18 resultados para Linguagem e línguas Estilo

em Repositório Institucional da Universidade de Aveiro - Portugal


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Neste trabalho foram cumpridos dois estudos intencionalmente diferenciados para avaliar factores afectivos e desempenho cognitivo no contexto de comportamento verbal em Lngua segunda. No primeiro estudo foram descritos, analisados e discutidos os resultados que confirmam a influncia da motivao, ansiedade e estilos de aprendizagem, em condio de aquisio de nova lngua e de adaptao cultura dominante. Essa influncia discutida na relao com variados factores e atendendo diferenciao do valor de predio de cada um dos factores mencionados. A associao do factor idade ao factor cultural revelou-se a principal fonte diferenciadora das autoavaliaes observadas. No segundo estudo, com a aplicao da bateria de testes em formato electrnico, foi possvel averiguar os resultados e discutir as suas implicaes ao nvel do desempenho dos sujeitos, corroborando e refutando pressupostos tericos de modelos que versam nesta rea de estudo. O desempenho observado tem srias implicaes na reflexo pedaggica e prctica escolar, uma vez que, de forma geral, os sujeitos mais novos exibiram um desempenho medocre quando comparado com a performance muito positiva dos participantes mais velhos, gerando conflito em relao aos pressupostos prticos implicados na teoria do perodo sensvel para desenvolvimento de linguagem. Por outro lado, as duas amostras (nativos e imigrantes) revelam desempenhos muito prximos o que no destaca, como seria de esperar, o grupo nativo que deveria evidenciar vantagem devido ao conhecimento mais elevado relativamente ao lxico e gramtica do Portugus, como Lngua Materna. A relao entre motivao favorvel, fraco ndice de ansiedade lingustica, e bom desempenho cognitivo no se revela linear e taxativa e devem ser revistos os princpios de modelos tericos que advogam a consonncia clssica entre determinados factores afectivos (motivao e estilos de aprendizagem) e cognitivos, no contexto da competncia e performance verbais. Considerando os materiais desenvolvidos e observando os resultados obtidos, este estudo viabiliza o acesso a uma nova oportunidade de avaliao, em estilo de diagnose, dirigida aos alunos aprendentes de Portugus Lngua Segunda, com experincia migratria.

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Enquadrado numa perspectiva sociocultural da investigao em Didctica de Línguas, assumindo quer a singularidade da relao do sujeito com o saber quer as dimenses cognitivas, pessoais e sociais da linguagem escrita, este trabalho baseia-se no pressuposto de que deve estar subjacente ao processo de aprender e ensinar a escrever, numa perspectiva multifuncional e processual, o conhecimento sobre a relao dos alunos sujeitos com a escrita, em contextos escolares e extra-escolares. Partindo de uma reconfigurao do modelo de anlise da relao com a escrita, desenvolvemos um projecto de investigao que compreende uma fase extensiva e outra intensiva. Na primeira, recolhemos dados que nos conduziram a constataes sobre a escrita extra-escolar e escolar de alunos do 2 e 3 ciclos do Ensino Bsico, em escolas do distrito de Aveiro. Na segunda, empreendemos um estudo de caso, com uma turma de 7 ano, que nos permitiu conhecer a relao com a escrita dos sujeitos e, em funo disso, conceber uma oficina sobre a escrita, implementada com os sujeitos de investigao, em contexto escolar. A descrio de dimenses que configuram a complexidade de relaes com a escrita dos sujeitos levou-nos conceptualizao de trs ideais-tipo de relao com a escrita, que se constituem em modos de interpretar este fenmeno pluridimensional e instvel. Os resultados tambm evidenciam a existncia de representaes-obstculo sobre a escrita em clara ligao s prticas escriturais escolares. Encontrmos, porm, indcios de evoluo de uma relao mais positiva com o (saber) escrever; estes sugerem que dispositivos didcticos que no ignorem a perspectiva identitria de adeso escrita, conciliando-a com uma perspectiva epistmica, sero mais consequentes para uma melhoria das aprendizagens escriturais, de que a relao pessoal com a escrita inalienvel.

