17 resultados para Contos contemporâneos
em SAPIENTIA - Universidade do Algarve - Portugal
Resumo:
Trabalho que investiga a recepção dos Kinder - und Hausmärchen em Portugal, fruto duma aturada e minuciosa pesquisa documental. Com efeito, Teresa Cortez passa em revista os livros e publicações periódicas enquadrados entre 1837 — data do aparecimento das primeiras traduções de contos dos KHM, no periódico lisboeta Biblioteca Familiar e Recreativa — e 1910, data a que a autora estendeu a sua pesquisa. Cada incidência da presença dos contos dos Grimm em Portugal é cuidadosamente investigada, contextualisada e analisada, Assim, à medida que vemos surgir, primeiro esparsas em revistas destinadas a um público infantil, e sem indicação de autoria, traduções (do francês) dos KHM, vamo-nos inteirando sobre o epírito e motivações do seu aparecimento, quer partindo do estudo comparativo com o texto de origem, quer de um exame da publicação de chegada, alargando-se a pesquisa aos seus editores e autores. Todo o processo de recepção dos contos de Grimm vai sendo examinado pela autora à luz dos movimentos das últimas décadas do séc. XIX e primeira do séc. XX, nomeadamente o nacionalismo neo-romântico e o positivismo.
Resumo:
Neste artigo, pretendo destacar a forma como o discurso dos contos da literatura oral obedece a regras e leis que podem ser medidas e verificadas.Para tal, analisarei três narrativas, em língua mirandesa, recolhidas na Terra de Miranda onde este idioma é falado. Em seguida, procederei à descrição da sua estrutura, assim como à trajectória e organização discursiva, que sobressai para além da aparente simplicidade e desorganização. Na primeira parte, de carácter empírico, descreverei algumas particularidades desta região, reflectindo sobre o papel dos contos da literatura oral na construção da identidade mirandesa. Na segunda, de âmbito estatístico, será feita a análise dos dados lexicais, textuais e discursivos. O método de trabalho baseia-se na estatística paramétrica. Esta análise é confrontada com os dados teóricos que acompanham, corroboram ou contestam, os dados estatísticos. O estudo completa-se com a apresentação dos textos e das ecografias lexicais de cada conto.
Resumo:
Neste novo livro, António Manuel Venda situa os acontecimentos numa edilidade na serra, nunca nomeada. Sabendo nós que o autor é de Monchique, podemos deduzir que pode ter sido a sua fonte de inspiração, mas deste modo torna-se mais ambíguo, mais universal, e pode-se aplicar a muitas outras terras por esse país fora. O mesmo se passa com os nomes: exceto a bruxa (Maria Cadela) e os diabos (Diabo e Diaba), ninguém ali tem nome próprio, mas são todos conhecidos pela profissão que exercem: o especialista, o funcionário, o vereador, o guarda, etc. O título diz-nos que se trata de um livro de contos, mas, na verdade, os dez casos ali narrados mais parecem capítulos de uma novela, pois entreligam-se entre si, não só pelas personagens que se repetem de história para história (o presidente da câmara, protagonista ou personagem secundária, aparece quase sempre), como pelas referências que são feitas e que remetem de uns para outros. Por exemplo, no último conto, «Com a cruz às costas», quando o presidente matuta no aproveitamento político que se pode fazer de um aparente milagre, discorre, ao mesmo tempo: «O milagre tinha mesmo pegado. Não tinha sido como o dos diospiros, que estava rapidamente a cair no esquecimento», remetendo o leitor para a história das «Duas nuvens furiosas em pleno Verão».
Resumo:
Não, não é uma gracinha minha nem é engano. É apenas o título bem-disposto do último livro de Paulo Moreira. Publicado pela Lua de Marfim no passado mês de outubro, foi escrito há quase 30 anos, tendo sido distinguido, em 1987, na 1ª Mostra Portuguesa de Artes e Ideias. O júri de então, constituído por relevantes nomes da literatura portuguesa (Agustina Bessa-Luís, Dinis Machado, Maria Ondina Braga, Fernando Dacosta e José do Carmo Francisco), recomendou a sua publicação. A vida deu muitas voltas e só agora essa publicação – em boa hora – aconteceu.
Resumo:
Cidália Bicho conhece academicamente muito bem os contos tradicionais, pois foi esse o tema do seu mestrado em Literatura Oral e Tradicional, porém, o seu interesse, com este livro, é poder passar a outros (em primeiro lugar, ao seu filho Gonçalo) as histórias que lhe contaram em criança, que fizeram parte da sua formação. E como «quem conta um conto acrescenta-lhe um ponto», este livro é a sua forma de contribuir para a tradição. Numa época em que muitos pais e avós, tantos destes jovens e ainda ativos profissionalmente, não têm capacidade para continuar essa cadeia – que se esperaria inquebrável – de transmissão oral desse material, o aparecimento desta obra faz todo o sentido. O livro tem quatro contos, todos eles passados no tempo em que os animais falavam, protagonizados por um lobo matreiro e uma raposa vaidosa que vivem várias aventuras. Como contar estas histórias, que eram tradicionalmente ouvidas? Que tipo de linguagem escolher? Terá de haver uma moral evidente? Consciente ou não destes desafios, o livro de Cidália Bicho tem em conta estas preocupações.
