29 resultados para |Aditivo alimentar


Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

O cdmio (Cd) um metal no essencial e considerado um poluente prioritrio pela comunidade europeia. Este metal atinge o ambiente no decurso de vrias actividades antropognicas e tende a concentrar-se nos solos e sedimentos, onde est potencialmente disponvel para as plantas, sendo posteriormente transferido atravs da cadeia trfica. Neste contexto, o principal objectivo da presente dissertao foi o estudo dos efeitos da assimilao e da acumulao de Cd em plantas e as suas consequncias para animais consumidores. Numa primeira fase, foram estudados os principais efeitos fisiolgicos e genotxicos do Cd em plantas. As plantas de alface (Lactuca sativa L.) expostas a Cd apresentaram um decrscimo na eficincia fotossinttica, aumento de peroxidao lipdica e alteraes significativas na actividade de enzimas de stress oxidativo. Estas alteraes culminaram num decrscimo do crescimento da parte area no final da exposio. As respostas obtidas pelos parmetros bioqumicos sugerem que estes podero ser utilizados como eventuais biomarcadores em testes ecotoxicolgicos com Cd em abordagens integrantes em conjunto com parmetros clssicos. Os efeitos mutagnicos de Cd foram avaliados atravs da determinao da instabilidade de microsatlites (IM). No foi observada IM, nem nas folhas nem nas razes de plantas de alface com 5 semanas de idade expostas a 100 M Cd durante 14 dias, no entanto observou-se IM em razes de alface exposta a 10 M Cd durante 28 dias desde a germinao. A idade da planta e a maior acumulao de Cd nas razes podero explicar os resultados obtidos. A clastogenicidade de Cd foi analisada em trs espcies vegetais com diferentes capacidades de destoxificao e acumulao de metais atravs de citometria de fluxo. Foram detectadas alteraes significativas nos parmetros analisados em razes alface, mas no nas espcies Thlaspi caerulescens J & C Presl e Thlaspi arvense L. Estes resultados sugerem que o stress provocado pelo Cd originou clastogenicidade como consequncia da perda de pores de cromossomas, uma vez que o contedo de ADN nuclear diminuiu. A transferncia trfica atravs da cadeia alimentar permanece muito pouco estudada em termos ecotoxicolgicos. A distribuio subcellular de metais num organismo pode ser utilizada para compreender a transferncia trfica de um metal na cadeia alimentar. Como tal, numa ltima parte estudado de que modo a distribuio subcellular do Cd em plantas com perfis de acumulao de Cd distintos afecta a biodisponibilidade e transferncia trfica de Cd para ispodes. A distribuio de Cd entre as 4 fraces subcelulares obtidas atravs de centrifugao diferencial revelou a existncia de diferenas significativas entre as espcies de plantas. Estes resultados em conjunto com a avaliao directa da eficincia de assimilao (EA) de Cd individual de cada uma das quatro fraces subcelulares das plantas em estudo, resultou em informao de grande relevncia para a explicao das diferenas observadas na EA de Cd por parte de ispodes alimentados com folhas de diferentes espcies de plantas. Com base nos resultados obtidos, o Cd ligado a protenas estveis temperatura (e.g. metaloteoninas e fitoquelatinas) o menos biodisponvel, sendo assim o que menos contribuiu para a transferncia trfica, enquanto que o Cd ligado a protenas desnaturadas pela temperatura foi a fraco mais disponvel para transferncia trfica de Cd ao ispode. Estes resultados realam a relevncia ecolgica da distribuio subcelular de Cd em plantas que tem influncia directa na tranferncia trfica deste metal para os consumidores e ainda o facto de que alteraes na distribuio subcelular de Cd em plantas devido a diferentes mecanismos de destoxificao poder ter um impacto directo na transferncia trfica de Cd para o animal consumidor.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

