24 resultados para Vigilância epidemiológica enfermeiros
em Repositório Institucional da Universidade de Aveiro - Portugal
Resumo:
As alteraes introduzidas pela actual reforma da Administrao Pblica preconizam uma gesto determinada por objectivos motivando os trabalhadores para um desempenho de qualidade reconhecendo o mrito e a excelncia. A avaliao de desempenho dos enfermeiros regulamentada desde 1993, estabelece como princpios orientadores a objectividade, a continuidade, a flexibilidade e a periodicidade, em que a atribuio de uma meno qualitativa resulta da avaliao contnua centrada no contedo funcional de cada categoria profissional. A abordagem da justia organizacional justifica-se, tendo em conta os efeitos das percepes de (in)justia nas atitudes e comportamentos das pessoas. Essas reaces podem ter efeitos directos e indirectos no funcionamento dos grupos e da organizao. Neste contexto, surge este estudo, no experimental, transversal e correlacional de tipo quantitativo, para o qual definimos como objectivos fundamentais: conhecer o nvel de satisfao dos enfermeiros com o processo de avaliao de desempenho e variveis relacionadas; avaliar a percepo de justia organizacional dos enfermeiros e analisar as possveis relaes entre a satisfao com o processo de avaliao de desempenho e a percepo de justia organizacional Os dados foram obtidos, atravs da aplicao de um questionrio aos enfermeiros do Hospital em estudo e conclumos que, os enfermeiros avaliam positivamente o nvel de satisfao com o processo de avaliao de desempenho, com valores superiores na dimenso comportamental, referente aos aspectos interaccionais do que na dimenso cognitiva, relacionada com os aspectos procedimentais. Os enfermeiros chefes so a categoria profissional com nvel mais baixo de satisfao na dimenso referente aos aspectos interaccionais. A anlise dos dados referentes ao nvel de finalizao das diferentes fases do processo de avaliao indicam uma clara descontinuidade dado que, apenas 23,8% dos enfermeiros participa na elaborao das normas e critrios e, inversamente, 97,6% elaboraram o relatrio crtico de actividades sendo este o documento de suporte documental que permite a atribuio da meno qualitativa reforando assim as crticas de burocratizao do processo. Relativamente percepo de justia organizacional verificamos que a vertente distributiva a que apresenta valores mais baixos sendo a vertente interaccional aquela em que se verifica valores mdios mais elevados. Verificmos existirem correlaes positivas e significativas entre as dimenses procedimental e interaccional da percepo de justia, quer para a dimenso cognitiva quer para a dimenso comportamental do nvel de satisfao com a avaliao de desempenho dos enfermeiros. O estudo refora a convico de que o processo de avaliao de desempenho deve ser mantido tal como regulamentado, devendo os esforos serem canalizados para corrigir os aspectos referentes preciso com que o processo avalia o desempenho e o cumprimento de todas as etapas o que s se consegue com a participao reflectida na adeso a um sistema de valores que privilegie a qualidade e definio de indicadores de produtividade e qualidade dos cuidados de enfermagem.
Resumo:
A prestao de cuidados de sade coloca os novos enfermeiros face a situaes complexas que exigem a mobilizao de um conjunto de saberes prprios a fim de poderem responder de modo eficaz diversidade, imprevisibilidade e singularidade de cada situao da prtica clnica. Os ensinos clnicos so momentos determinantes na formao dos enfermeiros, pois so simultaneamente momentos de transformao de saberes, de aquisio da profissionalidade e de desenvolvimento de perfis de competncias. Estas trs dimenses fomentam a consciencializao do estudante para assumir novos papis, atravs do confronto com situaes concretas de sade e de doena. tambm neste confronto com as situaes reais que surgem conflitos que envolvem valores, atitudes e emoes. Trata-se de momentos difceis, geradores de stress, mas de importncia fundamental para o desenvolvimento do processo de pensamento e construo do juzo tico. Analisar o processo global de construo do pensamento tico como sistema de desenvolvimento humano nos estudantes de enfermagem, contribuindo para a construo de saberes dirigidos para as estratgias que podero influenciar a aprendizagem da tica no contexto da formao inicial dos enfermeiros, foi a nossa principal preocupao. Realizamos um estudo etnogrfico, tipo estudo de caso, inserido numa metodologia multimtodo (quantitativa e qualitativa), na Escola Superior de Enfermagem do Porto. A investigao decorreu em trs tempos distintos. Num primeiro momento, foi identificada a orientao moral dos estudantes atravs da aplicao de um questionrio (EPQ); num segundo tempo, foi efectuada uma observao participante no sentido de identificar as formas de pensamento dos estudantes e os factores que as influenciaram ou dificultaram; num terceiro momento, foram realizadas entrevistas de forma a clarificar e aprofundar as informaes recolhidas. No tratamento da informao emergiram seis dimenses de anlise (contexto da prtica, trajectrias da aprendizagem, influncia dos modelos da prtica, dinmicas de tutoria - superviso - e desafios de ordem tica) que nos permitiram compreender a natureza das situaes ticas e os padres de resposta dos estudantes face a essas situaes, a influncia do ensino da tica e tambm os factores influenciadores das formas de pensamento tico. A anlise dos resultados revelou que, ao longo do curso de enfermagem, os estudantes desenvolvem o seu pensamento tico numa interaco recproca de si prprios como pessoas activas (estudante) e o ambiente (contexto), onde se encontram em permanente crescimento (desenvolvimento humano), sendo que o ambiente se encontra tambm em constante transformao. Isto ocorre num movimento crescente, que se inicia com o aprender a pensar atravs do conhecimento acumulado (saber terico) que lhes permite desenvolver uma actuao atravs do aprender fazendo (saber prtico) de modo a atingirem com sucesso a transio para o mundo do trabalho. Tal como qualquer outro processo, o desenvolvimento do pensamento acontece em paralelo com a construo da aprendizagem, segundo etapas ou fases, que caracterizamos como: maturao, consolidao e autonomizao. Ao longo do trabalho foram identificados aspectos fundamentais que carecem de reflexo e mudana nos contextos da formao inicial dos enfermeiros, cuja influncia preponderante no desenvolvimento do pensamento tico, dos quais salientamos: a nvel da formao (contextos de ensino, processos supervisivos e formao de supervisores) e a nvel do currculo (Plano de Estudos).