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Este trabalho, desenvolvido por uma professora em contexto acadmico, movida por uma vontade de interveno em contexto escolar para melhoria da qualidade do desempenho profissional e das aprendizagens dos alunos, assenta: por um lado, num entendimento de desenvolvimento profissional (DP) enquanto processo contnuo que se articula com e inscreve na prtica do quotidiano docente; e, por outro lado, num entendimento da educao em línguas como um processo que valoriza a diversidade e enfatiza o plurilinguismo como valor e competncia, enriquecendo os repertrios lingustico-comunicativos dos sujeitos, de modo a facilitar a abertura ao Outro, num processo de construo e recriao de significado sobre o mundo e sobre si na relao com esse Outro. Pretendeu-se, neste estudo, compreender o processo de desenvolvimento profissional de professores de línguas, tentando identificar potencialidades e constrangimentos que se colocam a esse desenvolvimento profissional em contexto. Para tal, foi desenvolvido um projecto de formao para a educao plurilingue numa escola Secundria com 3 Ciclo do Ensino Bsico com um grupo de cinco professoras ao longo de dois anos. A formao, promovida atravs de um Centro de Formao de Escolas e acreditada pelo Conselho- Cientfico da Formao Contnua desenvolveu-se em duas fases. A primeira fase (2004/2005), na modalidade Oficina de Formao com 10 sesses de formao num total de 50 horas, e a segunda fase (2005/2006), na modalidade Projecto com nove sesses de formao, num total de 50 horas. O estudo seguiu uma metodologia de cariz qualitativo e de inspirao interpretativa/fenomenolgica, pretendendo colocar em evidncia o sujeito e sublinhando a interaco que estabelece consigo e com os outros, a partir das prticas discursivas que vai construindo. A estratgia investigativa desenhou-se em torno do estudo de caso no qual procurmos analisar a (des/re)construo de conhecimento profissional no contexto de um grupo de professoras em formao. Esta anlise assumiu duas vertentes, uma tomando a interaco entre o grupo como alvo de anlise, outra olhando para o percurso de cada formanda na sua singularidade. Os dados recolhidos e analisados incluem um inqurito por questionrio inicial, a transcrio das sesses de formao e as reflexes escritas ao longo das duas fases da formao, bem como um inqurito por entrevista semiestruturada, aps o terminus da formao, em Julho de 2007. Os resultados da anlise indicam que os processos formativos que promovem o questionamento de si e das suas prticas, ajudando a identificar representaes e a analisar o modo como as representaes interferem ou no nas prticas para, em seguida, estas poderem ser reconstrudas, so facilitadores de DP. Evidenciaram-se, nestes processos, dois tempos de formao distintos, mas complementares, o tempo da observao e da anlise e o tempo da apropriao e da aco, que englobam espaos de trabalho individual e colectivo. Nestes dois tempos de formao identificmos quatro modos facilitadores da reconstruo do conhecimento profissional, nomeadamente: a articulao da teoria com a prtica; a tomada do objecto de trabalho em objecto de anlise e de experimentao, incluindo a visualizao, a anlise e a reflexo sobre as experincias realizadas; a colocao do aluno no centro do processo de ensino; e o alargamento da consciencializao do trabalho com as línguas e das suas finalidades educativas. Estes quatro modos constituem-se como impulsionadores ou inibidores de DP, dependendo a sua percepo de factores, tanto de carcter individual como de carcter colectivo. Os factores de carcter individual dizem respeito ao comprometimento, ao empenho, ao modo como cada sujeito se v como pessoa e como profissional, bem como fase da carreira em que se situa. Os factores de carcter colectivo dizem respeito aos contextos nos quais o sujeito se move, nomeadamente a cultura da escola em que exerce funes, s relaes interpessoais e profissionais que estabelece com os colegas de trabalho e s possibilidades e espaos de formao que cada sujeito encontra com os outros. Tendo constatado que o desenvolvimento profissional fruto da interseco da aco individual com a aco colectiva, conclumos que, na constituio de ambientes facilitadores de DP, importa ter em conta seis componentes: a apropriao individual da construo do conhecimento profissional pelos sujeitos, a construo de oportunidades de desenvolvimento, a construo da capacidade de interveno em contexto, a promoo da colegialidade, a monitorizao e avaliao de processos e resultados do trabalho no mbito do DP e a criao de espaos e tempos prprios para esse trabalho. Os resultados da anlise indicam tambm que a formao em contexto permite iniciar um trabalho de DP porque cria condies de auto/hetero/eco e coformao que incluem um potencial de aprendizagem profissional transformativa. Enquanto constrangimentos ao DP em contexto destacam-se aspectos contextuais que se relacionam com o tempo e a sua gesto, bem como com a visibilidade, o reconhecimento e o impacto do trabalho realizado no contexto. Atravs da descrio e anlise de uma experincia de formao contnua em contexto, este trabalho revela possibilidades de ultrapassar os constrangimentos contextuais, sublinhando as potencialidades de desenvolvimento profissional em contexto, pelo modo como professoras, predispostas mudana e comprometidas com a profisso, onde os alunos tm um papel particular, so capazes de inscrever transformao nas suas prticas, evidenciando a urgncia no s de um apoio concreto e explcito, mas tambm de reconhecimento do trabalho desenvolvido em cada sala de aula, com cada turma, descoberta de si e do outro, atravs das línguas para a construo de um mundo mais plural.

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Alm de alguns estudos lexicais, no existe em Portugal nenhuma tradio de anlise lingustica da imprensa. Entre os aspectos que oferecem especial interesse, incluem-se os ttulos das notcias, em parte porque propem uma gramtica diferente da da norma discursiva, mas tambm devido aos jogos lingusticos, nomeadamente o emprego de linguagem metafrica, a que os redactores recorrem para incentivar a leitura dos textos. O trabalho em curso debrua-se sobre os vrios nveis da realizao lingustica deste tipo textual, partindo de um corpus informatizado de 2.060 ttulos de notcia portugueses com linguagem metafrica. Assim, no nvel sintctico, interessou-nos estudar a configurao sintctica do ttulo e os constituintes que nele correspondem ao veculo metafrico. No nvel semntico, identificmos, seguindo um enquadramento terico subordinado teoria dos espaos mltiplos de Fauconnier e Turner, as metforas conceptuais presentes no corpus. No nvel fonolgico, foi feito um estudo sobre padres sonoros de aliterao, rima e jogos de palavras concomitantes com a linguagem metafrica do ttulo. O nvel grfico debruou-se sobre os diversos processos de destacar graficamente o veculo metafrico e suas consequncias na descodificao da mensagem. Finalmente, no nvel intertextual, apresentou-se uma pesquisa sobre as relaes internas do ttulo com outros componentes do co-texto noticioso e as relaes externas com textos mais ou menos distantes, mas culturalmente partilhados. Os resultados da pesquisa revelaram os processos atravs dos quais a linguagem metafrica no ttulo de imprensa permite a verbalizao de conceitos, a condensao de significados e motiva leitura do texto.

