18 resultados para Melancholy Psychoanalysis (Freud)
em Biblioteca Digital da Produção Intelectual da Universidade de São Paulo (BDPI/USP)
Resumo:
Objetivou-se analisar a experincia de uma formadora num curso de formao continuada para professores de Qumica, ocorrido numa universidade pblica do estado de So Paulo, em 2004. Os dados apresentados surgiram da observao da prtica da formadora e de suas reflexes, nas quais ela prpria evidencia ideias, conflitos, angstias e impresses sobre suas aes durante o curso. Entre a prtica da formadora e suas reflexes, surgem contrastes que iro se tornar nosso foco de investigao. Interpretamos esses contrastes como a atuao de elementos inconscientes que ora favorecem ora dificultam a sua prtica e nos mostram que nem sempre a reflexo e a ao atuam na mesma direo. Defendemos uma prtica reflexiva mais profunda e questionadora dos sujeitos como possibilidade para produzir melhores efeitos na formao e na atividade docente. Conceitos do referencial terico psicanaltico de Freud e Lacan serviram de base para a anlise dos dados.
Resumo:
Este texto apresenta consideraes sobre as relaes entre afetividade e inteligncia no desenvolvimento psicolgico, a partir de quatro modelos tericos: as perspectivas psicogenticas de Piaget, Wallon, Vygotsky e concepes extradas da teoria psicanaltica de Freud. O objetivo apontar as nfases de cada abordagem para os aspectos afetivos e cognitivos e seu papel no desenvolvimento psicolgico. Como concluso, pode-se dizer que os modelos, interessados pela gnese da construo do conhecimento ou pela constituio do psiquismo, apresentam diferentes tipos de relao entre afetividade e inteligncia. Uns propem relaes de alternncia (Wallon); complementaridade de um em relao ao outro (Vygotsky) ou correspondncia (Piaget) entre afetividade e inteligncia, enquanto outro enfatiza aspectos pulsionais que interferem no funcionamento psicolgico afetivo e cognitivo (Freud).
Resumo:
Este artigo visa explicitar as concepes freudiana e husserliana de vivncia (Erlebnis). Por vivncia entende-se genericamente um tipo fundamental de experincia do mundo. Esse tema, ainda que no diretamente explorado por Freud, tornou-se necessrio em sua teoria desde a descoberta da etiologia da histeria no incio dos anos 1890 luz do mtodo catrtico: a da vivncia traumtica. Por outro lado, Husserl, a partir do problema filosfico de garantir a possibilidade do conhecimento universal e necessrio, se viu obrigado a combater o naturalismo das ideias, em 1900, e o naturalismo da conscincia, em 1913, em ambos os casos partindo de uma anlise das vivncias (intencionais). Mostrarei que a abordagem freudiana (natural-cientfica) visa explicar metapsicologicamente a vivncia, ao passo que a abordagem husserliana pretende descrever a estrutura da vivncia (intencional). Por fim, apontarei para algumas das grandes diferenas entre ambas as abordagens desse tema.
Resumo:
O presente estudo hipotetiza que as diferentes matrizes clnicas que Freud encontrava em sua prtica, e que lhe possibilitavam acrscimos tericos, direcionaram seus distintos olhares sobre a cultura, fazendo-o privilegiar alguns elementos ticos em detrimento de outros. Desse modo, indicaremos: (1) como a histeria gerou a questo do conflito entre sexualidade e moral na civilizao; (2) como a neurose obsessiva possibilitou a entrada dos temas da agressividade e do dio como entraves contra os quais a cultura se esfora por lutar, assim como a presena marcante no psiquismo da conscincia moral e do sentimento de culpa; (3) por fim, como as ditas afeces narcsicas trouxeram a Freud o papel do egosmo e da destrutividade como inimigos da cultura. Nesse percurso nos aproximaremos das questes ligadas problematizao tica na "psicologia" freudiana e, a partir da, do destaque que ter a dimenso moral na concepo freudiana do sujeito.
