6 resultados para Qualidade de vida e Conhecimento
em Repositório Institucional da Universidade de Aveiro - Portugal
Resumo:
Atendendo conjuntura nacional e internacional que norteia a sade mental e psiquiatria, a Qualidade de Vida (QDV) das pessoas com doena mental torna-se uma rea fundamental de investigao, tendo em conta a sua inquestionvel importncia na aferio de medidas de interveno. Um facto observvel relaciona-se com um interesse crescente nos ltimos anos na QDV da pessoa com doena mental como objeto de investigao. Estudos apontam para que as pessoas com doena mental percecionem a sua QDV inferior s pessoas sem doena mental e/ou com doenas fsicas. Esta investigao foi realizada com base em trs estudos. O Estudo I pretendeu estudar relaes entre variveis sociodemogrficas e clnicas e a QDV de pessoas (n = 39) com doenas do humor (Depresso Major, Distimia, Doena Bipolar e Perturbaes Depressivas Sem Outra Especificao). Para isso, foram utilizados o WHOQOL-Bref, o ndice de Graffar, um Questionrio de Dados Sociodemogrficos e Clnicos e um Guia de Observao. Os dados foram recolhidos no domiclio dos sujeitos. No Estudo II compararam-se diferenas de QDV em duas amostras independentes: sujeitos com doenas do humor (n = 39) e sujeitos sem doena mental diagnosticada (n = 39). Utilizaram-se os mesmos instrumentos do Estudo I exceto o Guia de Observao. Nestes dois estudos os dados foram tratados recorrendo ao IBM SPSS Statistics, verso 19.0. O Estudo III teve como objetivo recolher dados sobre as narrativas dos sujeitos com doena mental e sobre o conhecimento sobre a Rede Nacional de Cuidados Continuados e Integrados de Sade Mental (RNCCISM). Para esta segunda parte do objetivo foi utilizada uma amostra de profissionais de sade mental (n = 42) que respondeu a um Questionrio sobre a RNCCISM construdo para o efeito. Este Instrumento foi validado e do qual resultou uma varivel final: avaliao do conhecimento sobre a RNCCISM. Os resultados desta pesquisa sugeriram, pelo Estudo I, que a QDV difere em funo da doena apresentada pelos sujeitos; encontraram-se tambm diferenas em relao idade, sexo, escolaridade, classe social, estado civil e transportes utilizados para a consulta de especialidade. Pelo Estudo II, os resultados indicaram-nos diferenas entre a QDV nos dois grupos, sendo que, o Grupo com doena do humor apresenta scores mas baixos em todos os domnios do WHOOL-Bref que o Grupo sem doena mental diagnosticada. Os dados do EstudoIII sugeriram-nos: i) no primeiro momento, uma reflexo que girou em torno de cinco eixos: o sofrimento; a estigmatizao; os eventos de vida perturbadores; o modelo de tratamento adotado pelos profissionais; e o acompanhamento das pessoas com doena mental; ii) no segundo momento, que os enfermeiros so os que, em mdia, possuam um score de conhecimento sobre a RNCCISM mais baixo. Esta investigao sugeriu que a QDV das pessoas com doena mental baixa, indicando algumas relaes entre algumas variveis. Durante o seu desenvolvimento, pretendemos tambm reforar a necessidade do envolvimento de todos os profissionais da sade nas alteraes preconizadas, o que permite intervir de forma mais informada. Porque, durante este percurso surgiram dificuldades srias de acesso amostra clnica, esta tese chama ainda a ateno para a importncia da investigao em sade mental e psiquiatria e para as formalidades de acesso aos dados que a podem condicionar. De facto, ao assumirmos a QDV como uma medida de resultado em sade, torna-se importante, por um lado, aprofundar a investigao neste domnio e, por outro, e pelo conhecimento de que j dispomos, equacionar de forma efetiva novas modalidades de interveno, contribuindo para um plano teraputico mais amplo, pondo em prtica uma filosofia de cuidados mais abrangente e de continuidade, implementando as politicas comunitrias e globais preconizadas para a prestao de cuidados em sade mental e psiquiatria.
