2 resultados para meia-vida curta
em Biblioteca Digital da Produção Intelectual da Universidade de São Paulo
Resumo:
O hipotireoidismo primário adquirido é uma endocrinopatia frequentemente diagnosticada na espécie canina. A terapia consiste na suplementação oral com levotiroxina sódica (L-tiroxina), no entanto vários protocolos terapêuticos têm sido propostos pela literatura, com doses variando 11 a 44µg/kg uma a duas vezes ao dia, visto à grande variabilidade de absorção e meia-vida plasmática do fármaco. Foram estudados 30 cães com hipotiroidismo primário adquirido (13 machos e 17 fêmeas, idade média de 7,9±1,9 anos e peso médio de 19,1±12,6 kg) atendidos no Hospital Veterinário da Universidade Guarulhos (UnG) e no Serviço de Endocrinologia de duas clínicas particulares da cidade de São Paulo (2009-2011), com o objetivo de avaliar a posologia e a frequência de administração da L-tiroxina, mais frequentemente utilizada, capaz de garantir um controle terapêutico satisfatório, avaliado através dos sinais clínicos e do teste pós-tiroxina, além de correlacionar a dose de tiroxina empregada com o peso dos animais. A dose média de tiroxina utilizada em nossa casuística foi de 16,9±3,1µg/kg, sendo a frequência de administração a cada 12 horas em 50% dos casos. Para se investigar uma possível correlação entre o peso e a dosagem de tiroxina utilizada, uma vez que cães de pequeno porte apresentam maior taxa metabólica que cães de grande porte, os animais foram agrupados em grupo A, cães com peso <10 Kg (n=12/30; 7,7±2,1 kg) e grupo B, cães com peso >10 kg (n=18/30, 26,8±10,7 kg). A dose média de tiroxina empregada nos grupos A e B não apresentaram diferença estatística e foram, respectivamente, 16±3µg/kg e 17±3µg/kg. A frequência de administração foi 50% a cada 24 horas e 50% a cada 12 horas para ambos os grupos. Dessa forma, a dose de tiroxina não parece se correlacionar com o peso do animal, sendo imprevisível quem deverá receber dose e frequência máxima da medicação. O protocolo deve ser individualizado e o paciente devidamente monitorado.
Resumo:
Grande parte da produção brasileira de mamona encontra-se no Nordeste, como opção de cultura para a região semiárida no bioma Caatinga. O objetivo deste estudo foi avaliar as alterações nos estoques de C e N devido à mudança de uso do solo de vegetação natural para o cultivo de mamona no bioma Caatinga. Este trabalho foi realizado na Fazenda Floresta, no município de Irecê, no centro-norte baiano. O clima da região é do tipo BSwh (Köppen) - clima semiárido de altitude. O solo foi classificado em Latossolo Vermelho de textura argilosa. As situações avaliadas foram: três áreas cultivadas com mamona com diferentes tempos de implantação: (i) com 10 anos, (ii) com 20 anos e (iii) com 50 anos; e uma área de referência (vegetação nativa de Caatinga) contígua às situações avaliadas. Os estoques de C e N foram determinados em amostras de solo coletadas em cinco minitrincheiras, nas camadas de 0-5, 5-10, 10-20 e 20-30 cm. Os resultados mostraram que o constante aporte de resíduos vegetais na Caatinga promoveu a manutenção dos estoques de C (90 Mg ha-1) e N (10 Mg ha-1) para a camada de 0-30 cm. A mudança de uso da terra para o cultivo da mamona ocasiona redução em aproximadamente 50 % nos estoques de C e N do solo em relação à vegetação nativa nos primeiros 10 anos de implantação da cultura. A meia-vida da matéria orgânica do solo (MOS) calculada para essa situação na região do semiárido foi de 4,7 anos. O fator de emissão de C do solo, devido à mudança de uso da terra após 20 anos, conforme proposto pelo método do IPCC (2006), foi de 2,47 Mg C ano-1. Por meio do conjunto dos resultados, observa-se a fragilidade do solo do bioma Caatinga no que se refere à perda de MOS devido à mudança de uso da terra.