4 resultados para NH4
em Repositório Institucional da Universidade de Aveiro - Portugal
Resumo:
Este trabalho teve como objectivo caracterizar quimicamente a gua da chuva recolhida na cidade de Aveiro, localizada a sudoeste da Europa, no perodo de Setembro de 2008 a Setembro de 2009. Para matrizes diludas como a da gua da chuva, as metodologias analticas a utilizar para se conseguir uma rigorosa caracterizao qumica so de grande importncia e ainda no esto uniformizadas. Assim, para caracterizar a fraco orgnica, primeiramente foram comparadas duas metodologias de filtrao (0.22 e 0.45 m) e foram estudados dois procedimentos de preservao da gua da chuva (refrigerao e congelao), utilizando a espectroscopia de fluorescncia molecular. Alm disso, foram comparados dois procedimentos de isolamento e extraco da matria orgnica dissolvida (DOM) da gua da chuva, baseados na soro nos sorbentes DAX-8 e C-18, utilizando as espectroscopias de ultravioleta-visvel e fluorescncia molecular. Relativamente aos resultados das metodologias de filtrao e preservao, recomendada a filtrao por 0.45 m, assim como, as amostras de gua da chuva devero ser mantidas no escuro a 4C, no mximo at 4 dias, at s anlises espectroscpicas. Relativamente metodologia de isolamento e extraco da DOM, os resultados mostraram que o procedimento de isolamento baseado na C-18 extraiu a DOM que representativa da matriz global, enquanto que o procedimento da DAX-8 extraiu preferencialmente a fraco do tipo hmico. Como no presente trabalho pretendamos caracterizar a fraco do tipo hmico da DOM da gua da chuva, foi escolhida a metodologia de isolamento e extraco baseada na soro no sorvente DAX-8. Previamente ao isolamento e extraco da DOM da gua da chuva, toda a fraco orgnica das amostras de gua da chuva foi caracterizada pelas tcnicas de ultravioleta-visvel e de fluorescncia molecular. As amostras mostraram caractersticas semelhantes s de outras guas naturais, e a gua da chuva do Vero e Outono apresentou maior contedo da matria orgnica dissolvida cromofrica que a do Inverno e Primavera. Posteriormente, a fraco do tipo hmico de algumas amostras de gua da chuva, isolada e extrada pelo procedimento baseado na DAX-8, foi caracterizada utilizando as tcnicas espectroscpicas de ultravioleta-visvel, fluorescncia molecular e ressonncia magntica nuclear de proto. Todos os extractos continham uma mistura complexa de compostos hidroxilados e cidos carboxlicos, com uma predominncia da componente aliftica e um baixo contedo da componente aromtica. A fraco inorgnica da gua da chuva foi caracterizada determinando a concentrao das seguintes espcies inicas: H+, NH4 +, Cl-, NO3 -, SO4 2-. Os resultados foram comparados com os obtidos na chuva colectada no mesmo local entre 1986-1989 e mostraram que de todos os ies determinados a concentrao de NO3 - foi a nica que aumentou (cerca do dobro) em 20 anos, tendo sido atribudo ao aumento de veculos e emisses industriais na rea de amostragem. Durante o perodo de amostragem cerca de 80% da precipitao esteve associada a massas de ar ocenicas, enquanto a restante esteve relacionada com massas que tiveram uma influncia antropognica e terrestre. De um modo geral, para as fraces orgnica e inorgnica da gua da chuva analisadas, o contedo qumico foi menor para as amostras que estiveram associadas a massas de ar martimas do que para as amostras que tiveram contribuies terrestres e antropognicas.
