50 resultados para Capacidade geral de combinação

em Repositório Institucional da Universidade de Aveiro - Portugal


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Os dinoflagelados so um grupo muito diverso de protistas que possuem um conjunto de caractersticas pouco comuns. Os peridiniides so dinoflagelados com teca que formada por seis sries latitudinais de placas, incluindo a srie cingular e um anel incompleto de placas intercalares anteriores, embora as ltimas estejam ausentes em algumas espcies de Peridiniopsis. So dinoflagelados com simetria bilateral em relao ao plano apical que contem o eixo dorso-ventral. Na srie sulcal h apenas uma placa posterior que contacta com o limite ventral de duas grandes placas antapicais. Entre os peridiniides, a presena ou ausncia de um poro apical e o nmero de placas no cngulo so geralmente consideradas marcas filogenticas importantes ao nvel de gnero ou famlia. Actualmente, a definio de Peridinium Ehrenberg, o dinoflagelado mais comum de gua doce, inclui organismos com combinaes diferentes destas duas caractersticas. Trabalhos anteriores sobre a ultrastrutura e afinidade filogentica das espcies tipo de Peridinium, P. cinctum, e Peridiniopsis Lemmermann, P. borgei tambm sugerem a necessidade de reexaminar as relaes taxonmicas dos peridiniides. Esta tese combina o estudo ultrastrutural de uma seleco de espcies com hipteses filogenticas baseadas nas sequncias de LSU rDNA, para aumentar o nosso conhecimento das diferenas e afinidades dentro dos peridiniides. Tem como objectivo aumentar o nosso conhecimento das caractersticas individuais das clulas que possam levar a reconhecer sinapomorfias que possam ser usadas como marcadores dos peridiniides como um todo e dos seus subgrupos. As espcies escolhidas para exame pormenorizado foram: Peridinium palatinum Lauterborn, de um grupo com duas placas intercalares anteriores, seis placas cingulares e sem poro apical; Peridinium lomnickii Wo!oszy"ska, de um grupo com poro apical, trs placas intercalares e seis cingulares; Peridiniopsis berolinensis (Lemmermann) Bourrelly, uma espcie heterotrfica com poro apical, sem placas intercalares e com seis placas cingulares; e Sphaerodinium cracoviense Wo!oszy"ska, um membro de um gnero de formas com teca com um tipo de tabulao marginalmente peridiniide, com um suposto poro apical e quatro placas intercalares anteriores. Peridinium palatinum difere de Peridinium e Peridiniopsis tpicos, quer em caractersticas da teca, quer internas. As diferenas estimadas entre as sequncias parciais de LSU rDNA de P. palatinum e a espcie prxima P. pseudolaeve, relativamente a P. cinctum so comparativamente grandes e, juntamente com a topologia da rvore filogentica, apoiam a separao de P. palatinum e formas prximas ao nvel de gnero. Palatinus nov. gen. foi, ento, descrito com as novas combinaes Palatinus apiculatus nov. comb. (espcie tipo; sin. Peridinium palatinum), P. apiculatus var. laevis nov. comb. e P. pseudolaevis nov. comb.. As caractersticas distintivas de Palatinus incluem uma superfcie das placas lisa ou um tanto granulosa, mas no areolada, um grande pirenide central penetrado por canais citoplasmticos e de onde radiam lobos plastidiais, e a presena de uma fiada microtubular homloga de um pednculo. As clulas de Palatinus saem da teca pela zona antapicalpos- cingular. Peridinium lomnickii apresenta tabulao semelhante s formas marinhas, produtoras de quistos calcrios, do gnero Scrippsiella A.R. Loeblich. Para comparao, adicionmos novas observaes ultrastruturais de S. trochoidea. Peridinium lomnickii tem uma combinação de caractersticas diferente de Peridinium, Peridiniopsis e Scrippsiella. As hipteses filogenticas baseadas em DNA colocam P. lomnickii no mesmo ramo que Pfiesteria Steidinger et Burkholder, Tyrannodinium e outras Pfiesteriaceae, com as quais partilha um "microtubular basket" e uma ligao peculiar entre duas placas do sulco. As caractersticas distintivas do novo gnero proposto Chimonodinium gen. ined. incluem, alm da tabulao, a ausncia de pirenides, a presena de um "microtubular basket" com quatro ou cinco fiadas sobrepostas de microtbulos associados a um pequeno pednculo, um sistema pusular com tubos pusulares bem definidos ligados aos canais flagelares, e a produo de quistos no calcrios. Peridiniopsis berolinensis partilha vrias caractersticas significativas com Pfiesteria e afins, como um "microtubular basket" com a capacidade de suportar um tubo de alimentao, quimiossensibilidade para encontrar presas apropriadas, o modo de natao junto s presas e a organizao geral da clula. Hipteses filogenticas com base em LSU rDNA confirmam a afinidade entre P. berolinensis e Pfiesteria bem como a relao mais remota com a espcie tipo de Peridiniopsis, P. borgei. Estas razes justificam a proposta de Tyrannodinium gen. nov., uma nova Pfiesteriaceae que difere de outros membros do grupo por viver em gua doce e nos pormenores da tabulao. Sphaerodinium cracoviense revelou a tabulao tpica do gnero Sphaerodinium, que apresenta um nmero de placas intercalares superiores e pos-cingulares maior que o que tpico em peridiniides: 4 e 6, respectivamente. Observaes em SEM mostraram uma estrutura apical diferente da dos peridiniides, e um sulco apical numa das placas fazendo lembrar a rea apical de alguns woloszynskiides. Os pormenores do aparelho flagelar e do sistema pusular ligam o Sphaerodinium aos woloszynskiides em geral e ao gnero Baldinia em particular, mas no aos peridiniides. O volumoso estigma de S. cracoviense revelou ser extraplastidial e de um modelo nico, composto por elementos que se encontram em woloszynskiides, mas nunca encontrados anteriormente juntos. A anlise filogentica baseada nas sequncias parciais de LSU rDNA tambm sugerem uma maior proximidade de S. cracoviense com os woloszynskiides do que com os peridiniides. Futuras anlises pormenorizadas de dinoflagelados peridiniides, em especial entre os do numeroso grupo de espcies com poro apical, sero necessrias para clarificar as suas relaes taxonmicas; e a produo de descries melhoradas das caractersticas finas particulares das clulas sero um requisito para perceber a evoluo dos caracteres dos peridiniides por forma a podermos identificar marcadores filogenticos.

