7 resultados para Representações sociais

em Repositório Institucional da Universidade de Aveiro - Portugal


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O trabalho de investigao que desenvolvemos situa-se no mbito das representações sociais dos valores dos estudantes universitrios em Portugal. Os estudantes universitrios espelham os valores e as representações sociais da sociedade a que pertencem mas de uma forma filtrada por valores individuais prprios de indivduos com um nvel educacional mais elevado, a autonomia de pensamento em detrimento da conformidade, e a flexibilidade intelectual. E no caso portugus, so a primeira gerao que nasceu e cresceu num perodo de prosperidade econmica fruto da entrada na Unio Europeia. Considerando que procurmos situar-nos nos nveis de anlise posicional e ideolgico, ou seja, partir de um grupo concreto e definido e estudar as atitudes e valores desse grupo, procurmos seguir uma metodologia com referenciais tericos no mbito da investigao em Cincias Sociais, utilizando instrumentos tpicos da abordagem sociolgica e da psicologia social, pois procurmos caraterizar uma realidade de cariz sociocultural, a questo das representações sociais dos valores. Nesse sentido, procedemos preparao de um questionrio, baseado no European Values Survey (EVS), que visava revelar quais os valores dos estudantes universitrios em Portugal onde procurmos saber como se posicionam os jovens universitrios nas questes relacionadas com a famlia, o trabalho, a politica, a sociedade e a religio, verificando se as variaes valorativas no interior da amostra dependem de determinadas variveis sociodemogrficas (gnero, estrato social, etc.) e utilizando os resultados da amostra portuguesa da vaga do EVS 2008 para identificar possveis variaes entre os estudantes e a populao portuguesa em geral. As entrevistas que realizmos complementarmente forneceram informaes interessantes sobre as representações sociais dos estudantes sobre esta problemtica.

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Os fenmenos migratrios tm contribudo para a configurao de uma realidade sociocultural diversa que marca as sociedades do sculo XXI. Portugal no exceo, sendo um dos pases onde mais aumentou proporcionalmente a imigrao legal permanente, fenmeno coexistente com a emigrao da sua populao. Neste contexto de migraes reconfiguram-se identidades, no apenas para os migrantes mas tambm para os autctones, cuja (re)construo balana entre a semelhana e a diferena. Sem esta relao, a identidade fica comprometida, pois ela existe fundamentalmente pelo reconhecimento dos outros. A liberdade cultural e lingustica tambm uma dimenso do desenvolvimento humano, pelo que tem vindo a ganhar proeminncia a promoo da diversidade lingustica e cultural, e a consequente educao intercultural, que se assume como espao privilegiado de reflexo e ao. Defende-se que a verdadeira integrao dos imigrantes ter de ser multilingue e no pode ser realizada apagando as suas diferenas, nem obrigando-os a abandonar as suas lnguas nativas e culturas. O domnio da Lngua Portuguesa uma das vias mais poderosas para a integrao dos estrangeiros a residir em Portugal, tanto como garantia da autonomia individual que faculta o exerccio de uma cidadania ativa, como de harmonia social ao nvel coletivo. A escola portuguesa, atenta a este facto, v reconhecida, por parte do Ministrio da Educao, a Lngua Portuguesa como fator de integrao. Todavia, esse reconhecimento contrasta com a indiferena perante as lnguas maternas dos alunos estrangeiros, ignorando-se, assim, um importante elemento das suas pertenas identitrias. Neste mbito, alguns autores afirmam que a escola portuguesa nem sempre tem praticado uma verdadeira educao intercultural, adotando, pelo contrrio, parte das caractersticas hegemnicas da cultura dominante, o que se traduz, por conseguinte, no esmagamento simblico (coletivo) das culturas minoritrias. O nosso estudo usa as Representações Sociais como formas de conhecimento prtico que permitem a compreenso do mundo e a comunicao, proporcionando coerncia s dinmicas sociais. Procurmos fazer, atravs delas, uma leitura da valorizao da