Resumo:
Escrever um conto, precisamente por ter de ser curto e ter de conter (e contar) tudo em poucas palavras, exige uma grande perícia. Demora ser breve. Conseguir, em poucas páginas, prender a atenção do leitor, levá-lo ao clímax da ação e descontraí-lo, no final, não é tarefa simples. Pois bem, posso dizer que os autores presentes neste volume, publicado pela Lua de Marfim e coordenado por F. Esteves Pinto, alcançaram com sucesso aqueles objetivos. A ideia de convidar também sete artistas para ilustrarem os contos foi muito feliz. Cada um leu, à sua maneira, o conto que ilustrou, fazendo, por vezes, da ilustração um novo «texto», mais do que uma ilustração. Descubram-nos!
Resumo:
Dissertação de mest. Literatura Portuguesa, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Univ. do Algarve, 2004
Resumo:
As raizes deste trabalho estão sem dúvida no meu continuado deslumbramento por " contos de fadas" que, ao contrário dos contos manufacturados para crianças, mantiveram o fascínio de mistérios por resolver. A tarefa de os pensar e de me debruçar sobre quem os estudou mais não fez do que aprofundar o mistério que, se o é, por definição é irresolúvel.
Resumo:
Dissertação de Mestrado, História da Arte Portuguesa, Faculdade de Ciências Humanans e Sociais, Universidade do Algarve, 2007
Resumo:
Tese de Doutoramento em Métodos Quantitativos Aplicados à Economia e à Gestão, Especialização em Econometria, Universidade do Algarve
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Depois do volume dedicado aos "Contos" (saído em 2004), estamos em presença dp II vol. do "Património Oral do Concelho de Loulé.
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No presente artigo pretendo documentar as diferentes posições assumidas pelos dois fundadores do movimento etnográfico português, Teófilo Braga (1843-1924) e Adolfo Coelho (1847-1919), face ao trabalho de investigação e recolha de contos populares alemães realizado pelos Irmãos Grimm. Ao longo da sua obra, Teófilo Braga testemunhou repetidamente uma enorme admiração pelos Irmãos Grimm, muito em especial por Jacob, cujo exemplo procurou seguir. Teófilo Braga orientou-se na sua pesquisa pelas teses dos Irmãos Grimm, nomeadamente, pela tese da génese mítica dos contos, e concebeu a sua colecção de contos populares portugueses como recolha etnográfica e livro infantil, na esteira dos Kinder- undHausmärchen. A relação de Adolfo Coelho com a obra dos Grimm revela-se bem mais distanciada que a de Teófilo Braga. Adolfo Coelho leu criticamente os principais estudos e recolhas dos dois filólogos alemães, avaliou-os à luz das mais recentes teorias e optou pela publicação em separado de duas colecçõesde contos populares portugueses uma mais "científica" e uma outra destinada à leitura por crianças. Curiosa é também a resistência de Adolfo Coelho à tradução de contos da colecção dos Irmãos Grimm para língua portuguesa, que, a seu ver, poderia ser nociva, pois facilitaria a contaminação dos contos populares nacionais.
Resumo:
Margarida Tengarrinha oferece - nos, nesta obra, um leque bastante diversificado do património, adentro das “artes da fala”, correndo nas memórias do povo do concelho de Portimão. O fruto da sua recolecção, os “textos” que recebeu, transcreveu e estudou, é aqui editado com uma valência, cremos,, primeiro que tudo pedagógica. Assim, os textos agrupam - se por “manchas de leitura” com uma coerência interna aglutinadora, aparecendo ordenados sob uma classificação entre formal — segundo os “géneros”, como “contos” , “lendas”, “romances”, “orações”, por exemplo — e temática — por “fundos de sentido” semantizados nas comunicações: “bruxas e bruxedos”, “benzeduras, mezinhas, maldições e superstições”, “poesias maliciosas”, por exemplo.
Resumo:
A intervenção, em forma de ensaio, traz ao debate uma postura cautelosa relativamente aos modelos correntes de sustentabilidade, enquanto expressão de uma moldura mais ampla inscrita na crise da modernidade, ao mesmo tempo que visa transaccionar informação para a compreensão dos sentidos em que são formulados e se encontram emersos os discursos contemporâneos sobre esta questão. Tomada a sustentabilidade como corolário conjectural de mudança dos sistemas técnicos e sociais, com influentes derrames no turismo, procura-se anotar algumas contradições nas lógicas que amparam as suas matrizes discursivas, quer em termos de propostas de construção imaginária de um futuro desejável, quer em termos do entendimento das condições da sua viabilização. A construção de modelos de sustentabilidade, perspectivada entre o operativismo tecnológico e o decisionismo político, e os tipos de intervenção correlatos, ao se articularem com triplo eixo da preservação-turismo-consumo e com um marketing vigoroso, não deixam de interpelar a natureza de muitas das estratégias de figuração e refiguração da experiência turística que, em discurso, procuram tomá-la como catalizadora da dinamização das economias locais, ao mesmo tempo que preserva a cultura e o meio ambiente.
Resumo:
Tese de doutoramento, Literatura Francesa, Unidade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade do Algarve, 2000