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O Mercrio um dos metais pesados mais txicos existentes no meio ambiente, persistente e caracteriza-se por bioamplificar e bioacumular ao longo da cadeia trfica. A poluio com mercrio um problema escala global devido combinação de emisses naturais e emisses antropognicas, o que obriga a polticas ambientais mais restritivas sobre a descarga de metais pesados. Consequentemente o desenvolvimento de novos e eficientes materiais e de novas tecnologias para remover mercrio de efluentes necessrio e urgente. Neste contexto, alguns materiais microporosos provenientes de duas famlias, titanossilicatos e zirconossilicatos, foram investigados com o objectivo de avaliar a sua capacidade para remover ies Hg2+ de solues aquosas. De um modo geral, quase todos os materiais estudados apresentaram elevadas percentagens de remoo, confirmando que so bons permutadores inicos e que tm capacidade para serem utilizados como agentes descontaminantes. O titanossilicato ETS-4 foi o material mais estudado devido sua elevada eficincia de remoo (>98%), aliada pequena quantidade de massa necessria para atingir essa elevada percentagem de remoo. Com apenas 4 mgdm-3 de ETS-4 foi possvel tratar uma soluo com uma concentrao igual ao valor mximo admissvel para descargas de efluentes em cursos de gua (50 gdm-3) e obter gua com qualidade para consumo humano (<1.0 gdm-3), de acordo com a legislao Portuguesa (DL 236/98). Tal como para outros adsorbentes, a capacidade de remoo de Hg2+ do ETS- 4 depende de vrias condies experimentais, tais como o tempo de contacto, a massa, a concentrao inicial de mercrio, o pH e a temperatura. Do ponto de vista industrial as condies ptimas para a aplicao do ETS-4 so bastante atractivas, uma vez que no requerem grandes quantidades de material e o tratamento da soluo pode ser feito temperatura ambiente. A aplicao do ETS-4 torna-se ainda mais interessante no caso de efluentes hospitalares, de processos de electro-deposio com nquel, metalrgica, extraco de minrios, especialmente ouro, e indstrias de fabrico de cloro e soda custica, uma vez que estes efluentes apresentam valores de pH semelhantes ao valor de pH ptimo para a aplicao do ETS-4. A cintica do processo de troca inica bem descrita pelo modelo Nernst-Planck, enquanto que os dados de equilbrio so bem ajustados pelas isotrmicas de Langmuir e de Freundlich. Os parmetros termodinmicos, G and H indicam que a remoo de Hg2+ pelo ETS-4 um processo espontneo e exotrmico. A elevada eficincia do ETS-4 confirmada pelos valores da capacidade de remoo de outros materiais para os ies Hg2+, descritos na literatura. A utilizao de coluna de ETS-4 preparada no nosso laboratrio, para a remoo em contnuo de Hg2+ confirma que este material apresenta um grande potencial para ser utilizado no tratamento de guas. ABSTRACT: Mercury is one of the most toxic heavy metals, exhibiting a persistent character in the environment and biota as well as bioamplification and bioaccumulation along the food chain. Natural inputs combined with the global anthropogenic sources make mercury pollution a planetary-scale problem, and strict environmental policies on metal discharges have been enforced. The development of efficient new materials and clean-up technologies for removing mercury from effluents is, thus, timely. In this context, in my study, several microporous materials from two families, titanosilicates and zirconosilicates were investigated in order to assess their Hg2+ sorption capacity and removal efficiency, under different operating conditions. In general, almost all microporous materials studied exhibited high removal efficiencies, confirming that they are good ion exchangers and have potential to be used as Hg2+ decontaminant agents. Titanosilicate ETS-4 was the material most studied here, by its highest removal efficiency (>98%) and lowest mass necessary to attain it. Moreover, according with the Portuguese legislation (DL 236/98) it is possible to attain drinking water quality (i.e. [Hg2+]< 1.0 gdm-3) by treating a solution with a Hg2+ concentration equal to the maximum value admissible for effluents discharges into water bodies (50 gdm-3), using only 4 mgdm-3 of ETS-4. Even in the presence of major freshwater cations, ETS-4 removal efficiency remains high. Like for other adsorbents, the sorption capacity of ETS-4 for Hg2+ ions is strongly dependent on the operating conditions, such as contact time, mass, initial Hg2+ concentration and solution pH and, to a lesser extent, temperature. The optimum operating conditions found for ETS-4 are very attractive from the industrial point of view because the application of ETS-4 for the treatment of wastewater and/or industrial effluents will not require larges amounts of adsorbent, neither energy supply for temperature adjustments becoming the removal process economically competitive. These conditions become even more interesting in the case of medical institutions liquid, nickel electroplating process, copper smelter, gold ore tailings and chlor-alkali effluents, since no significant pH adjustments to the effluent are necessary. The ion exchange kinetics of Hg2+ uptake is successfully described by the Nernst-Planck based model, while the ion exchange equilibrium is well fitted by both Langmuir and Freundlich isotherms. Moreover, the feasibility of the removal process was confirmed by the thermodynamic parameters (G and H) which indicate that the Hg2+ sorption by ETS-4 is spontaneous and exothermic. The higher efficiency of ETS-4 for Hg2+ ions is corroborate by the values reported in literature for the sorption capacity of other adsorbents for Hg2+ ions. The use of an ETS-4 fixed-bed ion exchange column, manufactured in our laboratory, in the continuous removal of Hg2+ ions from solutions confirms that this titanosilicate has potential to be used in industrial water treatment.

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O presente trabalho tem como principal objetivo, estudar a relao entre a presena de vulnerabilidade para a manifestao de sintomatologia psiquitrica e a sua relao com a capacidade para o trabalho e, como objetivo secundrio, estudar o impacto da funo cognitiva executiva na capacidade para o trabalho. Os problemas de sade mental so comuns na populao em geral, sendo estimado que uma em cada cinco pessoas pode apresentar sintomatologia de algum distrbio mental ao longo de um ano. Por seu lado, a doena mental apresenta um impacto bastante significativo ao nvel do absentismo laboral, tendo como consequncia um custo bastante significativo ao nvel do desempenho laboral (produtividade), bem como ao nvel da sade fsica e mental (Wu, Chi, Chen, Wang & Jin, 2009). O excessivo Stress Ocupacional experienciado pelos trabalhadores tem sido fortemente associado com o aparecimento de doenas e prejuzo da sade mental interferindo na sua capacidade para o trabalho, produtividade, bem estar e qualidade de vida. A uma amostra de 125 trabalhadores foram aplicadas as escalas WAI (escala de ndice de capacidade para o trabalho), BSI (Inventrio de sintomas psicopatolgicos) e o ESI (Inventrio de Externalizao verso reduzida) e, numa subamostra de 30 trabalhadores, foram aplicados os testes neuropsicolgicos pela seguinte ordem: CAT (Halstead Category Test), WCST (Wisconci Card Sort), e a TH (Tower of Hanoi). Foram confirmadas todas as hipteses do estudo o que sugere que existe, de facto, uma relao entre a presena de vulnerabilidade para manifestao de sintomatologia psiquitrica com a capacidade para o trabalho e, tambm, que as funes executivas manifestam grande impacto na capacidade para o trabalho. Assim, a implementao de um programa de promoo para o trabalho e preveno de risco nos trabalhadores torna-se crucial para o aumento da produtividade dos trabalhadores e, consequentemente, da prpria organizao.

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Esta tese teve como objectivo estudar estratgias de conservao de pescado fresco, recorrendo ao uso de extractos e leos essenciais de plantas e do processamento por alta presso (HPP), usando filetes de robalo como um caso de estudo modelo. Relativamente aos extractos e leos essenciais, avaliaram-se as suas propriedades antibacterianas e antioxidantes. Os extractos aquosos quente de poejo e de orgo e o leo essencial de cravinho apresentaram a maior actividade antioxidante. Os leos essenciais foram mais eficientes do que os extractos para inibir o crescimento das estirpes bacterianas testadas, tendo-se observado os menores valores de concentrao mnima inibitria nos leos essenciais de orgo, citronela, alho e orgo Espanhol. De seguida, estudou-se o efeito dos leos essenciais de orgo Espanhol e de limo na conservao de filetes de robalo fresco tendo em conta critrios microbiolgicos, qumicos, fsicos e sensoriais. A aplicao do leo essencial de orgo Espanhol aumentou o tempo de vida til dos filetes sob o ponto de vista bacteriano, mas no em termos sensoriais. A combinação dos leos essenciais de orgo Espanhol e de limo melhorou o efeito antioxidante e reduziu a intensidade do odor e a sua eficcia em relao s Enterobacteriaceae, comparando com o tratamento com leo essencial de orgo Espanhol per se. No sentido de reduzir o odor conferido pelos leos essenciais realizou-se um estudo de conservao para avaliar o efeito de pelculas com leos essenciais (citronela, alho e tomilho) em filetes de robalo, recorrendo a uma teste de desafio bacteriano. As pelculas sem leos essenciais aumentaram o tempo de vida til sob o ponto de vista bacteriano, mas este efeito no foi observado com a incorporao dos leos essenciais nas pelculas. Em relao ao HPP, testaram-se diversas condies (nvel de presso, tempo de pressurizao e taxa de pressurizao) e avaliaram-se os efeitos na actividade enzimtica, na qualidade global e na conservao de filetes de robalo fresco. Em geral, o aumento do nvel de presso e do tempo de pressurizao diminuiu a actividade da fosfatase cida e das enzimas proteolticas, a carga bacteriana e a capacidade de reteno de gua, enquanto que os filetes ficaram mais brancos. O HPP revelou potencial para o desenvolvimento de novos produtos: mais brancos, no translcidos, mais firmes e com maior tempo de frescura e estabilidade microbiolgica. Em concluso, os leos essenciais e o HPP tm potencial para conservar pescado fresco, devido aos seus efeitos na qualidade bacteriana. Ainda assim, mais esforos devem ser feitos no sentido de reduzir a transferncia de odor dos leos essenciais para o pescado e os efeitos do HPP no aspecto do pescado e na oxidao lipdica.