Resumo:
Este relatrio apresenta o estudo de duas linhas de montagem de cmaras de vigilância da empresa Bosch Security Systems, S.A. de Ovar. Numa primeira fase procedeu-se elaborao das listas de tarefas e respectivas precedncias, seguindo-se a medio de trabalho, com o intuito de se actualizarem os tempos padro existentes. Procedeu-se comparao dos tempos obtidos com os que se encontravam em vigor de modo a perceber as diferenas e motivos das mesmas. Numa segunda fase, realizaram-se balanceamentos para as duas linhas tendo como cenrios a manuteno das duas linhas e a possibilidade da sua juno numa linha nica. Analisaram-se todos os resultados e efectuou-se um levantamento do investimento necessrio associado a cada um dos cenrios. Realizou-se deste modo uma anlise de viabilidade com vista ao apoio deciso. Por fim, realizou-se o workshop Lean Line Design que teve como resultado a configurao fsica da linha final. Este projecto permitiu chegar a resultados aliciantes, com ganhos a vrios nveis. Constituiu mais uma aco de melhoria da empresa, levando-a a rectificar lacunas existentes e ao cumprimento de procedimentos ergonmicos que j se encontravam definidos.
Resumo:
O cancro da mama feminino pela sua magnitude merece uma especial ateno ao nvel das polticas de sade. Emerge, pois uma viso abrangente que, por um lado, deve atentar para o encargo que esta representa para qualquer sistema de sade, pelos custos que acarreta, como tambm, para a qualidade de vida das mulheres portadoras da mesma. Desta forma, a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) tem desenvolvido, em colaborao com as Administraes Regionais de Sade (ARS), o Programa de Rastreio do Cancro da Mama (PRCM), o qual apresenta, no Concelho de Aveiro, taxas de adeso na ordem dos 50%, ainda distantes dos 70%, objetivo recomendado pelas guidelines da Comisso Europeia. A no adeso tem sido considerada como um dos principais problemas do sistema de sade, tanto pelas repercusses ao nvel de ganhos em sade, como tambm na qualidade de vida e na satisfao dos pacientes com os cuidados de sade, constituindo-se como um fenmeno multifatorial e multidimensional. neste sentido que o presente trabalho se prope identificar os fatores, de cariz individual e do meio envolvente, determinantes da adeso ao PRCM, numa amostra de mulheres residentes no Concelho de Aveiro, com idades compreendidas entre os 45 e os 69 anos e, a partir dos resultados emergentes, propor estratgias de educao em sade. Como procedimentos metodolgicos e, numa primeira fase, entre outubro 2009 e maio 2010 foi aplicado um survey, o qual foi complementado com notas de campo dos entrevistadores a uma amostra no aleatria de 805 mulheres, em dois contextos distintos: no centro de sade s aderentes mamografia e, no domiclio, s no aderentes. Numa segunda fase, realizamos duas sesses de Focus Group (FG), num total de 12 elementos, um grupo heterogneo com enfermeiros, mdicos e utentes, e um outro grupo homogneo, apenas com profissionais de sade. O tratamento dos dados do survey foi efetuado atravs de procedimentos estatsticos, com utilizao do SPSS verso 17 e realizadas anlises bivariadas (qui-quadrado) e multivariadas (discriminao de funo e rvore de deciso atravs do algoritmo Chi-squared Automatic Interaction Detector) com o intuito de determinar as diferenas entre os grupos e predizer as variveis exgenas. No que diz respeito a indicadores sociodemogrficos, os resultados mostram que aderem mais, as mulheres com idades <50 anos e 56 anos, as que vivem em localidades urbanas, as trabalhadoras no qualificadas e as reformadas. As que aderem menos ao PRCM tm idades compreendidas entre os 50-55 anos, vivem nas zonas periurbanas, so licenciadas, apresentam categoria profissional superior ou esto desempregadas. Em relao s restantes variveis exgenas, aderem ao PRCM, as mulheres que apresentam um Bom Perfil de Conhecimentos (46.6%), enquanto as no aderentes apresentam um Fraco Perfil de Conhecimentos (50.6%), sendo esta relao estatisticamente significativa (X2= 10.260; p=0.006).Cerca de 59% das mulheres aderentes realiza o seu rastreio de forma concordante com as orientaes programticas presentes no PRCM, comparativamente com 41.1% das mulheres que no o faz, verificando-se uma relao de dependncia bastante significativa entre as variveis Perfil de Comportamentos e adeso(X2= 348.193; p=0.000). Apesar de no existir dependncia estatisticamente significativa entre as Motivaes e a adeso ao PRCM (X2= 0.199; p=0.656), se analisarmos particularmente, os motivos de adeso, algumas inquiridas demonstram preocupao, tanto na deteo precoce da doena, como na hereditariedade. Por outro lado, os motivos de no adeso, tambm denotam aspetos de nvel pessoal como o desleixo com a sade, o desconhecimento e o esquecimento da marcao. As mulheres que revelam Boa Acessibilidade aos Cuidados de Sade Primrios e um Bom Atendimento dos Prestadores de Cuidados aderem mais ao PRCM, comparativamente com as inquiridas que relatam Fraca Acessibilidade e