4 resultados para Estructura empresarial

em SAPIENTIA - Universidade do Algarve - Portugal


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O tecido empresarial do Algarve tem-se desenvolvido em torno do sector do turismo e actividades conexas como a construção civil e o imobiliário. As empresas apresentam estruturas organizativas pouco flexíveis e muito resistentes à mudança, facto bem patente quando se tem em atenção a experiência dos apoios financeiros, às empresas da região, no âmbito do QCA III. Esta fraca maleabilidade das empresas, predominantemente viradas para bens não transaccionáveis e para o mercado interno, têm conduzido a dinâmicas quase insignificantes de internacionalização e de adopção de inovação. A perpetuação de uma base económica regional apenas focalizada num sector e sem mudanças radicais em relação ao paradigma de comportamento empresarial dos diversos sectores colocará a breve prazo problemas fundamentais à afirmação internacional da região, bem como ao seu desenvolvimento harmonioso e coeso. A diversificação dos produtos oferecidos internacionalmente é uma necessidade que urge ser satisfeita, devendo as políticas públicas da região, sem descurar o apoio às actividades ditas mais tradicionais, apostar claramente em sectores emergentes com elevado potencial de crescimento, tecnologicamente mais avançados e com ganhos significativos na cadeia de valor.

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Os motivos que me conduziram à elaboração deste livro são diversos. Em primeiro lugar, o reduzido número de manuais existentes em língua portuguesa dedicados à estratégia empresarial. Em segundo lugar, a ausência de consenso sobre o conceito de estratégia empresarial, sobre o seu conteúdo, sobre o processo de elaboração da estratégia, sobre a própria utilidade da estratégia empresarial e a necessidade de, se possível, encontrar definições mais consensuais. Por último, a curiosidade e o interesse que despertam estes temas tão controversos. Um dos motivos referidos é a inexistência de acordo acerca da utilidade da estratégia empresarial. É verdade, de facto, que alguns autores duvidam da sua utilidade. Nesse caso, porque razão deveremos nós estudar esta matéria? A resposta irá sendo discutida e formulada nas nossas mentes durante a leitura, todavia, podemos já adiantar algumas razões.

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Com este estudo pretende-se investigar a relação da liquidez com o investimento das empresas e avaliar o papel moderador do ambiente da indústria e da estratégia empresarial na relação anterior. Literatura recente, que se seguiu ao trabalho de Fazzari, Hubbard e Petersen (1988), sugere que a intensidade da relação entre os fluxos de caixa e o investimento é reveladora dos constrangimentos financeiros das empresas no acesso ao mercado de capitais. A investigação aplicada é desenvolvida com uma amostra de empresas não financeiras da indústria transformadora portuguesa, período 1998-2005. São estimados dois modelos para dados em painel, um restrito com variáveis financeiras, ambientais e estratégicas e outro, mais alargado, onde se incluem, também, variáveis interactivas. O método de estimação utilizado é a regressão linear múltipla de efeitos fixos para a indústria e ano com o estimador robusto das variâncias. Através do modelo restrito e recorrendo à regressão de subgrupos, constituídos com base em indicadores teoricamente tradutores dos constrangimentos financeiros das empresas, capacidade de endividamento a médio e longo prazo e endividamento total, constata-se que a relação entre os fluxos de caixa e o investimento é sempre positiva e intensifica-se à medida que a capacidade de financiamento da empresa diminui. Através do modelo alargado e recorrendo, em simultâneo, à regressão de subgrupos e à regressão moderada observa-se que o ambiente da indústria (munificência e dinamismo) e a estratégia da empresa (inovação e diversificação) moderam a relação dos fluxos de caixa com o investimento, intensificando-a ou atenuando-a. Este facto sugere que os factores ambientais e estratégicos influenciam os custos de agência e de selecção adversa das empresas e, consequentemente, o acesso aos fundos de que necessitam. Ao evidenciar as implicações financeiras das opções estratégicas e das características do ambiente da indústria, o estudo contribui para o aprofundamento do conhecimento dos determinantes do investimento e para a melhoria da gestão das empresas.