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O presente trabalho pretende caracterizar a associao existente entre a funo cognitiva executiva e a capacidade para o trabalho em profissionais de sade (mdicos e enfermeiros) e profissionais de educao (professores). A funo cognitiva executiva definida como uma srie de processos cognitivos de ordem superior (capacidade de planeamento, raciocnio abstrato, flexibilidade cognitiva e resoluo de problemas) determinantes no controlo e coordenao de operaes cognitivas e fundamentais na organizao e monitorizao do comportamento humano. A integridade destas funes, so determinantes para a realizao adequada de tarefas da vida diria, incluindo o contexto organizacional. A capacidade para trabalho um forte preditor do desempenho laboral, sendo definida como a autoavaliao que o trabalhador faz do seu bem-estar no presente e no futuro prximo e da capacidade para assegurar o seu trabalho tendo em conta as exigncias do mesmo, a sade e os recursos psicolgicos e cognitivos disponveis. Assim, com o objetivo de compreender a relao entre estas duas variveis em mdicos, enfermeiros e professores, no presente trabalho utilizamos uma amostra composta por 218 sujeitos, sendo que 93 so enfermeiros, 100 professores (ensino secundrio) e 25 mdicos. Para avaliar as funes cognitivas executivas, nomeadamente a flexibilidade cognitiva e raciocnio abstrato no-verbal utilizamos o Halstead Category Test (HCT). Para avaliar a capacidade de planeamento e resoluo de problemas, utilizamos a Torre de Hanoi (TH). Para determinamos o valor da capacidade para o trabalho, utilizamos o ndice de capacidade para o trabalho. No sentido de controlar variveis que poderiam influenciar esta relao, utilizamos Questionrio Geral de Sade (GHQ-12), escala de ansiedade-trao, Questionrio de Personalidade de Eysenck, escala de satisfao no trabalho e uma questo dicotmica (Sim/No) sobre o trabalho por turnos. Pela anlise dos resultados, verificamos que alteraes nas funes cognitivas executivas podero prejudicar a capacidade para o trabalho. No entanto, verificamos que variveis como a idade, trabalho por turnos, personalidade e sade mental podero exercer um efeito moderador desta relao. Por fim, em comparao com mdicos, enfermeiros e professores, verificamos que os mdicos e enfermeiros apresentam um maior prejuzo nas funes cognitivas executivas que os professores, mas no na capacidade para o trabalho. Como concluso, o nosso trabalho contribuiu para uma melhor compreenso da ao das funes executivas em contexto laboral (em particular na rea da sade e educao), contribuindo para o desenvolvimento e implementao de programas de promoo de sade laboral em contexto organizacional.

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O fator nutricional presente nos sapais no s importante para os organismos que nele habitam como tambm apresenta uma importncia ecolgica a uma maior escala. Exemplifica-se este fato com a capacidade de reteno do Fsforo (P) por parte das plantas podendo estas competir como produto qumicos para sua imobilizao atravs da incorporao da sua frao biodisponvel para cumprimento dos mecanismos bsicos de sobrevivncia. O rizosedimento dessas plantas uma importante fonte de nutrientes necessrios para garantia bsica da perpetuao de todos os servios (regulao, proviso, cultural) gerados pelo ambiente. A perda de reas de sapal foi o motivo principal para a elaborao desta tese visto a preocupao em relao aos impactes que a perda de servios associados rea de estudo escolhida, o sistema lagunar da Ria de Aveiro, poder vir sofrer caso aconteam alteraes hdricas (naturais ou antrpicas) mais acentuadas no futuro. Essa tese assume como compromisso chamar a ateno para essa questo como tambm investigar os mecanismos do ciclo do P este importante nutriente considerado essencial para a manuteno da vida em nosso planeta. Para este estudo foram escolhidas 3 espcies de plantas halfitas representantes do sapal amostral, so elas: Bolbochenous maritimus, Spartina maritima e de Juncus maritimus. As questes levantadas buscam compreender o papel do P nas transformaes que ocorrem no rizosedimento das halfitas em 3 diferentes contextos: (i) quando comparados os valores da biomassa de P associado s halfitas estudadas (estudo realizado nos sapais povoados por Spartina maritima e Juncus maritimus) em toda extenso da Ria de Aveiro (ii) quando da disponibilidade de P perante a presena de poluentes inorgnicos no Largo do Laranjo, que corresponde a uma zona historicamente contaminada por metais (estudo realizado no rizosedimento das espcies Bolbochenous maritimus e Juncus maritimus) e (iii) quanto intruso superficial da gua salgada da laguna (estudo focado na avaliao da perda do P prximo s razes das halfitas que habitam a zona externa do dique do Baixo Vouga Lagunar (BVL) que corresponde zona de confluncia do Rio Vouga com a Ria de Aveiro). Por meio da anlise do rizosedimento e da biomassa das diferentes halfitas predominantes do sapal foi possvel verificar que, em relao carga nutritiva fosftica, de Norte (Canal de So Jacinto/Ovar) a Sul (Canal de Mira) da Ria de Aveiro, a cota do sapal mais importante do que a natureza espacial do sistema. Esta informao primordial para a assertividade de futuras medidas de criao e reabilitao das reas de sapal na Ria de Aveiro. Os estudos realizados nas reas impactadas (Largo do Laranjo e BVL) incidiram na anlise do perfil vertical rizosedimentar das halfitas pertencentes ao sapal mdio-alto. Estes estudos revelaram que o rizosedimento dessas halfitas possui caractersticas peculiares que definem a dinmica do ciclo do P de forma bastante caracterstica. O rizosedimento das halfitas presentes no Largo do Laranjo apresentaram teores biodisponveis de P equivalentes queles presentes no rizosedimento de rea mais afastada da fonte pontual de contaminao para as mesmas espcies. Numa viso otimista, os resultados revelam que ambos sapais, Largo de Laranjo e Cais do Bico, apresentam condies equiparvel para perpetuao dos servios por eles gerados, que nesse caso se tornam ainda mais valiosos devido a garantia da fitoestabilizao dos contaminantes (preveno da entrada de contaminantes na coluna dgua e na cadeia alimentar). No Baixo Vouga Lagunar a anlise espacial do sapal na zona exterior ao dique revelou a perda da diversidade das espcies bem como o aumento da rea de vasa e consequentemente a perda dos teores de P associados ao rizosedimento das halfitas mais expostas aos efeitos da compresso costeira intensificados pelas aes naturais e antrpicas a que a Ria est sujeita. Em geral, a degradao dessa rea de sapal devido aos fenmenos de assoreamento ou de eroso no pode ser separada dos processos sedimentares na rea envolvente, principalmente no caso da Ria de Aveiro que tem sofrido constantes mudanas para atender s necessidades das atividades humanas. Essa tendncia provavelmente no mudar no futuro prximo. Consequentemente, a evoluo da laguna ser principalmente dependente do resultado direto das aes humanas que devero sempre encontrar formas de compensar os danos causados no mbito de intervenes de reabilitao do sistema hdrico. A recriao de reas de sapal pode ter lugar como medida mitigadora no mbito de intervenes de reabilitao de reas degradadas e ainda poder servir como forma de captura de P para programas de utilizao de fertilizantes naturais (componente desejvel para a agricultura moderna o que particularmente importante para as regies altamente dependentes do mercado de importao). Deste modo, recomenda-se que a recuperao das reas de sapal seja enquadrada no mbito de intervenes mais amplas de valorizao dos sistemas estuarinos e lagunares.