Os compostos de tributilestanho (TBT) foram utilizados como biocidas em tintas antivegetativas (AV) e amplamente aplicados, durante dcadas, de forma a evitar a bioincrustao em superfcies submersas, principalmente em cascos de embarcaes. Os seus efeitos deletrios em organismos no-alvo tornaram-se evidentes aps o aparecimento de gastrpodes prosobrquios com imposex sobreposio de caracteres sexuais masculinos sobre o tracto reprodutivo das fmeas. Desde ento, a expresso do imposex em prosobrnquios tem sido amplamente utilizada como biomarcador da poluio por TBT. Um dos objectivos da presente tese avaliar se as mais recentes restries legais na utilizao das tintas AV com compostos organoestnicos (OTs) resultaram numa reduo da poluio pelos mesmos na costa continental Portuguesa. Para tal, foi levada a cabo a anlise da variao temporal do imposex como biomarcador dos nveis ambientais de TBT e a validao de procedimentos, de modo a seguir de forma precisa a evoluo da intensidade deste fenmeno ao longo do tempo. O trabalho de investigao teve incio no momento em que a ineficcia da legislao anterior (Directiva 89/677/CEE) na reduo da poluio por TBT no litoral Portugus era reportada na literatura e quando estavam j agendados instrumentos decisivos para a diminuio definitiva deste tipo de poluio: o Regulamento (CE) N. 782/2003 do Parlamento e do Conselho da Unio Europeia (UE) que bania as tintas AV baseadas em TBT na sua frota a partir de 1 de Julho de 2003; a "Conveno Internacional sobre o Controlo de Sistemas Antivegetativos Nocivos em Navios (Conveno AFS), adoptada em 2001 pela Organizao Martima Internacional (OMI), que procurava erradicar os OTs da frota mundial at 2008. Os nveis de imposex e as concentraes de OTs nos tecidos de fmeas de Nucella lapillus foram medidos em 17 locais de amostragem ao longo da costa Portuguesa em 2003, a fim de se avaliarem os impactos do TBT nas populaes desta espcie e de se criar uma base de dados para seguir a sua evoluo futura. O ndice da sequncia do vaso deferente (VDSI), o ndice do tamanho relativo do pnis (RPSI) e a percentagem de fmeas afectadas por imposex (%I) foram utilizados na medio da intensidade deste fenmeno em cada local de amostragem e os seus valores variaram entre 0,20-4,04, 0,0- 42,2% e 16,7-100,0%, respectivamente. Foram encontradas fmeas estreis em 3 locais de amostragem, com percentagens a variar entre 4,0 e 6,2%. As concentraes de TBT e dibutilestanho (DBT) nas fmeas variaram respectivamente entre 23-138 e <10-62 ng Sn.g-1 de peso seco, e o contedo em TBT nos tecidos revelou-se significativamente correlacionado com o imposex (nomeadamente com o RPSI e o VDSI). Os nveis de expresso do fenmeno e o contedo em OTs nos tecidos, foram superiores na proximidade de portos, confirmando as concluses obtidas anteriormente por outros autores de que os navios e a actividade dos estaleiros so as principais fontes destes compostos no litoral Portugus. As infra-estruturas associadas s principais fontes de OTs portos, estaleiros e marinas esto geralmente localizadas no interior de esturios, motivo pelo qual estas reas tm vindo a ser descritas como as mais afectadas por estes poluentes. Por esta razo, foi levado a cabo o estudo pormenorizado da poluio por TBT na Ria de Aveiro, como caso de estudo representativo da poluio por estes compostos num sistema estuarino em Portugal continental. N. lapillus foi usada como bioindicador para avaliar a tendncia temporal da poluio por TBT nesta rea entre 1997 e 2007. Foi registada uma diminuio da intensidade do imposex aps 2003, embora as melhorias mais evidentes tenham sido observadas entre 2005 e 2007, provavelmente devido implementao do Regulamento (CE) N. 782/2003 que proibiu a aplicao de tintas AV com TBT em navios com a bandeira da UE. Apesar desses progressos, as anlises ao contedo em OTs nos tecidos de fmeas de N. lapillus e em amostras de gua colhidas em 2006 indicaram contaminao recente por TBT na rea de estudo, evidenciando assim a permanncia de fontes de poluio. A utilizao de N. lapillus como bioindicador da poluio por TBT na Ria de Aveiro apresenta algumas limitaes uma vez que a espcie no ocorre nas reas mais interiores da Ria e no vive em contacto com sedimentos. Assim, a informao obtida a partir da sua utilizao como bioindicador fundamentalmente relativa aos nveis de TBT na coluna de gua. Foi ento necessrio recorrer a um bioindicador complementar Hydrobia ulvae para melhor avaliar a evoluo temporal da poluio por TBT no interior deste sistema estuarino e estudar a persistncia de TBT nos sedimentos. No foi registada uma diminuio dos nveis de imposex em H. ulvae na Ria de Aveiro entre 1998 e 2007, apesar da aplicao do Regulamento (CE) N. 782/2003. Pelo contrrio, houve um aumento global significativo da percentagem de fmeas afectadas por imposex e um ligeiro aumento do VDSI, contrastando com o que tem sido descrito para outros bioindicadores na Ria de Aveiro no mesmo perodo. Estes resultados mostram que a diferente biologia/ecologia das espcies indicadoras determina vias distintas de acumulao de TBT, apontando a importncia da escolha do bioindicador dependendo do compartimento a ser monitorizado (sedimento versus gua). A ingesto de sedimento como hbito alimentar em H. ulvae foi discutida como sendo a razo para a escolha da espcie como indicadora da contaminao dos sedimentos por TBT. Foram tambm estudados os mtodos mais fiveis para reduzir a influncia de variveis crticas na medio dos nveis de imposex em H. ulvae. As comparaes de parmetros do imposex baseados em medies do pnis devem ser sempre realizadas sob condies de narcotizao bem standardizadas uma vez que este procedimento provoca um aumento significativo do comprimento do pnis (PL) em ambos os sexos. O VDSI, a % e o PL em ambos os sexos revelaram ser fortemente influenciados pelo tamanho dos espcimes: a utilizao de fmeas mais pequenas conduz subestimao do VDSI, da %I e do PL, enquanto que diferenas no tamanho dos machos provocam variaes no ndice do comprimento relativo do pnis (RPLI), independentemente dos nveis de poluio por TBT. Existe, portanto, a necessidade de controlar algumas variveis envolvidas na anlise do imposex que mostraram afectar a fiabilidade dos resultados. Uma vez que N. lapillus o principal bioindicador dos efeitos biolgicos especficos do TBT para a rea da OSPAR, foi tambm estudada a influncia de algumas variveis na avaliao dos nveis de imposex nesta espcie, especificamente as relacionadas com o ciclo reprodutor e o tamanho dos espcimes. O estudo do ciclo reprodutor e a variao sazonal/espacial do comprimento do pnis do macho (MPL) incidiu num nico local no litoral Portugus (Areo regio de Aveiro) de forma a avaliar se o RPSI varia sazonal e espacialmente na mesma estao de amostragem e se tais variaes influenciam os resultados obtidos em programas de monitorizao do imposex. Nos meses de Dezembro de 2005 a Junho de 2007, foram encontrados espcimes de N. lapillus sexualmente maturos e potencialmente aptos para a reproduo. Contudo, foi tambm evidente um padro sazonal do ciclo reprodutor o estado de desenvolvimento da gametognese nas fmeas variou sazonalmente e ocorreu uma diminuio do volume da glndula da cpsula e do factor de condio no final do Vero / incio do Outono. Contrariamente, a gametognese nos machos no apresentou variao sazonal significativa, embora os valores mais baixos do factor de condio, do comprimento do pnis e dos volumes de esperma e da prstata tenham tambm sido registados no final do Vero / incio do Outono. Alm disso, o MPL mostrou variar, no mesmo local de amostragem, inversamente com a distncia aos ninhos de cpsulas ovgeras; um aumento dos valores do MPL foi tambm observado em espcimes de maior tamanho. Todas estas variaes no MPL introduzem desvios nos resultados da avaliao do imposex quando usado o RPSI. A magnitude do erro envolvido foi quantificada e revelou-se superior em locais com nveis mais elevados de poluio por TBT. Apesar do RPSI ser um ndice que fornece informao importante sobre os nveis de poluio por TBT, a sua interpretao deve ser cuidadosa e realizada complementarmente com os outros ndices, destacando-se o VDSI como ndice mais fivel e com significado biolgico mais expressivo. Novas campanhas de monitorizao do imposex em N. lapillus foram realizadas ao longo da costa Portuguesa em 2006 e 2008, e os resultados subsequentemente comparados com a base de dados criada em 2003,de forma a avaliar a evoluo da poluio por TBT no litoral Portugus naquele perodo. Nestes estudos foram aplicados novos procedimentos na monitorizao e tratamento dos dados, de forma a minimizar a variao nos ndices de avaliao do imposex induzida pelos factores acima descritos, para seguir com maior consistncia a tendncia da poluio por TBT entre 2003 e 2008. Foi observado um declnio global significativo na intensidade de imposex na rea de estudo durante o referido perodo e a qualidade ecolgica da costa Portuguesa, segundo os termos definidos pela Comisso OSPAR, revelou melhorias notveis aps 2003 confirmando a eficcia do Regulamento (CE) N. 782/2003. No obstante, as populaes de N. lapillus revelaram-se ainda amplamente afectadas por imposex, tendo sido detectadas emisses de TBT na gua do mar ao longo da costa em 2006, apesar da restrio anteriormente referida. Estes inputs foram atribudos principalmente aos navios que data ainda circulavam com tintas AV com TBT aplicadas antes de 2003, uma vez que a sua utilizao nas embarcaes foi apenas proibida em 2008. Considerando que o Regulamento (CE) N. 782/2003 constitui uma antecipao da proibio global da OMI que entrou em vigor em Setembro de 2008, prev-se, por analogia, que haja uma rpida diminuio da poluio por TBT escala mundial num futuro prximo. Na sequncia desta previso, apresentada uma discusso terica preliminar relativamente s possveis estratgias usadas por N. lapillus na recolonizao de locais onde, no passado, as populaes tero aparentemente sido extintas devido a nveis extremamente elevados de TBT. Estes locais so tipicamente zonas abrigadas junto de infra-estruturas porturias, cuja recolonizao por esta espcie ser provavelmente muito lenta dada a mobilidade reduzida dos adultos e o ciclo de vida no apresentar fase larvar pelgica. Foram ento equacionadas duas hipotticas vias de recolonizao de zonas abrigadas por espcimes provenientes de populaes de costa aberta/exposta: a migrao de adultos e/ou a disperso de juvenis. No entanto, em ambos os casos, estaria implicada a transposio de um problema amplamente descrito na bibliografia: as populaes de N. lapillus de costa aberta podem apresentar um fentipo muito diferente das de zonas abrigadas, podendo inclusivamente variar no nmero de cromossomas. A recolonizao pode portanto no ter sucesso pelo simples facto dos novos recrutas no estarem bem adaptados aos locais a recolonizar. Para analisar este problema, foram estudados tanto a forma da concha de espcimes de N. lapillus ao longo da costa Portuguesa como o respectivo nmero de cromossomas. Embora a forma da concha tenha revelado diferenas, de acordo com o grau de hidrodinamismo entre as populaes de N. lapillus avaliadas, o caritipo 2n = 26, tpico de zonas expostas, foi registado em todos os locais amostrados. Por outro lado, foi tambm testada em laboratrio a possvel mortalidade de juvenis em disperso no interior menos salino dos esturios. Foi ento verificada a ocorrncia de mortalidade elevada de juvenis expostos a salinidades baixas (=100% aps 1 hora a salinidades 9 psu), o que tambm pode comprometer a recolonizao de zonas estuarinas menos salinas por esta via. Mesmo assim, os juvenis mostraram um comportamento de flutuao superfcie da gua em condies laboratoriais, que pode ser considerado um benefcio especfico na colonizao de reas mais internas dos esturios, se tal facto vier a ser confirmado em estudos de campo. As concluses deste estudo contribuem certamente para a descrio do final da histria do TBT dado que, uma vez controlados alguns factores determinantes no uso do imposex como biomarcador, a avaliao do declnio da poluio por estes compostos, agora esperado escala global, se torna mais rigorosa.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

