4 resultados para floral biology

em Repositório Institucional da Universidade de Aveiro - Portugal


Relevância:

20.00% 20.00%

Publicador:

Resumo:

A doena de Alzheimer (DA) uma desordem neurodegenerativa progressiva patologicamente caracterizada pela presena de placas de amilide (placas senis) insolveis e tambm pela presena de tranas neurofibrilhares,formadas pela protena Tau hiperfosforiladada. O principal constituinte das placas senis o peptdeo beta-amilide (Ab), que deriva do processamento proteoltico da protena precursora de amilide de Alzheimer (APP). Embora Ab exista como um agregado pouco solvel nas placas senis, ele secretado pelas clulas como uma molcula solvel. O Ab per se pode afectar o metabolismo da APP. Alguns autores sugerem que o Ab exerce o seu efeito alterando o processamento ou catabolismo da APP, outros sugerem que ele tambm induz a transcrio da APP, onde aumentando os nveis da APP pode estar a contribuir para a sua prpria produo (mecanismo de feedback positivo). Assim sendo, torna-se difcil consolidar todas estas observaes e identificar as potenciais funes fisiolgicas do Ab in vivo, ou as consequncias da sua produo. Neste trabalho caracterizaram-se os efeitos do Ab no metabolismo da APP. Os nossos estudos revelaram que um dos mecanismos induzidos pelo Ab a acumulao intracelular do fragmento neuroprotector sAPP (isAPPa) em estruturas com caractersticas vesiculares associadas ao citosqueleto. Estudos adicionais em culturas primrias revelaram que o Ab estava a exercer o seu efeito ao nvel da secreo vesicular, provavelmente interferindo com o transporte de APP/sAPP ao longo da rede do citosqueleto. Esta hiptese sustentada pelo facto do Ab estar a afectar a estabilidade e a polimerizao de protenas envolvidas na dinmica do citosqueleto. Contrariamente a publicaes anteriores o Ab no induziu a transcrio da APP, na verdade em culturas primrias neuronais foi observado uma diminuio nos nveis de expresso da APP. Isto foi acompanhado por um aumento nos fragmentos C-terminais da APP (CTFs) e uma diminuio na localizao nuclear do seu domnio intracelular (AICD), sugerindo alteraes na sinalizao nuclear da APP. O Ab pode afectar outras vias de sinalizao, particularmente alterando o balano entre as actividades das protenas cinases e fosfatases, o que pode ter consequncias para o desenvolvimento da doena. Os dados obtidos indicam que o Ab capaz de inibir a actividade da protena fosfatase1, a sua importncia numa perspectiva de futuras terapias discutida. Devido relevncia da agregao do Ab para a sua toxicidade, a formao de complexos com protenas que promovem a sua desagregao/degradao e o seu efeito no processamento da APP foi avaliado. Na presena destes complexos observou-se uma reverso da acumulao isAPP, demonstrando o potencial teraputico destas protenas como moduladores do metabolismo da APP. Este trabalho permitiu compreender melhor os mecanismos envolvidos nos efeitos do Ab no processamento da APP e descobrir algumas molculas que podem ser relevantes numa perspectiva de diagnstico e terapia na DA.

Relevância:

20.00% 20.00%

Publicador:

Resumo:

Os aneldeos poliquetas so elementos importantes em ambientes estuarinos e costeiros, pela sua elevada biodiversidade e abundncia e pelo papel que tm nas cadeias trficas. Algumas espcies so intensivamente exploradas para serem utilizadas como isco na pesca desportiva e profissional, como o caso de Diopatra neapolitana. Apesar da importncia econmica, existem poucos estudos sobre a sua biologia e ecologia. No decorrer deste estudo foram identificadas duas outras espcies do gnero Diopatra em Portugal: D. marocensis, inicialmente descrita para a costa de Marrocos e cuja distribuio actual se sabe estender-se a toda a costa Portuguesa e Norte de Espanha e, D. micrura, espcie nova para a cincia. O presente estudo tem como objectivos principais estudar a diversidade e reproduo do gnero Diopatra, bem como a capacidade de regenerao da espcie D. neapolitana. Este trabalho aborda a distribuio espacial de D. marocensis ao longo da costa Portuguesa e descreve a espcie D. micrura, uma nova espcie do gnero Diopatra Audouin and Milne Edwards, 1833. As trs espcies coabitam em guas transicionais, onde as espcies D. micrura e D. marocensis facilmente se confundem com juvenis de D. neapolitana. Foi realizada uma comparao morfolgica e gentica entre as trs espcies. A espcie D. neapolitana coexiste em algumas reas da Ria de Aveiro com a D. marocensis. Apesar destas duas espcies apresentarem padres reprodutivos muito diferentes, Maio a Agosto o perodo principal para a reproduo de ambas as espcies. D. neapolitana apresenta um desenvolvimento larvar planctnico, e os ocitos presentes na cavidade celmica so esverdeados e apresentam um dimetro de 40-240 m (mdia = 164.3940.79 m) e as fmeas contm no celoma milhares de ocitos. Contrariamente, a espcie D. marocensis reproduz-se por desenvolvimento directo no interior do tubo parental. Os ocitos observados no celoma so amarelos com um dimetro entre 180 e 740 m (mdia = 497.65 31.38 m) e o seu nmero varia entre 44 e 624 (276.85 161.54). Por seu turno, o nmero de ovos observados no interior dos tubos varia entre 75 e 298, com um dimetro entre 600 e 660 m, e o nmero de larvas entre 60 e 194. A proporo machos: fmeas foi de 1:1 para a populao de D. neapolitana e entre 1:2 e 1:4 para a populao de D. marocensis, em que as fmeas dominam a populao durante todo o ano. O estudo da capacidade de regenerao da espcie D. neapolitana, avaliada a partir de experincias de laboratrio, revelou que esta espcie capaz de sobreviver perda de alguns setgeros. Durante a captura de D. neapolitana para vender como isco so normalmente cortados mais de 20 setgeros e de acordo com os nossos resultados a extremidade posterior que fica no tubo no capaz de regenerar a extremidade anterior; a espcie consegue no entanto recuperar de ataques por predadores.

Relevância:

20.00% 20.00%

Publicador:

Resumo:

O papel ecolgico das gorgnias (Octocorallia: Alcyonacea) nos fundos marinhos rochosos mundialmente reconhecido. Contudo, a informao acerca da ecologia e biologia das espcies de gorgnias nas zonas temperadas do NE Atlntico manifestamente escassa, especialmente tendo em considerao as actuais perturbaes globais, regionais e locais. Nos fundos rochosos da costa algarvia at aos 30 m, verificouse que vrias espcies de gorgnias so abundantes e frequentes, nomeadamente Eunicella labiata, Eunicella gazella, Eunicella verrucosa, Leptogorgia lusitanica e Leptogorgia sarmentosa. As populaes de gorgnias so co-dominadas por diferentes espcies que apresentaram elevados ndices de associao, indicando reduzidos nveis de competio entre elas. Em todo o caso, a estrutura dos povoamentos diferiu com as condies locais. Todas as espcies evidenciaram padres de distribuio semelhantes ao longo do gradiente de profundidade, i.e. a abundncia aumenta significamente com a profundidade aps os 15 m. A profundidades mais baixas (at aos 15 m), a distribuio das gorgnias parece ser condicionada por factores abiticos e pela competio com algas. Com efeito, os padres de distribuio espacial das espcies de gorgnias na costa algarvia so determinados pela interaco de presses naturais e antropognicas (ex. pesca). Ainda que as colnias de maior tamanho no tenham sido restritas a reas menos pescadas, em reas mais perturbadas pela pesca, a distribuio dos tamanhos das colnias estava maioritariamente desviada para tamanhos mais pequenos. Os efeitos das perturbaes naturais nas populaes de gorgnias foram evidenciados pela ocorrncia de padres demogrficos distintos em reas vizinhas sujeitas a nveis semelhantes de presses antropognicas. Estes estudos demonstraram, ainda, que os efeitos na distribuio de frequncias de tamanho das colnias so dependentes das espcies de gorgnias em causa: Eunicella labiata no parece ser afectada; Leptogorgia sarmentosa tendencialmente afectada por presses antropognicas; Eunicella gazella e Leptogorgia lusitanica aparentam ser afectadas, quer por presses naturais, quer por presses antropognicas. Os efeitos verificados nos padres da distribuio de frequncias de tamanho, particularmente a tendncia para o desvio destas frequncias para tamanhos mais pequenos em reas sujeitas a perturbaes, podero ter consequncias para a biodiversidade dos fundos sublitorais rochosos na costa algarvia. Com efeito, o presente estudo apoia o paradigma geral de que os corais so habitats que suportam comunidades de elevada biodiversidade e abundncia. Num dos poucos estudos que examinam a relao entre as gorgnias e as suas comunidades de invertebrados epibentnicos, foi verificado que as gorgnias (Eunicella gazella e Leptogorgia lusitanica) sustentam comunidades ricas (11 phyla, 181 taxa) e abundantes (7284 indivduos). Estas comunidades so dominadas por anfpodes, mas os poliquetas tiveram um grande contributo para os nveis elevados de biodiversidade. Verificou-se, igualmente, que o tamanho da colnia desempenha um papel fundamental na biodiversidade, na medida em que as colnias de menor tamanho apresentaram um contributo mais baixo, comparativamente s mdias e grandes. Ainda que ambas as gorgnias partilhem a maioria das espcies amostradas, 11 e 18 taxa foram exclusivos de Eunicella gazella e Leptogorgia lusitanica, respectivamente (excluindo indivduos com presenas nicas). No entanto, a maioria destes taxa eram ou pouco abundantes ou pouco frequentes. A excepo foi a presena de planrias (Turbellaria) de colorao branca nas colnias de Eunicella gazella, provavelmente beneficiando do efeito de camuflagem proporcionado pelos ramos com a mesma colorao. Com efeito, a complementaridade entre as comunidades epibentnicas associadas a ambas as gorgnias diminuiu quando usados os dados de presena/ausncia, sugerindo que os padres de biodiversidade so mais afectados pelas alteraes na abundncia relativa das espcies dominantes do que pela composio faunstica. As comunidades de epifauna bentnica associadas a estas gorgnias no s apresentaram valores elevados de -diversidade, como de - diversidade, resultantes de padres intrincados de variabilidade na sua composio e estrutura. Ainda que o conjunto de espcies disponveis para colonizao seja, na generalidade, o mesmo para ambos os locais, cada colnia apresenta uma parte deste conjunto. Na sua totalidade, as colnias de gorgnias podero funcionar como uma metacomunidade, mas a estrutura das comunidades associadas a cada colnia (ex. nmero total de espcies e abundncia) parecem depender dos atributos da colnia, nomeadamente superfcie disponvel para colonizao (altura, largura e rea), complexidade e heterogeneidade (dimenso fractal e lacunaridade, respectivamente) e cobertura epibentnica colonial (ex. fauna colonial e algas macroscpicas; CEC). Numa primeira tentativa para quantificar a relao entre as gorgnias e os invertebrados epibentnicos a elas associados (em termos de abundncia e riqueza especfica), verificou-se que a natureza e a intensidade destas relaes dependem da espcie hospedeira e variam para os grupos taxonmicos principais. No entanto, independentemente do grupo taxonmico, a riqueza especfica e a abundncia esto significativamente correlacionadas com a CEC. Com efeito, a CEC provavelmente devido a um efeito trfico (aumento da disponibilidade alimentar directo ou indirecto), combinado com a superfcie disponvel para colonizao (efeito espcies-rea) foram as variveis mais relacionadas com os padres de abundncia e riqueza especfica. Por outro lado, ainda que a complexidade estrutural seja frequentemente indicada como um dos factores responsveis pela elevada diversidade e abundncia das comunidades bentnicas associadas a corais, a dimenso fractal e a lacunaridade apenas foram relevantes nas comunidades associadas a Leptogorgia lusitanica. A validade do paradigma que defende que a complexidade estrutural promove a biodiversidade poder ser, ento, dependente da escala a que se realizam os estudos. No caso das gorgnias, o efeito da complexidade ao nvel dos agregados de gorgnias poder ser muito mais relevante do que ao nvel da colnia individual, reforando a importncia da sua conservao como um todo, por forma a preservar a diversidade de espcies hospedeiras, o seu tamanho e estrutura. Actividades antropognicas como a pesca, podem, ainda, ter efeitos negativos ao nvel da reproduo de espcies marinhas. Analogamente ao verificado para os padres de distribuio espacial das populaes de gorgnias na costa algarvia, a informao relativa sua reproduo igualmente escassa. Os estudos realizados em populaes de Eunicella gazella a 16m de profundidade, demonstraram que o desenvolvimento anual das estruturas reprodutivas altamente sincronizado entre os sexos. A razo entre sexos na populao foi de 1.09 (F:M), encontrando-se perto da paridade. A espermatognese estende-se por 6 a 8 meses, enquanto que a oognese mais demorada, levando mais de um ano para que os ocitos se desenvolvam at estarem maduros. Antes da libertao dos gmetas, foi observada uma elevada fecundidade nas fmeas (27.3013.24 ocitos plipo1) e nos machos (49.3031.14 sacos espermticos plipo1). Estes valores encontram-se entre os mais elevados reportados data para zonas temperadas. A libertao dos gmetas (no h evidncia de desenvolvimento larvar, nem superfcie da colnia, nem no seu interior) occorre em Setembro/ Outubro, aps um perodo de elevada temperatura da gua do mar. As fmeas emitem ocitos maduros de elevadas dimenses, retendo, todavia, os ocitos imaturos que se desenvolvem apenas na poca seguinte. Ainda que o efeito da pesca nas populaes de gorgnias da costa do Algarve seja perceptvel, s taxas actuais, o mergulho recreativo no aparenta afectar seriamente estas populaes. Contudo, sendo uma indstria em expanso e conhecendo-se a preferncia de mergulhadores por reas rochosas naturais ricas em espcies bentnicas, futuramente poder vir a afectar estes habitats. A monitorizao de mergulhadores na costa algarvia mostrou que a sua maioria (88.6 %) apresenta comportamentos que podem impactar o habitat, com uma taxa mdia de contactos de 0.3400.028 contactos min1. Esta taxa foi mais elevada em mergulhadores com moderada experincia e na fase inicial do mergulho (010 min). Os contactos com as barbatanas e mos foram comuns, resultando, maioritariamente, na resuspenso do sedimento, mas geralmente apresentando um impacto reduzido. Todavia, a fauna tambm foi afectada, quer por danos fsicos, quer pela interaco com os mergulhadores, e num cenrio de expanso significativa desta actividade, os impactos na fauna local podero aumentar, com consequncias para os ecossistemas de fundos rochosos da costa sul de Portugal. Na sua globalidade, a informao recolhida nos estudos que contemplam esta tese, por ser em grande parte totalmente nova para a regio, espera-se que contribua para a gesto da zona costeira do Algarve.