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As protenas existentes nas clulas so produzidas pelo mecanismo de traduo do mRNA, no qual a informao gentica contida nos genes descodificada em cadeias polipeptdicas. O cdigo gentico, que define as regras de descodificao do genoma, minimiza os erros de traduo do mRNA, garantindo a sntese de protenas com elevada fidelidade. Esta essencial para a estabilidade do proteoma e para a manuteno e funcionamento dos processos celulares. Em condies fisiolgicas normais, os erros da traduo do mRNA ocorrem com frequncias que variam de 10-3 a 10-5 erros por codo descodificado. Situaes que aumentam este erro basal geralmente esto associadas ao envelhecimento, stresse e a doenas; no entanto, em certos organismos o cdigo gentico traduzido naturalmente com elevado erro, indicando que a sntese de protenas aberrantes pode de algum modo ser vantajosa. A fim de estudar a resposta celular aos erros de traduo do mRNA, construmos leveduras que incorporam serina no proteoma em resposta a um codo de leucina, usando a expresso constitutiva de um tRNASer mutante. Este fenmeno gentico artificial provocou uma forte diminuio da esporulao, da viabilidade e da eficincia de mating, afectando imensamente a reproduo sexual da levedura. Observou-se tambm uma grande heterogeneidade no tamanho e na forma das clulas e elevada instabilidade genmica, com o aparecimento de populaes poliplides e aneuplides. No sentido de clarificar as bases celulares e moleculares daqueles fentipos e compreender melhor a biologia do erro de traduo do mRNA, construmos tambm clulas de levedura que inserem serina em resposta a um codo de leucina de modo indutvel e controlado. Utilizaram-se perfis de mRNA total e de mRNA associado a polissomas para elucidar a resposta celular ao erro de traduo do mRNA. Observou-se a induo de genes envolvidos na resposta ao stresse geral, stresse oxidativo e na unfolded protein response (UPR). Um aumento significativo de espcies reactivas de oxignio (ROS) e um forte impacto negativo na capacidade das clulas ps-mitticas re-iniciarem o crescimento foram tambm observados. Este fentipo de perda de viabilidade celular foi resgatado por scavangers de ROS, indicando que o stresse oxidativo a principal causa de morte celular causada pelos erros de traduo. Este estudo levanta a hiptese de que o stresse oxidativo e a acumulao de ROS, ao invs do colapso sbito do proteoma, so as principais causas da degenerao celular e das doenas humanas associadas aos erros de traduo do genoma. ABSTRACT: Proteins are synthesized through the mechanism of translation, which uses the genetic code to transform the nucleic acids based information of the genome into the amino acids based information of the proteome. The genetic code evolved in such a manner that translational errors are kept to a minimum and even when they occur their impact is minimized by similar chemical properties of the amino acids. Protein synthesis fidelity is essential for proteome stability and for functional maintenance of cellular processes. Indeed, under normal physiological conditions, mistranslation occurs at frequencies that range from 10-3 to 10-5 errors per codon decoded. Situations where this basal error frequency increases are usually associated to aging and disease. However, there are some organisms where genetic code errors occur naturally at high level, suggesting that mRNA mistranslation can somehow be beneficial. In order to study the cellular response to mRNA mistranslation, we have engineered single codon mistranslation in yeast cells, using constitutive expression of mutant tRNASer genes. These mistranslating strains inserted serines at leucine-CUG sites on a proteome wide scale due to competition between the wild type tRNALeu with the mutant tRNASer. Such mistranslation event decreased yeast sporulation, viability and mating efficiencies sharply and affected sexual reproduction strongly. High heterogeneity in cell size and shape and high instability in the genome were also observed, with the appearance of some polyploid or aneuploid cell populations. To further study the cellular and molecular basis of those phenotypes and the biology of mRNA mistranslation, we have also engineered inducible mRNA misreading in yeast and used total mRNA and polysome associated mRNA profiling to determine whether codon misreading affects gene expression. Induced mistranslation up-regulated genes involved in the general stress response, oxidative stress and in the unfolded protein response (UPR). A significant increase in reactive oxygen species (ROS) and a strong negative impact on the capacity of post-mitotic cells to re-initiate growth in fresh media were also observed. This cell viability phenotype was rescued by scavengers of ROS, indicating that oxidative stress is the main cause of cell death caused by mRNA mistranslation. This study provides strong support for the hypothesis that oxidative stress and ROS accumulation, rather than sudden proteome collapse or major proteome disruption, are the main cause of the cellular degeneration observed in human diseases associated mRNA mistranslation.

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A infertilidade um problema actual que afecta cerca de 8 a 12% dos casais em idade frtil, sendo 50% dos casos atribudos ao factor masculino. A exposio ocupacional e/ou ambiental a metais pesados representa uma das suas principais causas. O chumbo, o cdmio e o crmio so metais com elevada utilizao industrial e muito persistentes no ambiente, sendo motivo de grande preocupao devido aos seus efeitos na sade reprodutiva dos trabalhadores e da populao em geral. Neste trabalho estudaram-se os efeitos do cloreto de chumbo (PbCl2), cloreto de cdmio (CdCl2) e cromato de potssio (K2CrO4) na fertilidade, usando como modelo ratinhos machos ICR-CD1. Os ratinhos foram injectados subcutaneamente com 74 e 100 mg de PbCl2/kg pc ou com 5 e 10 mg de K2CrO4/kg pc, respectivamente, durante 4 dias consecutivos ou com 1, 2 e 3 mg de CdCl2/kg pc numa nica injeco. Nos ensaios com PbCl2 e K2CrO4 os animais foram sacrificados 5 e 35 dias aps o incio da exposio, enquanto que nos ensaios com CdCl2 os animais foram sacrificados aps 24 horas e 35 dias. O cloreto de chumbo no alterou a histologia do testculo nem do epiddimo, mas induziu um aumento da percentagem de clulas em fase S no testculo. O cloreto de chumbo alterou tambm alguns parmetros dos espermatozides, tais como a motilidade, morfologia e integridade do acrossoma. Contudo, no foram observados efeitos na integridade do DNA ou na estrutura da cromatina. O cloreto de cdmio induziu leses severas e no reversveis nos testculos que, aps 35 dias, reverteram em necrose testicular. O cloreto de cdmio alterou ainda as subpopulaes de clulas testiculares aps 24 horas e induziu IMS no testculo aps 35 dias. Em consequncia das leses no testculo, a densidade espermtica foi severamente afectada aps 35 dias. A exposio ao cloreto de cdmio afectou tambm a morfologia, a motilidade e a integridade acrossmica nos espermatozides. O cloreto de cdmio induziu ainda fragmentao do DNA nestas clulas aps 35 dias. O cromato de potssio alterou a morfologia dos espermatozides e a integridade do acrossoma, sobretudo nos animais sacrificados aps 35 dias. Verificou-se ainda uma reduo da motilidade dos espermatozides. No foram detectados efeitos genotxicos nos espermatozides, devido aco do K2CrO4 nas doses testadas. Dos parmetros avaliados neste trabalho, destacam-se duas novas abordagens, nomeadamente o programa informtico Snakes e a anlise do contedo em DNA de clulas de testculo, a partir de material includo em parafina. O Snakes permitiu fazer medies rigorosas do dimetro dos tubos seminferos, enquanto que a fixao de amostras de testculo de ratinhos em formol tamponado e incluso em parafina resultou numa boa preservao do DNA, possibilitando assim a quantificao das subpopulaes de clulas testiculares por citometria de fluxo. Os resultados obtidos para os diferentes parmetros testados indicam que a motilidade dos espermatozides e a integridade do acrossoma sejam parmetros sensveis toxicidade de metais. O acrossoma aparenta ser um dos principais alvos da toxicidade dos metais e cuja reaco acrossmica prematura pode reduzir a capacidade do espermatozide para fertilizar o ocito. Assim, este trabalho representa uma contribuio para uma melhor compreenso dos efeitos do chumbo, cdmio e crmio na fertilidade masculina.

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Esta tese apresenta uma investigao que procura problematizar o papel da assessoria na auto-avaliao das escolas. Reflecte-se sobre o contributo de assessores externos nas unidades de gesto para encontrar frmulas que permitam a construo e sustentabilidade da sua auto-avaliao atravs da concepo, monitorizao e avaliao de planos de aco. A investigao consubstanciou-se na anlise dos relatrios das 100 unidades orgnicas que participaram na avaliao externa em 2006/2007 promovida pela Inspeco-Geral de Educao (IGE) especificamente no domnio da Capacidade de Auto-Regulao e Melhoria da Escola (CARME), no Questionrio a 90 participantes em equipas de auto-avaliao e ainda em todo o trabalho de campo realizado numa escola secundria atravs de observao participante. Durante a investigao percebeu-se a adaptao de alguns modelos de auto-avaliao de carcter gerencialista realidade das unidades orgnicas, identificam-se alguns obstculos que se apresentam aplicao dos referidos modelos, as dificuldades que as referidas unidades de gesto sentem quando autonomamente se querem auto-avaliar e identificam-se mecanismos utilizados para a concretizao da auto-avaliao e sua manuteno ao longo do tempo. Por fim, constata-se que a assessoria externa um pilar que pode contribuir para a introduo efectiva dos referidos mecanismos de auto-avaliao e sua sustentabilidade.