Devido s actividades antropognicas vrias substncias qumicas tm sido introduzidas no meio ambiente em concentraes que de outro modo no ocorreriam de forma to elevada naturalmente. Assim, o conhecimento acerca das caractersticas de um qumico, tais como, o potencial para se acumular em diferentes nveis trficos, a sua mobilidade dentro do ecossistema, a toxicidade especfica e a bioacumulao, fundamental para compreender os seus efeitos nos ecossistemas. Esta tese investiga a influncia de especiao, na biodisponibilidade do cdmio (Cd) para o ispode Porcellio dilatatus, incluindo os efeitos de especiao do metal: (i) na assimilao do Cd, (ii) no modo como o Cd se distribui internamente no organismo, e (iii) como a sobrevivncia e a reproduo so afectadas em ispodes terrestres. Num primeiro ensaio laboratorial avaliou-se a importncia da transferncia trfica na assimilao do Cd em P. dilatatus. Para tal analisou-se a eficincia de assimilao (EA) do Cd em ispodes, adicionado superficialmente ao alimento (alface) na forma de Cd(NO3)2 e contaminando o meio de crescimento da alface. A hiptese era de que a alface contaminada biologicamente atravs do cultivo em meio hidropnico contaminado teria uma maior proporo de complexos com protena ou conjugado na forma de Cd (ex. Cd cistena). A EA de Cd foi maior entre os ispodes que foram alimentados com o sal (71%, SE = 7%), do que entre os ispodes que se alimentaram de alface contaminada biologicamente (52%, SE = 5%), demonstrando-se assim num teste laboratorial que provvel que a especiao do Cd influencie a taxa de assimilao e acumulao do Cd. Na experincia alimentar que se seguiu, estudou-se em detalhe a especiao do metal comparando as EA do Cd conjugado com cistena (Cd(Cys)2) e na forma de Cd(NO3)2, com os quais se contaminou gelatina com alface. A utilizao de Cd-cistena, proporcionou uma forma experimental para explorar a biodisponibilidade do Cd complexado dentro do tecido biolgico. Como esperado, a EA de Cd em ispodes alimentados com nitrato de Cd (64%, SE = 5%) foi maior do que no caso de ispodes alimentados com o conjugado de cistena (20%, SE = 3%). De seguida estudou-se a distribuio subcelular das espcies de Cd assimilado atravs de um processo de fraccionamento. Supunha-se que as diferenas de especiao de Cd reflectiria diferentes estratgias de compartimentalizao, com consequncias ao nvel da detoxificao, armazenamento celular e distribuio subcelular do metal. O sequestro na forma de metal biologicamente detoxificado (BDM = protenas estveis ao calor - HSP e grnulos ricos em metal - RMG) foi maior nos ispodes alimentados com Cd(NO3)2, sugerindo que so mais eficientes na detoxificao de Cd (22%) do que quando alimentados com Cd(Cys)2 (15%). Foi tambm demonstrado que os ispodes alimentados com Cd(Cys)2 possuam nveis de armazenamento de Cd superior nas fraces sensveis ao metal (MSF = organelos e protenas desnaturadas pelo calor - HDP) consideradas fraces potencialmente vulnerveis e afectando os ispodes em termos de toxicidade. As diferentes distribuies internas que se seguiram assimilao e detoxificao das diferentes espcies de Cd foram finalmente avaliadas em termos da sobrevivncia e reproduo dos ispodes. O tratamento com Cd(Cys)2 teve maior mortalidade, provavelmente devido maior disponibilidade de Cd ingerido com implicaes ao nvel dos processos fisiolgicos. Os ispodes alimentados com Cd(NO3)2 armazenaram o Cd nos MRG, como estratgia de detoxificao, sendo mais eficientes a detoxificar o Cd ainda que aumentando a concentrao total do metal que se tornou menos txico para o ispode. Desta forma, o Cd nos grnulos no estava disponvel para os processos fisiolgicos e deixou de ser txico. Isso poderia estar relacionado com a resistncia e tolerncia aos metais devido capacidade dos ispodes compartimentalizarem o Cd no hepatopncreas, que actua como um mecanismo de detoxificao e contribui para a tolerncia a altos nveis de cdmio. Em termos de parmetros reprodutivos, observou-se uma reduo de gestaes e durao da gestao na presena de ambas as espcies de metal, mas no caso do Cd(Cys)2 as gravidezes no se concluram. O nmero de jovens produzido por fmeas alimentadas com Cd(NO3)2 foi menor do que no controlo, mas os pesos dos juvenis foram superiores. Finalmente sugere-se assim que esta abordagem seja considerada em estudos do movimento trfico de metais nas cadeias alimentares dado que se espera que a especiao de metais implique diferentes fluxos, dentro de uma dada cadeia trfica.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

Este trabalho teve como principal objectivo sugerir uma forma de processamento de sorgo adaptvel escala industrial que, sendo culturalmente aceite e sensvel aos hbitos alimentares, aos factores sociais e s limitaes econmicas e tecnolgicas das populaes Africanas de consumo, pudesse dar origem a um produto alimentar seguro e enriquecido em termos nutricionais. Numa primeira fase, efectuou-se um estudo comparativo entre os efeitos promovidos por diferentes formas de processamento: cozimento em gua, aquecimento em banho-maria, pipocagem, germinao, fermentao e altapresso. Foram ainda determinadas as condies ptimas de aplicao do processo germinativo e da tecnologia de alta-presso. Verificou-se que a fermentao, a germinao e a alta-presso permitem uma melhoria significativa da digestibilidade proteica da farinha de sorgo. A pipocagem conduziu a uma reduo da extractibilidade das protenas no promovendo, contudo, alteraes na sua digestibilidade. Comparativamente ao cozimento em gua, que promove uma diminuio acentuada na digestibilidade proteica, o cozimento em banho-maria promove uma diminuio tnue e significativamente inferior. Deste estudo comparativo, foi possvel concluir que a extractibilidade das protenas no est correlacionada com a sua digestibilidade e que a gua exerce um papel fundamental na diminuio da digestibilidade proteica com o aquecimento. Numa segunda fase, pretendeu-se desenvolver um processo fermentativo que conduzisse a um produto de sorgo com caractersticas nutricionais incrementadas. Para tal, foram testadas daiferentes espcies de bactrias lcticas isoladas e conjugadas entre si. Foi ainda testada a adio de malte de sorgo previamente fermentao e a adio de leveduras ao inculo. Com este estudo, foi possvel concluir que a fermentao do sorgo com um inculo constitudo por culturas puras de Lactobacillus brevis, Lactobacillus fermentum e Streptococcus thermophilus permite a obteno de uma preparao alimentar com caractersticas nutricionais melhoradas no que respeita ao balano em aminocidos essenciais, digestibilidade da protena e do amido e viscosidade do produto final.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