Resumo:
Um dos principais fatores que afetam negativamente a qualidade do ambiente em muitas cidades em todo o mundo o material particulado (PM). A sua presena na atmosfera pode ter impactos negativos na sade humana, clima, patrimnio edificado e ecossistemas. Muitos dos estudos realizados em reas urbanas focam apenas as fraes respirveis (PM10 e PM2,5). No entanto, os processos de formao, a identificao das fontes emissoras e os efeitos dependem muito da distribuio granulomtrica das partculas. A ateno tem recado na anlise de hidrocarbonetos poliaromticos (PAHs), devida sua carcinogenicidade e a informao disponvel sobre outros compostos escassa. O presente estudo consistiu na obteno do PM distribudo por diferentes fraes de tamanho e na anlise detalhada da sua composio qumica, em dois locais urbanos da Pennsula Ibrica (Madrid e Lisboa). Dado que os veculos representam uma das principais fontes emissoras em ambientes urbanos, efetuou-se uma caracterizao mais detalhada deste tipo de emisses, conduzindo uma campanha de amostragem num tnel rodovirio (Marqus de Pombal, Lisboa). As amostragens, em ambas as cidades, decorreram durante um ms, quer no vero quer no inverno, em dois locais urbanos distintos, um junto a uma via com influncia de trfego e outro numa rea urbana de fundo. No tnel a amostragem foi realizada apenas durante uma semana. Em Madrid e no tnel, o PM foi recolhido utilizando um amostrador de elevado volume com impactor em cascata com quatro tamanhos: 10-2,5, 2,5-0,95, 0,95-0,49 e < 0,49 m. Em Lisboa, foi utilizado um impactor em cascata com apenas dois tamanhos, 10- 2,5 e < 2,5 m. As amostras foram quimicamente analisadas e determinadas as concentraes de compostos carbonados (OC, EC e carbonatos), ies inorgnicos solveis em gua (Cl, NO3, SO42, Na+, NH4+, K+, Mg2+, Ca2+),metais e compostos orgnicos. Em Madrid, as concentraes mdias de PM10 foram 44 e 48% maiores nas amostras recolhidas junto estrada do que as de fundo urbano no vero e inverno, respetivamente. A frao grosseira e o PM0,5 apresentaram concentraes mais elevadas no vero do que no inverno devido s condies climatricas pouco usuais. No vero, as amostragens decorreram num ms em que as temperaturas foram muito elevadas e em que ocorreram vrios episdios de intruso de poeira africana. Durante o perodo de amostragem de inverno, as temperaturas foram muito baixas e registaram-se vrios dias de precipitao quer sob a forma de chuva, quer sob a forma de neve. As situaes meteorolgicas sinticas mais comuns, incluindo aquelas que causam o transporte de massas de ar com poeiras Africanas, foram identificadas em ambas as estaes do ano. As concentraes mssicas de PM10, EC e OC foram encontrados predominantemente na frao de tamanho ultrafino em ambos os locais de amostragem e estaes do ano. Nas restantes fraes no se observou nenhuma tendncia sazonal. O carbono orgnico secundrio (SOC) mostrou um claro padro sazonal, com concentraes muito mais elevadas no vero do que no inverno, em ambos os lugares. A partir do balano mssico de ies, observou-se que, no vero, a formao de compostos inorgnicos secundrios (SIC) conduziu a um enriquecimento pouco comum de Ca2+ na frao submicromtrica, quer nas amostras de trfego, quer em fundo urbano. Os alcanos, PAHs, os lcoois e os cidos foram as classes de compostos orgnicos identificados e quantificados no material particulado. Globalmente, representaram 0,26 e 0,11 g m3 no vero e inverno, respetivamente, no local de trfego e 0,28 e 0,035 g m3 na rea urbana de fundo. Os diferentes compostos orgnicos tambm apresentaram padres sazonais, sugerindo fontes de emisso (e.g. escapes dos veculos e fontes biognicas) ou processos de formao com contribuies variveis ao longo do ano. As concentraes de benzoapireno equivalente foram menores que 1 ng m-3 e o risco carcinognico estimado baixo. No vero, os maiores enriquecimentos de metais ocorreram na frao submicromtrica, e no inverno na frao grosseira. No vero, os enriquecimentos foram 80% para o Mn, Ni, Cu, Zn, Cd, Sb e Co, no inverno, estes traadores de emisses do trfego foram menores, exceto para o Zn. Em Lisboa, a concentrao mdia de PM10 foi de 48 g m-3 no vero e de 44 g m-3 no inverno, junto estrada. Na rea de fundo urbano, registaram-se nveis comparveis nas duas estaes (27 g m-3 e 26 g m-3). A mdia do rcio PM2,5/PM10 foi de 65% no vero e 44% no inverno na rea de trfego e 62% e 59% na rea urbana de fundo. Estes resultados significam que o PM2,5 um dos principais contaminantes que afetam a qualidade do ar no centro da cidade de Lisboa. A relao OC/EC, que reflete a composio das emisses de combusto dos veculos, variou entre 0,3 e 0,4 no interior do tnel. Os rcios de OC/EC mnimos obtidos junto s vias de trfego em Madrid e em Lisboa encontram-se entre os do tnel e os registados em atmosferas urbanas de fundo, sugerindo que os valores mnimos habitualmente obtidos para este parmetro em ambientes urbanos abertos sobrestimam as emisses diretas de OC pelo transporte rodovirio. Espera-se que os resultados deste trabalho contribuam para suprir, pelo menos em parte, as lacunas de informao quer sobre a composio de vrias granulometrias de PM, quer sobre fontes e processos de formao em atmosferas urbanas. Como a exposio a poluentes do ar ultrapassa o controle dos indivduos e exige ao das autoridades pblicas a nvel nacional, regional e at mesmo internacional, importante propor medidas mitigadoras focadas nas principais fontes de emisso identificadas.