Atendimento, no aderindo. A partir dos resultados da anlise multivariada podemos inferir que as variveis exgenas estudadas possuem um poder discriminante significativo, sendo que, o Perfil de Comportamentos a varivel que apresenta maior grau de diferenciao entre os grupos das aderentes e no aderentes. Como variveis explicativas resultantes da rvore de deciso CHAID, permaneceram, o Perfil de Comportamentos (concordantes e no concordantes com as guidelines), os grupos etrios (<50 anos, 50-55anos e 56anos) e o Atendimento dos prestadores de cuidados de sade. As mulheres mais novas (<50 anos) com Perfil de comportamentos concordantes com as guidelines so as que aderem mais, comparativamente com os outros grupos etrios. Por outro lado, as no aderentes necessitam de um bom atendimento dos prestadores de cuidados para se tornarem aderentes ao PRCM. Tanto as notas de campo, como a discusso dos FG foram sujeitas a anlise de contedo segundo as categorias em estudo obtidas na primeira fase e os relatos mostram a importncia de fatores de ordem individual e do meio envolvente. No que se refere a aspetos psicossociais, destaca-se a importncia das crenas e como fatores ambientais menos facilitadores para a adeso apontam a falta de transportes, a falta de tempo das pessoas e a oferta de recursos, principalmente se existirem radiologistas privados como alternativa ao PRCM. Tal como na primeira fase do estudo, uma das motivaes para a adeso a recomendao dos profissionais de sade para o PRCM, bem como a marcao de consultas pela enfermeira, que pode ser uma oportunidade de contacto para a sensibilizao. Os hbitos de vigilância de sade, a perceo positiva acerca dos programas de sade no geral, o acesso informao pertinente sobre o PRCM e a operacionalizao deste no terreno parecem ser fatores determinantes segundo a opinio dos elementos dos FG. O tipo e a regularidade no atendimento por parte dos profissionais de sade, a relao entre profissional de sade/paciente, a personalizao das intervenes educativas, a divulgao que estes fazem do PRCM junto das suas pacientes, bem como, a organizao do modelos de cuidados de sade das unidades de sade e a forma como os profissionais se envolvem e tomam a responsabilizao por um programa desta natureza so fatores condicionantes da adeso. Se atendermos aos resultados deste estudo, verificamos um envolvimento de fatores que integram mltiplos nveis de interveno, sendo um desafio para as equipas de sade que pretendam intervir no mbito do programa de rastreio do cancro da mama. Com efeito, os resultados tambm apontam para a combinao de mltiplas estratgias que so transversais a vrios programas de promoo da sade, assumindo, desta forma, uma perspetiva multidimensional e dinmica que visa, essencialmente, a construo social da sade e do bem-estar (i.e. responsabilizao do cidado pela sua prpria sade e o seu empowerment).
Resumo:
ENQUADRAMENTO: A avaliao da qualidade dos servios de sade, a crescente melhoria do desempenho dos profissionais, e a monitorizao sistemtica das atividades desenvolvidas pelas instituies de sade, potenciam a qualidade dos cuidados prestados. A interveno dos enfermeiros e dos restantes profissionais de sade imprescindvel na promoo desta qualidade conforme defendem os diversos modelos da sua gesto. Para a generalidade destes, considera-se que a superviso clnica em enfermagem e a formao dos profissionais so ferramentas de eleio para a promoo da excelncia clnica. OBJETIVO: Analisar as principais dimenses a considerar num processo de superviso e formao para a avaliao e acreditao da qualidade duma instituio hospitalar, numa perspetiva ecolgica. MTODO: Trata-se de um estudo de caso que abrange uma unidade de cuidados de um hospital. Para a colheita de dados recorreu-se a um conjunto de tcnicas e instrumentos, entre as quais a observao participante, entrevistas semiestruturadas e um questionrio, aplicados aos enfermeiros dessa unidade. A informao obtida foi submetida anlise qualitativa e quantitativa, com recurso aos programas NUD*IST QSR N6 e SPSS 17, respetivamente. RESULTADOS E DISCUSSO: Os resultados obtidos permitiram caracterizar quatro dimenses: i) Processos de qualidade; ii) Prticas supervisivas; iii) Formao em contexto de trabalho; e iv) Relaes interpessoais. A partir destas compreendeu-se que a acreditao deve ser um processo contnuo e documentado da anlise das atividades de enfermagem, visando a realizao de mudanas nos processos de gesto, na orientao das atividades de aperfeioamento dos recursos humanos, na pesquisa de respostas s dificuldades no ato de cuidar enfrentadas e identificadas, e nas atividades administrativas ligadas s modificaes de processos assistenciais e de gesto. O cruzamento dos dados com os referenciais tericos veio corroborar a importncia da implementao de um processo de gesto de qualidade para os cuidados de enfermagem, num hospital, onde so decisivos os processos supervisivos e formativos, assim como se tornou emergente atender-se s relaes interpessoais nas equipas.