diversidade lingustica e cultural na escola, uma vez que as Representações Sociais que se tm do Outro justificam a forma como se interage com ele e imprimem direo s relaes intra e intergrupais. A investigao que aqui apresentamos procura dar primazia voz do aluno como fonte de conhecimento, aos fenmenos, a partir das experincias interindividuais e intergrupais, e forma como as pessoas experienciam e interpretam o mundo social que constroem interativamente. Para esse efeito, recolhemos dados atravs de entrevistas semidiretivas individuais junto de dez alunos autctones e dez alunosestrangeiros de uma mesma escola. Complementarmente, realizmos entrevistas aos Encarregados de Educao de oito dos alunos entrevistados, quatro de cada grupo, aos cinco Diretores de Turma desses alunos e ao Diretor da escola. Do ponto de vista metodolgico, a presente investigao desenvolveu-se de acordo com uma abordagem de natureza qualitativa, relacionada com um paradigma fenomenolgico-interpretativo os fenmenos humanos e educativos apresentam-se, na sua complexidade, intimamente relacionados e a sua compreenso exige a reconciliao entre a epistemologia e o compromisso tico. Procurando uma leitura global dos resultados obtidos, e semelhana de alguns estudos, a nossa investigao demonstra que, ao no se promover proativamente uma educao intercultural designadamente a sua funo de crtica cultural e o combate a esteretipos e preconceitos que essencializam as diferenas do Outro culturalmente diverso , a escola no prepara os alunos para a sociedade contempornea, culturalmente diversa, dinmica e com um elevado nvel de incerteza, nem para uma abordagem positiva e frontal dos conflitos em toda a sua complexidade. escola impem-se ainda muitos desafios relativos s muitas diversidades que acolhe no seu seio, de forma a que todos aqueles que constituem a comunidade escolar designadamente os alunos, sejam eles estrangeiros ou autctones se sintam parte integrante dela, respeitados tanto pelas suas razes, como pelas mltiplas pertenas dinamicamente em (re)construo, como, ainda, pelos seus projetos de futuro. A informao, por si s, no promove a ao. Revela-se necessria a adoo de estratgias de interveno que concretizem a informao nas prticas escolares quotidianas, que promovam encontros positivamente significativos, que favoream a igualdade social e o reconhecimento das diferenas e, ainda, que previnam atitudes discriminatrias. Para essas estratgias de interveno serem uma constante no quotidiano das nossas escolas, a didtica intercultural deve ser incentivada e operacionalizada, tanto na prtica pedaggica como na formao inicial e contnua dos professores.

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amplamente reconhecida a relevncia crescente da leitura no sculo XXI, enquanto requisito fundamental para um exerccio de cidadania responsvel e crtico. Por outro lado, tal como acontece com outros aspetos da vida social, a investigao reconhece a influncia exercida pelas representações sociais sobre a nossa compreenso do carter multifacetado das prticas de leitura. Tal peso assume particular relevo no que diz respeito aos estudantes do Ensino Superior, nomeadamente aos futuros profissionais da Educao, pela sua responsabilidade acrescida na formao de leitores autnomos e crticos, privilegiando a sua motivao para a leitura e o seu desempenho em compreenso na leitura. No entanto, em Portugal, poucos estudos focam as representações sobre a leitura destes estudantes e sua influncia em prticas educativas futuras. Nesse sentido, realizmos um estudo cujos objetivos de investigao foram: i) Identificar e caracterizar as representações de estudantes a frequentar um primeiro ciclo de estudos de Bolonha sobre: a sua motivao para a leitura; o seu desempenho em compreenso na leitura; os fatores que os influenciariam; as competncias em leitura do seu futuro pblico; estratgias didticas orientadas para a motivao para a leitura e o desenvolvimento da compreenso na leitura no seu futuro pblico; ii) determinar a influncia das representações sobre estes aspetos nas suas prticas futuras relacionadas com a motivao para a leitura e o desenvolvimento