2 resultados para Parental Practices
em B-Digital - Universidade Fernando Pessoa - Portugal
Resumo:
A Formação Parental, enquanto medida de intervenção socioeducativa, tem sido um alvo de interesse gradual, quer a nível internacional, quer a nível nacional. As profundas mudanças ocorridas, na esfera social e familiar, são agentes que têm vindo a promover o desenvolvimento de iniciativas de intervenção neste domínio. A consciência dos desafios que acarretam o desempenho das funções parentais nos dias de hoje, tem sido um incentivo na procura de respostas e auxílio aos intervenientes neste difícil processo de educar. Também o contributo teórico da Psicologia, nomeadamente nas áreas de estudo sobre a Formação Parental, a família, os estilos parentais, o envolvimento parental, e a sua pertinência para o desenvolvimento e equilíbrio infanto-juvenil, têm vindo e estimular o crescente investimento nesta área de intervenção. O presente estudo teve por objetivo construir, implementar e avaliar a eficácia de um programa de Promoção de Práticas Educativas Parentais. Neste estudo participaram 4 cuidadores (3 do sexo feminino e 1 um do sexo masculino), todos eles residentes no meio urbano (n=4), casados (n=4) e com uma média de idades de aproximadamente 42 anos (M=42,25), variando entre os 40 e os 45 anos. A maioria tem o 12º ano (n=3, 75%), apenas 1 (25%), possui habilitações superiores ao nível de licenciatura. Os dados foram recolhidos através de um Questionário Sociodemográfico e do Questionário de Práticas Parentais (Versão Portuguesa de M. Gaspar & P. Santos de 2008, revisto em 2013). No que respeita aos resultados obtidos, existem algumas modificações positivas na promoção de competências parentais ajustada, recorrendo à utilização de estratégias de disciplina positiva em todos os sujeitos, depois da intervenção. Referente as outras variáveis, nomeadamente, os diferentes estilos de disciplina, promoção do autoconhecimento enquanto pessoas e pais, fomentar a autoestima atendendo a aspetos pessoas e parentais, incentivar o bem-estar subjetivo/felicidade dos participantes com relevância na parentalidade não houve ocorrência de alterações positivas.
Resumo:
Muitos são os investigadores e estudiosos que, em todas as partes do mundo, se têm debruçado sobre a relação Escola–Família–Comunidade, tentando perceber os preditores que justificam, por exemplo, a indisciplina ou o (in)sucesso na sala de aula. Movidos pela curiosidade de 25 anos a trabalhar no sistema educativo, quisemos perceber o papel da mulher no que à educação formal dos filhos diz respeito. Empiricamente sabíamos que normalmente à mãe cabe mais esta tarefa de ser a Encarregada de Educação dos seus descendentes e quisemos perceber porquê. Que características concorrem para que a ela seja entregue esta “missão”? Igualmente quisemos saber se esta “missão” era solitária ou se o seu cônjuge coopera e de que forma. De uma parte teórica baseada na literatura existente através da qual procurámos perceber o(s) papel(éis) da mulher anterior e posteriormente ao 25 de abril de 1974 e da lenta integração legal dos Encarregados de Educação nas escolas, partimos para um trabalho de investigação assente nos alunos do AENelas e respetivos Encarregados de Educação. Colaboraram connosco 44 Encarregados de Educação de alunos do 9.º ano que, através das suas respostas, permitiram perceber que os novos tempos são, teoricamente, de partilha, porém, na prática, é ao elemento feminino da família que compete a assunção do cargo de Encarregado de Educação. Os respondentes inclinam-se (nas suas respostas) para a disponibilidade de tempo, contudo, coincidência ou não, a maioria trabalha e a minoria, quer de Encarregados quer de Encarregadas de Educação, tem habilitações literárias inferiores ao seu cônjuge ou companheira(o). Há aspetos incontornáveis que não deixam dúvidas: a função de EE é “vitalícia” e marcadamente “feminina”.