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A tese que se apresenta defende que a capacidade criativa, manifestao de criatividade da condio humana, ao ser promovida e desenvolvida facilita a ocorrncia da aprendizagem da atitude criativa, que tem como efeito a flexibilidade de pensamento, a originalidade das ideias e a fluidez de expresso, potenciando, simultaneamente, a comunicao e a expresso pessoal, ao despertar a curiosidade e o esprito crtico. Para demonstrar a sua validade e legitimidade comeou-se por estabelecer a conexo de dois campos de estudos, criatividade e comunicao-ludicidade. De seguida definiu-se trs vias distintas que permitiu chegar perspectiva terica da pragmtica da criatividade: A primeira via diz respeito ao entendimento de diferentes perspectivas tericas de autores de referncia que se dedicaram ao estudo da compreenso da criatividade e investigao dos factores que permitem a promoo e o desenvolvimento da criatividade humana e social, tentando estabelecer um paralelo entre elas; a segunda via, foi a apropriao da pragmtica da comunicao humana estabelecida pela Escola de Pensamento de Palo Alto (1967), e a sua transposio para o campo terico da criatividade, o que permite sublinhar a relevncia dos factores de interaco e de contextos situacionais na construo da aprendizagem e na mudana; a terceira e ltima via diz respeito adopo da noo de consequencialidade estabelecido por Cronen e Sigman (1995), no contexto da comunicao humana, o que possibilita a delimitao do percurso no campo da pragmtica da criatividade. Das trs vias definidas resulta a elaborao da conceptualizao sobre a atitude criativa e a definio da metodologia de design de criatividade que se define como uma metodologia de comunicao e ludicidade e de experincia criativa, concebida e desenvolvida segundo um modelo sistmico, que promove a construo de aprendizagens e mudanas, que potenciam o desenvolvimento da criatividade bem como os seus efeitos na autonomia individual, nomeadamente, a flexibilidade do pensamento, a capacidade crtica, a originalidade da concepo, a construo de artefactos e a cooperao na interaco com os outros e consigo mesmo. Os resultados obtidos fazem parte integrante do projecto de investigao, formao e interveno designado por CriCoLudi criatividade, comunicao-ludicidade que se apresentam e sustentam a afirmao da tese enunciada. O referido projecto CriCoLudi foi desenvolvido no contexto da formao inicial de futuros Educadores de Infncia, integrado na disciplina de Comunicao e Ludicidade, da Licenciatura em Educao de Infncia da Universidade de Aveiro decorrido no ano lectivo de 2004/05, com uma amostra constituida por dezassete sujeitos-alvo mediados (SAMos) e por um sujeito-alvo mediador (SAMr), autora da tese. O projecto CriCoLudi foi desenvolvido em contexto de sala de aula em situao de interveno do tipo oficina, mediado pela concepo e produo de artefactos ldicos e de criatividade. As relaes estabelecidas entre o processo de promoo e desenvolvimento da capacidade criativa com o seu efeito, atitude criativa dela decorrente, revelaram-se ao longo do processo de construo da aprendizagem e da mudana de comportamentos dos sujeitos alvo mediados, atravs da metodologia proposta e criada para o efeito, design de criatividade, que se desenvolveu atravs de estratgias relacionais, em contexto situacional e inter-pessoal de oficina, promovendo-se e desenvolvendo-se a capacidade de questionar dos esteretipos reenquadrando um novo olhar sobre a realidade, promovidas pelo sujeito-alvo mediador, reponsvel pelo processo em causa.

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O presente trabalho divulga os resultados dos estudos levados a efeito nas matrias-primas argilosas que se integram tipologicamente na argila comum, ocorrentes na designada Plataforma do Mondego, Centro de Portugal, na regio entre Miranda do Corvo, a SW, e Tbua, a NE. Para tal realizou-se a cartografia superficial dos sedimentos continentais do Cretcico e do Tercirio, a preservados, estabeleceram-se as colunas sedimentares, a nvel regional e a nvel local, nas reas de maior potencial reconhecido e, caracterizaram-se as matrias-primas argilosas amostradas, em termos de composio, textura e aptido cermica, objectivando a definio das zonas das jazidas com maior interesse industrial. A informao obtida e compilada, relativa ao caulino e ao feldspato tambm apresentada, com vista a uma percepo da potencialidade destas matriasprimas cermicas ocorrentes na rea. O estudo de caracterizao dos materiais argilosos investigados teve como base 53 amostras obtidas em seis regies da Plataforma do Mondego aqui definidas por motivo de organizao do trabalho, segundo os critrios geogrfico e geotectnico. As formaes de Cja e de Campelo, do Tercirio, constituem as unidades onde ocorrem littipos produtivos, em termos de matria-prima para a Cermica de Barro Vermelho ou Cermica de Construo. Relativamente s caractersticas texturais e composicionais, em sntese, apresentam-se os factos relevantes seguintes: A matria-prima argilosa existente na rea estudada materializa, granulometricamente, na maioria das amostras, silte, caindo os nveis amostrados com maior percentagem de argila, no domnio do silte argiloso. O dfice em fraco argila implica limitaes quanto possibilidade de diversificao de produtos cermicos fabricados com estas matrias-primas tal-qual. Os diferentes mtodos analticos utilizados na caracterizao mineralgica dos materiais amostrados confirmaram uma composio em termos dos minerais argilosos, consistindo de ilite/mica (em geral, o mais abundante), caulinite e esmectite, interestratificados e clorite. Os minerais no argilosos so quartzo (predominante), feldspato (sobretudo potssico) e hematite, com uma representao baixa. A mineralogia da fraco inferior a 2m das amostras, no difere das amostras totais, salvo no teor mais elevado dos minerais argilosos e acentuada reduo dos minerais no argilosos. Os resultados da anlise qumica por fluorescncia de raios X das amostras integrais correlacionam-se com as caractersticas mineralgicas observadas atravs das tcnicas analticas utilizadas. No respeitante s propriedades e comportamento cermico verifica-se: Os parmetros relacionados com a plasticidade indicam que parte das pastas elaboradas com estes materiais argilosos tm uma trabalhabilidade aceitvel, mas existem problemas de conformao e acentuada retraco num nmero significativo de amostras, devido elevada plasticidade da maioria das amostras. A extruso satisfatria a ptima. A RMF e a retraco em seco assumem valores, respectivamente, moderados a baixos e moderados, embora seja necessrio ter em conta o procedimento de extruso dos provetes, sem dispositivo de vcuo. Todas as amostras foram sujeitas a cozedura a 900C, e um conjunto seleccionado foi cozido a 1000C e a 1100C. As fases mineralgicas ocorrentes aps cozeduras a 900C e 1100C foram identificadas num conjunto de amostras, tendo-se evidenciado a coerncia dessas fases, com a mineralogia das amostras em seco. Aps cozedura a 900C, os valores de RMF das amostras satisfazem geralmente os valores mnimos, exigidos para o fabrico de tijolo, abobadilha e, com alguma frequncia, de telha, como j se verificava com os valores daquela propriedade em seco. Os valores de retraco seco-cozido so em geral, modestos. A capacidade de absoro de gua maioritariamente elevada. A formao de vidro, sobretudo, condiciona o comportamento destas propriedades por cozedura dos provetes a 1000C e a 1100C. A colorao predominante em cru das matrias-primas argilosas amostradas amarelo acastanhado a castanho avermelhado. Aps cozedura a 900C, h um acentuado escurecimento e incremento no grau de vermelho. As cozeduras a 1000C e 1100C promovem escurecimento gradual, com ligeira influncia na cor. O comportamento dos provetes aps as cozeduras cermicas revelou-se homogneo a cada uma das respectivas temperaturas, no se registando tambm defeitos significativos, nem eflorescncias. A anlise das amostras em termos composicionais e tecnolgicos permitiu destacar as principais caractersticas e aspectos distintivos das matriasprimas, nas diferentes regies definidas objectivando as diferentes potencialidades cermicas. Nesta abordagem comparativa foram consideradas s as amostras dos campos silte e silte arenoso, por serem aquelas com maior interesse para a Cermica de Construo. Nas colunas sedimentares das regies de Tbua e Santa Quitria constata-se a ocorrncia de dois ritmos de sedimentao, que embora assumam caractersticas especficas em cada regio, tm aspectos composicionais e tecnolgicos em comum, traduzindo melhor aptido cermica os ritmos inferiores. A conjugao da cartografia realizada com os estudos laboratoriais permite concluir que as regies de Tbua e de Santa Quitria sero as que tm maior potencial por explorar, em matria-prima para Cermica de Construo, apesar da primeira j ser intensamente explorada. Na regio de Tbua, as amostras tm como fases mineralgicas principais ilite e quartzo na mesma proporo mdia (35%) e caulinite (mdia=19%) que regista enriquecimento significativo na fraco argila (mdia=38%). As argilas desta regio registam a cor em cru mais vermelha e pH mais cido observados. O ritmo de sedimentao inferior, com esmectite e interestratificados e ligeiramente menos quartzoso, apresenta melhores propriedades cermicas. A composio mineralgica mdia das amostras da regio de Santa Quitria prxima daquela da regio de Tbua, mas menos caulintica, em especial na sequncia inferior, na qual o teor mdio de caulinite na fraco argila (7%) o mais baixo observado. Na regio de Cja Arganil, a actividade extractiva significativa na bacia de Cja. Aqui, a explorao de novas reas potenciais condicionada pela cobertura conglomertica e por estruturas tectnicas e no tectnicas relacionadas com comportamento plstico. Na restante rea desta regio, os recursos argilosos so penalizados por material areno-conglomertico. As amostras desta regio distinguem-se das restantes a nvel textural pela maior fraco areia e mineralogicamente pela presena de clorite, teor reduzido de caulinite e elevado de feldspato. As potencialidades em barro vermelho na regio de Sanguinheda no sero significativas, pois a Formao de Cja predominantemente arcsica e a Formao de Campelo pouco espessa e conglomertica. As argilas com melhor aptido cermica foram amostradas na regio de Miranda do Corvo Lous. Na composio, estas amostras so as que contm maior fraco de argila, maior teor de ilite e caulinite e menor de argilas expansivas. Registam os melhores valores nas caractersticas tecnolgicas, nomeadamente a RMF e absoro de gua. A consistncia dos grupos amostrais e ritmos definidos em termos composicionais e tecnolgicos corroborada pelas tcnicas de anlise estatstica multivariada aplicadas, que os identificam. As condies de amostragem na regio de Tbua, permitiram a elaborao de uma coluna tipolgica, na qual, a partir de uma caracterizao expedita de amostras possvel identificar a sua afinidade com os ritmos argilosos definidos e, consequentemente, a sua situao na coluna sedimentar regional e aptido cermica. A cartografia dos recursos argilosos potenciais, elaborada escala 1:25.000, constitui um dos objectivos principais deste trabalho e nela constam unidades litolgicas, nas quais so diferenciadas unidades argilosas tendo tambm em considerao a tipologia e guias mineralgicos resultantes da caracterizao das amostras. As caractersticas composicionais destas unidades denotam diferente aptido cermica e, portanto, permitem salientar as zonas com maior interesse econmico.