Resumo:
A motivao principal deste artigo demonstrar que a metapsicologia do humor se oferece, na obra freudiana, como o paradigma a partir do qual se podem compreender as operaes em jogo no processo da sublimao. Percebe-se, assim, que a associao entre duas problemticas sombreadas pela tradio psicanaltica - o humor e a sublimao - contribui para o esclarecimento de ambas. Ao longo do texto so enfatizados o trabalho de desidealizao promovido pelo humor, a modalidade identificatria envolvida na sua produo, a referncia do humor negro condio de orfandade que caracteriza o sujeito moderno, bem como a poltica que acompanha a anunciao do dito humorstico e, mesmo, do Witz (espirituosidade) de modo geral. Finalmente, demonstra-se a filiao do humor ao realismo grotesco, amplamente analisado por Mikhail Bakhtin, indicando como, na enunciao humorstica, preciso considerar a participao da alegria, sua fora motriz.
Resumo:
Neste artigo visamos apontar, apoiadas em W. Benjamim e G. Agamben, a fragilizao do registro da experincia e sua incidncia na lgica do poder/violncia. Analisamos, pretendendo desmistificar a eficcia dos discursos mortificadores da experincia, a figura do "mulumano"; - nome que designava os mortos-vivos nos campos de concentrao, conforme relato de Primo Levi e outros. Tal figura emblemtica do estado limite a que chegaram algumas pessoas e podem expressar o destino de alguns sujeitos na contemporaneidade. Pudemos identificar nessa posio tanto um movimento na direo da perda do lao identificatrio com o semelhante, como uma forma de resistncia violncia perpetrada pelo discurso social. Tal resistncia consiste em operar uma mimese ao objeto resto, o que permite ao sujeito a manuteno da estrutura fantasmtica. Indicamos que, apesar das estratgias do poder, o sujeito reinventa modos de se situar na relao ao Outro, nos quais se fazem importantes a presena e a palavra, incluindo a a experincia psicanaltica.
Resumo:
O objetivo deste artigo analisar as concepes sobre o inconsciente ligadas ao cotidiano da prtica teraputica de rede, como contribuio clnica em sade mental. A pesquisa participante foi realizada em um Centro de Ateno Psicossocial (CAPS) na cidade de So Paulo. Os resultados mostraram as concepes mais frequentes: o inconsciente como inconscincia, o inconsciente como desconhecimento e o inconsciente como mtodo de escuta do sujeito e das relaes na instituio. Demonstram uma flexibilidade terica que pode permitir articulaes complexas nas diversas intervenes no cotidiano da equipe referentes s subjetividades e saberes sobre o inconsciente, psicanalticos ou no. Conclui-se que a elucidao desse saber prtico sobre o inconsciente contribui para o aprofundamento dessa temtica no campo da reforma psiquitrica.
Resumo:
A partir da psicanlise, 31 indicadores clnicos de risco para o desenvolvimento infantil (IRDI) foram construdos e aplicados em 727 crianas entre 0 e 18 meses. Uma subamostra de 280 crianas foi avaliada com a idade de trs anos. Uma primeira anlise de resultados mostra uma relao entre imagem do corpo, dificuldade de separao, agitao motora e vnculos corporais estreitos com as mes. Esses resultados so discutidos criticamente luz da noo atual de hiperatividade.
Resumo:
O objetivo deste ensaio refletir acerca da relao entre o primado da forma em nossa sociedade, que se expressa tambm nos mbitos polticos e educacionais, e a formao de indivduos pouco diferenados, no que se refere sua sensibilidade, percepo e pensamento; tem como hiptese que a nfase na forma, em diversos domnios sociais, em detrimento do contedo especfico ao qual deveria se vincular contribui com a formao de indivduos que tm dificuldades de se identificarem entre si e, por isso, de se desenvolver, sendo propensos frieza, a uma ausncia de percepo das contradies e conflitos sociais e a um pensamento basicamente adaptativo. Essa reflexo desenvolvida tendo como referncia obras de pensadores que constituram a denominada Escola de Frankfurt, tais como T. W. Adorno, M. Horkheimer e H. Marcuse, e a Psicanlise Freudiana.