Resumo:
As pessoas idosas so hospitalizadas com mais frequncia e por perodos superiores por comparao com pessoas mais novas. A literatura indica que a interao entre idade, patologia e cuidados durante o internamento influencia a perceo de Qualidade de Vida (QV) pela pessoa idosa. Esta investigao analisa a influncia da hospitalizao na QV e espiritualidade das pessoas idosas e pretende contribuir para melhor compreender a hospitalizao na velhice, ajudando a desenvolver medidas que promovam a qualidade dos cuidados a pessoas idosas durante a hospitalizao. A amostra compreende 250 participantes (65 anos). Administrou-se o EASYcare (Sistema de Avaliao de Pessoas Idosas) e a Escala da Espiritualidade em 3 momentos: admisso, alta e follow-up (6 a 12 meses aps a alta). Os principais resultados indicam: i) na admisso, as pessoas idosas mais dependentes tendem a ser vivas, no praticar exerccio fsico, sentir-se sozinhas e deprimidas; os independentes tendem a estar mais satisfeitos com a sua habitao e a gerir de forma autnoma as suas finanas, apresentando maior escolaridade e sendo mais novos; ii) na alta, as pessoas idosas diminuem a perceo da qualidade de vida, principalmente com aumento da dependncia, diminuio da sade mental e bem-estar, diminuio da mobilidade e capacidade de cuidar de si; iii) no follow-up, os participantes tendem a ser mais dependentes comparativamente com a admisso; o risco de queda menor comparativamente com os outros momentos. O modelo preditivo de bitos indica como principais resultados: falecimento entre admisso e alta tem como fatores protetores rendimentos suficientes e ausncia de apoio social; falecimento entre alta e follow-up tem como fatores de risco idade e risco de queda elevado; falecimento entre admisso e follow-up tem como fator protetor antecedentes clnicos do foro cardaco. As concluses gerais sustentam a importncia do aprofundamento da pesquisa sobre a influncia da hospitalizao na pessoa idosa na sua qualidade de vida, e a adoo de medidas e estratgias para a promoo da QV durante e aps o internamento hospitalar. Estes resultados tm implicaes na prtica e na elaborao de polticas institucionais, pois permite compreender o impacto da hospitalizao nas pessoas idosas, permitindo desenvolver medidas para melhorar os cuidados antes, durante e aps o internamento hospitalar. Este estudo permite conhecer as necessidades das pessoas idosas durante o internamento e delinear estratgias para o follow-up, sendo adaptado s especificidades da populao idosa Portuguesa.
Resumo:
A Esquizofrenia considerada pela OMS como uma das dez doenas mais incapacitantes. Sendo uma perturbao complexa e de carter crnico, gera prejuzos significativos na qualidade de vida dos pacientes. O interesse por este tema surge aquando da desinstitucionalizao dos doentes psiquitricos, contudo os avanos no tratamento desta patologia nem sempre vm acompanhados de melhora na qualidade de vida, fator este que levou a ter tambm em considerao, aspetos psicossociais. Assim, pretende-se com este estudo contribuir para a compreenso do nvel de satisfao com o suporte social e qualidade de vida destes doentes, comparando-os com indivduos sem psicopatologia. A amostra composta por 202 participantes, os quais se dividem em dois grupos, indivduos com esquizofrenia, que frequentam hospitais na zona norte, centro e sul do pas (n=101) e indivduos sem psicopatologia (n=101), com idades compreendidas entre os 20 e os 75 anos. Os participantes responderam a um protocolo de investigao composto por quatro instrumentos: um questionrio sociodemogrfico; o WHOQOL-Bref, que avalia a qualidade de vida; a escala de satisfao com o suporte social; e a escala de afeto positivo e negativo. Os resultados principais evidenciam a pouca literatura existente, mostrando que existem diferenas significativas no que refere qualidade de vida e satisfao com o suporte social entre os indivduos com esquizofrenia e indivduos sem patologia psiquitrica, sendo que os valores mais baixos destas variveis se concentram nos indivduos com esquizofrenia. Para estes doentes, verificou-se que a qualidade de vida est positivamente correlacionada com o suporte social e com o afeto positivo, estando tambm correlacionada negativamente com o afeto negativo. Contudo, no se verificaram correlaes da qualidade de vida com a escolaridade, o nmero de internamentos e o tempo de doena. A satisfao com o suporte social e o afeto positivo e negativo revelaram-se preditores de qualidade de vida nos indivduos com esquizofrenia. No sentido de promover a melhoria da qualidade de vida destes doentes devero ser tidas em considerao em vrios contextos, intervenes psicossociais.
