2 resultados para Sleeping sickness

em Repositório Institucional da Universidade de Aveiro - Portugal


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A obesidade infantil é um importante problema de saúde pública, não só pelos efeitos adversos durante a infância mas porque tende a persistir na idade adulta, constituindo um factor de risco para diversas doenças crónicas. Os alicerces de uma vida saudável estruturam-se na vida pré-natal e sedimentam-se nos seis primeiros anos de vida, sendo o crescimento da criança fortemente influenciado pelo seu contexto ambiental familiar. Foi neste âmbito que emergiu como objectivo geral deste estudo explorar as relações existentes entre os determinantes infantis (antecedentes obstétricos e peri-natais) e parentais (práticas alimentares, conhecimento dos pais sobre alimentação infantil, percepção parental de competência e percepção do peso da criança) e o desenvolvimento de excesso de peso em crianças pré-escolares. Este estudo, de carácter observacional e transversal, foi realizado com 792 crianças pré-escolares, idade M= 4,39 anos (±0,91Dp) e seus pais, residentes num concelho pertencente às NUTs III Dão-Lafões, sendo efectuada a avaliação antropométrica e classificação nutricional das crianças com base no referencial NCHS (CDC, 2000) e da OMS nos pais. O protocolo de pesquisa incluiu instrumentos de medida que validamos para a população portuguesa e a construção do Questionário de Conhecimentos sobre Alimentação Infantil (QAI) cujas propriedades psicométricas certificam a sua qualidade (Alfa de Cronbach = 0,942; Alfa de Cronbach teste re-teste = 0,977). Nas crianças, 31,3% apresentavam excesso de peso (12,4% obesidade), assim como 41,1% das mães (10,2% obesidade) e 64,4% dos pais (14,8% obesidade), sendo mais evidente nas mães o risco metabólico associado ao Perímetro da Cintura. As mães revelam mais conhecimentos sobre alimentação e sentimentos de eficácia mais elevados com o papel parental, enquanto os pais manifestaram mais sentimentos de motivação e satisfação. Os resultados obtidos corroboram existir efeito significativo dos determinantes infantis e parentais no excesso de peso da criança, designadamente: (i) do peso ao nascer, com impacto dos nascidos grandes; (ii) da higiene do sono especificamente dos que dormem menos de 11horas; (iii) dos que não brincam na rua, (iv) das mães mais jovens, do IMC e risco metabólico dos Pais; (v) da percepção parental da imagem corporal dos filhos, verificando-se que quanto mais elevado o IMC das crianças, mais distorcida é esta percepção dos pais; (vi) das crenças, atitudes e práticas alimentares e que permitem inferir que uma maior preocupação com o peso da criança, maior controlo, restrição e menor pressão para comer se associa a maior excesso de peso. As inferências evidenciam que, na vigilância de saúde periódica se torna imprescindível a valorização dos determinantes de risco biológicos e familiares do excesso de peso infantil, considerando programas de intervenção centrados na família, num processo que encontre sentido a partir daquilo que as famílias experienciam, de forma a ajudá-las a criar recursos fortalecedores de competência para uma parentalidade mais positiva.

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Introdução: O luto provocado pela morte dos filhos, o defilhar, desperta fortes sentimentos de raiva, culpa e de censura, sendo estas mortes vividas como uma falha na capacidade de dar e proteger a vida. Superar uma perda desta magnitude implica reestruturar psicologicamente e socialmente. Ainda são muito poucos os estudos realizados para identificar e caraterizar estratégias de superação do luto e menos ainda quando dizem respeito ao defilhar. Objetivos: O objetivo deste estudo é analisar numa amostra de mulheres que perderam um filho (defilhadas) com idade igual ou superior a 60 anos, as narrativas de superação do seu processo de luto e mapeá-las à Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). Métodos: Foi elaborado um protocolo com os seguintes instrumentos: Short Portable Mental Status Questionnaire (SPMSQ), informações sociodemográficas (idade, género, estado civil, nível educacional, localização geográfica, quantos filhos tem, quando faleceu o filho(a), se foi morte súbita ou esperada, se toma medicação antidepressiva, soníferos ou ansiolíticos e se sim, há quanto tempo), Inventário de Luto Complicado (ILC) e uma entrevista semiestruturada. O protocolo foi administrado a uma amostra de 8 mulheres. Resultados: Os resultados globais sugerem que apesar de grande parte do processo de superação do luto ser bastante emocional, foi possível classificá-lo utilizando o referencial CIF. Dentro do componente ’Funções do Corpo‘, verificou-se o predomínio das funções emocionais nas categorias ‘o que mudou na sua vida’, ‘superação da dor’ e ‘estratégias adotadas’; no componente ‘Atividades e Participação’ destacaram-se aquelas associadas à religião e espiritualidade, nas categorias ‘superação do luto’, ‘estratégias adotadas’ e ‘o que mais gosta de fazer’; no componente ’Fatores Ambientais‘ (‘apoio e relacionamentos’) sobressaiu o apoio proporcionado pela família próxima nas categorias ‘superação da dor’, ‘estratégias adotadas’, apoios físicos ou humanos recebidos’ e ‘o que mais gosta de fazer’. Conclusão: Foi possível mapear à CIF o processo de superação do luto por defilhadas idosas. No entanto, para se obterem dados mais conclusivos, são necessários mais estudos em amostras com maiores dimensões, que abranjam ambos os géneros e com faixas etárias mais amplas. Também é necessário adaptar o protocolo ao referencial CIF de forma a obterem resultados mais precisos.