1 resultado para Traumatismos cardiácos
em Repositório Institucional da Universidade de Aveiro - Portugal
Resumo:
O aumento da incidência de traumatismos crânio-encefálicos (TCE) a nÃvel internacional, tem vindo a fomentar o desenvolvimento de estudos neste domÃnio. O presente estudo pretende determinar a deterioração cognitiva e o estado depressivo em indivÃduos com TCE ligeiro e sem TCE; analisar a deterioração cognitiva e o estado depressivo nos indivÃduos com TCE ligeiro e sem TCE em relação ao sexo, idade, estado civil, residência e tipo de traumatismo; analisar a relação entre a deterioração cognitiva e o estado depressivo dos indivÃduos com TCE e o tipo de traumatismo sofrido. Através de um estudo comparativo, avaliamos uma amostra total de 40 indivÃduos, tendo o emparelhamento sido feito entre 2 grupos: ï‚· grupo clÃnico: 20 indivÃduos com TCE ligeiro (entre 6 e 18 meses após lesão) com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos; ï‚· grupo de controlo: 20 indivÃduos sem ter tido TCE ou patologia conducente a handicap psiquiátrico ou neurológico. A deterioração cognitiva foi avaliada através do Mini Mental State Examination (Folstein et al., 1975-versão portuguesa, adaptada por Guerreiro, 1993) que é um teste constituÃdo por seis grupos que avaliam o defeito cognitivo do sujeito. Também foi utilizada a Bateria de Avaliação Neuropsicológica de Luria- Nebraska / versão experimental portuguesa de Maia, Loureiro e Silva, 2002, traduzida e adaptada de Golden, Hammeke e Purisch, 1979, que é uma bateria que visa avaliar o funcionamento neuropsicológico de indivÃduos com manifestações neuropsicológicas. O estado depressivo foi avaliado através do Inventário de Avaliação ClÃnica da Depressão-IACLIDE (Serra, 1994) que mede a intensidade dos quadros clÃnicos depressivos, bem como uma ficha de registo individual de dados biográficos e clÃnicos. Os principais resultados são: Os indivÃduos do grupo clÃnico, ou seja, aqueles que sofreram TCE ligeiro evidenciam maior deterioração cognitiva comparativamente com os que o não sofreram. Aqueles indivÃduos também evidenciam estados depressivos significativamente mais graves do que os indivÃduos que não sofreram aquele traumatismo. O TCE ligeiro induz um aumento dos sintomas depressivos em termos biológicos, cognitivos, inter-pessoais e desempenho de tarefas e tende a agravar os nÃveis de depressão endógena e a causar perturbação na relação do indivÃduo consigo próprio; O TCE ligeiro conduz a um aumento significativo da incapacidade dos indivÃduos para a vida geral, para o trabalho, para a vida social e para a vida familiar; Os indivÃduos que sofreram TCE ligeiro evidenciam funções motoras, linguagem expressiva e raciocÃnio aritmético mais perturbadas que os que o não sofreram; O TCE ligeiro induz alterações neuropsicológicas que diminuem significativamente a capacidade dos mesmos. Os dados obtidos indicam, que os indivÃduos que sofreram TCE do sexo feminino evidenciaram alteração cognitiva mais acentuada do que os do sexo masculino; os indivÃduos mais velhos que sofreram TCE ligeiro, tendem a evidenciar maior deterioração do estado cognitivo e avaliação neuropsicológica mais baixa; verificamos também que no grupo clÃnico os indivÃduos casados revelaram pior estado neuropsicológico na escala da bateria referente à leitura; os indivÃduos que sofreram TCE ligeiro que residiam em aldeias evidenciam nÃveis mais elevados de depressão do que aqueles que residiam em vilas; por fim, os indivÃduos que sofreram traumatismo aberto revelam maiores alterações neuropsicológicas nas funções motoras e visuais, no ritmo e na aritmética comparativamente com os outros.