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Nas ltimas dcadas verificou-se um aumento da contaminao dos solos com metais pesados resultante de processos antropognicos. As descargas de efluentes industriais, a actividade mineira e a aplicao de lamas residuais e de fertilizantes so as principais fontes de metais pesados. Em certas regies, a acumulao destes elementos nos solos tem atingido nveis preocupantes para o equilbrio dos ecossistemas. Vrios estudos tm demonstrado que os metais influenciam os microrganismos afectando adversamente o seu crescimento, morfologia e actividades bioqumicas resultando num decrscimo da biomassa e diversidade. Entre os microrganismos do solo, as bactrias pertencentes ao gnero Rhizobium tm um elevado interesse cientfico, econmico e ecolgico devido sua capacidade para fixar azoto. Deste modo, o trabalho desenvolvido ao longo desta tese incidiu sobre o efeito da toxicidade imposta pelos metais nas bactrias fixadoras de azoto, em particular em Rhizobium leguminosarum bv. trifolii e teve como principais objectivos: determinar o efeito dos metais pesados na sobrevivncia e na capacidade de fixar azoto dos isolados de rizbio; avaliar a influncia dos metais na diversidade das populaes de rizbio isoladas de solos contaminados; determinar os nveis de tolerncia do rizbio a diferentes metais e analisar a resposta ao stresse oxidativo imposto pelo cdmio. A Mina do Braal foi o local de estudo escolhido uma vez que os seus solos esto muito contaminados com metais em resultado da extraco de minrio durante mais de 100 anos. Foram escolhidos 3 solos com diferentes graus de contaminao, o solo BC com concentraes reduzidas de metais, escolhido por estar numa zona j fora da mina e designado por solo controlo e os solos BD e BA considerados medianamente e muito contaminados, respectivamente. O Pb e o Cd foram os metais predominantes nestes solos, assim como o metalide As, cujas concentraes ultrapassaram largamente os limites previstos na lei. Sendo as enzimas do solo boas indicadoras da qualidade do mesmo, foi determinada a actividade de algumas como a desidrogenase (DHA) e a catalase (CAT). Ambas as enzimas correlacionaramse negativamente com as concentraes de metais nos solos. A dimenso das populaes indgenas de rizbio nos solos contaminados (BD e BA) foi bastante baixa, 9,1 bactrias g-1 de solo e 7,3 bactrias g-1 de solo, respectivamente, quando em comparao com a populao do solo BC (4,24x104 bactrias g-1 de solo). Estes resultados parecem estar relacionados com o elevado contedo em metais e com o pH cido dos solos. A capacidade simbitica tambm foi afectada pela presena de metais, uma vez que os isolados originrios do solo BD mostraram menor capacidade em fixar azoto do que os isolados do solo controlo. A diversidade das populaes de rizbio foi determinada com recurso anlise dos perfis de plasmdeos, perfis de REP e ERIC-PCR de DNA genmico e perfis de protenas e lipopolissacardeos. No conjunto dos 35 isolados analisados foram identificados 11 plasmdeos com pesos moleculares entre 669 kb e 56 kb. Embora a incidncia de plasmdeos tenha sido superior nos isolados do solo BC verificou-se maior diversidade plasmdica na populao isolada do solo BD. Resultados similares foram obtidos com os perfis de REP e ERIC-PCR e perfis de protenas, que indicaram maior diversidade nas populaes dos solos contaminados (BD e BA), contrariamente ao verificado por outros autores. O grau de tolerncia aos metais pesados e ao arsnio dos vrios isolados testados dependeu do metal e do local de origem. No geral, os isolados do solo BD mostraram maior tolerncia aos metais do que os isolados do solo controlo, o que est de acordo com o esperado uma vez que geralmente as populaes dos locais contaminados so mais tolerantes. Contudo, os isolados do local mais contaminado (BA) foram muito tolerantes apenas ao chumbo mostrando-se sensveis aos restantes metais. A inoculao dos solos BC, BD e BA aps irradiao com estirpes seleccionadas de rizbio permitiu avaliar a sua sobrevivncia ao longo de 12 meses em condies mais realistas. Verificou-se que aps um decrscimo inicial, os isolados inoculados no solo BC conseguiram recuperar a dimenso das suas populaes para nmeros similares aos inicialmente introduzidos, contrariamente ao verificado no solo BD onde o nmero de rizbios decresceu ao longo dos 12 meses. As condies adversas do solo BA apenas permitiram a sobrevivncia de 4 isolados at aos 3 meses e apenas dois deles conseguiram sobreviver aps 12 meses, designadamente C 3-1 e A 17-3. Estes isolados possuem um plasmdeo de 669 kb que poder estar na base da sobrevivncia destas estirpes. Por outro lado, o ltimo isolado originrio do solo contaminado e por isso estar tambm mais adaptado a sobreviver s elevadas concentraes de Pb existentes no solo BA. Por fim, constatou-se que o cdmio, um dos metais presente em concentraes mais elevadas nos solos em estudo, um indutor de stresse oxidativo nos isolados de rizbio menos tolerantes o que foi confirmado pelo aumento de ROS e danos celulares ao nvel dos lpidos.

