5 resultados para TRADUÇÕES

em SAPIENTIA - Universidade do Algarve - Portugal


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Trabalho que investiga a recepção dos Kinder - und Hausmärchen em Portugal, fruto duma aturada e minuciosa pesquisa documental. Com efeito, Teresa Cortez passa em revista os livros e publicações periódicas enquadrados entre 1837 — data do aparecimento das primeiras traduções de contos dos KHM, no periódico lisboeta Biblioteca Familiar e Recreativa — e 1910, data a que a autora estendeu a sua pesquisa. Cada incidência da presença dos contos dos Grimm em Portugal é cuidadosamente investigada, contextualisada e analisada, Assim, à medida que vemos surgir, primeiro esparsas em revistas destinadas a um público infantil, e sem indicação de autoria, traduções (do francês) dos KHM, vamo-nos inteirando sobre o epírito e motivações do seu aparecimento, quer partindo do estudo comparativo com o texto de origem, quer de um exame da publicação de chegada, alargando-se a pesquisa aos seus editores e autores. Todo o processo de recepção dos contos de Grimm vai sendo examinado pela autora à luz dos movimentos das últimas décadas do séc. XIX e primeira do séc. XX, nomeadamente o nacionalismo neo-romântico e o positivismo.

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Este trabalho de investigação comparativista insere-se no âmbito das relações entretecidas pelos Estudos de Tradução e a Literatura Comparada, nomeadamente no que respeita ao conceito de tradução literária na Europa Ocidental do século XVII. Trata-se de um estudo intercultural, atendendo a que a tradução promove a mudança cultural decorrente de um processo de transferência intercultural com implicações literárias e ideológicas. Os textos que constituíram o nosso objeto de trabalho são a Peregrinaçam de Fernão Mendes Pinto (1614) e as primeiras traduções completas ou parciais para espanhol (1620), da autoria de Francisco de Herrera Maldonado, para francês (1628), de Bernard Figuier, para inglês (1653), de Henry Cogan, e para alemão (1671), dos editores Henrich e Dietrich Boom. No decorrer da análise comparativa, procurámos demonstrar o grau de (in)fidelidade de cada tradução, estabelecendo paralelismos e realçando os procedimentos tradutológicos adotados em cada versão, os quais revelam, claramente, contactos entre si e/ou condicionalismos culturais e ideológicos implícitos. Estudámos o modo como cada tradução adaptou a obra original ao gosto e aos códigos linguísticos e literários do seu público-alvo. No desenvolvimento do nosso trabalho, tivemos em mente os códigos tradutológicos do século XVII em Espanha, França, Inglaterra e Alemanha, em virtude de o nosso corpus ser constituído por textos publicados no decorrer desse período. Como metodologia de trabalho, delimitámos cinco momentos narrativos, no interior dos quais foram encontradas e analisadas comparativamente passagens consideradas exemplificativas das principais técnicas tradutivas características de cada texto e das inter-relações estabelecidas entre eles. Por fim, um outro objetivo nosso consistiu na avaliação do significado e da relevância da receção da tradução- -adaptação desta obra portuguesa naqueles contextos de chegada (no momento imediato e para além dele).

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O presente trabalho de investigação em literatura abrange um conjunto sistémico de ideias e de conceitos oriundos das correntes sapienciais do pensamento oriental, que foram tomados por Antero de Quental nos seus sonetos, e por Manuel da Silva Mendes nos seus ensaios, e tomaram um lugar central na sua mundivisão, através de um processo elaborado de tradução cultural, enformando a sua interpretação da realidade e estruturando o seu pensamento. No seio de debate sobre o Orientalismo, foi nossa intenção sublinhar o papel activo que estes autores de língua portuguesa desempenharam no diálogo cultural entre a Europa e o Oriente. Tendo como objectivo central a compreensão de como é que estes dois autores activaram um conjunto de estratégias e de instrumentos para efectivarem uma real tradução cultural, a fim de poderem inserir elementos da sabedoria e da filosofia orientais (budista e taoista) nos seus sistemas de interpretação do Mundo e do Homem, efectuámos uma análise detalhada das suas obras, de acordo com um enquadramento teórico bem definido. Se é verdade que, por um lado, Antero de Quental teve um contacto indirecto com o Oriente cultural, sobretudo através de traduções, já Silva Mendes, que viveu em Macau durante cerca de três décadas, teve um diálogo directo e contínuo com os orientais. Todavia, o que é relevante é que os dois pertencem a uma geração de grande empenhamento político e social, para além de fecunda do ponto de vista literário. Para além disso, ambos desenvolveram uma reflexão profunda que se estendeu pelos campos da metafísica e da ética, facto que trouxe às suas obras uma densidade e um alcance único, especialmente no contexto português. Se Antero de Quental tem já uma posição bem estabelecida no contexto do sistema literário de língua portuguesa, Manuel da Silva Mendes é bem menos conhecido, muito possivelmente porque passou a sua vida em Macau, apartado dos centros de cultura e de decisão, onde construiu uma carreira docente e de causídico. Sendo autores dos finais do séc. XIX e do início do séc. XX, ambos tiveram, ao longo de várias décadas, uma actividade poética e filosófica bastante importante. A sua obra, aliás, influenciou de forma marcante o diálogo intercultural da literatura portuguesa e europeia com o oriente sapiencial. Pensamos que estudos como este que apresentamos, são essenciais no mundo do dealbar do séc. XXI, pois que se colocam como um desafio académico a uma reflexão intercultural, com vista a poder desencadear um diálogo mais racional e uma compreensão mútua mais aprofundada com a Alteridade, que nos possam conduzir a uma tão desejada paz global.

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Dissertação de mestrado, Estudos Literários e Artísticos, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade do Algarve, 2015

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É sempre um prazer ler o que Frederico Lourenço (professor de clássicas da Universidade de Coimbra) escreve. E escreve muito bem, seja como académico, seja como romancista, poeta, tradutor de autores gregos, reconhecido e premiado pelas suas magníficas traduções dos poemas homéricos Ilíada e Odisseia. A editora Livros Cotovia, que tem publicado a sua obra, é quem agora também apresenta esta sua adaptação para jovens do mais antigo texto literário da cultura ocidental. A Ilíada é uma obra do séc. VIII a.C., atribuída a Homero, descrita assim pelo tradutor, na introdução (p.7) à sua edição de 2005: «no fim de uma longa tradição épica oral, surge este canto de sangue e lágrimas, em que os próprios deuses são feridos e os cavalos do maior herói choram». Quem a leu, imagina o que terá sido o desafio de a adaptar para jovens. Quem a não leu, pode supor que adaptar uma longa obra de guerra e emoções não deverá ser fácil, sem que se percam elementos fundamentais que já foram perpetuados por mais de 2.500 anos de leitores e leituras sucessivas. Mas Frederico Lourenço consegue fazer esse difícil trabalho com muito sucesso.