Os esturios so ambientes complexos, biologicamente diversos e muito importantes no que respeita produtividade primria. As zonas intertidais destes ecossistemas so ocupadas por organismos que possuem uma elevada capacidade de sobrevivncia e adaptao face s variadas e rpidas alteraes nos factores ambientais (tais como temperatura, salinidade, contedo hdrico, etc.). As cadeias trficas com origem no ecossistema estuarino bentnico so essencialmente herbvoras, regulando o fluxo de energia desde o fundo sedimentar e atravs do ecossistema. Nas reas estuarinas intertidais a produo primria essencialmente suportada pelo microfitobentos (MPB). Estas comunidades de microalgas bnticas constituem uma importante fonte de matria orgnica e so por si s a principal fonte alimentar para as populaes de Hydrobia. Neste contexto, a interaco MPB - Hydrobia um modelo-chave na investigao da cadeia trfica estuarina de origem bentnica, actuando como um importante canal de transporte de energia para os nveis trficos superiores, especialmente se considerarmos que Hydrobia uma importante presa para peixes, aves e caranguejos. O presente estudo tem por objectivos gerais: i) a investigao do controlo ambiental (particularmente da luz e do teor em gua do sedimento) e endgeno na migrao vertical do MPB e ii) a identificao e potencial utilizao de marcadores trficos (pigmentos e cidos gordos) teis investigao da interaco MPB Hydrobia em laboratrio e em condies naturais, considerando a existncia de uma elevada plasticidade trfica por parte da Hydrobia e a elevada densidade populacional que estes organismos podem apresentar. A primeira fase de investigao resultou na comparao do papel dos estmulos ambientais e do controlo endgeno nos padres de comportamento migratrio vertical do microfitobentos, demonstrando a existncia de um controlo essencialmente endgeno na formao e desintegrao do biofilme superficial. A regulao e manuteno da biomassa superfcie do sedimento so claramente controladas pela variao dos factores ambientais, em especial da luz, cuja presena essencial formao total do biofilme microalgal superfcie do sedimento intertidal. Foi proposta uma nova abordagem metodolgica com vista estimativa nodestrutiva do teor de gua de sedimentos intertidais vasosos , possibilitando o estudo da influncia da aco do vento no contedo hdrico dos sedimentos e o consequente impacto da dessecao na comunidade microfitobntica. Observou-se que a dessecao provoca efeitos limitantes no s na biomassa superficial mas tambm na actividade fotossinttica dos biofilmes microfitobnticos, conduzindo diminuio da produtividade primria. No que respeita dinmica trfica da interaco MPB - Hydrobia foi estabelecido o uso do pigmento feoforbide a, quantificado nas partculas fecais da fauna, como marcador trfico que permite estimar a quantidade de biomassa de microalgas (clorofila a) incorporada pelos organismos animais.Para tal foi investigada e comprovada a existncia de uma relao significativa entre a concentrao de feopigmentos excretados e a concentrao de clorofila a ingerida. Estes estudos foram desenvolvidos numa primeira fase escala diria, considerando os efeitos dos ciclos sazonais, dia-noite e mar, e depois com a validao em condies naturais, numa escala mensal. A taxa de ingesto mdia de indivduos de H. ulvae varia ao longo do dia, com o mximo em torno dos perodos diurnos de mar baixa, o que pode estar relacionado com a disponibilidade de MPB. As taxas de ingesto (TI) de H. ulvae variam ainda em funo da estao do ano (TI vero > TI primavera) e em funo da densidade de indivduos (> densidade, < ingesto). Verificou-se um efeito negativo na concentrao de clorofila disponvel aps herbvoria independentemente da densidade de indivduos. Finalmente, a comparao dos perfis de cidos gordos de H. ulvae provenientes de diferentes habitats com os perfis de potenciais fontes alimentares permitiu demonstrar que os cidos gordos so ferramentas teis na identificao do habitat ocupado por estes organismos. No entanto, apesar da ocupao de diferentes habitats e da integrao de mltiplas fontes de produo primria na sua dieta foram sempre observados significativos nveis de cidos gordos especficos de microalgas (em particular diatomceas), reforando o papel importante das comunidades de microalgas bnticas na dieta das populaes de H. ulvae.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

Este estudo baseou-se na anlise dos mecanismos de transferncia de elementos potencialmente txicos (PTEs) entre o solo, a soluo do solo e as plantas como forma de realizar uma avaliao mais eficaz do risco em reas agrcolas. Foram aplicados conceitos recentemente desenvolvidos para a avaliao da reactividade biogeoqumica de contaminantes no solo e da sua partio slido:soluo recorrendo-se a modelos empricos (tipo Freundlich). Estes modelos permitiram analisar a transferncia de PTEs ao longo da cadeia alimentar e avaliar o impacto da contaminao do solo na qualidade da alimentao animal (forragens) e Humana (vegetais e carne) em Portugal. Os modelos empricos de transferncia solo-planta de PTEs foram utilizadas para obter limites crticos para estes elementos em solos agrcolas em Portugal, a partir dos seus limites legais nos alimentos para animais e teores mximos nos gneros alimentcios. Simultaneamente, modelos de exposio Humana a contaminantes do solo, desenvolvidos noutros pases da UE foram analisados e foi proposto um modelo de exposio para Portugal. Este trabalho uma contribuio para o desenvolvimento de critrios de qualidade de solos para reas agrcolas em Portugal, tendo em vista a proteco da sade animal e Humana. Contribuiu tambm para o desenvolvimento de uma estratgia de harmonizao de polticas de proteco do solo (nomeadamente no que diz respeito aos problemas de contaminao) na Unio Europeia.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

Os factores de risco nos adultos jovens so fortes preditores da incidncia de doena cardiovascular e mortalidade na idade mais avanada. Em Portugal, desconhecem-se estudos que avaliem os factores de risco para as doenas crnicas, em jovens adultos, na transio do ensino secundrio para o universitrio. Este estudo pretendeu contribuir para a promoo do conhecimento dos determinantes scioculturais e ambientais no diagnstico e deteco de factores de risco para as doenas crnicas, nomeadamente as doenas cardiovasculares, em estudantes universitrios. Teve como objectivo principal a investigao do efeito da vida acadmica nos factores de risco modificveis, estilos de vida e determinantes da sade. Teve como objectivos especficos identificar a(s) prevalncia(s) dos factores de risco cardiovascular numa populao universitria, a identificao dos intervalos de referncia para a homocistena total no soro de adultos jovens portugueses, a determinao do perfil lpidico, comportamentos de sade e dieta alimentar de tipo mediterrnico entre os estudantes universitrios de acordo com o gnero e a rea cientfica de frequncia e a avaliao longitudinal do impacto da exposio vida acadmica no estado de sade dos estudantes universitrios Participaram no estudo 781 estudantes sendo a mdia de idades de 20,6. Os factores de risco estudados para as doenas crnicas, foram o hbito tabgico, a presso arterial, o ndice de massa corporal, a composio do sangue (lpidos, homocisteina e glicose), a alimentao e a actividade fsica. O estudo mostra que a prevalncia de: sedentarismo significativamente mais elevada nos rapazes (p<0,001); dislipidemia e a hipertrigliceridemia significativamente mais elevada nas raparigas. Mais de um quarto dos estudantes tem colesterol elevado sendo a hipercolesterolemia significativamente mais elevada nas raparigas (p<0,001); a hipertenso verificou-se em ambos os sexos (6,0%) mas foi significativamente mais elevada nos rapazes (p=0,001). O estudo identificou o intervalo de referncia para a homocistena em adultos jovens portugueses independentemente do sexo (6,2 a 11,6 mol/) sendo que, acima de 11,6 mol/l condio para vigilncia mdica em populaes jovens adultas. Quando se estudou a exposio vida acadmica comparada com aqueles que acabaram de entrar na universidade, verificou-se uma associao significativa no que respeita s concentraes de lpidos no sangue, presso arterial sistlica e actividade fsica, tendo sido as raparigas aquelas que mais se afastavam dos padres saudveis (p<0,001). No que respeita adeso dieta mediterranica, no foram encontradas associaes entre este tipo de alimentao e os vrios factores de risco independentemente do gnero. Os resultados forneceram, evidncias empricas acerca da importncia da deteco dos principais factores de risco na idade adulta (jovem) na preveno das doenas cardiovasculares e vieram corroborar as orientaes do Plano de Desenvolvimento Estratgico do Instituto Nacional de Sade Portugus para as doenas crnicas, nomeadamente o estabelecimento de valores de referncia nacionais para anlises biolgicas e as orientaes do Plano de Aco Estratgica Global para a Preveno e Controle das Doenas No-Transmissveis-2008/2013 da Organizao Mundial de Sade.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