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Os espumantes produzidos segundo o mtodo Champanhs so obtidos aps uma segunda fermentao em garrafa. Quando o vinho vertido no copo, o CO2 produzido libertado, sendo a espuma formada o resultado da sua interaco com os constituintes do vinho. A quantidade e a estabilidade da espuma do vinho espumante esto relacionadas com a sua composio qumica. Para alm da espuma, o aroma tambm um parmetro importante de qualidade na apreciao geral de um vinho espumante. O aroma de um vinho espumante provm do contributo das uvas assim como do processo fermentativo. Dependendo do estado de maturao da uva, o contributo dos compostos volteis para o aroma diferente. Em virtude da vindima para os vinhos espumantes ser realizada antes da vindima para os vinhos maduros, dependendo da variedade, as uvas podero no ser colhidas na expresso mxima do seu aroma, podendo verificar-se uma perda significativa do seu potencial varietal voltil. O objectivo desta dissertao relacionar o aroma e a espuma dos vinhos espumantes com o potencial enolgico das uvas e dos vinhos. Para isso, foi estudada a composio voltil das duas castas principais da Bairrada, a casta branca Ferno-Pires (FP) e a casta tinta Baga (BG), sendo estas duas das castas usadas para a produo de espumante. Para estudar a composio voltil das uvas durante a maturao, com vista a avaliar este efeito na expresso mxima de compostos volteis, foi optimizada para este propsito a metodologia de microextraco em fase slida em espao de cabea (HS-SPME). As uvas foram colhidas semanalmente, em duas vinhas, do pintor ps-maturidade sendo posteriormente analisadas pela metodologia de HS-SPME seguida de cromatografia de gs acoplada espectrometria de massa com quadrupolo (GCqMS). No caso das uvas BG, observou-se um aumento acentuado na expresso mxima de compostos volteis prximo da maturidade da uva determinada pelo teor em acar e acidez titulvel, mantendo-se constante durante a ps-maturidade. Na determinao do perfil voltil das uvas ao longo da maturao foram identificados 66 compostos varietais nas uvas provenientes de uma vinha (Pedralvites) e 45 da outra vinha (Colgio). Em ambas as vinhas foram identificados 23 sesquiterpenides, 13 monoterpenides, 6 norisoprenides, 2 lcoois aromticos e 1 diterpenide. Os sesquiterpenides, devido sua abundncia em nmero e em rea cromatogrfica, podem ser considerados marcadores da casta BG. As uvas FP apresentaram um comportamento diferente do das uvas BG, sendo a expresso mxima de compostos volteis expressa durante um curto perodo de tempo (1 semana), que coincide com a maturidade da uva. Depois de atingido este pico, observa-se uma diminuio drstica logo na semana seguinte. Este comportamento foi observado em ambas as vinhas, onde foram identificados 20 compostos volteis varietais e 5 pr-fermentativos (lcoois e aldedos em C6). Estes resultados mostram que quando estas castas so colhidas precocemente (1 semana antes da maturidade) para a produo de espumante, observada uma reduo significativa do potencial voltil que expresso na maturidade. Para a anlise da composio voltil dos vinhos espumantes foi optimizada uma metodologia de microextraco que permite usar uma maior quantidade de fase estacionria, a extraco sorptiva em barra de agitao (SBSE). O mtodo foi optimizado usando 10 padres de compostos volteis representativos das principais famlias qumicas presentes no vinho, nomeadamente, steres, monoterpenides, sesquiterpenides, norisoprenides em C13 e lcoois. O mtodo proposto apresenta uma boa linearidade (r2 > 0,982) e a reprodutibilidade varia entre 8,9 e 17,8%. Os limites de deteco para a maioria dos compostos bastante baixo, entre 0,05 e 9,09 g L-1. O mtodo foi aplicado para a anlise da composio voltil dos vinhos espumantes. Dentro dos vinhos espumantes analisados, foi estudada a influncia da casta, do tipo de solo e do estado de maturao das uvas na sua composio voltil. A casta FP pode dar origem a vinhos com maior potencial de aroma do que a casta BG. Relativamente avaliao dos diferentes estados de maturao, verificou-se que as uvas da maturidade e as da colheita tardia (uma semana depois da maturidade) deram origem aos vinhos com maior quantidade de compostos volteis. Para os trs tipos de solo estudados (arenoso, argiloso e argilo-calcrio), o vinho obtido a partir de uvas colhidas no solo argilo-calcrio foi o que mostrou a maior concentrao de compostos volteis varietais. A espuma destes vinhos espumantes foi tambm avaliada quanto sua quantidade mxima (HM) e tempo de estabilidade (TS). O vinho espumante que apresentou um maior TS foi o vinho produzido a partir da casta FP proveniente de uma colheita tardia e solo argiloso. Os vinhos provenientes dos solos arenosos e argilo-calcrios so os que apresentaram valores mais baixos de TS. Com vista a avaliar quais os conjuntos de molculas do vinho que esto relacionados com as propriedades da espuma e possveis sinergismos entre eles, para cada vinho espumante foi separada a fraco hidrofbica de baixo peso molecular (MeLMW), a fraco de elevado peso molecular (HMW) e duas fraces de peso molecular intermdio (AqIMW e MeIMW). As propriedades da espuma dos vinhos modelo, reconstitudos com estas fraces e suas misturas, foram avaliadas. A combinação da fraco HMW com a MeLMW aumentou o TS 2,7 vezes quando comparado com o observado para a fraco HMW isoladamente, produzindo um efeito sinergtico. Este aumento do TS ainda foi maior quando se combinou a fraco HMW com as subfraces obtidas a partir da fraco MeLMW, principalmente para as fraces menos apolares. A subfraco hidrofbica menos apolar foi caracterizada por espectrometria de massa de ionizao por electrospray (ESI-MS/MS) tendo sido identificada uma srie de oligmeros de polietileno glicol e um potencial composto tensioactivo, o 8-hidroxi-tridecanoato de dietilenoglicolglicerilacetato. A fraco MeLMW foi tambm isolada da espuma do vinho espumante e caracterizada por ESI-MS/MS, permitindo identificar vrios compostos potenciais tensioactivos, nomeadamente, dois monoacilgliceris e quatro derivados de cidos gordos com gliceriletilenoglicol. Estes resultados confirmam que estes compostos relacionados com a estabilidade da espuma existem em maior nmero na espuma do que no vinho. O vinho foi ainda fraccionado em 12 grupos de molculas: 3 fraces de manoprotenas, 3 de arabinogalactanas, 3 de misturas de polissacardeos, protenas e compostos fenlicos e 3 fraces de peso molecular intermdio e baixo, compostas por uma mistura de hidratos de carbono, peptdeos e compostos fenlicos. Foram usados vinhos modelo reconstitudos com cada uma das fraces isoladas na concentrao em que estas se encontraram no vinho. Foram tambm efectuados ensaios com solues modelo dez vezes mais concentradas e com misturas de algumas das fraces. Todas as solues formadas foram avaliadas quanto s propriedades da espuma. O aumento da concentrao para dez vezes faz com que a soluo contendo a fraco rica em manoprotenas (MP1) aumente para mais do dobro a HM e 7,4 vezes mais o TS. A combinação entre a fraco MP1 e a MeLMW produziu um aumento significativo nos parmetros de HM e TS. A combinação da fraco HMW (manoprotenas com baixo teor em protena) com a MeLMW (tensioactivos derivados de cidos gordos com gliceriletilenoglicol) contm os compostos chave de um vinho espumante para se obter uma maior quantidade e estabilidade da espuma.