Resumo:
A amputao de um membro pode ser considerada um evento traumtico diante da mudana brusca que ocasiona na vida de um indivduo. Este artigo traz reflexes que surgiram a partir do atendimento psicolgico a pacientes amputados em decorrncia de algum tipo de acidente. O objetivo refletir acerca das consequncias psquicas relacionadas a uma alterao sbita na dimenso corporal. Buscou-se compreender de que ordem o abalo sofrido com esta perda fsica e como isto se articula com o caminho percorrido por todos os indivduos ao longo do desenvolvimento, particularmente no que diz respeito identidade e integrao psicossomtica. Para isso, utilizou-se como embasamento terico a psicanlise winnicottiana, mais especificamente, a constituio do si mesmo na teoria do amadurecimento pessoal.
Resumo:
Pretendo mostrar, de modo breve, que as problemticas prprias da clnica so, aos poucos, incorporadas ao trabalho merleau-pontyano. No se trata de mostrar que h somente uma convergncia entre a sua interpretao da psicanlise com a fenomenologia, mas uma verdadeira necessidade de dilogo, na qual o filsofo encontrou um modo de expressar algo que dificilmente conseguiria com outro objeto.
Resumo:
Parte-se da hiptese de que tanto os modos de constituio da subjetividade, quanto as teses epistemolgicas sobre a formao do eu tm sofrido importantes mudanas nas ltimas dcadas. No plano das identidades pessoais, tal fato se expressa no atenuamento do iderio intimista, tradicionalmente centrado na idia da vida mental como espao privado e interior. No plano epistemolgico, diferentes saberes vm questionando a equivalncia entre vida mental e interioridade psicolgica e propondo descries da origem do eu que incluam a dimenso da corporeidade e da ao. Considerando as noes de representao e de ao como eixos fundamentais para diferentes concepes da subjetividade, este artigo examina um modelo internalista do psiquismo, contrastando-o com outro que toma o eu como agente corporificado.
Resumo:
O artigo traz uma breve reviso das principais abordagens hermenuticas envolvidas na interpretao de textos e discursos a fim de delimitar a incidncia dessa problemtica no campo da pesquisa terica em psicanlise. Define as diferentes formas de pesquisa em psicanlise e indica como as mudanas na compreenso da hermenutica incidem tambm sobre a compreenso do estatuto epistemolgico do saber psicanaltico. Apresenta e discute as propostas de metodologia de investigao terica de Laplanche e Figueiredo. Ao concluir, indica a aproximao do mtodo psicanaltico aplicado a textos e discursos com as perspectivas contemporneas da hermenutica e prope uma abordagem prpria para pesquisas de cunho histrico-conceitual e epistemolgico em psicanlise.
Resumo:
Com o advento do segundo dualismo pulsional freudiano, surge uma srie de mudanas no entendimento da sublimao. Essa passa a se apresentar como a causa por excelncia da desfuso das pulses, o que nos leva a um paradoxo: ao mesmo tempo em que a sublimao a base da cultura, ela tambm causa da destrutividade no seio dessa mesma cultura. A pulso de morte resultante da desfuso das pulses, por sua vez, teria consequncias tanto em cada indivduo quanto na cultura como um todo, tal como o que se observa em relao ao primado da imagem na sociedade contempornea. Este artigo busca discutir alguns dos efeitos da pulso de morte desfusionada, entendida como resultado da sublimao, principalmente no que tange sublimao implicada na criao literria.
Resumo:
O artigo discute, a partir do dilogo entre materialismo histrico dialtico e a psicanlise winnicottiana, as contribuies da escola para a constituio da identidade de sujeitos surdos. A anlise de bibliografia pertinente apontou para a escassez de trabalhos que consideram a relao entre a escola e os processos de subjetivao dessas pessoas. Para compreender as discusses desse campo, foram realizadas reflexes sobre os fenmenos escolares contemporneos luz da Psicologia para uma Educao Formativa - e no deformadora - para todas e todos. Quanto populao surda, apesar de no haver consenso a respeito dos efeitos da escolarizao em instituies inclusivas ou especializadas, concluiu-se que os profissionais da Educao precisam de liberdade e condies objetivas para criar/recriar espaos e estratgias de aprendizagem, com a finalidade de proporcionar aos educandos - e a si mesmos - experincias de relaes mais horizontais com o outro, esteja ele marcado pela diferena lingustica, sensorial, orgnica, etria, cognitiva ou tnica.