A conservao da biodiversidade nunca foi uma assunto to popular como nas ltimas dcadas, mas esta popularidade crescente devida pior das razes: o passo acelerado da extino de espcies e habitats. Os ecossistemas tropicais so, ao mesmo tempo, os mais diversos e os mais ameaados, em parte porque muitos pases destas regies emergem ainda de situaes de instabilidade social, econmica e poltica. O Brasil o maior pas Neotropical, onde se encontram alguns dos biomas com maior diversidade e mais ameaados do planeta. Actualmente, tambm um pas lder ao nvel da planificao e implementao de medidas de conservao da biodiversidade. Vrios dos biomas tropicais mais diversos e ameaados encontram-se em territrio brasileiro. Dois destes biomas, a Amaznia e o Cerrado, convergem numa regio ecotonal sujeita a uma elevada presso humana, conhecida como o arco do desmatamento. O Araguaia, um dos maiores rios do Brasil, corre ao longo desta paisagem e os efeitos do desmatamento so j evidentes em toda a sua bacia. Por causa do acelerado ritmo de degradao deste ecossistema, torna-se urgente obter uma imagem clara da biodiversidade regional e compreender como e se a estratgia de conservao para esta regio capaz de lidar com as correntes ameaas e alcanar o seu objectivo a longo prazo: conservar a biota regional. Tendo a herpetofauna como grupo-alvo, os nossos objectivos principais foram: aumentar o conhecimento das comunidades de anfbios e rpteis squamata da regio do curso mdio do Rio Araguaia; compreender a importncia deste rio nos padres intraespecficos de estrutura e diversidade gentica para diferentes espcies com diferentes caractersticas ecolgicas; avaliar o potencial de diferentes metodologias para o estudo e monitorizao da herpetofauna regional. Os nossos resultados revelam que a amostragem continuada e o uso de diferentes tcnicas so essenciais para a obteno de uma imagem precisa da diversidade da herpetofauna local. As comunidades locais de anfbios e lagartos apresentaram maior riqueza especfica na rea de Proteco Ambiental Bananal/Canto (APABC), uma rea tampo, do no Parque Estadual do Canto (PEC), uma rea de conservao estrita. A APABC caracterizada por uma maior heterogeneidade de habitats e os nosso resultados corroboram a teoria da heterogeneidade espacial e resultados recentes que revelam uma maior diversidade de lagartos nas zonas interfluviais do Cerrado, do que nas matas de galeria. Os resultados aqui apresentados no corroboram a hiptese de que os ectonos apresentam maior diversidade do que os biomas em redor. Os nossos resultados revelaram ainda que o Rio Araguaia afecta de forma diferente a estrutura gentica de vrias espcies de anfbios e lagartos. Estas diferenas podero estar relacionadas com a ecologia das espcies, nomeadamente com o uso de diferentes habitats, a vagilidade, ou a estratgia alimentar. Sugerimos que a gesto integrao de diferentes unidades de conservao, com diferentes estatutos, podem ajudar a preservar melhor a biota regional.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

A toxicidade dos metais uma problemtica que envolve a sade humana e o ambiente, sendo necessria uma vigilncia constante e uma avaliao dos danos precisa e robusta. As plantas, como principal fonte alimentar e de produtos, so de vital importncia sociedade humana. Devido a serem seres sesseis, este grupo um dos mais afectados por poluentes, tornandoos objectos de estudo extremamente interessantes. O objectivo desta tese foi avaliar os efeitos genotxicos e citotxicos do Cr(VI) e Pb2+ na espcie modelo Pisum sativum L. No capitulo I introduzida a problemtica da toxicidade de ambos os metais, com especial relevo nas plantas, bem como as abordagens mais actuais no estudo da geno e citotoxicidade. No capitulo II so apresentados os resultados dos estudos da genotoxicidade do Pb2+ (II-1) e Cr(VI) (II-2 e II-3), tendo sido realizados analises de dano ao DNA a vrios nveis e alteraes do ciclo celular (II-1 e II-2), bem como a deteco de instabilidade de microssatelites (II-1 e II-3), que um indicador do estado funcional do mecanismo de reparao do DNA. O captulo III aborda o efeito de stresses abiticos na capacidade fotossinttica da espcie modelo. No captulo III-1, realizou-se um estudo pioneiro de avaliao da aplicabilidade da citometria de fluxo no estudo da fotossntese, mais concretamente no estado funcional e estrutural dos cloroplastos, quando expostos a um inibidor da fotossntese (Paraquat). Os dados obtidos neste estudo encorajaram a aplicao da tcnica nos captulos III-2 e III-3, nos quais se analisaram os efeitos dos metais Pb2+ (III- 2) e Cr(VI) (III-3) na capacidade fotossinttica de plantas expostas a este metal; em estudos que envolveram vrios marcadores clssicos, para alem dos da citometria de fluxo. Finalmente, no captulo IV so apresentadas as concluses finais do trabalho, uma comparativa entre os efeitos e nveis de toxicidade dos dois metais em estudo e so apontadas algumas perspectivas para futuros estudos, levantadas pelos dados obtidos.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

A aposta na sustentabilidade tem conduzido o mercado da construo a procurar novas solues tcnicas e novos materiais, que por serem mais eficientes, conseguem dar resposta aos requisitos cada vez mais exigentes deste sector. A aplicao dos conceitos de sustentabilidade no se pode restringir a novas construes, tendo que prever tambm as renovaes e a reabilitao de edifcios antigos. Assim, novos materiais que sejam desenvolvidos, devem contemplar todas estas vertentes de utilizao. Neste trabalho desenvolveram-se argamassas com novas funcionalidades, que contribuem para melhorar os nveis de sustentabilidade dos edifcios, atravs da incorporao de nanomateriais para armazenamento de calor latente e degradao de poluentes do ar interior. Estudou-se no s o impacto da incorporao destas nanopartculas no estado fresco e endurecido, mas tambm o seu desempenho do ponto de vista funcional quando integrados na estrutura da argamassa. possvel obter argamassas com capacidade para armazenar calor latente atravs da incorporao de um material de mudana de fase. Este material constitudo por uma mistura de parafinas, consegue armazenar calor e libertlo posteriormente. As composies desenvolvidas podem ser aplicadas em novos projectos ou na reabilitao de edifcios contribuindo para reduzir o consumo energtico, melhorando o conforto trmico no interior. Com a reduo da factura energtica obtm-se uma efectiva diminuio do impacto ambiental, energtico e econmico do edifcio. Para alm do armazenamento de calor latente, tambm se desenvolveram argamassas capazes de eliminar poluentes do ar interior e, simultaneamente, com capacidade de auto-limpeza. Utilizaram-se nanopartculas de dixido de titnio como aditivo fotocataltico, tendo-se analisado o efeito da introduo deste aditivo nas argamassas. As composies testadas demonstraram elevada capacidade fotocataltica e de auto-limpeza, sem comprometer as suas propriedades no estado endurecido. Ao aplicar estas composies na camada de acabamento interior melhora-se a qualidade do ar no interior das habitaes e reduz-se a necessidade de utilizao de sistemas de ventilao. As argamassas funcionais contribuem para melhorar os nveis de sustentabilidade da construo, tendo impacto econmico e ambiental em todo o ciclo de vida do edifcio.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

