5 resultados para Understandings
em Repositório Institucional da Universidade Federal do Rio Grande - FURG
Resumo:
A ciência, alicerçada por seu método, suas técnicas, suas demonstrações e suas descobertas, desde sua emergência no século XVII, tem estado em pauta nas discussões sobre a produção do conhecimento. Por suas características – dogmática, quantificável, experimental e determinista –, a ciência constitui o campo de conhecimento que foi o grande regime de verdade na episteme da modernidade. Diferentes formas de conceber a ciência foram produzidas por estudiosos, filósofos e cientistas, como René Descartes, Francis Bacon, Paul Feyerabend, entre outros. Como campo teórico utilizamos os estudos de Michel Foucault. Partindo desses entendimentos, essa tese tem como objetivo investigar e problematizar o discurso de ciência produzido por seis grupos de cinco universidades do Rio Grande do Sul pertencentes à Rede Nacional de Educação e Ciência: Novos Talentos da Rede Pública (RNEC/NT). Essa Rede existe há quase 20 anos e é composta por grupos de pesquisadores de diferentes universidades, instituições de pesquisa e institutos federais do país e visa a melhoria das condições de ensino de ciências a jovens carentes de todo o país, desenvolvendo metodologias que facilitam o aprendizado e desmistifiquem a ciência. Os grupos dessa Rede desenvolvem atividades como cursos para professores e estudantes da Educação Básica e estágios em laboratórios de pesquisa para o mesmo público alvo. Para a produção dos dados, foram realizadas visitas aos seis grupos analisados, nas quais foram feitas entrevistas com coordenadores e monitores dos grupos e foi feito o acompanhamento de um curso para professores e/ou estudantes de Educação Básica de cada grupo. Essas entrevistas e o curso observado foram gravados em vídeo e transcritos na forma de texto. Como metodologia de análise utilizamos conceitos da análise de discurso foucaultiano como discurso, enunciado e enunciação. Verificamos que há um discurso inicial de ciência na emergência da RNEC/NT pautado em três enunciados: fazer ciência envolve um caminho e a geração de produtos “novos” publicáveis; a formação do cientista na díade inatismo e empirismo; formação de cientistas pela inclusão social. Esse discurso inicial é atualizado nos grupos pesquisados por meio de diferentes enunciações que enfocam tanto um entendimento de ciência pelo uso do método científico, do empirismo e da razão, quanto um afrouxamento no entendimento de ciência ao vinculá-la à educação e ao questionamento do que é dado como naturalizado e verdadeiro, o que parece ter afinidade com as configurações ditas líquidas da contemporaneidade. Em relação aos cursos, para a maioria dos grupos, o discurso científico é vinculado aquele produzido no espaço do laboratório com suas técnicas e padrões, típico do entendimento moderno. Nesses cursos vemos ainda aparecer um modo de trabalhar, ensinar e apresentar essa ciência para os professores ou estudantes participantes, mostrando a presença de um discurso pedagógico atrelado ao científico. Como resultado, defendemos a tese de que há uma diversidade discursiva sobre a ciência nos grupos do sul da RNEC/NT que, ao ser atualizada e colocada em operação, é interpelada por elementos de um discurso pedagógico.
Resumo:
A presente pesquisa está vinculada à linha Educação Ambiental: Ensino e Formação de Educadores(as) (EAEFE), do Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental - PPGEA/FURG. O estudo foi realizado com cinco tutoras a distância que atuaram no curso de Especialização em Educação de Jovens e Adultos na Diversidade, oferecido na modalidade a distância pela Universidade Federal do Rio Grande - FURG, a partir do Programa Universidade Aberta do Brasil, entre os anos de 2010 e 2012. A pesquisa buscou compreender que sentidos atribuem ao trabalho de tutoria, realizado no referido curso de especialização, os tutores a distância que dele fizeram parte. Assim, justifica-se por propor debate acerca da situação a que estão sujeitos esses profissionais, estando inseridos em um contexto de exploração, terceirização e prestação de serviços em educação, visto que a Educação a Distância, que não é institucionalizada, contribui para a manutenção do Sistema Capitalista, reproduzindo a precarização do trabalho docente. Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa, sendo os dados produzidos por meio de diálogo dirigido com questões que versavam a respeito das experiências das tutoras com a Tutoria a Distância. Para realizar a análise dos dados coletados, foi utilizada a Análise Textual Discursiva (ATD) (Moraes e Galiazzi, 2007), metodologia que possibilitou a compreensão dos discursos dos sujeitos. Os diálogos traçados entre os relatos das tutoras e teóricos como Antunes (2009), Mattar (2012), Loureiro (2004), entre outros, possibilitaram a construção de compreensões sobre o trabalho dos tutores no contexto do Modo de Produção Capitalista, vinculando, assim, a pesquisa ao campo de discussões da Educação Ambiental. Neste estudo, três categorias emergiram do processo de análise, denominadas: Tutoria a distância - questões que influenciam as condições de trabalho; Os sentidos do tempo na Tutoria a Distância - limites do tempo dentro e fora do trabalho; Tutoria a distância e o relacionamento com os estudantes - desafios do trabalho e da aprendizagem na EaD. Nesse sentido, foram tecidas reflexões sobre o trabalho na sociedade capitalista a partir da teoria marxista e suas relações com a organização da Educação a Distância, pensando na posição que ela assume no cenário educacional brasileiro e considerando as implicações do modo de produção capitalista na organização do trabalho da tutoria em EaD. Nas três categorias, os sujeitos elencaram desafios, dificuldades e as satisfações relacionadas com as experiências vivenciadas na tutoria a distância. Os resultados mostraram que os sujeitos da pesquisa consideram-se pertencentes ao processo de aprendizagem, desempenhando ações educativas que as caracterizam como professoras, pois como tutoras desempenham funções docentes no processo de formação dos educandos. Também fica evidente que as tutoras não identificam o trabalho na tutoria como um trabalho precarizado, embora essa atividade esteja constituída na lógica de exploração e terceirização da mão de obra trabalhadora. Além disso, houve a confirmação de que a realização das atividades de tutoria intensifica a jornada de trabalho e de que ele é organizado em cima do tempo livre das tutoras.
