao deduzvel evidenciada no jogo Likid Gaz, identificando o papel dos modelos de significao na escolha dos procedimentos, implicando na rejeio de condutas de sistematizao ou enumerao. Houve predominncia dos nveis iniciais de anlise heurstica do jogo. O terceiro estudo examinou a noo de probabilidade observada no jogo Lucky Cassino, no qual a maioria dos participantes teve um nvel de compreenso do jogo intermedirio, com maior diversidade de modelos de significao em relao aos outros jogos, embora com predominncia dos mais elementares. A sntese das noes de combinao, probabilidade e acaso foi explorada no quarto estudo pelo jogo Soma dos Dados (Silva, Rossetti & Cristo, 2012), identificando-se que uma limitao para adequada compreenso das ligaes imbricadas nessas noes a implicao significante se aleatrio A, ento indeterminado D (notao A D), com construo de pseudonecessidades e pseudo-obrigaes ou mesmo necessidades locais, generalizadas inapropriadamente. A resistncia ou obstculos do objeto deveria provocar perturbaes, mas a estrutura cognitiva, o ambiente social e os modelos culturais, e a afetividade podem interferir nesse processo.
Resumo:
Esta dissertao analisa, por meio de um estudo de caso, a Cultura Organizacional do Centro de Cincias da Sade - CCS - da Universidade Federal do Esprito Santo - UFES - e as relaes de Poder dentro da universidade e do prprio CCS, no perodo de agosto de 2013 a janeiro de 2014. Para tanto, foi utilizado o mtodo de Anlise de Discurso Crtica, em entrevistas e documentos, visando compreender a influncia interna da cultura organizacional, bem como sua influncia junto administrao central. A partir da anlise, percebe-se que o CCS possui uma dinmica prpria de funcionamento, que apesar de discordante dos princpios burocrticos buscados pela administrao pblica, basta para o funcionamento interno e permite influenciar, mesmo que tangencialmente, a estrutura de poder central da instituio. Alm disso, percebe-se a fora da influncia cultural do curso de medicina dentro da prpria organizao do centro.
Resumo:
A maternidade em meninas de 10 a 14 anos um fenmeno que desafia as polticas pblicas de sade e a academia cientfica, visto que, sua ocorrncia aumenta a cada ano, mesmo com a taxa de fecundidade decrescendo cada vez mais no Brasil. Procurando se aproximar dessa temtica para contribuir com o aprofundamento do assunto nessa faixa etria, o presente estudo teve como objetivo compreender o significado da maternidade para mes de 10 a 14 anos de idade a partir de seus relatos de experincia. Parte-se de uma investigao epidemiolgica realizada em uma regio interiorana do Esprito Santo, no perodo de Julho de 2012 a Fevereiro de 2013, em que se avaliou a assistncia pr-natal de 742 purperas, atravs de informaes registradas em formulrio e contidas no Carto da Gestante e no pronturio do recm-nascido. Aprofunda-se o estudo dos dez casos relativos s mes que possuam entre 10 e 14 anos no momento do parto, mediante uma abordagem qualitativa que utilizou entrevistas individuais com roteiro semiestruturado. As falas foram gravadas, transcritas e analisadas atravs da tcnica de anlise de contedo, com enfoque na anlise temtica. Os resultados evidenciaram dois temas e cada um deles definiu quatro categorias de anlise: 1) A experincia da maternidade: a) A vida familiar e conjugal; b) O que ser me?; c) O apoio recebido aps a maternidade e d) Reflexes sobre ser me adolescente e 2) A perspectiva aps a maternidade: a) A escolaridade; b) A insero no mercado de trabalho; c) Conselhos para jovens da mesma faixa etria e d) Os planos para o futuro. O estudo considera que o comportamento da maternidade poder ter caractersticas e significados distintos de acordo com o contexto social em que vivem essas meninas. O arcabouo sexual, reprodutivo e familiar possui faces e formas estruturais que diferem dentro de cada grupo e a raiz desse assunto pode estar sendo baseada em uma relao que no depende da idade cronolgica das mes.
Resumo:
A presente dissertao, realizada no mbito da experincia de militncia deste pesquisador em trs coletivos distintos, Brigada Indgena (2005-2008), Assemblia Popular (2009) e Frum Municipal dos Psiclogos da Secretaria de Assistncia Social da Prefeitura de Vitria (2009-2011), se propem a discutir os modos de funcionamento e as formas de organizao dos movimentos sociais na inveno de estticas de luta problematizadoras das redes de poder e resistncia institudas no contemporneo. Por meio da narrativa dessas experincias, procura-se evidenciar, no interior dessas movimentaes, a gestao de prticas de militncia (pr) ocupadas no apenas com a concretizao de projetos, mas principalmente, com a experimentao de novos modos de existncia avessos lgica de funcionamento do aparelho estatal. Vamos, ao longo do texto, mostrar como esses coletivos caracterizam-se pela insubmisso s condutas regradas de espaos institucionalizados, exercitando levantes provisrios, annimos, situados e descentralizados, institudos por e instituinte de ecossistemas afetivos-polticossociais autnomos. As anlises aqui empreendidas se fizeram no entrecruzamento dos aportes tericos advindos dos trabalhos de Foucault, Lourau, Lapassade, Deleuze e Guattari, Hakim Bey, Michel Hardt e Toni Negri. Ao final, a pesquisa sinaliza a possibilidade de pensarmos uma antropologia rebelde, no qual grupos de afinidade com padro horizontalizado de funcionamento interpelam relaes hierrquicas e centralizadoras que marcam o modo de funcionamento da mquina administrativa do Estado e dos prprios movimentos sociais, potencializando agenciamentos nmades implicados na construo de espaos auto-gestionados.