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Enquadrado numa perspectiva scio-construtivista em Didctica de Línguas (DL), o presente trabalho prope-se identificar e descrever as imagens face s línguas estrangeiras, em particular lngua Alem, e sua aprendizagem, que se manifestam numa determinada comunidade escolar. Com base nas imagens identificadas, pretende-se compreender de que forma elas se relacionam com a dimenso afectiva presente no processo de ensinoaprendizagem, nomeadamente no que diz respeito relao afectiva que o aprendente vai construindo com o alemo, objecto de estudo. Neste quadro, foram traadas as seguintes questes de investigao para este trabalho: (1) Que imagens face s línguas escolares (ingls, francs, espanhol, portugus e, em particular, alemo), se manifestam numa determinada comunidade escolar (considerando os alunos, encarregados de educao, professores, administrao da escola e funcionrios)?; Como se (inter-) relacionam estas imagens nos diferentes pblicos considerados?; (2) De que forma se manifestam as imagens face lngua alem e sua aprendizagem na interaco em sala de aula de Alemo (LE)? Quais as marcas discursivas que as identificam e tecem?; De que forma esto estas imagens associadas s emoes e (3) Quais as emoes associadas s imagens do Alemo e sua aprendizagem em contexto de sala de aula? A investigao recente em DL sugere que as imagens que um determinado sujeito constri face a uma dada lngua permitem compreender as suas atitudes e comportamentos face mesma, nomeadamente no que diz respeito relao afectiva que vai construindo com a lngua em causa e sua aprendizagem (cf. ARAJO E S & SCHMIDT 2008, DE PIETRO & MLLER 1997, MLLER 1998, PERREFORT 2001). Estas imagens, enquanto constructos sociais, elaboram-se, revitalizam-se e cristalizam-se na e pela interaco verbal em sala de aula. Nesta perspectiva, o presente trabalho discute os conceitos de imagem/representao face s línguas, relacionandoos com a dimenso afectiva (inegavelmente) presente nos processos de ensino-aprendizagem das LE e luz de uma abordagem interaccional em DL. A investigao desenrolou-se em duas fases. Numa primeira, aplicou-se um inqurito por questionrio a toda uma comunidade escolar (incluindo todos os pblicos anteriormente referidos), numa escola secundria com terceiro ciclo em Albergaria-a-Velha, no distrito de Aveiro. Os dados recolhidos foram analisados segundo uma abordagem mista (quantitativa e qualitativa). Os resultados apontam para imagens fortemente escolarizadas, na medida em que os inquiridos parecem considerar as línguas estrangeiras sobretudo enquanto objectos de apropriao em contextos escolares. Identificaram-se imagens homogneas e consistentes das línguas estrangeiras, evidenciando-se, no que lngua alem diz respeito, a sua dificuldade. Os resultados relacionam-se com os obtidos noutras investigaes realizadas em terreno nacional em DL, corroborando alguns e complementando outros (ARAJO E S 2008, SIMES 2006, PINTO 2005, MELO 2006 e Projecto Imagens das Línguas na comunicao intercultural: contributos para o desenvolvimento da competncia plurilingue). Numa segunda fase, acompanhou-se uma turma de alemo (LE) ao longo de um ano lectivo completo, tendo-se procedido vdeo-gravao das aulas e, posteriormente, identificao do que designmos por episdios significativos, para constituio do corpus de anlise. A anlise interaccional destes episdios permitiu a identificao de diferentes marcas discursivas (verbais, para-verbais e no-verbais) que indiciam, por um lado, a circulao e (re)construo de imagens face ao alemo e sua aprendizagem e, por outro, a presena de um conjunto de emoes associadas a estas imagens, nos discursos dos aprendentes e da professora. No que diz respeito imagem da dificuldade do alemo e da sua aprendizagem, cristalizaram-se seis indicadores: (1) a compreenso oral e a pronncia, (2) o lxico e as palavras compostas (3) os nmeros, (4) a leitura, (5) o sistema de regras gramaticais e, finalmente, (6) a auto-imagem dos alunos enquanto aprendentes de alemo. Os resultados sugerem ainda a associao destas imagens a emoes tendencialmente negativas (por exemplo a arrelia e o embarao), isto , que se traduzem numa atitude de distanciamento e de evitamento lingustico. Face s concluses obtidas, prope-se um conjunto de princpios enquadradores para uma educao em línguas afectivamente consciente e capaz de promover imagens mais positivas das línguas e das suas aprendizagens, designadamante do alemo. Considerando-se a diminuio acentuada dos aprendentes de alemo (LE) em contexto escolar nacional nos ltimos dez anos, aponta-se para a necessidade de melhor compreender a relao entre a falta de popularidade escolar desta lngua e a imagem da sua dificuldade (de aprendizagem).