Resumo:
A presente tese tem por objetivo principal contribuir para o conhecimento da geoqumica sedimentar da zona ocenica da crista da Terceira e montanhas submarinas a sul (regio entre 29-39N e 27-32W), integrando tambm a caraterizao dos metais e nutrientes na coluna de gua e propondo concentraes para servirem de referncia nesta regio do Atlntico Central. Para o efeito foram realizadas amostragens na coluna de gua em sete locais e de sedimento em cinco locais, durante a campanha oceanogrfica designada por EMEPC/AORES/G3/2007 a bordo do navio SV Kommandor Jack, no mbito do projeto da Estrutura de Misso para a Extenso da Plataforma Continental (EMEPC). Os perfis de CTD da coluna de gua na regio estudada revelam a presena de massas de gua distintas: a Western North Atlantic Central Water (WNACW), a Eastern North Atlantic Central Water tropical (ENACWt), a Eastern North Atlantic Central Water polar (ENACWp), a Mediterranean Overflow Water (MOW), a Deep Mediterranean Water (DMW) e a North Eastern Atlantic Deep Water (NEADW). Observou-se nos perfis de temperatura e salinidade, referentes aos primeiros 200 m da coluna de gua, um gradiente meridional negativo entre as estaes localizadas na crista da Terceira e as estaes localizadas mais a sul. Observou-se nas guas superficiais valores de oxignio dissolvido de 93% e de pH de 8,1, assim como que as concentraes dos nutrientes NOx, PO4 e SiO2 variam de acordo com a atividade biolgica, tendo-se registado concentraes medianas mais baixas, respetivamente de 6,5, 0,23 e 1,3 mol L-1, que aumentam com a profundidade devido ausncia de produo primria (respetivamente 31, 1,4 e 22 mol L-1). As concentraes de NH4 e de SO4 no variam significativamente nas massas de gua, sendo os valores medianos mnimos e mximos de 0,69 a 0,79 mol L-1 para o NH4 e de 30 a 32 mol L-1 para o SO4. So propostas concentraes de referncia para as massas de gua, para os elementos cobre, cdmio, chumbo e arsnio. Os perfis de sedimento analisados permitem distinguir os sedimentos na crista da Terceira (core A) dos restantes (cores B a E). A grande variabilidade textural encontrada no core A, que contrasta com os outros cores analisados, deve-se a importantes contribuies terrgenas, originadas pela eroso sub-area e pela atividade vulcnica das ilhas prximas. iv resumo (continuao) A anlise mineralgica, efetuada frao areia e frao fina (< 63 m), confirma que os sedimentos do core A derivam de rochas vulcnicas formadas maioritariamente por piroxenas, olivinas, anfbolas, biotite, alterites e ainda calcite, plagiclase e magnetite, tendo-se identificado ao microscpio a glauconite e o vidro vulcnico. De acordo com a composio qumica destes minerais o core A apresenta valores mais elevados de Al, Fe, K, P, Mg, Si, Na, Zn, V, Cr e Mn relativamente aos cores B a E. Os cores B a E apresentam grandes quantidades de calcite (>80%) formada maioritariamente por foraminferos e nanoplncton calcrio (cocolitforos). A frao areia confirma a composio maioritariamente carbonatada com grande abundncia de material biognico formado por oozes de foraminferos (planctnicos e bentnicos) com raras espculas de espongirios e restos de conchas. Os cores B a E apresentam valores muito mais elevados que o core A para os elementos Ca e Sr. Os resultados para o Al, Fe, K, P, Si, Na, As, Cu, Ni, Zn, V, Cr, Li, Pb, Cd e Co presentes nos locais B, C, D e E sugerem que estes cores so comparveis aos sedimentos de fundo carbonatados. Prope-se concentraes de referncia para a regio do Atlntico compreendida entre 29-39N e 27-32W considerando a primeira camada colhida em cada core. Para o core A as concentraes so normalizadas