Resumo:
A transio demogrfica e epidemiológica da populao portuguesa tem e ter um enorme impacto na utilizao dos recursos de sade. Atualmente, as pessoas idosas representam um dos grupos etrios com taxas de internamento hospitalar mais significativos. Contudo, os dados sobre a hospitalizao destas pessoas tm demonstrado resultados de sade negativos, nomeadamente, o declnio funcional e cognitivo e o risco elevado de eventos adversos. Os/as enfermeiros/as tm um papel crucial na mudana desta realidade. Deste modo, a associao entre o contexto no qual decorre o cuidado de enfermagem geritrica e os resultados deste cuidado relativos a/os utentes, enfermeiros/as e organizaes tm sido proficuamente documentados. Algumas estratgias para promover a qualidade do cuidado geritrico e a segurana das pessoas idosas hospitalizadas consistem em avaliar e (re)criar o ambiente de trabalho geritrico dos/as enfermeiros/as (AGTE) e capacitar e treinar estes/as profissionais no cuidado pessoa idosa. Embora, internacionalmente, os dados demonstrem a associao entre as caractersticas de hospitais e/ou enfermeiros/as e o AGTE, no existem estudos em Portugal nesta rea, bem como sobre o conhecimento e as atitudes destes profissionais no contexto hospitalar. Por conseguinte, este estudo teve como objetivos: 1) traduzir, adaptar culturalmente e validar as escalas que compem o questionrio Geriatric Institucional Assessment Proflie (GIAP) para a populao portuguesa; 2) analisar o AGTE (fatores intrnsecos e extrnsecos) que apoiam ou dificultam a adoo das melhores prticas geritricas em hospitais portugueses; 3) analisar as atitudes e conhecimento de enfermeiros/as acerca de quatro sndromes geritricas (lceras de presso, distrbio do sono, conteno fsica e incontinncia), destacando as boas prticas e os problemas encontrados nos hospitais portugueses; 4) analisar a relao entre as variveis demogrficas, profissionais e as caractersticas dos hospitais e as escalas que compem o GIAP verso portuguesa; 5) conhecer as percees de enfermeiros/as acerca do cuidado s pessoas idosas hospitalizadas e dos obstculos enfrentados para desenvolver um cuidado de boa qualidade; e 6) analisar a relao entre a perceo de enfermeiros/as sobre o AGTE e o conhecimento e atitudes geritricas destes profissionais em funo da regio e unidade de internamento. Este estudo foi desenvolvido com base num mtodo quantitativo do tipo exploratrio-descritivo, transversal, prospetivo e correlacional. A amostra foi constituda por 1.068 enfermeiros/as de cinco hospitais da regio norte e centro do pas. A recolha de dados foi desenvolvida atravs de autopreenchimento do GIAP verso portuguesa. De entre os principais resultados destacam-se: 1) a obteno de um instrumento vlido e fivel para avaliar o AGTE e conhecimentos e atitudes geritricas; 2) a perceo de enfermeiros/as sobre o cuidado s pessoas idosas como sendo predominantemente negativa; 3) a perceo de enfermeiros/as sobre o apoio insuficiente dos lderes hospitalares para promover um AGTE favorvel; 4) o cuidado a pessoas idosas com comportamentos inadequados e o uso de recursos geritricos como os principais fatores que influenciam a eficcia e a qualidade do cuidado geritrico; 5) a lacuna de conhecimento e atitudes negativas de enfermeiros/as acerca das quatro sndromes geritricas; 6) a conceptualizao de um modelo sobre a associao das caractersticas de enfermeiros/as, dos hospitais do estudo e das percees destes/as profissionais sobre o cuidado geritrico com o AGTE e o conhecimento e atitudes geritricos; 7) a falta de apoio familiar, a descontinuidade e a escassez de tempo para o cuidado como principais obstculos no cuidado pessoa idosa hospitalizada; e 8) o perfil de cuidado geritrico nos hospitais da regio norte e centro de Portugal como tendencialmente homogneo. Os resultados deste estudo sustentam a necessidade de um maior investimento dos decisores polticos, administradores hospitalares e docentes de Enfermagem na capacitao dos/as enfermeiros/as para o cuidado geritrico e na promoo de um AGTE mais favorvel. Tambm oferece recomendaes significativas nos domnios da deciso poltica, da gesto institucional e da prtica profissional que devem ser alvo de uma discusso alargada entre os vrios agentes com responsabilidade nestes domnios. Espera-se que este estudo possa contribuir para a promoo de um contexto favorvel ao desenvolvimento de um cuidado de enfermagem geritrica de boa qualidade s pessoas hospitalizadas.
Resumo:
O benzeno foi o primeiro poluente atmosfrico carcinognico a ser regulamentado a nvel europeu. Vrios trabalhos tm sido publicados demonstrando a relao deste poluente com diversos tipos de neoplasias nomeadamente decorrentes de exposies a nvel ocupacional. Porm, o estudo deste poluente para concentraes atmosfricas em ambientes exteriores ainda pouco conhecido e est em clara evoluo. Neste sentido, este trabalho pretende ser um contributo para o conhecimento da relao entre o benzeno atmosfrico e a incidncia de patologias que afectam os tecidos linfticos e rgos hematopoiticos nomeadamente linfomas de Hodgkin, linfomas de no-Hodgkin e leucemias na populao residente na rea Metropolitana do Porto. Dado a quase ausncia de dados de monitorizao das concentraes de benzeno atmosfrico actualmente em Portugal, estas foram estimadas com base na definio de uma relao entre o benzeno e o monxido de carbono. O conhecimento das concentraes em todo o domnio de estudo baseou-se na anlise dos dados da Rede Automtica de Monitorizao da Qualidade do Ar porm, de modo a aumentar o detalhe espacial e temporal recorreu-se modelao atmosfrica aplicando o modelo TAPM. Para perceber a evoluo temporal das concentraes, a modelao foi efectuada para os anos de 1991, 2001 e 2006 com base no ano meteorolgico de 2006 e emisses para os respectivos anos ao nvel da freguesia. O modelo foi previamente validado de acordo com uma metodologia proposta para este tipo de modelos. Contudo, mais do que perceber qual a variao da qualidade do ar a nvel exterior, importante conhecer o impacte de fontes interiores e o seu efeito na populao. Assim, desenvolveu-se um modelo de exposio e dose que permitem conhecer os valores mdios populacionais. A modelao da exposio populacional efectuada com base nos perfis de actividade-tempo, nos movimentos pendulares inter-concelhos e nas concentraes de benzeno em ambientes exteriores e interiores. Na modelao da dose ainda possvel variaes por sexo e idade. Por outro lado, para o estudo das patologias em anlise efectuou-se uma anlise epidemiológica espacial nomeadamente no que respeita elaborao de mapas de incidncia padronizados pela idade, e estudo da associao com a exposio ao benzeno atmosfrico. Os resultados indicam associao entre o benzeno e as doenas em estudo. Esta evidncia mais notria quando a anlise realizada junto s principais fontes de emisso deste poluente, vias de trfego e postos de abastecimento de combustvel. Porm, a ausncia de informao limita o estudo no permitindo o controlo de potenciais variveis de confundimento como a exposio ao fumo do tabaco. A metodologia permite efectuar uma gesto integrada da qualidade do ar exterior e interior, funcionando como uma ferramenta do apoio deciso para elaborao de planos de preveno de longo prazo de potenciais efeitos na sade das populaes nomeadamente para outro tipo de patologias.