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O presente trabalho prope-se analisar as caractersticas fonolgicas de 14 crianas com perturbao de linguagem (PL) e comparar com 14 crianas que apresentam desenvolvimento lingustico normal (estudo 1). As crianas com PL foram divididas em dois sub-grupos: as crianas com PL com quociente de inteligncia no verbal (QINV) normal e as crianas com PL com QINV baixo. O estudo 2 visa analisar a eficcia de duas abordagens de interveno (articulatria e fonolgica) no grupo das 14 crianas com PL, usando um estudo experimental controlado randomizado. As medidas de resultados incluem indicadores de severidade (e.g., percentagem de consoantes correctas; percentagem de ocorrncia de processos fonolgicos; inventrio fontico) e de inteligibilidade (palavras isoladas e fala encadeada). O trabalho pretende ainda analisar a resposta ao tratamento das crianas tendo em conta o seu nvel de QINV. Foi tambm desenvolvido um questionrio para obter as opinies dos pais (anlise qualitativa) sobre as abordagens de interveno implementadas. Os resultados obtidos no estudo 1 indicam que as crianas com PL apresentam dificuldades graves a nvel do desenvolvimento fonolgico. Estas dificuldades evidenciaram-se pela percentagem reduzida de consoantes correctas e pela elevada frequncia de utilizao de processos fonolgicos tpicos nas crianas com PL quando comparadas com as crianas com desenvolvimento da linguagem normal. Verificou-se que as crianas com PL tambm apresentaram processos fonolgicos que no so frequentes no desenvolvimento fonolgico normal. Neste estudo verificou-se ainda que as crianas com QINV baixo e as crianas com QINV normal no apresentaram uma performance significativamente diferente nas medidas analisadas. Os resultados do estudo da anlise da eficcia das abordagens de interveno indicam que as duas abordagens foram eficazes na melhoria da produo das crianas. Os resultados mostraram uma diferena significativa no grupo tratado com a abordagem fonolgica (AF) (p = 0.018) e no grupo tratado com a abordagem articulatria (AA) (p = 0.018) relativamente diferena entre a PCC obtida antes e depois da interveno teraputica. Verificou-se tambm uma diferena significativa (p = 0.015) entre os dois grupos de interveno o que sugere que o grupo das crianas tratadas com a AF apresentou uma evoluo significativamente maior a nvel da PCC comparativamente ao grupo das crianas tratadas com a AA. Os resultados obtidos neste estudo mostraram tambm que as diferenas a nvel do QINV no influenciaram a resposta ao tratamento. Todos os pais consideraram que a interveno contribuiu para a evoluo das crianas, e que a terapia os ajudou a compreender melhor os seus filhos. Relativamente s experincias de inteligibilidade, os resultados foram obtidos atravs de um conjunto de ouvintes, entre os quais se verificou uma elevada concordncia. Os resultados destas experincias mostraram que a AF foi eficaz na melhoria da inteligibilidade das palavras e da fala encadeada das crianas, ao contrrio da AA.

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Apoiado na convico de que o plurilinguismo se constitui enquanto valor a promover e competncia a desenvolver, podendo ser potenciado pelo desenvolvimento de polticas lingusticas (educativas) e que, nesse mbito, as Instituies de Ensino Superior (IES) tm um importante papel a desempenhar, este estudo enquadra-se na interseco e relao de inter-discursividade entre as reas disciplinares da Didctica do Plurilinguismo e das Polticas Lingusticas. Partindo desta convico, delinemos um estudo de caso com a Universidade de Aveiro (UA), incidindo sobre os seus diferentes contextos de aco institucional - formao, investigao e interaco com a sociedade -, com o qual se pretendia: i) descrever prticas e discursos da comunidade universitria no que concerne utilizao das línguas e promoo do plurilinguismo; ii) diagnosticar representaes da comunidade universitria relativamente ao papel da instituio universidade na construo de uma sociedade plurilingue e pluricultural e iii) identificar possibilidades e potencialidades, constrangimentos e obstculos da aco das IES no desenvolvimento de dinmicas capazes de promover o plurilinguismo. Tendo em conta estes objectivos, o estudo apoia-se num tipo de investigao qualitativa, inserida num paradigma de natureza fenomenolgicointerpretativa o que implicou a utilizao de diferentes mtodos e instrumentos para a recolha dos dados. Inicialmente foi levada a cabo uma recolha documental no mbito dos contextos institucionais que nos propusemos analisar. Seguidamente, procedemos realizao de inquritos por entrevista semi-estruturada com representantes dos rgos de governo e coordenao da instituio e com responsveis pelos diferentes contextos a observar. Por fim, auscultmos alunos e directores de curso atravs de inquritos por questionrio. totalidade dos dados aplicmos uma anlise de contedo de natureza categorial. As categorias de anlise que construmos, emergentes do quadro terico e da sua interaco com os dados, permitiram uma anlise compreensiva e uma viso holstica dos resultados. A anlise dos dados mostra que, ao nvel dos trs contextos de aco institucional analisados e no mbito das prticas e discursos, se nota uma tenso entre o que denominamos de global e local. Explicitando, ao nvel da dimenso global verificamos que a lngua inglesa assume um lugar de destaque o que se relaciona, essencialmente, com a importncia conferida estratgia de internacionalizao das actividades formativas e investigativas e forma como a UA se d a conhecer ao exterior e, a, as outras línguas (incluindo a lngua portuguesa) so percepcionadas enquanto barreiras. Ao nvel da dimenso mais local, sobressai uma preocupao com a valorizao de outras línguas que: ao nvel da formao podero funcionar enquanto trunfos diferenciadores no mercado econmico-profissional; ao nvel da investigao podero permitir exercer maior influncia do conhecimento cientfico sobre o pblico-alvo (e aqui salienta-se o papel da lngua portuguesa na investigao em educao); ao nvel da interaco com a sociedade, podero potenciar a construo de relacionamento intercultural, designadamente no interior do campus universitrio. Estes dois plos no so incompatveis e a conjugao dos dois que tem impulsionado o desenvolvimento de diversas iniciativas nos trs contextos de aco institucional (por exemplo, a criao de Cursos Livres em variadas línguas, a participao em redes investigativas internacionais de excelncia, a realizao de actividades de fomento do contacto intercultural no campus), iniciativas estas que podero concorrer de forma determinante para uma reflexo institucional acerca da importncia das línguas e do plurilinguismo nas actividades universitrias. com o objectivo de potenciar essa reflexo (-aco), e partindo dos nossos resultados, que traamos, no final do estudo, alguns eixos transversais sobre as potencialidades da aco das IES no desenvolvimento de dinmicas capazes de promover o plurilinguismo e polticas lingusticas de teor plurilingue, organizados em dois nveis: conceptualizao da estratgia institucional e aco. No mbito do primeiro eixo, apontamos para a necessidade de se desenvolver um locus de discusso e reflexo institucional acerca do plurilinguismo nas IES e de se potenciar a relao entre dimenso estratgica institucional e as línguas; no segundo nvel o da aco invocamos a importncia da explorao do plurilinguismo e da diversidade lingustico-cultural existente no campus e o valor do contexto da formao enquanto impulsor da promoo do plurilinguismo nas instituies universitrias.

