2 resultados para Minas Gerais - Condições sociais

em Repositório Institucional da Universidade de Aveiro - Portugal


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O presente trabalho pretende ser uma contribuição no campo da etnomusicologia, e resulta de um estudo e pesquisa de campo realizada na cidade de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais, Brasil. Belo Horizonte é uma cidade “inventada”, assim como Brasília, a capital federal. Enquanto cidade, Belo Horizonte foi desenhada, projetada, nasceu de uma prancheta e foi oficialmente inaugurada em 12 de dezembro de 1897. Nesta tese tem como objetivo compreender e demonstrar como as transformações sociais e espaciais foram provocadas pelo acontecimento musical. Defendo a posição que o entendimento do que denomino Acontecimento Musical permite perceber o potencial da música de reorganizar normas, inicialmente defendidas pelos idealizadores da cidade, da utilização e ocupação dos lugares e espaços, e construindo, pela prática musical, uma nova cartografia da cidade, que se impõe a cartografia oficialmente idealizada, resultando em uma Cartografia Musical de Belo Horizonte.

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Esta investigação tem por objetivo perceber os protagonismos associados à música raiz na região do Sul de Minas, estado brasileiro de Minas Gerais. Desenvolvido no âmbito da etnomusicologia, trata-se de um estudo etnográfico realizado entre os anos de 2009 e 2012 no município de Jacutinga, localizado no Vale do Sapucaí. Como música raiz entende-se nesse contexto um universo musical que engloba vários “ritmos”, “formas” ou “estilos”, como a moda-de-viola, o pagode-de-viola, a querumana, a guarânia, dentre outros, performado por uma dupla cantando em dueto com acompanhamento da viola caipira. O termo engloba os segmentos música caipira e música sertaneja no sentido em que, para os protagonistas, as classificações convergem. O conceito de paisagem cantada é adotado como principal ferramenta de análise uma vez que no romance – gênero cantado e central da música raiz - a poética-narrativa atua como testemunha da história de um universo associado ao modo de vida rural do centro-sudeste brasileiro. A memória é portanto entextualizada na moda – unidade mínima musical de análise – que ao ser performada evoca um catálogo de elementos identificadores de uma cartografia humana, territorial e sonora, associadas a um universo designado por caipira. O sentido de pertencimento e de identificação com este paradigma promove uma recontextualização destes elementos fazendo emergir novas paisagens e novas práticas onde eles são ressignificados, adquirindo, em alguns casos, o valor de marcos sonoros (ex: o carro-de-boi, o berrante e o monjolo). Paralelamente, o processo de materialização da música que conduziu à sua fixação em disco e ao aparente desaparecimento da situação de performance participativa, transformou a própria música raiz num marco sonoro através do qual a caipiridade é representada.