Resumo:
A prevalncia de bactrias resistentes a antibiticos em ambiente hospitalar tem vindo a tornar-se dramtica e preocupante a nvel mundial. Contudo, com a utilizao inadequada de antibiticos em reas to diversas como a veterinria, a aquacultura e a agricultura, esta deixou de estar confinada ao ambiente hospitalar, sendo o ambiente um reservatrio natural de microganismos resistentes a estes compostos. O conhecimento detalhado dos determinantes de resistncia a antibiticos presentes nestes ambientes, sejam estes genes de resistncia ou estruturas envolvidas na sua mobilizao, fundamental, no s do ponto de vista do conhecimento como para a eventual implementao de medidas de conteno da sua disseminao. Neste contexto, so necessrios estudos que permitam conhecer o panorama mais realista da distribuio destes determinantes de resistncia a antibiticos, quer no meio ambiente quer no ambiente clnico. Assim, constituiu objectivo principal deste trabalho contribuir para o conhecimento do panorama actual da prevalncia e distribuio dos elementos ISCR, bem como de outros determinantes de resistncia a antibiticos em espcies de Gram-negativo clinicamente relevantes (Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Acinetobacter baumannii e Citrobacter freundii) recolhidas a partir de amostras de pacientes do Hospital Infante D. Pedro, EPE, Aveiro, Portugal, entre 2006 e 2008. Adicionalmente, foram tambm recolhidas bactrias de Gram-negativo do meio ambiente, a partir de amostras de guas e de vsceras de peixes, nas quais foram igualmente pesquisados os elementos acima referidos. excepo dos isolados de E. coli e de Gramnegativo ambientais, todas as estirpes estudadas foram seleccionadas com base no seu perfil de multirresistncia a antibiticos. Os resultados mostraram que em todas as espcies recolhidas no ambiente hospitalar foi detectada a presena de elementos ISCR, do tipo ISCR1 ou ISCR2. O elemento ISCR1, foi encontrado em isolados de E. coli, K. pneumoniae e C. freundii e o elemento ISCR2 em isolados de A. baumannii. No foi detectada a presena de ISCRs nos isolados de Gram-negativo ambientais, o que sugere que a ocorrncia dos mesmos fortemente influenciada pela presso selectiva exercida pelo ambiente em que os microrganismos se encontram. Genes qnr e integres de classe 1 foram os determinantes de resistncia mais frequentemente encontrados associados aos elementos ISCR1. Os vrios determinantes de resistncia foram encontrados em diferentes contextos genticos e localizados em estruturas mveis, nomeadamente em plasmdeos. O elemento ISCR2 presente em isolados de A. baumannii encontra-se associado ao gene sul2 em todos os isolados, dentro de um mesmo contexto gentico e com uma localizao cromossomal. Contudo, o contexto gentico encontrado nestes isolados novo no tendo sido descrito at data em outros microrganismos. O presente estudo constitui a primeira descrio de elementos ISCR intrinsecamente ligados a genes de resistncia a antibiticos, em Portugal. Uma vez que estes elementos parecem ser responsveis pela mobilizao de um grande nmero de genes de resistncia a antibiticos, a sua elevada incidncia entre estirpes resistentes e multirresistentes, bem como a sua associao com genes de resistncia preocupante e requer vigilância.
Resumo:
Tal como o ttulo indica, esta tese estuda problemas de cobertura com alcance limitado. Dado um conjunto de antenas (ou qualquer outro dispositivo sem fios capaz de receber ou transmitir sinais), o objectivo deste trabalho calcular o alcance mnimo das antenas de modo a que estas cubram completamente um caminho entre dois pontos numa regio. Um caminho que apresente estas caractersticas um itinerrio seguro. A definio de cobertura varivel e depende da aplicao a que se destina. No caso de situaes crticas como o controlo de fogos ou cenrios militares, a definio de cobertura recorre utilizao de mais do que uma antena para aumentar a eficcia deste tipo de vigilância. No entanto, o alcance das antenas dever ser minimizado de modo a manter a vigilância activa o maior tempo possvel. Consequentemente, esta tese est centrada na resoluo deste problema de optimizao e na obteno de uma soluo particular para cada caso. Embora este problema de optimizao tenha sido investigado como um problema de cobertura, possvel estabelecer um paralelismo entre problemas de cobertura e problemas de iluminao e vigilância, que so habitualmente designados como problemas da Galeria de Arte. Para converter um problema de cobertura num de iluminao basta considerar um conjunto de luzes em vez de um conjunto de antenas e submet-lo a restries idnticas. O principal tema do conjunto de problemas da Galeria de Arte abordado nesta tese a 1-boa iluminao. Diz-se que um objecto est 1-bem iluminado por um conjunto de luzes se o invlucro convexo destas contm o objecto, tornando assim este conceito num tipo de iluminao de qualidade. O objectivo desta parte do trabalho ento minimizar o alcance das luzes de modo a manter uma iluminao de qualidade. So tambm apresentadas duas variantes da 1-boa iluminao: a iluminao ortogonal e a boa !-iluminao. Esta ltima tem aplicaes em problemas de profundidade e visualizao de dados, temas que so frequentemente abordados em estatstica. A resoluo destes problemas usando o diagrama de Voronoi Envolvente (uma variante do diagrama de Voronoi adaptada a problemas de boa iluminao) tambm proposta nesta tese.