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A difuso das tecnologias da informao e comunicao fomenta mudanas qualitativas nas prticas pedaggicas, proporcionando a criao de comunidades de aprendizagem entre aprendentes de diferentes pontos do mundo. Tendo como referncia a pedagogia crtica para a emancipao (Freire, 1997; Giroux, 1997), este estudo analisou de que forma aprendentes de diferentes provenincias lingustico-culturais desenvolvem a sua conscincia cultural crtica (Byram, 1997), quando colocados em situao de trabalho colaborativo on-line, formando uma comunidade de aprendizagem, atravs do recurso a uma plataforma especialmente concebida para o efeito, a 2ndschool.eu, na qual foram levados a desenvolver um trabalho de natureza interdisciplinar. Pretendamos que esta plataforma fomentasse questionamentos por parte dos seus membros. Como tal, integrmos diferentes instrumentos de comunicao eletrnica (chat, fruns e e-mail), atravs dos quais se promoveu a interao entre os participantes no projeto, alunos e professores (de diversas reas disciplinares) do Ensino Secundrio belga, blgaro, grego, polaco, portugus e sueco, com vista realizao de uma tarefa comum: a edio de um trabalho de projeto de anlise crtica de reportagens, artigos de opinio e fotos de jornais acerca de tpicos da atualidade nacional e/ou internacional. Tivemos em conta uma metodologia de investigao mais orientada para o estudo de caso e anlise do discurso. Para tal, recorremos a dois tipos de instrumentos de recolha de dados: as impresses das discusses estabelecidas atravs de chat, fruns, blogs e wikis e os resultados de trs questionrios sobre o perfil sociolingustico e cultural dos participantes, a avaliao da plataforma virtual e o inventrio de estratgias mais eficazes na negociao de saberes estabelecida. Conclumos que os alunos (re)constroem saberes, pois revelam representaes que tm acerca de situaes-problema, refletem acerca das mesmas e, posteriormente, disseminam ativamente pontos de vista crticos atravs de ferramentas Web 2.0, como forma de as resolver. Enquanto verdadeiros pronetrios, foram capazes de recorrer a estratgias de comunicao que fomentam a busca de entendimento com o Outro, num caminho oscilante entre o concordar e o discordar, entre o ajudar e o solicitar ajuda, entre o opinar e o escutar, entre o avaliar e o ser avaliado e entre o corrigir e o ser corrigido. Identificmos como principais limitaes do nosso estudo a dificuldade de anlise das prticas interdisciplinares dos interlocutores internacionais, a desmotivao de alguns aprendentes nas tarefas e ainda o reduzido recurso ao videochat, pelo desconforto no seu uso. Por isso, consideramos que futuras investigaes devero debruar-se nestas questes.

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O tema desta investigao a anlise dos fatores de risco associados s perturbaes da linguagem na criana, em particular, o estudo das relaes entre hbitos orais, alteraes orofaciais e perturbaes da fala. Centra-se nas crianas com idades compreendidas entre os 3 e os 9 anos, para identificar o papel de hbitos orais (aleitamento materno, suco da chupeta, do bibero, do dedo e da lngua e onicofagia), tipo de respirao (oral, nasal e misto), alteraes orofaciais (ocluso dentria, lbios, lngua, palato e freio lingual) nas perturbaes da linguagem da criana. A literatura indica que esses hbitos orais, ocorridos de modo prolongado nos primeiros anos de vida da criana, potencializam alteraes orofaciais e constituem fatores de risco de determinados tipos de perturbaes da fala. A amostra compreende 763 crianas portuguesas com perturbaes da linguagem, avaliadas em consulta de terapia da fala, em instituies pblicas e privadas, durante os anos de 2008 e 2009; e um grupo de controlo com 100 crianas sem perturbaes da fala. A recolha de dados efetuou-se atravs do preenchimento de uma ficha de registo disponibilizada a cada terapeuta da fala envolvida no estudo. Os dados foram analisados atravs de estatstica descritiva e inferencial. Os principais resultados apontam para a importncia dos antecedentes familiares, da respirao oral, das alteraes na lngua, nos lbios e no palato enquanto fatores preditivos das perturbaes da fala das crianas. Quanto interferncia nociva que os hbitos orais podero ter no desenvolvimento e nas perturbaes da linguagem da criana, os resultados no a confirmam. Estes dados contribuem para a interveno e preveno teraputicas mais sustentadas nas perturbaes da fala e apontam para a necessidade de maior investimento cientfico neste domnio.