Relevância:

20.00% 20.00%

Publicador:

Resumo:

The common cuttlefish, Sepia officinalis, is a necto-benthic cephalopod that can live in coastal ecosystems, with high influence of anthropogenic pressures and thus be vulnerable to exposure to various types of contaminants. The cuttlefish is a species of great importance to the local economy of Aveiro, considering the global data of catches of this species in the Ria de Aveiro. However, studies on this species in Ria de Aveiro are scarce, so the present study aims to fill this information gap about the cuttlefish in the Ria de Aveiro. The cuttlefish enters Ria de Aveiro in the spring and summer to reproduce, returning to deeper waters in the winter. In terms of abundance, the eastern and center regions of the lagoon, closer to the sea, showed the highest values of abundance, while the northern and southern regions of the main channel had the lowest abundance. This fact may be related to abiotic factors, as well as depth, salinity and temperature. In the most southern point of the Ria de Aveiro (Areo) no cuttlefish was caught. This site had the lowest values of salinity and depth. The cuttlefish has an allometric the females being heavier than males to mantle lengths greater than 82.4 mm. Males reach sexual maturity first than females. In Ria de Aveiro in a generation of parents was found. The cuttlefish, presents itself as opportunistic predators, consuming a wide variety of prey from different taxa. The diet was similar in different sampling locations observing significant differences for the seasons. S. officinalis was captured at 10 sites in the Ria de Aveiro with different anthropogenic sources of contamination. Thus, levels of metals analyzed were similar at all sampling sites, with the exception of a restricted area, Laranjo, which showed higher values. The cuttlefish has the ability to accumulate metals in your body. The levels of Fe, Zn, Cu, Cd, Pb and Hg found in the digestive gland and mantle reflect a differential accumulation of metals in the tissues. This accumulation is related to the type and function of tissue analyzed and the type of metal analysis (essential and non-essential). The metal concentrations in the digestive gland are higher than in the mantle, with the exception of mercury. This may be due to the high affinity of the mantle for the incorporation of methylmercury (MeHg), the most abundant form of mercury. The accumulation of metals can vary over a lifetime, depending on the metal. The concentrations of Zn, Cd and Hg increases throughout life, while Pb decreases and essential metals such as Fe and Cu remain constant. The data collected suggest that the cuttlefish (Sepia officinalis) can be used as a bioindicator of environmental contamination for some metals.