da compreenso na leitura; iii) conceber, implementar e avaliar um plano de formao em Didtica do Portugus, visando a promoo da competncia didtica dos estudantes, orientada para a motivao do seu futuro pblico para a leitura e o desenvolvimento da compreenso na leitura. Neste estudo, participaram 53 estudantes, inscritos na unidade curricular de Iniciao Leitura e Escrita, integrada no 3. ano do plano de estudos da Licenciatura em Educao Bsica da Escola Superior de Educao de Viseu, no 1. semestre do ano letivo de 2012/2013. Foram objeto de uma interveno didtica, integrada no mdulo programtico consagrado leitura, que durou quatro semanas. Face aos objetivos traados, optmos por uma abordagem de natureza qualitativa, tendo como referencial metodolgico o estudo de caso nico. Foram utilizados vrios instrumentos de recolha de dados: para os relativos s representações, usmos um questionrio, uma reflexo escrita individual e duas fichas de trabalho; para os relacionados com o desempenho, recorremos a um relatrio escrito de um trabalho prtico de planificao e fundamentao de atividades, com uma componente individual e outra realizada em grupo. Todos os dados recolhidos foram objeto de anlise de contedo, complementada por uma anlise estatstica descritiva (frequncias absolutas e relativas). O nosso estudo permitiu-nos concluir que as representações sobre a leitura destes estudantes podem ser encaradas como um constructo multifacetado e complexo, no qual assume centralidade o conhecimento, associado valorizao da leitura em contexto escolar, sendo relegada para segundo plano uma dimenso mais afetiva da leitura. Tais representações seriam influenciadas por mltiplos fatores. No que respeita motivao para a leitura, tais fatores incluiriam o gnero, o estatuto sociocultural, as prticas de literacia familiar e acadmica, os hbitos de leitura, o gosto pela leitura e preferncias de leitura. O desempenho em compreenso na leitura, de carter multidimensional, seria influenciado pelas estratgias que os estudantes mobilizariam durante a leitura, pela sua atitude de persistncia quando confrontados com dificuldades e pela facilidade com que leriam com fins informativos, acadmicos e recreativos. Conclumos igualmente que tais representações sobre a leitura se repercutiriam nas prticas educativas futuras dos estudantes relacionadas com a motivao para a leitura e com o desenvolvimento da compreenso na leitura. A interveno didtica realizada teria concorrido para os dotar de algumas competncias didticas relacionadas com o ensino explcito da compreenso na leitura e fazer evoluir as representações, contribuindo tambm para algumas alteraes ao seu perfil de leitor, em termos de motivao e de desempenho. Inferimos que tal evoluo se repercutiu no modo como encaravam as suas futuras prticas educativas, no que se referia competncia didtica para a motivao para a leitura e desenvolvimento de competncias em compreenso na leitura no seu futuro pblico. Da investigao realizada decorrem algumas sugestes pedaggicodidticas com vista a contribuir para o aprofundamento das representações sobre a leitura dos estudantes futuros profissionais da Educao e sua influncia em prticas educativas.

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Actualmente, a formao inicial de professores do 1 ciclo tem-se centrado na flexibilidade dos processos de trabalho, nas vertentes cientfica e tcnica e no desenvolvimento de competncias (Comisso Europeia, 2001), colocando-se ainda, no entanto, a tnica no conhecimento cientfico. O professor deve ser capaz de se adaptar aos diferentes contextos e funes a desempenhar e de resolver situaes de grande imprevisibilidade e de grande indefinio. Ser que a formao inicial de professores os prepara para um futuro prximo? Que futuro? Tentarmos descrever o futuro, a partir do agora, significa que o que fizermos hoje ser criticamente importante, porque no futuro a formao inicial de professores ser construda a partir do conhecimento bsico, das ideias abstractas e das descobertas cientificas que fizermos hoje. A base do modo como hoje, no sculo XXI, se formam professores est no que foi descoberto e legado nos anos 60, 