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Este estudo investiga a influncia da interao imagem-texto de trs lbuns ilustrados de lngua inglesa no desenvolvimento do repertrio lingustico de crianas pr-leitoras. Numa metodologia de estudo de caso, adotando uma abordagem qualitativa e socio construtivista num contexto real de educao pr-escolar, trs grupos de crianas portuguesas foram filmados ao longo de vrias sesses de leitura repetida em voz alta e em ingls, e de sesses de recontos trabalhados em pequenos grupos. Aps a transcrio das gravaes, o corpus resultante foi analisado com base numa teoria fundamentada de compreenso literria e em escalas de leitura emergente. Os resultados mostraram que as crianas adotaram uma postura fortemente analtica face aos lbuns, direcionando as suas respostas para as ilustraes e usando-as como apoio na construo de significados. Os resultados mostraram tambm que cada interanimao visual e verbal ofereceu diversas oportunidades para o uso das línguas em presena, o portugus e o ingls, tendo o formato e a estrutura inerentes a cada lbum contribudo de forma muito relevante para as respostas das crianas. Contudo, os lbuns com uma dinmica imagem-texto mais complexa proporcionaram um maior envolvimento das crianas, provocando mais discusso em torno das ilustraes e criando mais oportunidades para mediao do uso da segunda lngua. Os resultados revelaram ainda a importncia da interao durante as leituras repetidas, na compreenso e na anlise narrativa, num processo de desenvolvimento da linguagem. Com base nestes resultados, apontam-se concluses, com implicaes para os contextos educativos, quer ao nvel da lngua materna, quer ao nvel da segunda lngua, nomeadamente em relao: seleo de lbuns e valorizao das ilustraes e ainda importncia de leituras repetidas em voz alta e discusso realizada pelas crianas.

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A compreenso dos estados mentais dos outros Teoria da Mente (TM) um processo crucial no desenvolvimento cognitivo e social. A relao entre a Teoria da Mente e a Linguagem tem sido alvo de vrios estudos ao longo das ltimas dcadas (Happ, 1995; de Villiers & Villiers, 2000; Astington, 2001; Ruffman et al., 2002; Lohmann & Tomasello, 2003; Astington & Baird, 2005; Astington & Pelletier, 2005; Farrar et al, 2009). Neste estudo avaliaram-se 229 crianas entre os 3 e os 7 anos que frequentavam jardim-de-infncia. Destas 229 crianas, foram constitudos dois grupos, um constitudo por crianas com desenvolvimento tpico (GN) e outra por crianas com Perturbaes da Fala/ Linguagem (GPFL), sendo que neste ltimo foi ainda criado um sub-grupo de crianas com Perturbaes Desenvolvimentais da Linguagem (SGPDL). Foi aplicado um teste de avaliao da TM, constitudo por trs sub-testes (Compreenso de falsas crenas de primeira ordem, crenas e desejos e acesso ao conhecimento) e um teste de avaliao de linguagem (T.A.L.C.) Foi tambm pedido aos cuidadores o preenchimento de um Questionrio de Avaliao das Competncias Sociais (Rydell et al., 1997). Verificou-se a existncia de uma associao positiva e significativa entre a idade e a TM. Por outro lado, observou-se a presena de uma associao negativa e significativa entre a idade de incio de fala e a TM. De uma forma geral, verifica-se que a TM est associada de forma positiva e estatisticamente significativa com os scores da linguagem, sendo esta relao mais forte relativamente aos aspectos relativos s Intenes comunicativas e score total de Expresso e Compreenso da linguagem. Vimos tambm que as crianas do SGPDL apresentaram scores inferiores ao nvel da TM relativamente ao GN. Encontramos diferenas estatisticamente significativas em relao ao tempo de durao da prova de TM entre o GN e o GPFL, tendo estes ltimos necessitado de maior tempo de resposta. Relativamente associao existente entre competncias sociais e TM, verificamos que no se encontrou a existncia de correlaes estatisticamente significativas, excepto para o factor Altrusmo. Pensa-se que este aspecto estar relacionado com o facto das competncias de TM avaliadas neste estudo no se encontrarem associadas s questes emocionais, as quais constituem um sub-tipo de TM do tipo afectivo, mas antes do sub-tipo cognitivo. Os indivduos GN apresentaram valores para a Orientao Pr-Social, Iniciao Social e score Total das Competncias Sociais significativamente superiores s crianas do GPFL.

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O trabalho que se segue estuda a natureza dos textos criativos produzidos por alunos de 12/13 anos, em situao de sala de aula. Para o efeito seleccionmos duas turmas do Ensino Bsico 3 ciclo de perfis diferentes e acompanhmos os sessenta alunos que se enquadravam nessa faixa etria durante um ano lectivo, seguindo a sua evoluo. Centrmos o nosso estudo no aluno, como produtor do texto, preocupado em fazer o seu melhor, desenvolvendo os temas a tratar com a originalidade de que era capaz e procurando a forma adequada ao assunto e situao. Verificmos a sua preocupao em cumprir as expectativas do professor/receptor, mas tambm a sua vontade de entrar em negociaes, numa tentativa de integrar as expectativas do docente nos seus prprios interesses pessoais. Para a sistematizao das caractersticas globais dos textos produzidos pelos alunos utilizmos o modelo de anlise textual de Beaugrande & Dressler, por nos parecer adaptar-se situao de dilogo escolar, subjacente a qualquer produo de texto em sala de aula. O levantamento das caractersticas globais dos textos dos alunos tornou evidente as suas diferenas e os seus traos de individualidade. Por isso, achmos que este estudo no estaria completo sem a complementao duma segunda parte em que procurssemos encontrar os traos estilsticos desses mesmos textos, numa tentativa de analisar a presena de algumas caractersticas de estilo colectivas, produto das preocupaes comuns aos alunos, assim como alguns traos estilsticos individuais, consequncia de vivncias particulares. Terminaremos fazendo uma sntese dos dados obtidos e reflectindo sobre as suas implicaes na situao de ensino/aprendizagem.