a 5% de Al e CaCO3, enquanto que para os cores B a E so normalizadas a 2% de Al e CaCO3. Assim as concentraes de referncia para o core A so: As 18 mg kg-1, Cr 91 mg kg-1, Cu 127 mg kg-1, Ni 84 mg kg-1, Pb 41 mg kg-1, Hg 41 ng g-1 e Zn 482 mg kg-1. Para os cores B a E as concentraes de referncia so: As 3 mg kg-1, Cr 10 mg kg-1, Cu 36 mg kg-1 Ni 12 mg kg -1, Hg 3 ng g-1 e Zn 20 mg kg-1. Para os restantes metais as concentraes de referncia para o core A so: Al 9%, Si 25%, Fe 6%, Ca 13%, K 2%, Mg 2%, Na 3%, P 0,4%, Sr 900 mg kg-1, Li 10 mg kg-1, Mn 1200 mg kg-1, Ba 700 mg kg-1 e V 140 mg kg-1. Para os cores B a E as concentraes de referncia so: Al 0,9%, Si 2%, Fe 0,2%, Ca 95%, K 0,3%, Mg 0,4%, Na 0,3%, P 0,04%, Sr 2600 mg kg-1, Li 5 mg kg-1, Mn 240 mg kg-1, Ba 345 mg kg-1, Co 2 mg kg-1 e V 6 mg kg-1. Os resultados da presente tese constituem um contributo para a caraterizao geoqumica da regio e podem servir de referncia monitorizao futura do mar dos Aores e montes submarinos a sul.
Resumo:
No mbito do projeto CV-DUST foi desenvolvida uma campanha de medio do aerossol atmosfrico na Cidade da Praia (14 55 N, 2329 W), de janeiro de 2011 a janeiro de 2012. A concentrao do aerossol foi determinada com base no mtodo gravimtrico, com a amostragem feita em termos de PM10 e em fraes granulomtricas, usando impactores. Complementarmente, foi usado um contador tico de partculas que permite a monitorizao em contnuo e a classificao do nmero de partculas em 31 fraes de tamanho na gama entre 0,25 e 32 m. A composio qumica do aerossol foi determinada com incidncia nos seguintes componentes: ies inorgnicos solveis em gua (Cl-, NO3-, SO42-, Na+, NH4+, K+, Mg2+ e Ca2+), carbonato total, elementos maioritrios da crosta (Si, Na, Al, Fe, Ca, Mg, K, Ti e Mn) e elementos vestigiais (Ba, Zn, Zr, Pb, Cu, Ce, Ni, Cr, V, Co, Sc, As, Sm e Sb), assim como a frao carboncea (carbono elementar EC e o carbono orgnico - OC). Durante a campanha, a concentrao de PM10 apresentou uma grande variabilidade temporal, com valores mdios ( escala diria) situados entre 10 g/m3 e 507 g/m3, sendo a concentrao mdia anual estimada em cerca de 59 g/m3. As concentraes mais elevadas (tipicamente acima dos 100 g/m3) foram registadas durante os eventos de poeira proveniente do Norte de frica, sendo os mais intensos observados nos meses de janeiro, fevereiro e dezembro de 2011. Os registos do contador tico, feitos em intervalos de 5 min, revelaram que durante os eventos de poeira as concentraes mdias horrias das partculas PM10 e PM2.5 podem ultrapassar os 700 g/m3 e 200 g/m3, respetivamente. Com base nos resultados do mtodo tico, as contribuies das fraes granulomtricas PM1, PM(1-2.5) e PM(2.5-10) para a massa de PM10 foram estimadas em cerca de 11 %, 28 % e 61 %, respetivamente. A composio qumica do aerossol varia consideravelmente ao longo do ano e revela a predominncia das partculas minerais e do sal marinho. Com base em clculos do balano mssico das espcies qumicas, as contribuies dos dois constituintes maioritrios para a massa de PM10 foram estimadas em cerca de 47 % (partculas minerais) e 17 % (sal marinho). O aerossol secundrio (NO3-, NH4+ e frao no marinha do SO42) e o aerossol carbonceo (EC + OC) contribuem cada um com cerca de 4 % e 3 %, respetivamente. A frao mssica restante (cerca de 29 %), corresponde aos constituintes no analisados, podendo a gua ser a mais importante neste grupo. A anlise qumica das amostras segregadas por tamanho revela a seguinte composio para as partculas PM1, PM(1-2.5) e PM(2.5-10): 5,2, 11,8 e 20,7 % (constituintes do sal marinho); 8,6, 3,7 e 3,1 % (ies secundrios); 8,9, 1,5 e 1,3 % (EC + OC).