2 resultados para Educação formal e não formal
em Repositório Institucional da Universidade Federal do Rio Grande - FURG
Resumo:
A presente investigação se insere na linha de pesquisa Educação, Linguagens e Utopias do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande – PPGEDU\FURG e teve como problemática central compreender quais são os processos formadores que se entrelaçam nas histórias escolares das mulheres pescadoras artesanais da Ilha dos Marinheiros, situada às margens da Lagoa dos Patos, na cidade do Rio Grande (RS). A pesquisa justificou-se em virtude da desvalorização do trabalho desenvolvido pelas mulheres pescadoras artesanais dentro do ciclo produtivo pesqueiro artesanal, as quais buscaram a escola novamente em suas vidas por meio de um Projeto de Educação formal destinado a jovens e adultos moradores de uma comunidade tradicional de pesca artesanal. A investigação construída se enquadra na metodologia qualitativa de pesquisa. A produção dos dados constituiu-se de quatro encontros junto a três mulheres pescadoras artesanais e foram utilizados diferentes instrumentos investigativos para produção dos dados: entrevistas semiestruturadas e observações registradas em Diário de Campo. Para a interpretação dos fenômenos investigados, utilizou-se a Análise Textual Discursiva (ATD), composta primeiramente pela unitarização dos dados, seguido da categorização dos mesmos, captação do novo emergente e a reconstrução textual. Compreende-se a metodologia de pesquisa como parte integrante da construção contínua de todo o processo investigativo. O estudo fundamentou-se nas contribuições teóricas de autores como Maria Cristina Maneschy, Paulo Freire, Caroline Terra de Oliveira, Antônio Diegues, entre outros. Neste estudo foram três as categorias que emergiram: A escola do hoje e a escola do ontem: as experiências escolares das mulheres pescadoras artesanais; A volta à escola para mulheres pescadoras artesanais: construção de sentimentos de emancipação; O que dizem as mulheres pescadoras artesanais sobre a profissão. Nesta última categoria as participantes da pesquisa falaram sobre o que é ser pescadora artesanal e se apresentaram enquanto profissionais da pesca artesanal, assim como reconheceram a atuação das famílias em prol das comunidades tradicionais. Na primeira categoria, os diálogos com as participantes da pesquisa, aliados as interlocuções teóricas possibilitaram a compreensão sobre o que pensam e dizem as mulheres pescadoras artesanais sobre suas experiências escolares, apresentado suas vivências escolares em escolas distintas, porém ambas as experiências compuseram seus processos de escolarização. Contudo, enfatiza-se na segunda categoria que voltar à escola possibilitou novas releituras de mundo para as pescadoras artesanais, fortalecendo a autonomia das mulheres em prol da luta pela valorização da categoria em meio à crise socioambiental enfrentada pelas comunidades pesqueiras tradicionais.
Resumo:
O presente trabalho tem por objetivo analisar as questões de Gênero veiculadas a partir do teatro operário na cidade do Rio Grande, que nos anos iniciais do século XX foi um agente educativo relevante na organização do operariado local, e sua relação com a formação da consciência histórica dos sujeitos envolvidos nesta prática cultural. Para tal fim, realizar-se-á a análise da obra dramatúrgica Amor e Ouro (1906), de autoria da militante libertária Agostina Guizzardi, ativa intelectual do movimento operário, bem como de outros escritos desta e de outros militantes do operariado rio-grandino, buscando-se, assim, estabelecer um diálogo entre as muitas vozes que compunham esta prática educativa. Nesse contexto, esta pesquisa estabelecerá um diálogo entre História e Literatura, adotando como diretrizes norteadoras os pressupostos da Nova História Cultural, referencial teórico este que alargou o campo de pesquisa histórica, abrindo espaço para a inserção de novos sujeitos e outras fontes, entre elas, o texto literário.