Morcegos (Mammalia: Chiroptera) da Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins: composição específica e considerações taxonômicas

Registramos 39 espécies de quirópteros na Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins e áreas adjacentes, nordeste do estado do Tocantins, durante 28 dias de trabalho de campo nos anos de 2003 e 2008 e na estação chuvosa. Este estudo da quiropterofauna é um dos primeiros para o estado do Tocantins, aumentando o número de espécies conhecido para esta região, com 29 espécies registradas pela primeira vez no estado. As espécies mais abundantes foram P. lineatus e C. perspicillata, com 23,5 e 15,4% do total de capturas. A diversidade no nível de família também foi alta: Phyllostomidae (26 espécies), Vespertilionidae (5), Molossidae (3), Emballonuridae (2), Mormoopidae (1), Noctilionidae (1) e Thyropteridae (1). A maioria das áreas mésicas e de cerrado (s.s.) não estão incluídas em unidades de conservação, representando uma ameaça para espécies restritas a estes tipos de hábitats, como T. devivoi que foi capturada apenas em áreas de veredas com Heliconiacea. Além disso, a região vem sendo alterada devido ao rápido avanço da agricultura e pastagens e do turismo crescente. Assim, a elevada diversidade de morcegos registrada na região, além dos diversos papéis ecológicos que estas espécies desempenham, somadas às ameaças acima relatadas, aumentam as prioridades em se estabelecer estratégias de conservação para este grupo de mamíferos nas regiões adjacentes à Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins. Dentre as espécies com interesse taxonômico, biogeográfico e de conservação destacam-se Lonchophylla dekeyseri, Glyphonycteris behnii, Micronycteris sanborni, Artibeus anderseni, Sturnira tildae e a recém-descrita Thyroptera devivoi.

Serologic Survey for Rickettsiosis in Bats from Sao Paulo City, Brazil

Blood serum samples were collected from 451 bats captured within the Sao Paulo city from April 2007 to November 2008, and individually tested by indirect immunofluorescence assay against antigens derived from five Rickettsia species reported to occur in Brazil: the spotted fever group (SFG) species R. rickettsii, R. parkeri, R. amblyommii, R. rhipicephali, and the ancestral group species R. bellii. For this purpose, an anti-bat immunoglobulin G was produced and used in the present study. Overall, 8.6% (39/451), 9.5% (34/358), 7.8% (28/358), 1.1% (4/358), and 0% (0/358) serum samples were reactive to R. rickettsii, R. parkeri, R. amblyommii, R. rhipicephali, and R. bellii, respectively. Endpoint titers of reactive sera ranged from 64 to 256. From 20 bat species of 3 different families (Molossidae, Vespertilionidae, and Phyllostomidae), 46 animals were shown to be reactive to at least one rickettsial antigen. Seropositivity per bat species ranged from 0% to 33.3%. Most of the serologically positive sera reacted with two or more rickettsial antigens. Seropositivity for SFG rickettsial antigens in the absence of reactivity against R. bellii (ancestral group species) suggests that bats from Sao Paulo city can be infected by SFG rickettsiae. The possible role of soft ticks in serving as vectors of SFG rickettsiae to bats within the Sao Paulo city, associated to its public health risks, is discussed.