2 resultados para Estética da melancolia

em SAPIENTIA - Universidade do Algarve - Portugal


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Esta página tem tido poucos artigos sobre obras de não-ficção, mas hoje reequilibro um pouco, ao escrever sobre o livro que António Branco (professor da Universidade do Algarve e seu atual reitor) publicou recentemente, intitulado Visita Guiada ao Ofício do Ator: um Método (Grácio Editor). Esta obra tem duas partes distintas: uma primeira, em que contextualiza a sua experiência teatral, a criação de um mestrado nessa área e consequente criação de um grupo de teatro, a assunção de pertença a uma determinada linhagem, da qual é um dos seus elos, estruturada sob a figura tutelar de Fernando Amado, através da atriz Manuela de Freitas. Aí se apresentam e discutem conceitos fundamentais, como os de genealogia, linhagem, autenticidade, ética, estética, técnica, mas também descrições de exercícios e outros aspetos práticos do ofício de ator, próprios de uma visita guiada (algo diferente de um manual). A segunda parte é composta por todos os documentos possíveis de obter sobre a atriz Manuela de Freitas, desde entrevistas que deu na televisão ou em encontros vários e que aqui são transcritas pela primeira vez, a textos por ela escritos e dispersos. Ficamos a saber muito sobre a sua vida como atriz e quais os valores sobre os quais fundou a sua postura no teatro.

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Pode a literatura mudar a vida dos leitores? É esse o desafio final de Troika-me, primeiro romance de Maria João Neves. A autora vive em Tavira, onde, no seu consultório filosófico, aplica um método que criou e registou, partindo da Fenomenologia do Sonho, da filósofa e escritora espanhola María Zambrano (1904- 1991), ao qual chamou Raciovitalismo Poético. Doutorada em Filosofia e a terminar um pós-doutoramento em Estética Musical, esta investigadora universitária partiu destes seus conhecimentos para, através da literatura, fazer uma proposta de mudança para Portugal. Utopia? Não será, certamente, por acaso que Thomas More é citado na epígrafe inicial, nem que uma das personagens da Utopia tenha dado nome a uma outra deste romance: Rafael Hitlodeu (indicação dada pela autora na Nota Final, p.303). O livro de Thomas More baseia-se, precisamente, na conversa que manteve com este português que teria encontrado uma sociedade ideal, não destruída pelos interesses particulares e egoístas. É precisamente esta situação que é colocada no Troika- -me, sintetizada num diagnóstico que identifica as causas da doença de que o nosso país padece («ineficiência crónica e melancolia psicótica» - p.121) que, a serem sanadas, resolveriam o problema da nação (apresento a lista em forma resumida): 1 – Nepotismo, pois não são os melhores a ocupar os cargos; 2 – Assédio sexual, como resquício do feudalismo na atitude dos dirigentes de empresas e instituições; 3 – Titulitis – «Portugal sofre de inflação de títulos» (p.123); 4 – Prolixidade – «Portugal é um país perdulário. Desbarata não apenas os recursos económicos mas, sobretudo, esbanja palavras» (p.124); 5 – Pessimismo – «Os portugueses têm uma disposição natural para atender ao lado mau das coisas. Cultivam a auto-depreciação » (p.124).