Resumo:
Os problemas de visibilidade tm diversas aplicaes a situaes reais. Entre os mais conhecidos, e exaustivamente estudados, esto os que envolvem os conceitos de vigilância e ocultao em estruturas geomtricas (problemas de vigilância e ocultao). Neste trabalho so estudados problemas de visibilidade em estruturas geomtricas conhecidas como polgonos, uma vez que estes podem representar, de forma apropriada, muitos dos objectos reais e so de fcil manipulao computacional. O objectivo dos problemas de vigilância a determinao do nmero mnimo de posies para a colocao de dispositivos num dado polgono, de modo a que estes dispositivos consigam ver a totalidade do polgono. Por outro lado, o objectivo dos problemas de ocultao a determinao do nmero mximo de posies num dado polgono, de modo a que quaisquer duas posies no se consigam ver. Infelizmente, a maior parte dos problemas de visibilidade em polgonos so NP-difceis, o que d origem a duas linhas de investigao: o desenvolvimento de algoritmos que estabelecem solues aproximadas e a determinao de solues exactas para classes especiais de polgonos. Atendendo a estas duas linhas de investigao, o trabalho dividido em duas partes. Na primeira parte so propostos algoritmos aproximados, baseados essencialmente em metaheursticas e metaheursticas hbridas, para resolver alguns problemas de visibilidade, tanto em polgonos arbitrrios como ortogonais. Os problemas estudados so os seguintes: Maximum Hidden Vertex Set problem, Minimum Vertex Guard Set problem, Minimum Vertex Floodlight Set problem e Minimum Vertex k-Modem Set problem. So tambm desenvolvidos mtodos que permitem determinar a razo de aproximao dos algoritmos propostos. Para cada problema so implementados os algoritmos apresentados e realizado um estudo estatstico para estabelecer qual o algoritmo que obtm as melhores solues num tempo razovel. Este estudo permite concluir que as metaheursticas hbridas so, em geral, as melhores estratgias para resolver os problemas de visibilidade estudados. Na segunda parte desta dissertao so abordados os problemas Minimum Vertex Guard Set, Maximum Hidden Set e Maximum Hidden Vertex Set, onde so identificadas e estudadas algumas classes de polgonos para as quais so determinadas solues exactas e/ou limites combinatrios.
Resumo:
A gnese de um cancro est dependente da acumulao de mutaes genticas que do origem a instabilidade genmica, que por sua vez resulta na proliferao descontrolada. Para prevenir a acumulao destas mutaes, as clulas tm mecanismos de controlo (checkpoints) que suspendem o ciclo celular e accionam as vias de reparao do ADN. Estes eventos so muitas vezes regulados por dinmicas de (des)fosforilao de protenas. As protenas fosfatases (PPs), enzimas responsveis pela remoo do grupo fosfato de resduos fosforilados, desempenham funes cruciais na regulao de muitos mecanismos celulares. Enquanto que no incio do projecto as cinases envolvidas no checkpoint da replicao estavam bem estabelecidas, as PPs envolvidas no eram conhecidas. A Chk1, um componente da maquinaria do checkpoint da replicao, exemplo dessa regulao por (des)fosforilao, como sejam nos resduos Ser317 e Ser345. Assim, como primeira abordagem para determinar quais os grupos de PPs envolvidos na regulao do checkpoint da replicao, decidimos investigar o seu papel na regulao da fosforilao da Chk1. A primeira concluso que a desfosforilao da Chk1 ao longo do tempo, tanto in vivo como in vitro, ocorre com uma dinmica bi-fsica. Em segundo, a abordagem in vitro sugere que as famlias PP1, PP2A e PP2C esto envolvidas na desfosforilao da Chk1. Uma vez que a famlia PP2A foi a que mostrou a maior aco nesta reaco, decidimos investigar outros membros da famlia in vivo, primeiro com uma abordagem geral (tratando com OA ou sobreexpressando a PME-1), e depois com o knockdown especfico da PP4 e PP6 (atravs de siRNA). Os resultados mostram que a inibio das PPs afectam tanto a desfosforilao como o estado de activao da Chk1 em resposta a tratamento com Hidroxiureia (HU). Todas as PPs testadas in vivo pareceram ser capazes de regular, a nveis diferentes, tanto a fosforilao como a desfosforilao da Chk1. A funo das PPs foi tambm investigada ao nvel: da regulao do disparo das origens de replicao, e da recuperao da suspenso da replicao, induzida pela HU. No ltimo caso, os dados indicam que na situao simultnea de knockdown da PP4 com tratamento de HU, h um atraso do ciclo celular na resoluo da transio de G2/M. No ensaio de replicao por pulse-chase, os resultamos mostram que tanto o tratamento com OA, como a sobre-expresso de I-2 ou PME-1, atrasam a cronologia do disparo programado das origens de replicao. No entanto, nenhum dos tratamentos efectuados parece desregular o incio do checkpoint da replicao. Um rastreio de 2-hbrido de levedura com uma biblioteca de cDNA de testculo humano foi realizado, usando a Chk1 como isco, no sentido de descobrir novos interactores e definir novas possveis funes para a Chk1 no contexto da meiose. Com base nos resultados do rastreio, duas novas funes so sugeridas: a interaco com a GAGE12 sugere uma funo na recombinao genmica/vigilância do genoma durante a meiose, e as interaces com a EEF11 e a RPS5 sugerem uma funo na regulao da sntese proteca. Estas experincias fornecem um viso geral para a compreenso da diversidade de funes das protenas fosfatases envolvidas no checkpoint da replicao, bem como, abre novos caminhos para o desenvolvimento de novas drogas para o tratamento do cancro.