Resumo:
A presente investigao reflete um estudo que investiga o impacto da msica na melhoria da qualidade de vida de uma populao de adultos com deficincia mental e/ou sensorial e/ou motora, ao nvel dos comportamentos individuais e sociais, e das capacidades de comunicao e expresso interpessoal. Com ele, tenciona-se trilhar um caminho na aceitao e valorizao de cada indivduo enquanto ser individual e social, encarando os seus aspetos singulares, biolgicos e sociais como oportunidades de explorao de capacidades e particularidades, e investigando a concretizao destes ideais atravs da msica. Neste sentido, durante o ano letivo de 2014/2015, conduziu-se uma interveno prtica semanal junto de uma comunidade com multideficincia que frequenta um Centro de Atividades Ocupacionais de uma Instituio Particular de Solidariedade Social do concelho de lhavo. Aps terem sido delineados objetivos especficos para o grupo e objetivos individuais para cada um dos elementos da amostra, realizaram-se dois perodos de experimentao, entre os quais se procedeu aferio de ferramentas. Os resultados das sesses implementadas foram avaliados atravs de uma escala de avaliao e de questionrios. Provou-se que todos os objetivos foram concretizados e concluiu-se que a msica pode proporcionar melhorias significativas na qualidade de vida de uma populao com deficincia ou incapacidade. A proposta no de incluso, mas sim de no excluso, sendo o projeto musical um agente dinamizador e consciencializador de princpios ticos de uma cidadania mais participativa.
Resumo:
Perante uma sociedade em clere envelhecimento demogrfico e permanente avano tecnolgico, justifica-se a aposta em estudos que potenciem a ao comunicativa e a diminuio do isolamento social decorrente das perdas biopsicossociais associadas idade snior. Esta tese possui quatro objetivos de estudo: i) pretende-se investigar qual o impacto da utilizao das Tecnologias de Informao e Comunicao (TIC) no autoconceito (AC), no nimo e na qualidade de vida (QV) de um grupo de seniores; ii) perceber se existe e qual a relao entre as variveis independentes sexo, idade, estado civil, escolaridade, profisso, IPSS, regime de frequncia, tempo na IPSS, orientao para frequentar a IPSS, visita de familiares e visita de amigos e as variveis dependentes AC, nimo, QV e respetivos fatores e domnios, nos momentos de pr e ps-teste; iii) perceber se a sua participao no processo de conceptualizao de um servio de comunicao assncrona, email, influencia a sua usabilidade ao nvel das componentes eficcia, eficincia e satisfao; iv) e sugerir a componente poltica da comunidade online snior em desenvolvimento no mbito do Projeto SEDUCE. Para o desenvolvimento do estudo estabeleceram-se parcerias com quatro Instituies Particulares de Segurana Social do concelho de Aveiro, integradas no mbito do projeto SEDUCE. Os instrumentos utilizados para a avaliao do autoconceito, do nimo e da qualidade de vida foram o Inventrio Clnico de Auto-Conceito, a Escala de nimo do Centro Geritrico de Philadelphia e a Escala de Qualidade de Vida da Organizao Mundial de Sade WHOQOL-Bref, respetivamente. No processo de conceptualizao do servio de email e da componente poltica da comunidade online utilizou-se a observao participativa e o contextual design. O estudo envolveu a participao de 42 seniores distribudos por duas condies experimentais: 22 seniores do grupo experimental utilizaram as TIC duas vezes por semana (em sesses de 90 minutos cada, num total de 80 sesses) e 19 seniores do grupo de controlo passivo no experimentaram qualquer interveno. Para a avaliao das variveis psicossociais realizaram-se dois momentos de avaliao, antes e depois de 11 meses de interveno, de Agosto de 2011 a Julho de 2012. Ao longo das sesses de envolvimento com as TIC observou-se que os seniores apresentam, continuamente, dificuldades em: manipular o rato e percecionar a sua ao no monitor; fazer a distino entre teclas (enter, spacebar, delete, caps