O tr��fico de animais

A explora����o do Brasil-Col��nia pelos portugueses, franceses e holandeses teve por intuito contrabandear esp��cies de fauna e da flora, al��m de pedras e metais preciosos. Esses povos colaboraram intensamente pela devasta����o do meio ambiente brasileiro nas fases do ciclo do pau-brasil, dos metais preciosos, da canade- a����car e do gado. E o Direito brasileiro n��o poderia ficar alheio a esses dilemas socioculturais com tend��ncia de infinita e crescente transforma����o ao Pa��s. O maior avan��o coercitivo foi o advento da Lei n. 9.605, de 1998, �� defesa e �� prote����o do meio ambiente, por meio da cria����o de novos crimes, instituindo-se, assim, um sistema de prote����o penal-administrativo eficaz; por��m, um dos maiores obst��culos que vem sendo enfrentado pela Pol��cia Federal brasileira, considerada uma das melhores corpora����es do mundo, e o Minist��rio P��blico �� a fragilidade do ��nico tipo penal versado ao combate ao tr��fico dos animais.

A dor da vida escolar: o aluno que encarna o fracasso exibe �� escola e ao professor sua inaptid��o para ensinar

Antes de tornar-se um romancista internacionalmente reconhecido, Daniel Pennac foi professor de franc��s no ensino fundamental e m��dio de escolas p��blicas francesas. E antes de tornar-se professor, Pennac havia sido o que os franceses, pejorativamente, chamavam de ���cancre���: um aluno lerdo, com dificuldades de aprendizagem e cujo desempenho sempre beira o sofr��vel. Foi da dor da mem��ria desse tempo de aluno estigmatizado como incapaz e sem futuro e da esperan��a de suas lutas como professor de jovens t��o estigmatizados como ele que brotou sua decis��o de escrever Chagrin d�����cole (no Brasil publicado com o t��tulo Di��rio de escola, que omite um elemento central da obra: a ���dor��� ou ���tristeza��� que costuma marcar a experi��ncia escolar desses jovens). Ao narrar as dificuldades pelas quais passou e ao refletir sobre seu trabalho junto a alunos das periferias de Paris, Pennac toma o ponto de vista daqueles que, por n��o aprenderem no mesmo ritmo de seus colegas, j�� n��o mais se reconhecem no direito de aprender e tornam-se cativos desse lugar social: o do aluno que encarna o fracasso escolar e, ao assim fazer, exibe �� escola e ao professor sua inaptid��o para ensinar. Uma inaptid��o cujo potencial efeito mobilizador tem sido neutralizado pelas certezas das explica����es sociol��gicas que nos asseguram que seu fracasso �� fruto da baixa escolaridade dos pais e de suas condi����es de vida. Explica����es que, ao lado das lam��rias moralizantes e dos diagn��sticos psicol��gicos, asseguram �� escola e ao professor que eles est��o isentos da responsabilidade por esses destinos.