2 resultados para O Tico-Tico (Revista) História

em Repositório Institucional da Universidade de Aveiro - Portugal


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A prestao de cuidados de sade coloca os novos enfermeiros face a situaes complexas que exigem a mobilizao de um conjunto de saberes prprios a fim de poderem responder de modo eficaz diversidade, imprevisibilidade e singularidade de cada situao da prtica clnica. Os ensinos clnicos so momentos determinantes na formao dos enfermeiros, pois so simultaneamente momentos de transformao de saberes, de aquisio da profissionalidade e de desenvolvimento de perfis de competncias. Estas trs dimenses fomentam a consciencializao do estudante para assumir novos papis, atravs do confronto com situaes concretas de sade e de doena. tambm neste confronto com as situaes reais que surgem conflitos que envolvem valores, atitudes e emoes. Trata-se de momentos difceis, geradores de stress, mas de importncia fundamental para o desenvolvimento do processo de pensamento e construo do juzo tico. Analisar o processo global de construo do pensamento tico como sistema de desenvolvimento humano nos estudantes de enfermagem, contribuindo para a construo de saberes dirigidos para as estratgias que podero influenciar a aprendizagem da tica no contexto da formao inicial dos enfermeiros, foi a nossa principal preocupao. Realizamos um estudo etnogrfico, tipo estudo de caso, inserido numa metodologia multimtodo (quantitativa e qualitativa), na Escola Superior de Enfermagem do Porto. A investigao decorreu em trs tempos distintos. Num primeiro momento, foi identificada a orientao moral dos estudantes atravs da aplicao de um questionrio (EPQ); num segundo tempo, foi efectuada uma observao participante no sentido de identificar as formas de pensamento dos estudantes e os factores que as influenciaram ou dificultaram; num terceiro momento, foram realizadas entrevistas de forma a clarificar e aprofundar as informaes recolhidas. No tratamento da informao emergiram seis dimenses de anlise (contexto da prtica, trajectrias da aprendizagem, influncia dos modelos da prtica, dinmicas de tutoria - superviso - e desafios de ordem tica) que nos permitiram compreender a natureza das situaes ticas e os padres de resposta dos estudantes face a essas situaes, a influncia do ensino da tica e tambm os factores influenciadores das formas de pensamento tico. A anlise dos resultados revelou que, ao longo do curso de enfermagem, os estudantes desenvolvem o seu pensamento tico numa interaco recproca de si prprios como pessoas activas (estudante) e o ambiente (contexto), onde se encontram em permanente crescimento (desenvolvimento humano), sendo que o ambiente se encontra tambm em constante transformao. Isto ocorre num movimento crescente, que se inicia com o aprender a pensar atravs do conhecimento acumulado (saber terico) que lhes permite desenvolver uma actuao atravs do aprender fazendo (saber prtico) de modo a atingirem com sucesso a transio para o mundo do trabalho. Tal como qualquer outro processo, o desenvolvimento do pensamento acontece em paralelo com a construo da aprendizagem, segundo etapas ou fases, que caracterizamos como: maturao, consolidao e autonomizao. Ao longo do trabalho foram identificados aspectos fundamentais que carecem de reflexo e mudana nos contextos da formao inicial dos enfermeiros, cuja influncia preponderante no desenvolvimento do pensamento tico, dos quais salientamos: a nvel da formao (contextos de ensino, processos supervisivos e formao de supervisores) e a nvel do currculo (Plano de Estudos).

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O presente trabalho prope-se analisar a poesia dos autores angolanos que publicaram entre 1965 e 1985, identificando este segmento temporal como uma fase literria da literatura angolana (designada como utpico-patritica), a qual exprime os princpios anticoloniais e projeta um espao utpico genuinamente angolano. Tendo em conta a evoluo da literatura angolana, subjaz produo potica dos autores estudados um certo sentido de continuidade, o qual, estimulado pela difuso do nacionalismo, passa pela poesia da terra dos mensageiros e continua com os versos encriptados e anticoloniais das dcadas de 60 e 70. O espao utpico projetado na primeira parte da fase utpico-patritica encontra a sua possibilidade de concretizao com a independncia de Angola, em 1975, participando os escritores da construo do recm-nascido Estado-Nao. A produo potica da segunda parte da fase utpico-patritica , assim, caraterizada pela celebrao dos heris, na tica de uma (re)perspetivao da história nacional. A partir de 1985, quando se torna evidente o falhano da utopia, a poesia angolana ensaia um novo rumo pela mo da gerao das incertezas. Ao longo deste percurso, a poesia angolana publicada entre 1965 e 1985 representa um meio de consciencializao tico-poltica dos cidados e concorre para a construo da identidade poltico-literria da nao angolana, cuja legitimao decorre do processo de conquista da independncia.