2 resultados para cenas

em Repositório Institucional da Universidade Federal do Rio Grande - FURG


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O presente trabalho pretende contribuir para a compreensão do sistema literário sulrio- grandense e, para isso, pretende-se divulgar e analisar a obra literária do autor gaúcho Carlos Eugênio Fontana, a qual se revelou de suma importância para a compreensão da formação do sistema literário no Rio Grande do Sul, sendo que este autor foi o primeiro a publicar romance na cidade de Rio Grande e o quarto no Estado. Em 1858, Carlos Eugênio Fontana publicou o romance O homem maldito e, em 1860, a novela Cenas da vida. Por serem precursoras do gênero no Estado e estarem dentro do padrão literário vigente na época, o estudo destas obras torna-se necessário para a compreensão do processo literário na região sul do país. Contudo, cabe ressaltar que as análises deter-se-ão no romance O homem maldito, por este apresentar recursos literários propícios a uma investigação teórica. Desta forma, buscar-se-á analisar a obra do referido autor com o contexto literário da época em que foi produzida. Além disso, no decorrer da investigação, buscar-se-á analisar as discussões entre história e literatura presentes no romance O homem maldito, foco deste estudo, discutindo questões referentes ao gênero da obra, assim como estudar-se-á também a formação do sistema literário gaúcho, do qual Carlos Eugênio Fontana faz parte, observando a questão da produção/recepção de sua obra.

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Iniciamos esta pesquisa a partir da compreensão que a aprendizagem dos saberes históricos se realiza de diferentes formas, na maioria das vezes para além das salas de aulas, e, está diretamente relacionada às instâncias em que se processa. Estas instâncias são a acadêmica e a de circulação massiva, as quais possuem caracteres distintos. Aprendizagem histórica, portanto, ocorre mediante três fatores: o primeiro diz respeito à consciência histórica surgida no cotidiano, na práxis da vida, regida pela cultura do individuo; o segundo relaciona-se a historiografia, ou seja, o modo como as informações dos eventos históricos inscritos na mente dos homens é transformada em história oficial, o que envolve métodos de pesquisa, referenciais teóricos, argumentação e narrativa; o terceiro fator é próprio sistema escolar e a forma com que se ensina história. Assim, o aprendizado histórico, emerge na narrativa histórica, quando as operações mentais da experiência, da interpretação e da orientação são realizadas, situação em que a história é apontada como responsável pela orientação cultural na vida prática dos sujeitos. Deste modo, objetivamos nesta pesquisa analisar as relações dialéticas entre uma cultura histórica construída através da historiografia sobre os conceitos de coronelismo e clientelismo e a narrativa desses conceitos na telenovela Gabriela e essa como meio de massificação da aprendizagem Histórica. Para isso, adotamos o método do estudo de casos múltiplos, o qual foi suportado nas técnicas de entrevista e da análise de conteúdo. Obtivemos duas categorias de aprendizagem histórica nas narrativas dos participantes: 1) Coronelismo/ clientelismo e 2) Sociedade. Concluímos que as cenas apresentadas em Gabriela em sua maioria convergiram para os apontamentos da historiografia, portanto qualificando-a como uma narrativa histórica. Esta narrativa foi decodificada pelos telespectadores em conformidade com sua própria cultura e permitiu a construção de saberes que se apresentaram interligados nas falas dos participantes. As operações mentais da experiência, interpretação e orientação foram processadas de forma distinta entre os sujeitos do grupo amostral, fator que evidenciou a individualidade do aprendizado de cada participante. Dessa forma, o contato com esta representação televisiva do passado, possibilitou-lhes aquisição do conteúdo histórico, o qual foi ressignificado de modo a possibilitar a compreensão do presente e a criar expectativas de futuro, definindo a ação dos participantes em sua práxis cotidiana.