4 resultados para Maus-tratos - Ill-treatment
em Biblioteca Digital da Produção Intelectual da Universidade de São Paulo
Resumo:
OBJETIVO: Descrever o perfil das notificações em crianças e adolescentes no Estado de São Paulo em 2009 e analisar possíveis fatores associados. MÉTODOS: Foram analisadas 4.085 notificações em menores de 15 anos, registradas no Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA); um teste de regressão logística foi utilizado. RESULTADOS: O sexo feminino foi 61,4% do total. A faixa etária mais frequente entre as meninas foi a de 10 a 14 anos (38,8%) e entre os meninos foi < 5 anos (35,8%). A violência física representou 43,3% dos casos em meninos e a sexual 41,7% em meninas. Os principais autores das agressões foram os pais (43,8% do total) e conhecidos (29,4%). Agressores homens representaram 72,0%. A residência foi o local de ocorrência de 72,9% dos casos; violência de repetição foi referida em 51,4% das notificações. Diferenças encontradas entre os casos de violência física e sexual: a) violência física - maioria meninos (50,9%), pais como autores (48,4%) e mulheres como autoras (42,8%); b) violência sexual - maioria meninas (77,2%), conhecidos como autores (48,4%) e homens como autores (96,1%). Variáveis associadas à violência física: sexo masculino (OR: 2,22), idade 10-14 anos (OR: 1,68) e pais como autores (OR: 2,50). A violência sexual foi associada ao sexo feminino (OR: 2,84), idade 5-9 anos (OR: 1,66) e desconhecidos como autores (OR: 1,53). CONCLUSÃO: As políticas públicas deveriam garantir o direito de toda criança ter uma vida saudável e livre de violência. A análise das notificações é importante instrumento para estabelecer estratégias de prevenção.
Resumo:
Verificou-se em que medida variáveis cognitivas e afetivas/emocionais diferenciariam cuidadores notificados por abusos físicos (G1) de cuidadores sem esse histórico (G2). O Child Abuse Potential Inventory (CAP) foi utilizado para avaliar fatores de risco psicológicos em cuidadores. Um Questionário de Caracterização sócio-demográfica e outro econômico também foram empregados para equiparar os grupos. G1 apresentou um potencial de risco superior a G2, e maiores níveis de Angústia, Rigidez, Problemas com a Criança e Consigo, Problemas com os Outros, e um menor nível de Força do Ego. Essas variáveis se articulam para compor o risco de abuso físico, pois segundo o Modelo do Processamento da Informação Social, remeteriam a processos básicos cognitivos/afetivos subjacentes a percepções e avaliações/interpretações, associados ao comportamento parental abusivo.
Resumo:
OBJETIVOS: Analisar a reincidência de violência infantil no Município de Curitiba - Paraná e compreender o fenômeno com base na perspectiva de gênero. MÉTODOS: Estudo de abordagem quantitativa do tipo descritivo exploratório. Dentre as 338 notificações de violência contra crianças de zero a 9 anos de idade junto à Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente dessa cidade com última notificação em 2009 foram analisados 300 casos por serem reincidentes. RESULTADOS: A totalidade dos casos foi de violência intrafamiliar e a reincidência mais frequente foi a negligência, tendo com principal agressora a mãe. A violência sexual apareceu mais entre as meninas, com casos reincidentes no mesmo tipo ou com a negligência antecedendo. A manifestação da violência reincidente contra crianças apresentou-se sobreposta, recorrente, com tendência a agravar-se com a evolução dos casos. CONCLUSÃO: A violência contra as crianças é determinada por relações de poder determinadas pelas categorias gênero e geração, que produzem iniquidades potencializadoras da vulnerabilidade familiar em relação à violência. O olhar crítico sobre essa questão pode indicar medidas de superação no tocante à assistência e à prevenção de sua ocorrência e reincidência tanto do setor saúde como de outros setores.
Resumo:
OBJECTIVE: We aimed to evaluate whether the inclusion of videothoracoscopy in a pleural empyema treatment algorithm would change the clinical outcome of such patients. METHODS: This study performed quality-improvement research. We conducted a retrospective review of patients who underwent pleural decortication for pleural empyema at our institution from 2002 to 2008. With the old algorithm (January 2002 to September 2005), open decortication was the procedure of choice, and videothoracoscopy was only performed in certain sporadic mid-stage cases. With the new algorithm (October 2005 to December 2008), videothoracoscopy became the first-line treatment option, whereas open decortication was only performed in patients with a thick pleural peel (>2 cm) observed by chest scan. The patients were divided into an old algorithm (n = 93) and new algorithm (n = 113) group and compared. The main outcome variables assessed included treatment failure (pleural space reintervention or death up to 60 days after medical discharge) and the occurrence of complications. RESULTS: Videothoracoscopy and open decortication were performed in 13 and 80 patients from the old algorithm group and in 81 and 32 patients from the new algorithm group, respectively (p < 0.01). The patients in the new algorithm group were older (41 +/- 1 vs. 46.3 +/- 16.7 years, p=0.014) and had higher Charlson Comorbidity Index scores [0(0-3) vs. 2(0-4), p = 0.032]. The occurrence of treatment failure was similar in both groups (19.35% vs. 24.77%, p= 0.35), although the complication rate was lower in the new algorithm group (48.3% vs. 33.6%, p = 0.04). CONCLUSIONS: The wider use of videothoracoscopy in pleural empyema treatment was associated with fewer complications and unaltered rates of mortality and reoperation even though more severely ill patients were subjected to videothoracoscopic surgery.