Resumo:
A violncia est presente a nvel nacional e mundial no cotidiano de muitas famlias e se configura como um fenmeno de mltiplas determinaes, podendo estar presente no cenrio pblico e privado. Diante dos diversos tipos de violncia presentes no espao social, encontra-se a violncia praticada pelo homem contra sua companheira. O presente estudo, com enfoque qualitativo, objetivou de maneira geral investigar de que forma o Centro de Referncia Especializado da Assistncia Social Proteo e Atendimento Especializado a Famlias e Indivduos (CREAS PAEFI Adulto) do municpio de Colatina, compe a rede de apoio social e afetiva de mulheres/mes vtimas de violncia fsica e/ou psicolgica por parte de seus maridos/companheiros na percepo dos profissionais atuantes no servio e, tambm, na percepo das prprias mulheres vtimas de violncia usurias do servio. Para tanto, participaram da pesquisa 10 mulheres/mes usurias do CREAS PAEFI Adulto do municpio de Colatina/ES, com faixa etria variando de 34 a 45 anos, que sofreram violncia fsica e/ou psicolgica por parte de seus maridos/companheiros e que possuam pelo menos um filho. Tambm participaram da pesquisa 6 profissionais, com faixa etria variando de 25 a 38 anos, que faziam parte da equipe tcnica do servio. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semi estruturadas realizadas individualmente em sala cedida pelo CREAS PAEFI Adulto. Para a organizao dos dados utilizou-se a Anlise de Contedo, sendo estes organizados em eixos temticos e discutidos com base na Teoria Bioecolgica do Desenvolvimento Humano de Urie Bronfenbrenner. Como resultados principais, pode-se notar que as interaes estabelecidas entre os profissionais e as mulheres vtimas de violncia usurias do CREAS favoreceram processos proximais que promoveram mudanas positivas nas caractersticas pessoais das mulheres e reforaram as relaes que elas possuam com suas famlias, principalmente com os filhos. Tambm foi verificado no macrossistema, que os papis sociais estabelecidos pela sociedade para o homem e para a mulher estavam presentes nos discursos das usurias do servio, os quais naturalizavam a mulher como responsvel pelos filhos, casa e marido, e o homem como o provedor da casa. A maternidade foi considerada por todas as usurias como um fator importante em suas vidas e causou mudanas na dinmica familiar com o companheiro.Verificou-se o comprometimento e envolvimento dos profissionais no atendimento s mulheres que se mostraram interessadas e engajadas com o atendimento e que tinham o objetivo de reconstruir suas vidas. A articulao do CREAS com a rede de atendimento mulher vtima de violncia no municpio de Colatina foi considerada satisfatria, principalmente levando em considerao o fato de que a cidade pequena, o que facilita o contato entre os servios. Algumas mulheres expuseram outras fontes de apoio que atuaram concomitantemente ao CREAS como, os amigos e a religio (Deus). Conclui-se que o CREAS PAEFI foi um servio integrante da rede de apoio scio afetiva das mulheres vtimas de violncia que participaram do estudo, atuando como um microssistema significativo que favoreceu o desenvolvimento das mulheres frente situao de violncia vivenciada
Resumo:
O escopo deste trabalho buscou compreender as percepes de mulheres que passaram pela deciso do aborto provocadona Microrregio de So Mateus (norte do estado do Esprito Santo, Brasil), a partir do percurso e das interaes que se sustentaram nesse processo. Foram realizadas entrevistas com roteiro semiestruturado com sete mulheres sobre essa experincia no ambiente domiciliar dos sujeitos do presente estudo. Os dados foram colhidos em entrevistas abertas e foram analisados luz do referencial terico de autores que discorrem acerca do tema e tambm acerca da cincia biotica.O estudo apresenta seis categorias: O aborto na perspectiva da deciso ntima; o aborto como fonte de revelaes de sentimentos; o contemplar peremptrio da atitude;tcnicas empregadas na intencionalidade e no ato de abortar; sustentando a deciso pelas relaes comunitrias; e contedos e confidncias femininas. A experincia das mulheres foi marcada poruma diversidade de sentimentos, como tristeza, culpa, arrependimento, desespero e dor emocional, todavia, tambm, pelo alvio com o fim da gravidez e do risco de morte. Angstia adicional foi condicionadaa partir da percepo de fatores contribuintes da deciso, como falta de condies financeiras, falta de apoio da famlia ou do parceiro e instabilidade no relacionamento com parceiro. Este estudo tambm sinalizou que o carter cultural e histrico da gestao, no sentido da norma social, faz-se presente nas mulheres que vivenciam o aborto provocado; demonstrou que as mulheres do presente estudo encontram-se margem das polticas pblicas e de sade; assinalou que os programas de planejamento familiar ou de sade reprodutiva deveriam ser estruturados de forma a ajudar tambm a lidar com problemas de destituio social, econmica e educacional dessa populao vulnerada, no sentido de que essas mulheres ultrapassem a proteo social bsica e sejam amparadas por servios de sade, que constituam espaos equnimes de escuta, orientao e resoluo.