Understanding the biology of offshore species is hardened by the difficulties of sampling in the deep-sea environment. Additionally, due to the vastness of the open ocean, knowledge of early life histories of pelagic larvae is still relatively scarce. In decapod species with bentho-pelagic lifestyle, the transition from life in the seafloor to the water column not only is associated with drastic morphological metamorphosis, but also with changes in behavior and feeding ecology. The purpose of the present thesis was to investigate physiological, biochemical and behavioral adaptation occurring during early development of such species. The Norway lobster, Nephrops norvegicus, and the crab Monodaeus couchi were used as a model as these two species are encountered off the NE Atlantic shelf at depth greater than 300 m. Chapter 1 introduces the challenges faced by both adult and larvae inhabiting such remote habitats, including the effect of food availability on development and oceanographic processes on dispersal and recruitment. The thesis follows early life histories, starting with within-brood variability in the fatty acid (FA) profile displayed by developing N. norvegicus embryos. There were no differences in the FA composition of embryos sampled from both sides of the brooding chamber in most females. However, all females exhibited significant differences in the FA profiles of embryos sampled from different pleopods. Potential causes for the variations recorded may be differential female investment during oocyte production or shifts in FA catabolism during the incubation period promoted by embryos location within the brooding chamber. Next, feeding rates and digestive enzymes activity of the early stage larvae was investigated in N. norvegicus. Both stages were able to maximize food intake when larvae were scarce and showed increased feeding rate following periods of starvation. Amylase activity indicated that carbohydrates are not the primary energy reserve and that feeding may be required soon after hatching to trigger amylase activity. Protease activity indicated that protein reserves are catabolized under starvation. These results indicate that larvae may maximize prey ingestion in the presence of plankton patches with higher food abundance and minimize the deleterious effects induced by previous periods of intermittent starvation or unsuitable prey densities/types. Additionally, changes in enzymatic activity may allow newly hatched N. norvegicus larvae to metabolize protein reserves to overcome short-term starvation. Vertical migration behavior and the influence of oceanographic properties were studied next. All zoeal stages of M. couchi displayed reverse diel vertical migration. Abundance of early stages was correlated with chlorophyll a levels. An ontogenic shift in vertical distribution explained the results; earlier zoeal stages remain in the food-rich upper water column while later stages migrate to the bottom for settlement. This vertical migration behavior is likely to affect horizontal distribution of larvae. Indeed, global current patterns will result in low inter-annual variations in decapod larvae recruitment, but short term variations such as upwelling events will cause deviation from the expected dispersal pattern. Throughout development, from the embryo to metamorphosis into benthic juvenile, offshore decapods face many challenges. For the developing individual survivorship will depend heavily on food availability but also on the reserves passed on by the mother. Even though vertical migration behavior can allow the larvae to take advantage of depth varying currents for transport, the effect of general circulation pattern will superimpose local current and influence feeding conditions and affect dispersal and recruitment.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

Os moluscos bivalves constituem um recurso haliutico de elevada importncia na economia (inter)nacional pelas suas caractersticas organolpticas, valor nutritivo e relevncia na gastronomia tradicional. No obstante, representam um produto alimentar de elevado risco para a sade pblica. A contaminao microbiolgica (autctone e antropognica), sendo crnica nos bancos de bivalves das zonas estuarino-lagunares, constitui uma das principais preocupaes associadas segurana alimentar. Aquando da filtrao inerente aos processos de respirao e alimentao, os bivalves bioacumulam passivamente microrganismos incluindo os patognicos. A sua colocao no mercado impe pois, prvia salubrizao para nveis microbiolgicos compatveis com a legislao em vigor, salvaguardando a sade pblica. Apesar da monitorizao das reas de apanha e produo, das medidas de preveno e da depurao, a ocorrncia de surtos associados ao consumo de bivalves tem aumentado. Tal deve-se insuficiente monitorizao da contaminao microbiolgica dos bivalves, contribuindo para uma gesto ineficaz do produto e consequente sub-valorizao. O presente trabalho pretendeu caracterizar o estado de desenvolvimento do sector de explorao de bivalves em Portugal do ponto de vista da segurana alimentar, e analisar os aspectos cruciais da monitorizao e da depurao do produto apresentando alternativas abrangentes e aplicveis ao sector. Assim, desenvolveu-se uma metodologia de base molecular passvel de adaptao monitorizao dos bivalves das zonas conqucolas, como alternativa ao mtodo de referncia vigente do Nmero Mais Provvel que baseado apenas na quantificao de Escherichia coli. O mexilho (Mytilus edulis) da Ria de Aveiro, bivalve de interesse comercial a nvel (inter)nacional serviu de modelo para a comparao de protocolos de extrao de DNA. Esta metodologia foi desenvolvida de modo a que os mtodos de extrao de DNA sejam passveis de aplicao a outras matrizes biolgicas ou ambientais. Para alm da deteco e quantificao directa de bactrias patognicas, esta metodologia poder ser aplicada monitorizao da transferncia vertical microbiana nos bancos de bivalves bem como caracterizao da dinmica espacio-temporal das populaes microbianas no ambiente e monitorizao dos processos de depurao. Foi ainda abordado o potencial da aplicao de bacterifagos ou de enzimas lticas para a optimizao dos processos de purificao. O trabalho realizado e as perspectivas futuras propostas pretendem contribuir para a dinamizao e requalificao do sector de explorao de bivalves atravs da melhoria do nvel de segurana alimentar dos moluscos bivalves comercializados para alimentao humana, valorizando este recurso.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