Resumo:
A formao do estudante de enfermagem em ensino clnico reveste-se de uma importncia singular pelo contacto e vivncia de situaes em contexto, por lhe proporcionar a aquisio, o desenvolvimento e a consolidao de conhecimentos e competncias em vrios domnios, assim como de socializao com a profisso. O primeiro ensino clnico pelas actividades em contexto com os profissionais de sade e os utentes um perodo de transio particularmente marcante em termos formativos. Nele frequentemente acontece a ruptura nas suas concepes de formao e de aprendizagem, tornando-se num momento de confronto com uma formao que prepara para a incerteza e imprevisibilidade. Nesta investigao pretendemos compreender o que acontece neste perodo de aprendizagem, partindo da seguinte questo central de investigao: Que significado tem o primeiro ensino clnico no percurso formativo do estudante de enfermagem? O estudo desta questo exigiu o recurso a uma metodologia de natureza qualitativa baseada na estratgia estudo de caso na sua vertente multicasos. Seleccionmos trs casos de estudo respectivamente do 1, do 2 e 3 anos do Curso de Licenciatura em Enfermagem de trs planos de estudos de Escolas Superiores de Enfermagem. O caso constitudo por um grupo de estudantes no primeiro ensino clnico hospitalar, enfermeiros e docentes que os orientam. Desenvolvemos uma etnometodologia em que privilegimos a observao no terreno com participao directa do investigador, recolha documental, entrevistas etnogrficas e semi-estruturadas aos vrios intervenientes. A anlise da informao reunida processou-se pela anlise de contedo dos dados obtidos num percurso recursivo entre as vrias fontes com apoio do programa informtico Nvivo 7. Conclumos que o primeiro ensino clnico: um perodo de formao estruturante, com forte impacto pela transio que se opera na postura do estudante perante a aprendizagem, pelas propriedades (trans)formativas que as vivncias em contexto encerram, independentemente do ano do Curso em que este acontece; a preparao prvia dos estudantes modeliza os domnios da aprendizagem e a profundidade em que ocorre; aprendem de um modo fragmentado sem conseguirem integrar os vrios domnios do conhecimento na aco; os estudantes do 1 ano do mais significado destreza e rapidez na realizao de intervenes prescritas e aplicao dos princpios tericos aprendidos; a orientao dos enfermeiros, tutores e docentes fundamental na mobilizao, para a aco, dos conhecimentos tericos ou na sua aquisio; a vivncia das situaes em contexto e o ambiente relacional esto entre os factores mais influentes; a prtica orientada com ateno individualizada, questionamento, anlise e reflexo em dade supervisor-aluno, so fundamentais no desenvolvimento do pensamento crtico; ser supervisor deve ser assumido pelo docente e pelo enfermeiro ou tutor como um trabalho de articulao e proximidade com e no contexto onde o ensino clnico decorre; a resposta adequada s funes especficas de superviso exige participao activa de equipas de enfermagem mais preparadas e hierarquicamente apoiadas; o docente pelo conhecimento dos estudantes, dos fins e objectivos da formao, pelos desafios e exigncia que coloca tem um papel insubstituvel. No percurso da investigao novas questes emergiram nomeadamente no que se prende com: os modelos de articulao entre instituies de sade e escolares; com a formao dos supervisores e; o papel dos pares no incio da aprendizagem dos estudantes em contexto clnico.
Resumo:
Os factores de risco nos adultos jovens so fortes preditores da incidncia de doena cardiovascular e mortalidade na idade mais avanada. Em Portugal, desconhecem-se estudos que avaliem os factores de risco para as doenas crnicas, em jovens adultos, na transio do ensino secundrio para o universitrio. Este estudo pretendeu contribuir para a promoo do conhecimento dos determinantes scioculturais e ambientais no diagnstico e deteco de factores de risco para as doenas crnicas, nomeadamente as doenas cardiovasculares, em estudantes universitrios. Teve como objectivo principal a investigao do efeito da vida acadmica nos factores de risco modificveis, estilos de vida e determinantes da sade. Teve como objectivos especficos identificar a(s) prevalncia(s) dos factores de risco cardiovascular numa populao universitria, a identificao dos intervalos de referncia para a homocistena total no soro de adultos jovens portugueses, a determinao do perfil lpidico, comportamentos de sade e dieta alimentar de tipo mediterrnico entre os estudantes universitrios de acordo com o gnero e a rea cientfica de frequncia e a avaliao longitudinal do impacto da exposio vida acadmica no estado de sade dos estudantes universitrios Participaram no estudo 781 estudantes sendo a mdia de idades de 20,6. Os factores de risco estudados para as doenas crnicas, foram o hbito tabgico, a presso arterial, o ndice de massa corporal, a composio do sangue (lpidos, homocisteina e glicose), a alimentao e a actividade fsica. O estudo mostra que a prevalncia de: sedentarismo significativamente mais elevada nos rapazes (p<0,001); dislipidemia e a hipertrigliceridemia significativamente mais elevada nas raparigas. Mais de um quarto dos estudantes tem colesterol elevado sendo a hipercolesterolemia significativamente mais elevada nas raparigas (p<0,001); a hipertenso verificou-se em ambos os sexos (6,0%) mas foi significativamente mais elevada nos rapazes (p=0,001). O estudo identificou o intervalo de referncia para a homocistena em adultos jovens portugueses independentemente do sexo (6,2 a 11,6 mol/) sendo que, acima de 11,6 mol/l condio para vigilância mdica em populaes jovens adultas. Quando se estudou a exposio vida acadmica comparada com aqueles que acabaram de entrar na universidade, verificou-se uma associao significativa no que respeita s concentraes de lpidos no sangue, presso arterial sistlica e actividade fsica, tendo sido as raparigas aquelas que mais se afastavam dos padres saudveis (p<0,001). No que respeita adeso dieta mediterranica, no foram encontradas associaes entre este tipo de alimentao e os vrios factores de risco independentemente do gnero. Os resultados forneceram, evidncias empricas acerca da importncia da deteco dos principais factores de risco na idade adulta (jovem) na preveno das doenas cardiovasculares e vieram corroborar as orientaes do Plano de Desenvolvimento Estratgico do Instituto Nacional de Sade Portugus para as doenas crnicas, nomeadamente o estabelecimento de valores de referncia nacionais para anlises biolgicas e as orientaes do Plano de Aco Estratgica Global para a Preveno e Controle das Doenas No-Transmissveis-2008/2013 da Organizao Mundial de Sade.