Resumo:
A dissertação de mestrado aqui apresentada está vinculada ao Programa de Pós Graduação em Educação – PPGEdu, da Universidade Federal do Rio Grande – FURG, situada na linha de pesquisa Culturas, Linguagens e Utopias. O objetivo do estudo é contribuir para que os professores possam pensar em outras práticas de formação docente dentro dos espaços educativos nos quais atuam, desenvolvendo suas ações pedagógicas, a partir da reflexão sobre cotidiano docente no coletivo. A pesquisa envolve um grupo de professores que se propôs a estudar a categoria trabalho e seus entrelaçamentos com o trabalho docente a partir da perspectiva marxista. Tal grupo organizou-se tendo em vista a metodologia das Rodas de Formação, conforme a perspectiva de Warschauer, intitulando-se Roda dos Sentidos. Como corpus de análise foram utilizados os registros escritos em um portfólio coletivo, realizado a cada semana por um dos professores da Roda. Tal escrita era alternada entre os sujeitos para que, assim, todos contribuíssem, ao seu modo, na composição dos registros da Roda dos Sentidos. Foram analisadas as escritas dos anos de 2011 e 2012, buscando-se responder ao questionamento: ―que significados de formação docente são vivenciados em espaços coletivos como os da Roda dos Sentidos?‖ A análise dos dados foi inspirada na Análise Textual Discursiva – ATD, de Moraes e Galiazzi, inicialmente realizou-se a impregnação do material produzido pelos sujeitos da pesquisa, para então proceder com a unitarização, a construção de categorias analíticas e a escrita de metatextos. As problematizações realizadas no decorrer da dissertação foram apontando compreensões sobre a importância da formação docente no coletivo, constituída pelos estudos e diálogos vivenciados pelos sujeitos envolvidos; a compreensão das amarras do sistema societário que interferem no trabalho docente, salientando a necessidade dos professores resgatarem, enquanto categoria, sua capacidade de luta, seu sentido de união e coletividade no trabalho, fortalecendo suas representatividades através dos sindicatos; a compreensão da profissão docente como interpelada pelas relações humanas, ao entrelaçar a construção do conhecimento aos sentimentos como afetividade, respeito, alegria e esperança, envolvidos nesse processo, estão, nesse sentido, os professores constituindo sua humana docência. A partir das análises realizadas, compreender-se que as vivências de estudo e formação na Roda dos Sentidos, proporcionaram momentos de avanços teóricos, realizados a partir de diálogos sobre o trabalho e o trabalho docente, potencializados pelos registros escritos e compartilhados nos encontros da Roda, possíveis a partir da construção do sentido de coletividade, compreendendo-se, assim, a importância dos elos afetivos na constituição docente.
Resumo:
Refletir sobre o ensino de História é uma tarefa complexa, pois convivemos com diversos entendimentos sobre a prática docente. Além disso, esse pensar sobre a docência implica em abordar uma rede de relações composta por aspectos como a formação, a postura aceita e socialmente esperada de um professor(a) e as políticas voltadas à educação, por exemplo. Nesse sentido a presente pesquisa buscou contribuir para a discussão sobre a práxis do professor(a) de História a partir da trajetória e produção intelectual de Jonathas Serrano. Analisando sua atuação profissional pudemos perceber que ensino e pesquisa foram âmbitos que compunham o seu fazer cotidiano, o que nos proporcionou suporte para afirmar que Serrano ocupou um lugar entre a ciência e docência que influenciou suas propostas, as quais apresentam uma articulação entre conteúdo, aspectos da epistemologia da História e concepções pedagógicas.
Resumo:
Muitos são os estudos e ativismos que chamam a atenção para a necessidade de ampliar as investigações e visibilidades de lésbicas na academia brasileira. Com vista a ampliar o conhecimento sobre essa população, propomos com a dissertação “O que sei, o que eu acho e o que me disseram: diálogos com jovens sobre lesbianidade”, desenvolvida no Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande/RS, interrogar, problematizar e compreender as representações sobre a(s) lesbianidade(s) produzidas por cinco jovens de uma escola agrícola da região sul do estado do Rio Grande do Sul. A pesquisa, orientada pelos Estudos Culturais Lesbofeministas, produziu seus dados a partir da Etnografia pós-crítica, subsidiada pelas abordagens metodológicas proporcionadas pelas “rodas de conversas” e anotações no “diário de campo”. Partindo das análises dos dados, podemos apontar que as estudantes possuem visões e entendimentos conceituais a respeito da(s) lesbianidade(s) e que esses já possuem um posicionamento crítico frente à forma como a mulher é retratada na sociedade. Entretanto, podemos verificar que a temática “lesbianidade(s)” – não diferente da forma como as demais mulheres são retratadas na escola, que é atravessada pela invisibilidade histórico-escolar – ancora-se em representações mediadas pela violência, limitadas às relações afetivo-sexuais e/ou dimensões domésticas e íntimas da sexualidade.