4 resultados para palavras e coisas
em SAPIENTIA - Universidade do Algarve - Portugal
Resumo:
Releio a epígrafe de As Primeiras Coisas (Quetzal, 2013), romance de Bruno Vieira Amaral (mais conhecido como crítico literário e autor de um outro livro, muito útil e usado por muitos jovens às voltas com a disciplina de Literatura, Guia para 50 Personagens da Ficção Portuguesa): «‘Por toda a Hiroxima, as paredes e outras estruturas que permaneceram de pé preservaram sombras de pessoas ou de objectos. Todas elas na direcção do clarão de luz. A criação de tais imagens é semelhante à marca deixada no braço por um relógio no fim de um dia ao sol na praia.’ Charles Pellegrino, O Último Comboio de Hiroxima». E tudo faz sentido. Se não tivesse que dar mais informações sobre o livro, diria que As Primeiras Coisas é constituído pelas sombras de pessoas e objetos que marcaram o percurso de Bruno (personagem homónima do autor e que com ele partilha algumas características, como o próprio admite. Para que fique claro, sempre que mencionar apenas este nome próprio, é à personagem que me estou a referir).
Resumo:
Pode a literatura mudar a vida dos leitores? É esse o desafio final de Troika-me, primeiro romance de Maria João Neves. A autora vive em Tavira, onde, no seu consultório filosófico, aplica um método que criou e registou, partindo da Fenomenologia do Sonho, da filósofa e escritora espanhola María Zambrano (1904- 1991), ao qual chamou Raciovitalismo Poético. Doutorada em Filosofia e a terminar um pós-doutoramento em Estética Musical, esta investigadora universitária partiu destes seus conhecimentos para, através da literatura, fazer uma proposta de mudança para Portugal. Utopia? Não será, certamente, por acaso que Thomas More é citado na epígrafe inicial, nem que uma das personagens da Utopia tenha dado nome a uma outra deste romance: Rafael Hitlodeu (indicação dada pela autora na Nota Final, p.303). O livro de Thomas More baseia-se, precisamente, na conversa que manteve com este português que teria encontrado uma sociedade ideal, não destruída pelos interesses particulares e egoístas. É precisamente esta situação que é colocada no Troika- -me, sintetizada num diagnóstico que identifica as causas da doença de que o nosso país padece («ineficiência crónica e melancolia psicótica» - p.121) que, a serem sanadas, resolveriam o problema da nação (apresento a lista em forma resumida): 1 – Nepotismo, pois não são os melhores a ocupar os cargos; 2 – Assédio sexual, como resquício do feudalismo na atitude dos dirigentes de empresas e instituições; 3 – Titulitis – «Portugal sofre de inflação de títulos» (p.123); 4 – Prolixidade – «Portugal é um país perdulário. Desbarata não apenas os recursos económicos mas, sobretudo, esbanja palavras» (p.124); 5 – Pessimismo – «Os portugueses têm uma disposição natural para atender ao lado mau das coisas. Cultivam a auto-depreciação » (p.124).
Resumo:
Quando conheci pessoalmente Luís Ene (de Nogueira), não associei imediatamente o seu nome ao do autor do livro Blogs (que escreveu em parceria com Paulo Querido), editado por Centro Atlântico, em 2003, que tanto tinha ajudado os utilizadores que, então, se estavam a iniciar na blogosfera. Esta faceta que começo por referir é importante, na medida em que mostra o empe2nho que Luís Ene manifestou, desde cedo, pelo mundo virtual como suporte para a escrita literária. Ele próprio autor de vários blogues (que foi abrindo e fechando à medida que os projetos se iam completando), ainda mantém o «Ene Coisas» (luis-ene.blogspot. pt), onde podemos ler alguns dos seus poemas, micronarrativas, ensaios, destaques informativos, enfim, ene coisas.
Resumo:
Dissertação de Mestrado, Educação Pré-Escolar, Escola Superior de Educação e Comunicação, Universidade do Algarve, 2016