1 resultado para Enzymatic and non-enzymatic .
em Repositório Institucional da Universidade de Aveiro - Portugal
Resumo:
A glicosilação não-enzimática e o stress oxidativo representam dois processos importantes visto desempenharem um papel importante no que respeita à s complicações de vários processos patofisiológicos. No presente, a associação entre a glicosilação não-enzimática e a oxidação de proteÃnas é reconhecida como sendo um dos principais responsáveis pela acumulação de proteÃnas não-funcionais que, por sua vez, promove uma contÃnua sensibilização para um aumento do stress oxidativo ao nÃvel celular. Embora esteja disponÃvel bastante informação no que respeita aos dois processos e suas consequências ao nÃvel estrutural e funcional, permanecem questões por esclarecer acerca do que se desenvolve ao nÃvel molecular. Com o objectivo de contribuir para uma melhor compreensão da relação entre a glicosilação não-enzimática e a oxidação, proteÃnas modelo (albumina, insulina e histonas H2B e H1) foram submetidas a sistemas in vitro de glicosilação não-enzimática e oxidação em condições controladas e durante um perÃodo de tempo especÃfico. A identificação dos locais de glicosilação e oxidação foi realizada através de uma abordagem proteómica, na qual após digestão enzimática se procedeu à análise por cromatografia lÃquida acoplada a espectrometria de massa tandem (MALDI-TOF/TOF). Esta abordagem permitiu a obtenção de elevadas taxas de cobertura das sequências proteicas, permitindo a identificação dos locais preferenciais de glicosilação e oxidação nas diferentes proteÃnas estudadas. Como esperado, os resÃduos de lisina foram os preferencialmente glicosilados. No que respeita à oxidação, além das modificações envolvendo hidroxilações e adições de oxigénio, foram identificadas deamidações, carbamilações e conversões oxidativas especÃficas de vários aminoácidos. No geral, os resÃduos mais afectados pela oxidação foram os resÃduos de cisteÃna, metionina, triptofano, tirosina, prolina, lisina e fenilalanina. Ao longo do perÃodo de tempo estudado, os resultados indicaram que a oxidação teve inÃcio em zonas expostas da proteÃna e/ou localizadas na vizinhança de resÃduos de cisteÃna e metionina, ao invés de exibir um comportamente aleatório, ocorrendo de uma forma nãolinear por sua vez dependente da estabilidade conformacional da proteÃna. O estudo ao longo do tempo mostrou igualmente que, no caso das proteÃnas préglicosiladas, a oxidação das mesmas ocorreu de forma mais rápida e acentuada, sugerindo que as alterações estruturais induzidas pela glicosilação promovem um estado pro-oxidativo. No caso das proteÃnas pré-glicosiladas e oxidadas, foi identificado um maior número de modificações oxidativas assim como de resÃduos modificados na vizinhança de resÃduos glicosilados. Com esta abordagem é realizada uma importante contribuição na investigação das consequências do dano ‘glico-oxidativo’ em proteÃnas ao nÃvel molecular através da combinação da espectrometria de massa e da bioinformática.