Os contaminantes provenientes quer de fontes naturais quer como consequncia da atividade humana, tm contribudo para a degradao dos ecossistemas aquticos. Entre estes encontram-se os metais que podem, ou no ser essenciais mediante o papel que desempenham no metabolismo dos organismos. O cobre e o zinco so exemplos de metais essenciais, contudo quando atingem concentraes elevadas podem tornar-se txicos. Os detritvoros aquticos desempenham um papel fundamental na decomposio da matria orgnica, alimentando-se de carcaas e partes de plantas que caem nos cursos de gua. Assim, estes organismos permitem que o ciclo dos nutrientes se complete e servem como elo de ligao entre todos os grupos funcionais do ecossistema mantendo o seu equilbrio estrutural e funcional. Sendo a matria orgnica a sua principal fonte de energia esto sujeitos contaminao existente no meio, pelo que de todo o interesse proceder-se avaliao dos efeitos da toxicidade de metais nestes organismos. Uma vez que as diferenas comportamentais consequentes desta exposio podem originar variaes na densidade e diversidade, o que se refletir a nvel das comunidades, originando alteraes na estrutura e funcionamento do ecossistema. Tendo em vista a avaliao dos efeitos da contaminao por metais em detritvoros, o principal objetivo deste trabalho foi comparar a sensibilidade a metais essenciais de dois detritivoros aquticos, o camaro Atyaephyra desmarestii e o anfpode Echinogammarus meridionalis. Para tal, avaliaram-se os efeitos do cobre e do zinco a diferentes nveis de organizao biolgica. Primeiro, foram determinadas as preferncias alimentares de A. desmarestii e E. meridionalis considerando tanto a rea das folhas como a contaminao por metais das folhas. Em seguida, avaliaram-se os efeitos do cobre e do zinco na sobrevivncia e inibio alimentar de ambas as espcies. Finalmente, avaliaram-se os efeitos destes mesmos metais a nvel bioqumico utilizando uma bateria de biomarcadores que incluiu enzimas de stresse oxidativo, o sistema de defesa antioxidante e as colinesterases. Ambos os organismos no mostraram preferncia em relao a folhas de rea diferente. A presena de uma maior ou menor concentrao de metais essenciais no alimento no teve qualquer influncia na sua escolha pelo alimento (contaminado ou no). Os ensaios agudos de cobre e zinco mostraram que o cobre mais txico para ambas as espcies do que o zinco. O camaro demonstrou ser mais sensvel ao zinco que o anfpode, tendo este sido mais sensvel ao cobre ( CL50 do cobre para A. desmarestii foi de 0,128 mg.l-1 e o de E. meridionalis foi de 0,050 mg.l-1; os valores correspondentes para o zinco foram 7,951 e 11,860 mg.l-1, respectivamente. Em relao aos efeitos subletais, o cobre teve efeitos notrios na taxa de alimentao de E. meridionalis, mas no afectou a de A. desmarestii. No que diz respeito exposio ao zinco, ambas as espcies parecem apresentar tendncia para inibir a alimentao. A caracterizao das colinesterases revelou que a principal forma presente em ambas as espcies a acetilcolinesterase, a qual que no foi afetada pela presena dos metais, no caso do camaro, mas parece ser inibida pelo zinco no caso do anfpode. O cobre inibiu o sistema de defesa enzimtico de ambas as espcies, sem sinais de danos lipdicos. Para alm disto, inibiu uma das enzimas antioxidantes (GPx) do anfpode. Apesar de no ter ocorrido dano lipdico aps exposio ao cobre, observou-se um ligeiro aumento dos nveis das LPO, o que pode ser indicativo de uma potencial existncia de dano oxidativo, como resultado da falha do sistema de defesa antioxidante. Por outro lado, o zinco induziu o sistema de defesa em E. meriodionalis prevenindo o dano lipdico. Enquanto em A. desmarestii o sistema enzimtico antioxidante no respondeu, tendo ocorrido dano celular oxidativo considerando-se, assim, que o sistema de defesa antioxidante do camaro pode ser comprometido por exposio a metais. Ainda que os danos celulares oxidativos tivessem ocorrido a baixas concentraes de zinco. A exposio a este metal tambm induziu a actividade da GST de E. meriodionalis. Considerando que a taxa de alimentao foi severamente reduzida no caso deste organismo, o zinco parece ser o metal cuja concentrao no ecossistema requer maior ateno. Integrando as respostas dos biomarcadores parece tambm evidente que A. desmarestii responde de uma maneira geral a maiores concentraes dos dois metais, enquanto a resposta de E. meridionalis ocorre a concentraes inferiores. Pelo que, E. meridionalis parece ser mais sensvel ao nvel bioqumico. Neste trabalho, os dois detritvoros, com ligeiras diferenas no modo como utilizam a matria orgnica disponvel, apresentam diferenas na sensibilidade aos metais essenciais a vrios nveis de organizao biolgica, sendo o zinco o metal que poder causar maior preocupao a nvel bioqumico, enquanto o cobre parece ser o mais txico ao nvel do organismo, causando mortalidade a concentraes mais baixas.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

O consumo de energia a nvel mundial aumenta a cada dia, de forma inversa aos recursos fsseis que decrescem de dia para dia. O sector dos transportes o maior consumidor deste recurso. Face ao actual cenrio urge encontrar uma soluo renovvel e sustentvel que permita no s, diminuir a nossa dependncia de combustveis fsseis mas fundamentalmente promover a sua substituio por energias de fontes renovveis. O biodiesel apresenta-se na vanguarda das alternativas aos combustiveis derivados do petrleo, para o sector dos transportes, sendo considerado uma importante opo a curto prazo, uma vez que o seu preo pode ser competitivo com o diesel convencional, e para a sua utilizao o motor de combusto no necessita de alteraes. O biodiesel uma mistura lquida, no txica, biodegradvel de steres de cidos gordos, sem teor de enxofre ou compostos aromticos, apresenta boa lubricidade, alto nmero de cetano, e origina emisses gasosas mais limpas. O presente trabalho contribui para um melhor conhecimento da dependncia das propriedades termofisicas do biodiesel com a sua composio. A publicao de novos dados permitir o desenvolvimento de modelos mais fiveis na previso do comportamento do biodiesel. As propriedades densidade e viscosidade so o espelho da composio do biodiesel, uma vez que dependem directamente da matria prima que lhe deu origem, mais do que do processo de produo. Neste trabalho os dados medidos de densidade e viscosidade de biodiesel foram testados com vrios modelos e inclusivamente foram propostos novos modelos ajustados para esta famlia de compostos. Os dados medidos abrangem uma ampla gama de temperaturas e no caso da densidade tambm foram medidos dados a alta presso de biodiesel e de alguns steres metilico puros. Neste trabalho tambm so apresentados dados experimentais para o equilbrio de fases slido-liqudo de biodiesel e equlibrio de fases lquidolquido de alguns sistemas importantes para a produo de biodiesel. Ambos os tipos de equilbrio foram descritos por modelos desenvolvidos no nosso laboratrio. Uma importncia especial dado aqui a propriedades que dependem do perfil de cidos gordos da matria-prima alm de densidade e viscosidade; o ndice de iodo e temperature limite de filtrabalidade so aqui avaliados com base nas consideraes das normas. Os cidos gordos livres so um sub-produto de refinao de leo alimentar, que so removidos na desodorao, no processo de purificao do leo. A catlise enzimtica aqui abordada como alternativa para a converso destes cidos gordos livres em biodiesel. Estudou-se a capacidade da lipase da Candida antartica (Novozym 435) para promover a esterificao de cidos gordos livres com metanol ou etanol, utilizando metodologia de superfcie de resposta com planeamento experimental. Avaliou-se a influncia de diversas variveis no rendimento da reaco.

Relevância:

10.00% 10.00%

Publicador:

Resumo:

O papel ecolgico das gorgnias (Octocorallia: Alcyonacea) nos fundos marinhos rochosos mundialmente reconhecido. Contudo, a informao acerca da ecologia e biologia das espcies de gorgnias nas zonas temperadas do NE Atlntico manifestamente escassa, especialmente tendo em considerao as actuais perturbaes globais, regionais e locais. Nos fundos rochosos da costa algarvia at aos 30 m, verificouse que vrias espcies de gorgnias so abundantes e frequentes, nomeadamente Eunicella labiata, Eunicella gazella, Eunicella verrucosa, Leptogorgia lusitanica e Leptogorgia sarmentosa. As populaes de gorgnias so co-dominadas por diferentes espcies que apresentaram elevados ndices de associao, indicando reduzidos nveis de competio entre elas. Em todo o caso, a estrutura dos povoamentos diferiu com as condies locais. Todas as espcies evidenciaram padres de distribuio semelhantes ao longo do gradiente de profundidade, i.e. a abundncia aumenta significamente com a profundidade aps os 15 m. A profundidades mais baixas (at aos 15 m), a distribuio das gorgnias parece ser condicionada por factores abiticos e pela competio com algas. Com efeito, os padres de distribuio espacial das espcies de gorgnias na costa algarvia so determinados pela interaco de presses naturais e antropognicas (ex. pesca). Ainda que as colnias de maior tamanho no tenham sido restritas a reas menos pescadas, em reas mais perturbadas pela pesca, a distribuio dos tamanhos das colnias estava maioritariamente desviada para tamanhos mais pequenos. Os efeitos das perturbaes naturais nas populaes de gorgnias foram evidenciados pela ocorrncia de padres demogrficos distintos em reas vizinhas sujeitas a nveis semelhantes de presses antropognicas. Estes estudos demonstraram, ainda, que os efeitos na distribuio de frequncias de tamanho das colnias so dependentes das espcies de gorgnias em causa: Eunicella labiata no parece ser afectada; Leptogorgia sarmentosa tendencialmente afectada por presses antropognicas; Eunicella gazella e Leptogorgia lusitanica aparentam ser afectadas, quer por presses naturais, quer por presses antropognicas. Os efeitos verificados nos padres da distribuio de frequncias de tamanho, particularmente a tendncia para o desvio destas frequncias para tamanhos mais pequenos em reas sujeitas a perturbaes, podero ter consequncias para a biodiversidade dos fundos sublitorais rochosos na costa algarvia. Com efeito, o presente estudo apoia o paradigma geral de que os corais so habitats que suportam comunidades de elevada biodiversidade e abundncia. Num dos poucos estudos que examinam a relao entre as gorgnias e as suas comunidades de invertebrados epibentnicos, foi verificado que as gorgnias (Eunicella gazella e Leptogorgia lusitanica) sustentam comunidades ricas (11 phyla, 181 taxa) e abundantes (7284 indivduos). Estas comunidades so dominadas por anfpodes, mas os poliquetas tiveram um grande contributo para os nveis elevados de biodiversidade. Verificou-se, igualmente, que o tamanho da colnia desempenha um papel fundamental na biodiversidade, na medida em que as colnias de menor tamanho apresentaram um contributo mais baixo, comparativamente s mdias e grandes. Ainda que ambas as gorgnias partilhem a maioria das espcies amostradas, 11 e 18 taxa foram exclusivos de Eunicella gazella e Leptogorgia lusitanica, respectivamente (excluindo indivduos com presenas nicas). No entanto, a maioria destes taxa eram ou pouco abundantes ou pouco frequentes. A excepo foi a presena de planrias (Turbellaria) de colorao branca nas colnias de Eunicella gazella, provavelmente beneficiando do efeito de camuflagem proporcionado pelos ramos com a mesma colorao. Com efeito, a complementaridade entre as comunidades epibentnicas associadas a ambas as gorgnias diminuiu quando usados os dados de presena/ausncia, sugerindo que os padres de biodiversidade so mais afectados pelas alteraes na abundncia relativa das espcies dominantes do que pela composio faunstica. As comunidades de epifauna bentnica associadas a estas gorgnias no s apresentaram valores elevados de -diversidade, como de - diversidade, resultantes de padres intrincados de variabilidade na sua composio e estrutura. Ainda que o conjunto de espcies disponveis para colonizao seja, na generalidade, o mesmo para ambos os locais, cada colnia apresenta uma parte deste conjunto. Na sua totalidade, as colnias de gorgnias podero funcionar como uma metacomunidade, mas a estrutura das comunidades associadas a cada colnia (ex. nmero total de espcies e abundncia) parecem depender dos atributos da colnia, nomeadamente superfcie disponvel para colonizao (altura, largura e rea), complexidade e heterogeneidade (dimenso fractal e lacunaridade, respectivamente) e cobertura epibentnica colonial (ex. fauna colonial e algas macroscpicas; CEC). Numa primeira tentativa para quantificar a relao entre as gorgnias e os invertebrados epibentnicos a elas associados (em termos de abundncia e riqueza especfica), verificou-se que a natureza e a intensidade destas relaes dependem da espcie hospedeira e variam para os grupos taxonmicos principais. No entanto, independentemente do grupo taxonmico, a riqueza especfica e a abundncia esto significativamente correlacionadas com a CEC. Com efeito, a CEC provavelmente devido a um efeito trfico (aumento da disponibilidade alimentar directo ou indirecto), combinado com a superfcie disponvel para colonizao (efeito espcies-rea) foram as variveis mais relacionadas com os padres de abundncia e riqueza especfica. Por outro lado, ainda que a complexidade estrutural seja frequentemente indicada como um dos factores responsveis pela elevada diversidade e abundncia das comunidades bentnicas associadas a corais, a dimenso fractal e a lacunaridade apenas foram relevantes nas comunidades associadas a Leptogorgia lusitanica. A validade do paradigma que defende que a complexidade estrutural promove a biodiversidade poder ser, ento, dependente da escala a que se realizam os estudos. No caso das gorgnias, o efeito da complexidade ao nvel dos agregados de gorgnias poder ser muito mais relevante do que ao nvel da colnia individual, reforando a importncia da sua conservao como um todo, por forma a preservar a diversidade de espcies hospedeiras, o seu tamanho e estrutura. Actividades antropognicas como a pesca, podem, ainda, ter efeitos negativos ao nvel da reproduo de espcies marinhas. Analogamente ao verificado para os padres de distribuio espacial das populaes de gorgnias na costa algarvia, a informao relativa sua reproduo igualmente escassa. Os estudos realizados em populaes de Eunicella gazella a 16m de profundidade, demonstraram que o desenvolvimento anual das estruturas reprodutivas altamente sincronizado entre os sexos. A razo entre sexos na populao foi de 1.09 (F:M), encontrando-se perto da paridade. A espermatognese estende-se por 6 a 8 meses, enquanto que a oognese mais demorada, levando mais de um ano para que os ocitos se desenvolvam at estarem maduros. Antes da libertao dos gmetas, foi observada uma elevada fecundidade nas fmeas (27.3013.24 ocitos plipo1) e nos machos (49.3031.14 sacos espermticos plipo1). Estes valores encontram-se entre os mais elevados reportados data para zonas temperadas. A libertao dos gmetas (no h evidncia de desenvolvimento larvar, nem superfcie da colnia, nem no seu interior) occorre em Setembro/ Outubro, aps um perodo de elevada temperatura da gua do mar. As fmeas emitem ocitos maduros de elevadas dimenses, retendo, todavia, os ocitos imaturos que se desenvolvem apenas na poca seguinte. Ainda que o efeito da pesca nas populaes de gorgnias da costa do Algarve seja perceptvel, s taxas actuais, o mergulho recreativo no aparenta afectar seriamente estas populaes. Contudo, sendo uma indstria em expanso e conhecendo-se a preferncia de mergulhadores por reas rochosas naturais ricas em espcies bentnicas, futuramente poder vir a afectar estes habitats. A monitorizao de mergulhadores na costa algarvia mostrou que a sua maioria (88.6 %) apresenta comportamentos que podem impactar o habitat, com uma taxa mdia de contactos de 0.3400.028 contactos min1. Esta taxa foi mais elevada em mergulhadores com moderada experincia e na fase inicial do mergulho (010 min). Os contactos com as barbatanas e mos foram comuns, resultando, maioritariamente, na resuspenso do sedimento, mas geralmente apresentando um impacto reduzido. Todavia, a fauna tambm foi afectada, quer por danos fsicos, quer pela interaco com os mergulhadores, e num cenrio de expanso significativa desta actividade, os impactos na fauna local podero aumentar, com consequncias para os ecossistemas de fundos rochosos da costa sul de Portugal. Na sua globalidade, a informao recolhida nos estudos que contemplam esta tese, por ser em grande parte totalmente nova para a regio, espera-se que contribua para a gesto da zona costeira do Algarve.