7 resultados para Atenção à saúde
em Biblioteca Digital da Produção Intelectual da Universidade de São Paulo
Resumo:
OBJETIVO: Identificar o conhecimento e a percepção dos profissionais da saúde em relação à legislação brasileira sobre o aborto provocado. MÉTODOS: Envelopes selados não identificados contendo os questionários foram enviados a todos os profissionais (n=149) que trabalham no Departamento de ObstetrÃcia de hospital universitário e de hospital público da periferia de São Paulo. Responderam ao questionário 119 profissionais. Para análise dos dados, utilizou-se intervalo de confiança de 0,05 e os testes exatos de Fischer e χ². RESULTADOS: Dos profissionais entrevistados, 48,7% eram médicos, 33,6% profissionais da área de enfermagem e 17,6% eram profissionais de outras áreas (psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, administrativos e técnicos de laboratórios). Constatou-se diferença significativa (p=0,01) na proporção de profissionais que acreditam que o aborto por malformação fetal não letal e no aborto decorrente de gestações não planejadas deveriam ser incluÃdos na legislação brasileira. Observou-se que o conhecimento da legislação e da descrição das situações permitidas por lei acerca do aborto foi significativamente diferente na comparação entre os profissionais de saúde (p=0,01). Quando questionados sobre as situações em que a legislação brasileira permite o aborto, observou-se que 32,7% dos médicos, 97,5% profissionais da área de enfermagem e 90,5% dos demais profissionais desconhecem a legislação vigente. CONCLUSÃO: Neste estudo, evidenciou-se o desconhecimento dos profissionais de saúde com relação à legislação brasileira, em menor proporção entre obstetras e em maior proporção entre os profissionais da área de enfermagem. Foram constatadas atitudes de discriminação, julgamento e preconceito na assistência prestada à s mulheres que provocam o aborto.
Resumo:
No Brasil, a saúde da famÃlia é uma estratégia de reorganização da atenção básica. Neste cenário, a coordenação da atenção, cuja essência é a disponibilidade de informações, apresenta-se como uma ferramenta para a qualificação das ações de saúde. Na Saúde da FamÃlia, o prontuário da famÃlia representa uma rica fonte de informações para a equipe de saúde desenvolver a coordenação da atenção. Os objetivos do estudo, descritivo com abordagem qualitativa, foram analisar o prontuário da famÃlia e seu conjunto informacional e identificar a "percepção" da equipe de saúde frente a sua sistematização, uso e importância para a coordenação e qualificação da atenção. Observou-se pequena padronização do registro da informação, da classificação e do arquivamento dos prontuários, além de pouco uso de seu conteúdo informacional. Notou-se que o emprego do prontuário da famÃlia para o exercÃcio da coordenação não ocorreu a contento. Faz-se necessária uma melhor gestão deste documento, bem como sua efetiva utilização para favorecer a coordenação e a qualificação da atenção.
Resumo:
As DST/HIV e a gestação não-planejada entre jovens têm exigido o incremento da atenção em saúde sexual e reprodutiva, desafiando a formação profissional tradicional, os processos de trabalho e gestão na atenção primária. Este estudo etnográfico (observação e entrevistas) foi realizado em duas unidades básicas de municÃpio turÃstico do Estado do Rio de Janeiro, focalizando o trabalho das agentes comunitárias de saúde. As agentes abordavam a sexualidade jovem, principalmente das garotas; orientavam o fluxo de ações e influenciavam as estratégias de prevenção e cuidado, enfatizando "gravidez precoce" e "promiscuidade sexual". A saúde de jovens não era considerada integralmente, embora o trabalho das agentes constituÃsse uma tecnologia de processo com grande potencial na atenção à saúde sexual de jovens. A juventude se beneficia da atuação dessas profissionais, que podem ter seu saber prático mais valorizado. Sugere-se a formação em abordagens baseadas nos direitos humanos e na construção social da sexualidade.
Abandono do tratamento da tuberculose e integralidade da atenção na estratégia saúde da famÃlia
Resumo:
Estudo qualitativo que objetivou analisar os motivos que levam o doente de tuberculose a abandonar o tratamento, em municÃpios da região metropolitana de João Pessoa-PB. Como referencial teórico utilizou-se a integralidade do cuidado. Os dados foram coletados no perÃodo de outubro a novembro de 2008, mediante entrevista semiestruturada. Participaram nove usuários que abandonaram o tratamento da tuberculose. Na identificação das unidades de significação, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo. Os resultados mostram inconsistências relacionadas ao cuidado integral do doente, no que tange à diretriz doutrinária do Sistema Único da Saúde, à consideração do contexto sócio-cultural do usuário com tuberculose e à s debilidades na continuidade da atenção, mediante inadequado acompanhamento do mesmo na rede de atenção à saúde. Esses aspectos, ao dificultarem a construção de uma rede de cuidado e apoio ao doente de tuberculose e sua famÃlia, contribuem para o abandono do tratamento da tuberculose.
Resumo:
As mudanças na atenção à saúde mental no municÃpio de Fortaleza têm um processo histórico e polÃtico recente, comparada a outros municÃpios cearenses, que no inÃcio dos anos 1990 já se lançavam pioneiros no processo. Fortaleza não implementou as mudanças devido aos interesses dos hospitais psiquiátricos, ambulatórios de psiquiatria da rede pública e dificuldade de gestão dos novos dispositivos e equipamentos de saúde mental presentes na Atenção Básica (AB). No municÃpio, a reorganização das ações e serviços de saúde mental tem exigido da Rede Básica o enfrentamento do desafio de atender aos problemas de saúde mental com a implementação do Apoio Matricial (ApM). Mediante o contexto, buscou-se avaliar o ApM em saúde mental em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e identificar alcances e limites nas Unidades Básicas de Saúde com ApM. O presente estudo utilizou uma abordagem qualitativa, tipo estudo de caso. Foram entrevistados doze profissionais das Equipes de Saúde da FamÃlia de quatro UBS com apoio matricial implantado. A análise das informações revela que o acesso, a tomada de decisão, a participação e os desafios da implementação do ApM são elementos que se apresentam de forma dialética frágeis e fortes na reorganização dos serviços e das práticas. A presença do ApM na AB ressalta a proposta de trabalhar saúde mental em rede no municÃpio. O processo não está findo. Mobilização, sensibilização e capacitação da AB precisam ser incrementadas constantemente, mas a implementação tem possibilitado, ao serviço e aos profissionais, maior aceitação da saúde mental na AB.
Resumo:
Adolescentes e jovens constituem importante desafio para a construção da integralidade na Atenção Primária à Saúde (APS). Isso se deve à complexa apreensão e resposta ao conjunto de suas necessidades de saúde, decorrentes do processo de crescimento e desenvolvimento, próprio da fase, mas, sobretudo, dos aspectos socioculturais relacionados. O presente estudo buscou reconhecer alcances e limites em como o princÃpio da integralidade vem sendo operado em uma Unidade Básica de Saúde. Embora tenha sido possÃvel identificar uma efetiva percepção da especificidade necessária à atenção à saúde desse grupo, também se verificaram importantes limitações relacionadas à construção de projetos de cuidado capazes de integrar as diversas finalidades do trabalho no cotidiano da Unidade, com destaque para a insuficiência de interações profissionais e setoriais, e fragilidades na comunicação de profissionais entre si e de profissionais e usuários.