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Nos ltimos anos, as tecnologias que do suporte robtica avanaram expressivamente. possvel encontrar robs de servio nos mais variados campos. O prximo passo o desenvolvimento de robs inteligentes, com capacidade de comunicao em linguagem falada e de realizar trabalhos teis em interao/cooperao com humanos. Torna-se necessrio, ento, encontrar um modo de interagir eficientemente com esses robs, e com agentes inteligentes de maneira geral, que permita a transmisso de conhecimento em ambos os sentidos. Partiremos da hiptese de que possvel desenvolver um sistema de dilogo baseado em linguagem natural falada que resolva esse problema. Assim, o objetivo principal deste trabalho a definio, implementao e avaliao de um sistema de dilogo utilizvel na interao baseada em linguagem natural falada entre humanos e agentes inteligentes. Ao longo deste texto, mostraremos os principais aspectos da comunicao por linguagem falada, tanto entre os humanos, como tambm entre humanos e mquinas. Apresentaremos as principais categorias de sistemas de dilogo, com exemplos de alguns sistemas implementados, assim como ferramentas para desenvolvimento e algumas tcnicas de avaliao. A seguir, entre outros aspectos, desenvolveremos os seguintes: a evoluo levada a efeito na arquitetura computacional do Carl, rob utilizado neste trabalho; o mdulo de aquisio e gesto de conhecimento, desenvolvido para dar suporte interao; e o novo gestor de dilogo, baseado na abordagem de Estado da Informao, tambm concebido e implementado no mbito desta tese. Por fim, uma avaliao experimental envolvendo a realizao de diversas tarefas de interao com vrios participantes voluntrios demonstrou ser possvel interagir com o rob e realizar as tarefas solicitadas. Este trabalho experimental incluiu avaliao parcial de funcionalidades, avaliao global do sistema de dilogo e avaliao de usabilidade.

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O presente estudo tem por objetivo compreender, no contexto geopoltico de Timor-Leste, quais as imagens, funes e estatutos das línguas que a circulam e, simultaneamente, percecionar de que modo a Escola gere essa pluralidade lingustica. Para o efeito, tivemos em conta as representaes/imagens relativamente s línguas, s suas funes e estatutos, no s dos alunos e dos diferentes atores educativos (professores, diretores de escola e formadores do 1. e 2. ciclo), mas tambm aquelas que circulam em contexto social alargado, onde inclumos os intervenientes e os responsveis pelas polticas educativas e outros elementos da populao. Foi deste modo que procurmos perceber de que forma tais representaes se influenciam reciprocamente e se refletem na Escola. O estudo realizado foi de cariz etnogrfico. Assim, o investigadorobservador, colocado no terreno, foi produzindo um dirio do observador e recolhendo informao etnogrfica, atravs da sua convivncia com a sociedade timorense (escritos do quotidiano, questionrio polcia, observao de aula, entre outros), auscultando as vozes quer dos alunos (por meio de biografias lingusticas e desenhos), quer dos atores educativos (atravs de biografias lingusticas e entrevistas), quer ainda dos intervenientes nas polticas educativas (com recurso a entrevistas) e de alguns jovens timorenses, recorrendo de novo s entrevistas. Simultaneamente, foi feita uma recolha documental, ao longo de todo o perodo em que o estudo decorreu, que integrou fontes escritas (documentos oficiais, como sejam os documentos reguladores das polticas lingusticas e os manuais, fontes no oficiais, incluindo documentos vrios e testemunhos e fontes estatsticas, como os Censos) e fontes no escritas (imagens e sons registados, estes posteriormente transcritos). Todos estes dados foram classificados em dados primrios e secundrios, em funo da sua relevncia para o estudo. Para a sua anlise socorremo-nos da anlise de contedo para as biografias, as entrevistas e os manuais de lngua portuguesa, estes no quadro de uma abordagem para a diversidade lingustica e cultural, de uma anlise documental para os documentos reguladores do Sistema Educativa e outros documentos oficiais relativos s línguas e, finalmente, recorremos a uma anlise biogrfica (Molini, 2011) para os desenhos realizados pelos alunos. Os resultados obtidos vieram evidenciar o multilinguismo social e escolar que se vive no pas, as imagens e as funes que as línguas desempenham nestes dois contextos, o escolar e o da sociedade alargada, permitindo-nos compreender que a Escola no apenas um microcosmos dentro da sociedade, mas um espao de encontro, por vezes de confronto, entre diversas línguas, culturas e identidades. Ela tambm espao onde as questes do plurilinguismo so mais desafiantes na medida em que as línguas no so apenas objeto de ensino aprendizagem, mas desempenham igualmente funes importantes na aquisio dos saberes escolares, na interao social e no desenvolvimento cognitivo dos alunos. Nestes contextos, ocorrem duas situaes relevantes, uma o facto de a Escola ser um lugar onde os repertrios lingusticos plurilingues dos alunos entram em contacto com as línguas de escolarizao, o portugus, o ttum e o malaio indonsio e outra que saberes escolares e saberes culturais utilizam línguas diferentes, isto , os primeiros so veiculados em ttum e portugus, eventualmente em malaio indonsio, mas os saberes culturais so expressos nas línguas autctones, ameaadas, porm, por uma crescente expanso do ttum. Contudo, estas línguas criam tambm espaos privados, identitrios e de coeso social dentro da grande cidade que Dli. So línguas secretas e de defesa. Por fim, referiremos a urgncia para que se tomem medidas no sentido de se criar um consenso sobre a normalizao do ttum, que conduza sua aplicao em contexto educativo e ao seu desenvolvimento funcional, isto , que leve planificao do seu estatuto. Visa-se, com este estudo, contribuir para que os atores, acima referidos, possam repensar a Escola, em Timor Leste, e, em particular, no que diz respeito gesto das línguas que nela circulam, atravs de uma poltica lingustica (educativa) que beneficie o Sistema Educativo, com eventuais repercusses no mbito do currculo, da produo de materiais e da formao de professores. Face aos resultados obtidos, ainda que consideremos este estudo como parcelar, pelo facto de ter decorrido, sobretudo, na capital timorense, permitimo-nos sugerir a necessidade de esbater fronteiras entre o espao escolar e as realidades dos alunos, encontrando uma gesto escolar deste plurilinguismo que crie um currculo mais integrador dos saberes lingusticos dos alunos.