70, 80, 90 do sculo XX. Que fazemos hoje, agora mesmo, para contribuir para esse legado? Estamos convictos que muito de nada ou muito de pouco. O que alterar? H quem pense que os professores do 1 ciclo no so analticos. Talvez intuitivos, mas analticos no. Ao aceitarmos esta dicotomia estamos a atrapalhar o futuro. No somos apenas analticos. No somos apenas intuitivos. Na prtica quotidiana, nas salas de aula, no usamos apenas as ferramentas dirias, usamos tambm a intuio e a anlise. Uma anlise baseada na teoria, enquanto manifestao do nosso esforo de expressar e partilhar, ou entender a nossa experincia, para influenciar o que nos externo. Como ensina a formao inicial os futuros professores a trabalhar com os outros, para os outros? Todos temos um passado, um presente e um futuro em que nos formamos e que partilhamos uns com os outros, seja pela prtica, seja pela teoria. Conceitos tericos e prticos, como identidade, profisso, socializao profissional, prticas pedaggicas, formao inicial, instituio de formao, superviso, relaes pessoais e institucionais, representações sociais so conceitos construdos individual e socialmente, sempre em relao com os outros. Que percepo tm os professores cooperantes, detentores de uma turma de crianas do 1 ciclo, que emprestam aos futuros professores para desenvolverem a prtica pedaggica da sua formao inicial, desta formao dada na instituio de formao? Foi o que pretendemos indagar com o presente trabalho. Do ponto de vista metodolgico, o estudo foi desenvolvido segundo uma metodologia de natureza qualitativa, quantitativa e interpretativa que cruzou a informao recolhida atravs de diferentes instrumentos de recolha de dados, como as evocaes livres e hierarquizadas, em contexto normal, e evocaes hierarquizadas em contexto de substituio, um Teste de Reconhecimento do Objecto e um Questionrio de Caracterizao do Objecto. O tratamento dos dados foi feito com os programas SPSS, Excel, EVOC 2003 e SIMI. Participaram neste estudo 93 professores cooperantes. As concluses mais genricas apontam no sentido de confirmar os pressupostos adiantados no enquadramento terico, quanto hiptese da existncia de um ncleo central e um sistema perifrico, numa abordagem estruturalista das representações sociais, que parecem influenciar o modo como percepcionada a formao inicial, pelos professores cooperantes.

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Esta investigao visa tomar como ponto de partida a diversidade de lnguas faladas em Espanha e que coabitam em muitas das comunidades autnomas (Sigun, 2001) contribuindo, desta forma, para a riqueza em termos lingusticos e culturais da Pennsula Ibrica em geral e de Espanha em particular. Com este projeto nossa inteno contribuir para a implementao de prticas educativas que promovam, na sala de aula de espanhol como lngua estrangeira no ensino secundrio portugus, a (re)construo das representações dos alunos face s lnguas romnicas faladas em Espanha como lnguas oficiais, atravs do desenvolvimento da competncia plurilingue (Alarco, Andrade, Arajo e S, Melo-Pfeifer, & Santos, 2010). Neste estudo pretendemos, atravs de uma metodologia de ndole qualitativa, analisar as representações dos alunos de espanhol iniciao do ensino secundrio em Portugal face s lnguas oficiais faladas em Espanha e sua competncia plurilingue, recorrendo a inquritos por questionrio. Visa-se, para alm disso, evidenciar uma mostra de possveis prticas didtico-pedaggicas e materiais que possibilitem um trabalho sistemtico e pr-ativo no mbito da (re)construo das representações sobre as lnguas oficiais faladas em Espanha, que promovam o desenvolvimento da competncia plurilingue dos alunos e que sejam potenciadoras de cidados conscientes do mundo que os rodeia (Gadotti, 2003). Para tal, sero criados e implementados materiais fsicos e digitais com alunos do 10. e 11. ano de escolaridade, a frequentar a disciplina de espanhol iniciao, num agrupamento de escolas da regio de Aveiro. Os resultados mostram que prticas e materiais desta natureza podem favorecer a (re)construo das representações dos alunos, fomentando o desenvolvimento da sua competncia plurilingue.

