4 resultados para Contos indigenas

em Biblioteca Digital da Produção Intelectual da Universidade de São Paulo


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Depois das "palavras em liberdade" de Pauliceia desvairada, Mário de Andrade inaugurou, nos anos de 1920, uma nova fase de sua obra literária, que correspondia a uma reorientação do próprio Modernismo brasileiro: a busca da "contribuição milionária de todos os erros" (Oswald de Andrade, "Manifesto Pau Brasil"). Contra as regras da gramática e do discurso letrado, procurava-se imitar a "língua errada do povo". No caso de Mário de Andrade, o desejo de estilizar a fala popular resultou no projeto da Gramatiquinha da Língua Brasileira, que tinha no chamado dialeto caipira uma de suas inspirações. O diálogo com a cultura caipira ocorre em momentos centrais da sua produção literária: Macunaíma, Clã do jabuti, Os contos de Belazarte. Estudando a pintura de Tarsila do Amaral, Mário dirá que a sua brasilidade consiste no "caipirismo" das cores e das formas; algo que também se aplica, e mais radicalmente, à literatura cada vez mais enraizada de Mário de Andrade, na qual os "erros" de linguagem e a presença de personagens caipiras ou selvagens figuram o deslocamento do Brasil e o do próprio escritor em relação ao processo de modernização.

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Vidas secas (1938) é o último romance de Graciliano Ramos, escrito depois da experiência do autor nos cárceres do Estado Novo, experiência por ele mesmo julgada essencial para a elaboração do livro. O artigo começa pela discussão acerca do sentido das exigências éticas e estéticas do romancista. Procura descrever a organização do romance a partir da combinação de contos, originalmente autônomos. Examina em seguida o episódio "Baleia", onde se discute o problema da domesticação e da educação. Termina com a análise da tensão entre a fala da utopia e o realismo crítico.

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Este artigo examina o metaforizar da leitura e da releitura no último livro de Guimarães Rosa, Tutameia - Terceiras Estórias (1967), a partir da leitura de um de seus contos, "Desenredo". Na primeira parte, abordamos algumas questões teóricas em torno do lugar do leitor a partir da obra de Wolfgang Iser para, em seguida, mostrar como se constrói uma singular problematização do lugar do leitor pela metáfora da atividade da leitura nele presente e pela ficção de uma situação enunciativa.

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Nas primeiras décadas do século XX, dá-se a implantação, a expansão e a estruturação do sistema público de ensino paulista republicano. A criação de uma rede de escolas impulsiona a organização da carreira docente pela necessidade de formação de professores capazes de tornar tal expansão mais eficiente. Nesse período, foi estabelecido um conjunto de leis que normatizavam o exercício da profissão, fazendo dos professores funcionários do Estado. Ao lado da organização do sistema educativo, portanto, foi-se organizando também a profissão docente. Objetiva-se, aqui, problematizar a carreira e o trabalho docente em São Paulo a partir da experiência e da trajetória da professora paulista Botyra Camorim, tomando seu itinerário como representativo, pois a identidade de uma classe, de uma profissão, não pode ser considerada evidente independentemente das trajetórias dos membros que a compõem. Nesse movimento, acompanhar os fios de tal itinerário particular, inserido em meadas de relações, permitiu perceber a multiplicidade das experiências docentes, a pluralidade dos contextos de referência e as tensões que configuram limites e possibilidades ao fazer cotidiano. O confronto de fontes primárias - autobiografias, romances e contos escritos por Botyra Camorim - com a legislação, textos de educadores e pesquisas evidenciou que não se deve perseguir apenas a uniformidade e a homogeneização dos professores, pois os significados atribuídos ao trabalho docente e os modos de vivenciá-lo ou executá-lo não são perenes, mas estão intimamente relacionados com as condições espaço-temporais de exercício da profissão.