1 resultado para A. thaliana

em Repositório Institucional da Universidade de Aveiro - Portugal


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As plantas utilizam diversas estratégias de sinaliz§Ã£o para reconhecer e responder aos stresses ambientais. A maioria das vias de transdução de sinais partilham um sinal genérico, normalmente a modul§Ã£o dos níveis intracelulares de Ca2+. Esta por sua vez pode iniciar uma cascata de fosforil§Ã£o proteica que finalmente afecta as proteínas directamente envolvidas na protecção celular ou culmina em factores de transcrição que vão determinar a resposta fisiológica ao stresse. A percepção destes sinais e a compreensão de como estes podem activar as respostas adaptativas são factores-chave para a tolerância das plantas a stresses abióticos. Um dos principais stresses abóticos que restrigem o crescimento das plantas é a presença de metais pesados. A produção de fitoquelatinas e a subsequente quel§Ã£o dos metais é o mecanismo mais conhecido de tolerância ao stresse metálico em plantas. Fitoquelatinas (PCs) são péptidos com grupos tiol que são sintetizados através da transpeptid§Ã£o da glutationa (GSH), pela acção da enzima fitoquelatina sintase (PCS). No entanto, até ao momento, as vias de sinaliz§Ã£o que levam à síntese de fitoquelatinas e à percepção do stresse metálico são pouco compreendidas. Dentro deste contexto, o presente trabalho foi elaborado com o intuito de elucidar a via de sinaliz§Ã£o através da qual o cádmio é detectado pelas células vegetais e induz a síntese de PCs. Quase todos, os estudos de stresses abióticos em plantas apontam para o facto de a sua sinaliz§Ã£o se basear nos mesmos tipos de sinais moleculares, nomeadamente a sinaliz§Ã£o por cálcio, a fosforil§Ã£o proteica e a indução de espécies reactivas de oxigénio (ROS). Trabalhos recentes sugerem que a sinaliz§Ã£o de PCs poderá envolver todos estes parâmetros. Assim, uma primeira abordagem foi efectuada para compreender a síntese de PCs na espécie Arabidopsis thaliana, através da monitoriz§Ã§Ã£o da actividade de enzimas relacionadas, a γ-EC sintetase, GSH sintetase e a PC sintase (PCS), assim como o tempo necessário para o elongamento das PCs e a sua acumul§Ã£o. Seguidamente, ao longo deste processo foi analisada a expressão de sinais específicos, associados com sinais de cálcio, fosforil§Ã£o proteica e sinaliz§Ã£o por ROS. A importância destes factores na síntese de PCs foi também avaliada através do uso de moduladores farmacológicos de cálcio e fosfatases proteicas e também pela indução de stresse oxidativo. Os resultados demonstraram novos dados sobre o papel do cálcio e da fosforil§Ã£o proteica na produção de PCs e na síntese de GSH, revelando que a actvidade da PCS é regulada por fosforil§Ã£o e que a sinaliz§Ã£o de cálcio pode mediar a síntese de GSH. O envolvimento da sinaliz§Ã£o de ROS na síntese de GSH, atráves de crosstalk com a sinaliz§Ã£o de cálcio também foi proposta. Assim, os resultados aqui apresentados descrevem uma possível via de sinaliz§Ã£o de cádmio nas plantas e da indução de fitoquelatinas. Este trabalho poderá ser portanto muito útil na implement§Ã£o de novas metodologias de agricultura sustentável e práticas de fitorremedi§Ã£o em solos contaminados com metais pesados.