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Este estudo tem como finalidade compreender o processo de constituio de uma parceria educativa envolvendo escolas do 1. Ciclo do Ensino Bsico e outras instituies da comunidade para a promoo da educao intercultural e analisar a influncia do trabalho desenvolvido por essa parceria nas prticas, atitudes, competncias e conhecimentos de todos os participantes. Situa-se, por um lado, num entendimento de educao intercultural enquanto abordagem educativa fundamental para todos os alunos, assente na valorizao da diversidade e na promoo de atitudes e competncias de relacionamento interpessoal (como o respeito e a solidariedade), tendo em vista a formao de cidados responsveis e participativos na construo de sociedades mais justas e coesas. Por outro, justifica o potencial das parcerias educativas para o desenvolvimento pessoal, profissional e institucional dos parceiros, assim como para o desenvolvimento da competncia intercultural de todos os participantes (parceiros, alunos e comunidade envolvente). O desenho investigativo delineado, de natureza predominantemente qualitativa, encontra-se na interseo de trs mtodos investigativos: estudo de caso, estudo etnogrfico e investigao-ao. Num primeiro momento (ano letivo 2008/2009) efetuou-se um estudo exploratrio que visou conhecer as prticas de educao intercultural e de trabalho em parceria de professores a lecionar em escolas do 1. CEB do concelho de Aveiro. O objetivo deste estudo era reunir sugestes de atividades e de instituies a contactar para a constituio de um grupo de parceiros com vista ao desenvolvimento posterior de um projeto sobre educao intercultural. Os dados recolhidos por meio da aplicao de um inqurito por questionrio a 228 professores do 1 CEB do distrito de Aveiro (dos quais 114 foram respondidos) permitiram concluir que as prticas educativas a este nvel, e no contexto em causa, so ainda escassas ou pouco divulgadas. Passou-se, ento, constituio de um grupo de parceiros educativos que contou com um total de 13 elementos: a investigadora, enquanto parceira representante da Universidade de Aveiro, seis professoras do 1. CEB, duas professoras de Msica das Atividades de Enriquecimento Curricular, um representante de uma associao de imigrantes, um representante de uma associao cultural, um representante de uma CERCI e um representante da Cmara e Biblioteca Municipal. Ao longo do ano escolar 2010/2011, o grupo de parceiros desenvolveu colaborativamente um projeto de interveno sobre educao intercultural para alunos do 1. CEB. Este projeto proporcionou-lhes momentos de formao sobre educao intercultural e jogos colaborativos e permitiu-lhes partilhar as suas dvidas e experincias relativas temtica em causa, propor estratgias e metodologias e disponibilizar recursos para a conceo e implementao das atividades. Os dados foram recolhidos em diferentes momentos: antes de se dar incio ao projeto de interveno, efetuou-se uma entrevista inicial a cada um dos parceiros; durante o decorrer do projeto realizou-se um focus group e registaram-se em formato udio todas as sesses de trabalho entre os parceiros; aps a concluso do projeto de interveno, teve lugar uma nova entrevista individual a cada um deles. Estes dados foram transcritos e analisados de acordo com a tcnica de anlise de contedo. Para alm disso, todos os documentos elaborados pela investigadora durante a gesto da parceria, os portflios das professoras participantes e os registos fotogrficos das atividades implementadas constituram-se como dados secundrios. Os resultados mostraram que a participao neste projeto: i) conduziu a que ocorresse uma alterao das representações dos parceiros sobre interculturalidade e educao intercultural; ii) permitiu a todos os participantes (parceiros, alunos e comunidade) desenvolverem a sua competncia intercultural; iii) proporcionou situaes de trabalho colaborativo que contriburam para o desenvolvimento pessoal, profissional e institucional de todos os parceiros; iv) motivou os parceiros a darem continuidade ao trabalho aqui desenvolvido. Este estudo permitiu, ainda, refletir sobre a importncia da formao de formadores em educao intercultural e da necessidade de sensibilizao para o desenvolvimento de trabalho colaborativo entre escola, comunidade e investigadores acadmicos.