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O aumento da incidncia de traumatismos crnio-enceflicos (TCE) a nvel internacional, tem vindo a fomentar o desenvolvimento de estudos neste domnio. O presente estudo pretende determinar a deteriorao cognitiva e o estado depressivo em indivduos com TCE ligeiro e sem TCE; analisar a deteriorao cognitiva e o estado depressivo nos indivduos com TCE ligeiro e sem TCE em relao ao sexo, idade, estado civil, residncia e tipo de traumatismo; analisar a relao entre a deteriorao cognitiva e o estado depressivo dos indivduos com TCE e o tipo de traumatismo sofrido. Atravs de um estudo comparativo, avaliamos uma amostra total de 40 indivduos, tendo o emparelhamento sido feito entre 2 grupos: grupo clnico: 20 indivduos com TCE ligeiro (entre 6 e 18 meses aps leso) com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos; grupo de controlo: 20 indivduos sem ter tido TCE ou patologia conducente a handicap psiquitrico ou neurolgico. A deteriorao cognitiva foi avaliada atravs do Mini Mental State Examination (Folstein et al., 1975-verso portuguesa, adaptada por Guerreiro, 1993) que um teste constitudo por seis grupos que avaliam o defeito cognitivo do sujeito. Tambm foi utilizada a Bateria de Avaliao Neuropsicolgica de Luria- Nebraska / verso experimental portuguesa de Maia, Loureiro e Silva, 2002, traduzida e adaptada de Golden, Hammeke e Purisch, 1979, que uma bateria que visa avaliar o funcionamento neuropsicolgico de indivduos com manifestaes neuropsicolgicas. O estado depressivo foi avaliado atravs do Inventrio de Avaliao Clnica da Depresso-IACLIDE (Serra, 1994) que mede a intensidade dos quadros clnicos depressivos, bem como uma ficha de registo individual de dados biogrficos e clnicos. Os principais resultados so: Os indivduos do grupo clnico, ou seja, aqueles que sofreram TCE ligeiro evidenciam maior deteriorao cognitiva comparativamente com os que o no sofreram. Aqueles indivduos tambm evidenciam estados depressivos significativamente mais graves do que os indivduos que no sofreram aquele traumatismo. O TCE ligeiro induz um aumento dos sintomas depressivos em termos biolgicos, cognitivos, inter-pessoais e desempenho de tarefas e tende a agravar os nveis de depresso endgena e a causar perturbao na relao do indivduo consigo prprio; O TCE ligeiro conduz a um aumento significativo da incapacidade dos indivduos para a vida geral, para o trabalho, para a vida social e para a vida familiar; Os indivduos que sofreram TCE ligeiro evidenciam funes motoras, linguagem expressiva e raciocnio aritmtico mais perturbadas que os que o no sofreram; O TCE ligeiro induz alteraes neuropsicolgicas que diminuem significativamente a capacidade dos mesmos. Os dados obtidos indicam, que os indivduos que sofreram TCE do sexo feminino evidenciaram alterao cognitiva mais acentuada do que os do sexo masculino; os indivduos mais velhos que sofreram TCE ligeiro, tendem a evidenciar maior deteriorao do estado cognitivo e avaliao neuropsicolgica mais baixa; verificamos tambm que no grupo clnico os indivduos casados revelaram pior estado neuropsicolgico na escala da bateria referente leitura; os indivduos que sofreram TCE ligeiro que residiam em aldeias evidenciam nveis mais elevados de depresso do que aqueles que residiam em vilas; por fim, os indivduos que sofreram traumatismo aberto revelam maiores alteraes neuropsicolgicas nas funes motoras e visuais, no ritmo e na aritmtica comparativamente com os outros.

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O conhecimento de mecanismos de genmica funcional tem sido maioritariamente adquirido pela utilizao de organismos modelo que so mantidos em condies laboratoriais. Contudo, estes organismos no reflectem as respostas a alteraes ambientais. Por outro lado, vrias espcies, ecologicamente bem estudadas, reflectem bem as interaces entre genes e ambiente mas que, das quais no existem recursos genticos disponveis. O imposex, caracterizado pela superimposio de caracteres sexuais masculinos em fmeas, induzido pelo tributilestanho (TBT) e trifenilestanho (TPT) e representa um dos melhores exemplos de disrupo endcrina com causas antropognicas no ambiente aqutico. Com o intuito de elucidar as bases moleculares deste fenmeno, procedeu-se combinação das metodologias de pirosequenciao (sequenciao 454 da Roche) e microarrays (Agilent 4*180K) de forma a contribuir para um melhor conhecimento desta interaco gene-ambiente no gastrpode Nucella lapillus, uma espcie sentinela para imposex. O trancriptoma de N. lapillus foi sequenciado, reconstrudo e anotado e posteriormente utilizado para a produo de um array de nucletidos. Este array foi ento utilizado para explorar nveis de expresso gnica em resposta contaminao por TBT. Os resultados obtidos confirmaram as hipteses anteriormente propostas (esteridica, neuroendcrina, retinica) e adicionalmente revelou a existncia de potenciais novos mecanismos envolvidos no fenmeno imposex. Evidncia para alvos moleculares de disrupo endcrina no relacionados com funes reprodutoras, tais como, sistema imunitrio, apoptose e supressores de tumores, foram identificados. Apesar disso, tendo em conta a forte componente reprodutiva do imposex, esta componente funcional foi a mais explorada. Assim, factores de transcrio e receptores nucleares lipoflicos, funes mitocondriais e actividade de transporte celular envolvidos na diferenciao de gneros esto na base de potenciais novos mecanismos associados ao imposex em N. lapillus. Em particular, foi identificado como estando sobre-expresso, um possvel homlogo do receptor nuclear peroxisome proliferator-activated receptor gamma (PPAR), cuja funo na induo de imposex foi confirmada experimentalmente in vivo aps injeco dos animais com Rosiglitazone, um conhecido ligando de PPAR em vertebrados. De uma forma geral, os resultados obtidos mostram que o fenmeno imposex um mecanismo complexo, que possivelmente envolve a cascata de sinalizao envolvendo o receptor retinoid X (RXR):PPAR heterodimer que, at data no foi descrito em invertebrados. Adicionalmente, os resultados obtidos apontam para alguma conservao de mecanismos de aco envolvidos na disrupo endcrina em invertebrados e vertebrados. Finalmente, a informao molecular produzida e as ferramentas moleculares desenvolvidas contribuem de forma significativa para um melhor conhecimento do fenmeno imposex e constituem importantes recursos para a continuao da investigao deste fenmeno e, adicionalmente, podero vir a ser aplicadas no estudo de outras respostas a alteraes ambientais usando N. lapillus como organismo modelo. Neste sentido, N. lapillus foi tambm utilizada para explorar a adaptao na morfologia da concha em resposta a alteraes naturais induzidas por aco das ondas e pelo risco de predao por caranguejos. O contributo da componente gentica, plstica e da sua interaco para a expresso fenotpica crucial para compreender a evoluo de caracteres adaptativos a ambientes heterogneos. A contribuio destes factores na morfologia da concha de N. lapillus foi explorada recorrendo a transplantes recprocos e experincias laboratoriais em ambiente comum (com e sem influncia de predao) e complementada com anlises genticas, utilizando juvenis provenientes de locais representativos de costas expostas e abrigadas da aco das ondas. As populaes estudadas so diferentes geneticamente mas possuem o mesmo caritipo. Adicionalmente, anlises morfomtricas revelaram plasticidade da morfologia da concha em ambas as direces dos transplantes recprocos e tambm a reteno parcial, em ambiente comum, da forma da concha nos indivduos da F2, indicando uma correlao positiva (co-gradiente) entre heritabilidade e plasticidade. A presena de estmulos de predao por caranguejos estimulou a produo de conchas com labros mais grossos, de forma mais evidente em animais recolhidos de costas expostas e tambm provocou alteraes na forma da concha em animais desta provenincia. Estes dados sugerem contra-gradiente em alteraes provocadas por predao na morfologia da concha, na produo de labros mais grossos e em nveis de crescimento. O estudo das interaces gene-ambiente descritas acima demonstram a actual possibilidade de produzir recursos e conhecimento genmico numa espcie bem caracterizada ecologicamente mas com limitada informao genmica. Estes recursos permitem um maior conhecimento biolgico desta espcie e abriro novas oportunidades de investigao, que at aqui seriam impossveis de abordar.