lock entre outras); em utilizar duplas teclas para colocar pontuao e acentuao; iniciar atividades no Microsoft Office Word; selecionar a informao disponibilizada em motores de pesquisa; perceber quais as zonas clicveis; falta de confiana em efetivar aes; receio em iniciar nova atividades, pela falta de conhecimento e pelo medo de errar; memorizar endereos de email e passwords; e dar continuidade s tarefas. Na utilizao do servio de email consideram importante receber resposta quando enviam uma mensagem, assim como responder sempre aos remetentes; raramente colocam assunto nas mensagens; e expressam grande satisfao ao receber mensagens de familiares e/ou amigos. O processo de desenvolvimento de servios com a participao ativa dos seniores revela-se exequvel mas necessrio adaptar as prticas: os processos devem ser iterativos; evitar linguagem formal; clarificar o objetivo; deixar os seniores pensar em voz alta; dar-lhes tempo; mant-los focados e no conduzi-los nas tarefas. Os resultados sugerem que houve aumento significativo do domnio fsico da qualidade de vida do grupo experimental. Os participantes que exprimiram maiores nveis de satisfao ao utilizar as TIC apresentam uma perspetiva mais positiva sobre a maturidade psicolgica e menos solido e insatisfao. No grupo experimental e no grupo de controlo passivo verificam-se relaes entre as variveis independentes e as variveis dependentes, quer no momento de pr-teste como de ps-teste. Conclui-se que a participao dos seniores no processo de conceptualizao do servio de email permitiu fomentar a componente eficcia da usabilidade mas no a satisfao ao utilizar o mesmo. Os resultados sobre a eficincia so inconclusivos. Sobre a componente poltica os seniores validam a existncia de termos de utilizao que orientem o comportamento de todos os utilizadores, assim como de uma poltica de privacidade. A rea de registo proposta adequada ao utilizador snior.
Resumo:
Objetivos: Numa sociedade caracterizada pelo envelhecimento populacional de suma importncia a identificao de padres territoriais que permitam o desenho de polticas de bem-estar mais adequadas para cada territrio. Para tal, necessrio analisar a heterogeneidade da perceo das dificuldades nas diversas regies. Este estudo pretende analisar as dificuldades das pessoas com 65 ou mais anos com vista a encontrar algumas diferenas territoriais com base no grupo etrio, no tipo e grau de dificuldade, nos rendimentos e nas habilitaes. Metodologia: Trata-se de um estudo exploratrio que analisa as dificuldades percecionadas pelas pessoas com 65 ou mais anos, tendo por base os dados disponibilizados pelo INE sobre o recenseamento populacional de 2011. Recorre-se anlise multivariada (anlise fatorial de componentes principais e anlise de clusters) e anlise bivariada de forma a obter os resultados da investigao. Resultados: Os principais resultados apontam para: i) existncia de diferenas quanto distribuio no territrio da perceo das dificuldades; ii) a perceo das dificuldades, da incapacidade e da dimenso das dificuldades por parte do grupo etrio dos 65 ou mais anos segue um padro territorial distinto da populao em geral; iii) a perceo das dificuldades e a perceo da incapacidade no grupo etrio dos 65 ou mais anos apresentam uma mancha no territrio diferente do padro do envelhecimento; iv) a incapacidade auditiva e a incapacidade visual embora com um padro territorial diferente, agregam no mesmo fator a populao geral e o grupo etrio dos 65 ou mais anos; v) do ponto de vista territorial possvel distinguir cinco clusters quanto perceo das dificuldades da populao portuguesa; vi) os rendimentos e as habilitaes contribuem para a diferenciao dos clusters identificados. Discusso: Os resultados apresentados apoiam a necessidade de reflexo e de pesquisa no mbito do mapeamento das dificuldades, na medida em que so um importante mecanismo de conhecimento da realidade intra-regional, permitindo a tomada de deciso.