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Situado entre o discurso investigativo e o profissional da Didtica de Línguas, o presente estudo assenta: num entendimento da educao em línguas como um processo valorizador da diversidade lingustica e cultural, tendo como fim ltimo a promoo da intercompreenso e do dilogo intercultural, dentro dos pressupostos de uma didtica das línguas e do plurilinguismo; na conceo do professor de línguas como um dos principais atores na educao de cidados / comunicadores interculturais, vendo-se, portanto, a braos com novas exigncias, para as quais, muitas vezes, no se sente preparado; e nos pressupostos de que a identidade profissional condiciona fortemente a forma como o professor desempenha a sua ao didtica, sendo este processo de se tornar professor contnuo e dependente, quer do sujeito-professor e dos seus percursos profissionais e formativos, quer do contexto (profissional, local, nacional, global) em que este se insere. Pretende-se, com este estudo, contribuir para que a educao intercultural seja uma realidade nas nossas escolas, potenciando a sua migrao contextualizada dos documentos orientadores das polticas lingusticas e educativas nacionais e transnacionais e dos discursos da investigao em Didtica de Línguas. Para o efeito, desenvolvemos um programa de investigao/formao denominado O Professor Intercultural, durante o ano letivo 2006/2007, com professores de línguas (materna e estrangeiras) de trs escolas bsicas e secundrias do distrito de Aveiro. Este programa integrava um curso (25 horas) e uma oficina (50 horas), ambas as aes de formao acreditadas pelo Conselho Cientfico-Pedaggico da Formao Contnua. Do ponto de vista formativo, com este programa pretendamos levar as professoras em formao a desenvolver competncias pessoais e profissionais que lhes permitissem gerir a diversidade nos seus contextos profissionais, tendo em vista o desenvolvimento nos seus alunos de uma competncia de comunicao intercultural (CCI). Do ponto de vista investigativo, no s pretendamos compreender as representaes dos sujeitos relativamente educao intercultural em geral e CCI em particular; como tambm identificar princpios e estratgias de formao potenciadores do desenvolvimento de competncias profissionais docentes para trabalhar a CCI, a partir das perspetivas dos prprios sujeitos. Trata-se, portanto, de um estudo de caso de cariz qualitativo e interpretativo / fenomenolgico, com potencialidades heursticas, que pretende evidenciar os sujeitos, as suas representaes, as interaes consigo e com os outros e a forma como conceptualizam a identidade profissional docente e as suas dinmicas de desenvolvimento. Como instrumentos de recolha de dados, privilegimos os Porteflios Profissionais que foram sendo construdos ao longo do percurso de formao; a sesso Entre Línguas e Culturas da plataforma Galanet (www.galanet.eu), recurso de formao no mbito da oficina (entre fevereiro e maio de 2007); o Dirio do Investigador; e as entrevistas narrativas e de confrontao efetuadas sensivelmente um ano aps o final do programa de investigao/formao. Os resultados da anlise de contedo revelam que os sujeitos consideram a CCI uma competncia multidimensional e complexa, reconhecendo trs componentes: afetiva (domnio do saber ser e saber viver com o outro), cognitiva (domnio do saber) e praxeolgica (domnio do saber-fazer). A componente afetiva constitui, de acordo com os resultados, o motor de arranque do desenvolvimento desta competncia, que, posteriormente, alargada em dinmicas de informao-(inter)ao-reflexo. Por outro lado, dada a grande pertinncia que atribuem abordagem intercultural e urgncia com que veem a sua integrao escolar, os sujeitos consideram a CCI uma das competncias inerentes competncia profissional docente, elemento integrador da identidade profissional, numa forte ligao com a misso tica e poltica que cada vez mais associada ao docente (de línguas). Para alm disso, percecionam o seu desenvolvimento profissional docente como um processo que os acompanha ao longo da vida, fruto das idiossincrasias e predisposies do prprio indivduo, mas tambm das dinmicas da sua formao, das caratersticas dos contextos em que se movimenta e da colaborao com o Outro, no seu espao profissional ou fora dele. Importa salientar que este desenvolvimento profissional potenciado, segundo os nossos resultados, por propostas de formao assentes numa abordagem acional e reflexiva, articulando dinmicas investigao-ao-reflexo como as propostas no nosso programa de formao, nomeadamente no mbito da oficina. Neste quadro, conclumos o presente estudo, indicando alguns caminhos possveis para a formao de professores de línguas para a educao intercultural.