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O aquecimento do sistema climtico inequvoco e a influncia humana clara. A continuao da emisso de gases com efeito de estufa ir potenciar os impactes das alteraes climticas, representando um compromisso futuro que se perpetuar por vrios sculos. As alteraes climticas no proporcionam uma experincia sensorial direta, embora as variaes de temperatura e de precipitao e os extremos climticos de vrios tipos poderem ser experienciados. O cidado comum no se apercebe do que est a acontecer, a menos que ocorram mudanas significativas, no estado normal do tempo para uma determinada poca, na regio do mundo onde ele vive. Mesmo para os especialistas, o problema s cognoscvel atravs de uma vasta rede cientfica, tcnica e institucional. O conhecimento, portanto, transmitido ao pblico em geral maioritariamente atravs de representações dos media sobre o discurso produzido pela comunidade cientfica. O principal objetivo deste trabalho averiguar a interligao entre o discurso cientfico, o discurso meditico e as percees da populao portuguesa na temtica das alteraes climticas. A metodologia utilizada, para a prossecuo do objetivo, num trabalho que cruza o domnio cientfico da engenharia do ambiente com o das cincias sociais, encontra-se dividida em 3 fases principais: (1) Uma primeira fase onde se realiza uma anlise ao discurso cientfico de produo nacional, com uma anlise de contedo aos resumos dos artigos cientficos, utilizando 884 resumos da base de dados Scopus de 1975 a 2013 com a palavra-chave Climate Change; (2) Uma segunda fase onde se analisa o contedo de notcias de meios de comunicao social portugueses, aplicando uma anlise de contedo a 4340 notcias veiculadas por 4 rgos de comunicao social (Correio da Manh, Pblico, RTP e TSF) entre 2004 e 2013, utilizando os respetivos motores de busca online com a palavra-chave Alteraes Climticas; e, (3) uma terceira fase onde se compila a informao dos estudos existentes sobre a populao portuguesa, utilizando os dados dos Eurobarmetros que incluem o tema das alteraes climticas de 1982 a 2014. Seguindo uma linha condutora que inclui o discurso cientfico, o discurso meditico e as percees sociais, almejou-se uma abrangncia do tema das alteraes climticas, investigando a existncia do fenmeno e as respetivas causas, as consequncias com a anlise dos impactes e dos riscos associados a esses impactes e as solues atravs de medidas de mitigao e de adaptao. Nos principais resultados emerge a evidncia de que a intensidade de crescimento da produo cientfica nacional no se traduz num crescimento consistente dos ndices de noticiabilidade dos rgos de comunicao social e desde 2010 que o nmero de dias por ano, sem notcias sobre alteraes climticas, ultrapassa dos 50%. Em consequncia, os nveis de informao da populao portuguesa sobre as alteraes climticas so sistematicamente inferiores mdia europeia. Em Portugal as taxas de pouco ou nulo conhecimento rondam os dois teros de inquiridos. No obstante o seu carter contnuo, para que as alteraes climticas se tornem alvo de interesse dos media necessrio que ocorram reunies polticas, encontros cientficos ou outros acontecimentos. A visibilidade alcanada pelos acontecimentos nacionais muito fraca e os acontecimentos meteorolgicos extremos, no so frequentemente relacionados com o fenmeno das alteraes climticas. No seio da comunidade cientfica portuguesa existe um claro consenso sobre a existncia das alteraes climticas e das suas causas antropognicas. No discurso meditico portugus no se verifica enviesamento da informao no sendo surpreendente os baixos nveis de ceticismo dos portugueses. A abordagem aos impactes das alteraes climticas, tanto no discurso cientfico como no discurso meditico, robusta e em 2014, cerca de sete em dez portugueses afirma que as alteraes climticas so um problema muito srio. Contudo, Portugal apresenta a proporo mais baixa da Europa de respondentes que percepcionam as alteraes climticas como o problema mais grave que o mundo enfrenta. Para estes resultados poder contribuir a baixa incluso de termos relacionados com o risco, tanto no discurso cientfico como no meditico, no ultrapassando os 20%. Tanto o discurso cientfico como o discurso meditico no esto direcionados para as solues (mencionando especificamente medidas de mitigao ou medidas de adaptao). A meno s medidas de mitigao e s medidas de adaptao no ultrapassam os 16% no discurso cientfico e apresentam valores ainda mais baixos no discurso meditico (13%). Em ambos os discursos existe uma clara preferncia pela meno s medidas de adaptao em detrimento das medidas de mitigao. Com valores to baixos na abordagem s solues das alteraes climticas no surpreendem os tambm diminutos nveis de responsabilidade que a populao portuguesa atribui a si prpria no combate s alteraes climticas.