Resumo:
A investigao tem demonstrado que os enfermeiros tendem a interagir menos e a centrarem-se mais em cuidados fsicos na prestao de cuidados a idosos dependentes, confusos e/ou desorientados. Contudo a literatura em enfermagem demonstra que a interaco social com pacientes dependentes importante, pois permite melhoria da sua situao clnica e melhor reintegrao. Este estudo exploratrio procura contribuir para compreender melhor como se pode promover a qualidade dos cuidados de enfermagem a idosos dependentes em trs contextos: hospital, cuidados continuados e em centro de sade (domiciliares). Procura-se contribuir para a sensibilizao e formao de enfermeiros na prestao de cuidados de qualidade a idosos dependentes e melhor definir cuidados relacionais a estas pessoas. Especificamente este estudo procura: i) identificar os cuidados de enfermagem a prestar aos pacientes idosos dependentes; ii) aprofundar o conhecimento sobre as dificuldades/obstculos (emocionais, institucionais, relacionais, ) dos enfermeiros na promoo de uma relao de cuidados mais expressivos a idosos dependentes; iii) identificar factores que facilitam e dificultam a prestao de cuidados mais relacionais; iv) identificar modos de fomentar, sensibilizar e motivar os enfermeiros para a prestao de cuidados a pessoas idosas dependentes. A metodologia adoptada neste estudo o PhotoVoice, aplicado a 3 grupos de enfermeiros que prestam cuidados a idosos dependentes em 3 contextos: hospital; comunidade (centro de sade); cuidados continuados. Assim, abrangem-se os trs principais contextos em que o idoso dependente pode estar inserido e o enfermeiro presta cuidados. A amostra envolve 12 enfermeiros (3 de contexto hospitalar, 3 de cuidados continuados e 6 de centro de sade), com idades entre os 22 e 43 anos, 10 do sexo feminino. Os principais resultados sugerem que a promoo dos cuidados de enfermagem a pessoas idosas dependentes envolve: i) trabalho e deciso em equipa multidisciplinar; ii) mais recursos materiais e humanos; iii) melhores condies fsicas e formao adequada. Paralelamente, o principal obstculo prestao de cuidados de enfermagem de qualidade nos trs contextos centra-se na escassez de recursos e na desorganizao, que se traduzem em falta de tempo, desordem e frustrao. Alm disso, os participantes salientam a importncia do envolvimento da famlia, considerada parte da unidade de cuidado.
Resumo:
Este estudo teve como finalidade compreender os efeitos da estimulao auditiva com uma voz desconhecida e familiar, na pessoa em coma nos parmetros e curvas monitorizados em ambiente de cuidados intensivos. A reviso da literatura acerca da comunicao verbal em cuidados intensivos e consequente anlise de contedo foi utilizada para construir a mensagem estmulo, que foi refinada e validada por um grupo de peritos. Esta mensagem constituda por trs partes: apresentao e orientao, informao e avaliao funcional e estimulao, e serviu como referncia para a gravao das mensagens no estudo que se seguiu. Neste estudo tambm foi traduzida, adaptada para a realidade Portuguesa e convertida em linguagem CIPE a Coma Recovery Scale Revised, que deu origem ao Instrumento de Avaliao da Recuperao do Coma da Universidade de Aveiro (IARCUA), que foi sujeito a testes de fiabilidade.Os resultados da anlise sugerem que o referido instrumento pode ser utilizado com fiabilidade, mesmo quando existem algumas flutuaes no estado clnico das pessoas. A correlao dos scores das subescalas foi elevada e superior aos resultados apresentados para a escala original, indicando que esta escala um instrumento indicado para a avaliao da funo neuro-comportamental. O estudo da influncia da estimulao auditiva foi realizado com uma amostra de 10 pessoas em coma internadas no Servio de Cuidados Intensivos do Hospital de Santo Antnio, no ano de 2009, com total autorizao da Comisso de tica do referido Hospital, sendo a seleco baseada numa avaliao preliminar atravs do instrumento referido e avaliao dos potenciais evocados auditivos do tronco cerebral. A pessoa significativa foi seleccionada atravs da aplicao de testes sociomtricos. A todos os participantes foram dadas informaes escritas acerca do estudo e foi concedido um perodo de tempo para reflexo e posterior deciso acerca da autorizao ou no da aplicao do estudo. O tempo total de recolha de dados foi de 45 minutos distribudos equitativamente por trs perodos: pr-estimulao, estimulao e ps-estimulao. Os valores recolhidos foram os das curvas de ECG, das presses arteriais e pletismografia de pulso e dos parmetros de frequncia cardaca, presso arterial sistlica, diastlica e mdia, temperatura corporal perifrica e saturao parcial de oxignio, utilizando-se o programa Datex-Ohmeda S/5 Collect para o efeito. A anlise estatstica e clnica dos dados, foi realizada por perodos de estimulao e fases da mensagem estmulo, aplicando-se testes estatsticos e uma anlise baseada em critrios de relevncia clnica.Os resultados demonstraram que na estimulao com uma voz desconhecida se verificou um aumento dos valores da frequncia cardaca, dos valores das presses arteriais sistlicas, diastlicas e mdias, na transio entre os perodos de prestimulao e estimulao e que estes valores tendem a normalizar quando termina a estimulao. Estas alteraes foram corroboradas pela anlise dos intervalos RR e da curva de presses arteriais. Em relao estimulao com uma voz familiar, as pessoas tambm reagiram aquando da estimulao com aumento dos valores da frequncia cardaca e dos valores das presses arteriais sistlicas, diastlicas e mdias. No entanto em alguns casos verificmos que os valores destes parmetros continuaram a aumentar no perodo de ps-estimulao, o que revela que os utentes desenvolveram episdios de ansiedade de separao. Relativamente temperatura corporal perifrica e saturao parcial de oxignio, em ambos os casos, no verificmos alteraes aquando da estimulao. Relativamente s fases da mensagem estmulo, durante a estimulao com uma voz desconhecida, os participantes apresentaram uma maior variabilidade nos valores da frequncia cardaca, presses arteriais sistlica, diastlica e mdia na fase de avaliao funcional e estimulao. Esta constatao corroborada pela anlise das curvas monitorizadas. Em relao estimulao com uma voz familiar, alm de reagirem nos mesmos parmetros com maior intensidade na fase de avaliao funcional e estimulao, os participantes tambm reagiram de forma relevante na fase de apresentao e orientao. Este estudo contribui para a reflexo sobre a prtica comunicacional com as pessoas inconscientes, no sentido de sensibilizar os enfermeiros e outros profissionais de sade para a importncia da comunicao nas unidades de cuidados intensivos e contribuir igualmente para a melhoria da qualidade de cuidados.