2 resultados para Traumatismos cardiácos

em SAPIENTIA - Universidade do Algarve - Portugal


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Os traumatismos crnio-enceflicos (TCE) so a causa mais frequente de leso cerebral em jovens adultos, integrando o campo de interveno mais frequente na prtica neuropsicolgica (Portellano, 2005), sendo o lobo frontal uma das estruturas cerebrais mais vulnerveis ao impacto que ocorre no crebro durante um TCE. Leses nesta estrutura cerebral esto frequentemente associadas a sequelas em diferentes funes cognitivas, alteraes a nvel do comportamento emocional e social e que podem alterar gravemente o estilo de vida do doente. Est bem documentado na literatura a relao entre o reconhecimento visual de emoes e o lobo frontal (ver, por exemplo Green, Turner, & Thompson, 2004; Croker & McDonald, 2005; Radice-Neumanet al., 2007). Os estudos indicam uma marcada dificuldade por partes destes sujeitos no reconhecimento visual de emoes bsicas e uma associao entre esta dificuldade e as sequelas comportamentais (ver, por exemplo, Radice-Neumanet al., 2007). Relativamente valncia das emoes, investigaes prvias indicam que existe uma maior dificuldade no reconhecimento das emoes negativas, comparativamente s emoes positivas, sendo consensual que a alegria a emoo bsica mais bem reconhecida no grupo clnico de sujeitos com TCE, quando comparados com grupos no-clnicos. Pretendemos com a presente investigao dar continuidade ao estudo sobre o processamento de emoes e verificar se existe um compromisso no reconhecimento visual de emoes bsicas em doentes com TCE frontais. Adicionalmente, procuramos investigar se existe uma associao entre o reconhecimento de emoes e o desempenho dos sujeitos em provas que avaliam o funcionamento executivo. Participaram no estudo 17 sujeitos com TCE recente no lobo frontal, e/ou em regies subcorticais com conexo aos lobos frontais, recrutados nas unidades de Neurotraumatologia, Neuropsicologia e de Neurocirurgia do Hospital de S. Jos, em Lisboa. Este grupo foi emparelhado a um grupo de controlo constitudo por 17 sujeitos saudveis. A ambos os grupos foi aplicada uma entrevista clnica para recolha de dados scio-demogrficos e clnicos, testes neuropsicolgicos para avaliao das funes executivas e cinco sub-testes adaptados da Florida Affect Battery (FAB) para avaliar o processamento de emoes. No geral, os resultados revelam um desempenho estatisticamente inferior no grupo TCE nas provas de avaliao do reconhecimento visual de emoes, quando comparado com o grupo de controlo, sobretudo para as emoes triste e zangada. Contudo, no existe compromisso no reconhecimento da emoo alegria. Relativamente s funes executivas, os resultados do estudo indicam que existe correlao entre a maioria das componentes avaliadas e o reconhecimento de emoes. Em suma, o nosso estudo indica a existncia de um compromisso no reconhecimento visual de emoes no grupo clnico com TCE, sendo a dificuldade superior no reconhecimento de emoes negativas. Demonstramos tambm uma correlao inequvoca entre a disfuno executiva e a dificuldade no reconhecimento de emoes nos doentes com TCE.

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Sujeitos com traumatismo crnio-enceflico (TCE) apresentam frequentemente dfices no reconhecimento de emoes, sendo estas dificuldades marcadas principalmente pela existncia de uma incapacidade em interpretar pistas no-verbais da emoo. Apesar do reconhecimento de emoes em expresses faciais ser largamente estudado, o mesmo no acontece com o reconhecimento da prosdia emocional e em menor grau com o reconhecimento de emoes pela modalidade audiovisual. A presente investigao utilizou a Florida Affect Battery para examinar o reconhecimento emocional nas modalidades visual, auditiva e audiovisual de 17 sujeitos com TCE (quatro com leso no hemisfrio direito, sete no hemisfrio esquerdo e seis com leso bilateral) e 17 sujeitos sem historial de leso neurolgica. No geral, o grupo TCE apresenta desempenhos inferiores no reconhecimento emocional em comparao com o grupo sem leso. Um efeito de lateralidade hemisfrica no reconhecimento emocional emerge com o grupo esquerdo e bilateral a apresentarem mais dificuldades quando comparados com o grupo sem leso cerebral. Quando analisado os desempenhos dos sujeitos com TCE, considerando a valncia emocional (positiva e negativa), verifica-se que quando a modalidade de apresentao visual as emoes positivas (i.e. a alegria) so mais facilmente reconhecidas e quando a modalidade de apresentao auditiva as emoes negativas apresentam uma vantagem no reconhecimento emocional. Adicionalmente, o grupo com leso direita apresenta desempenhos inferiores no reconhecimento de emoes positivas, enquanto o grupo esquerdo e bilateral apresenta desempenhos inferiores no reconhecimento de emoes negativas. No global, os resultados no apoiam as teorias da superioridade do hemisfrio direito no reconhecimento emocional e nas emoes negativas, sugerindo que o processamento emocional implica uma vasta rede de estruturas neuronais, com envolvimento de ambos os hemisfrios.