21 resultados para violência escolar
em Repositório Científico da Universidade de Évora - Portugal
Resumo:
O bullying descreve-se como um abuso sistemático de poder entre pares, de carácter intencional e repetitivo. O suporte social descreve comportamentos que funcionam como um reforço na rede social. A existência de suporte social parece ser um factor protector para o envolvimento em situações de vitimação e agressão. O objectivo deste estudo é compreender a relação entre o bullying e a percepção de suporte social. Realizou-se em quatro escolas do Agrupamento de Escolas nº1 de Évora, com alunos do 3º e 4ºanos de escolaridade (262 alunos). Utilizaram-se dois questionários: o QVEIS – Questionário de Violência Escolar e Isolamento Social e o QPSP – Questionário de Percepção de Suporte Social. Os resultados deste estudo não se revelaram conclusivos, sendo reduzida a prevalência de comportamentos de vitimação e agressão. Existem correlações estatisticamente significativas entre as dimensões da vitimação e da agressão e a percepção de existência de suporte social e, a vitimação e a percepção de ausência de suporte social; ABSTRACT: Bullying is described as a systematic abuse of power among peers, intentional and repetitive. Social support describes behaviors that act as reinforcement in a social network. The existence of social support seems to be a protective factor for involvement in situations of victimization and aggression. The aim of this study is to understand the relationship between bullying and perceived social support. It was conducted in four elementary schools, with students from 3rd and 4th grade (262 students). We used two questionnaires: QVEIS – Questionnaire for School Violence and Social Isolation and QPSP - Questionnaire for Perceived Social Support. The results were inconclusive, with a fair prevalence of risk of victimization and aggression. There are statistically significant correlations between the dimensions of victimization and aggression and the perception of the existence of social support and the perception of victimization and lack of social support.
Resumo:
O presente estudo, desenvolvido com 237 jovens de três escolas do distrito de Évora, teve como objetivos caracterizar e analisar os comportamentos relacionados com situações de bullying (vitimação, do agressão e observação); e analisar a existência de eventuais relações entre padrões de vinculação e comportamentos agressivos entre pares. Utilizaram-se dois questionários de auto-relato, nomeadamente o QEVE – Questionário de Exclusão Social e Violência Escolar (Martins, 2003), que mede os comportamentos de agressão, vitimação e observação; e o IVIA – Inventário sobre Vinculação para a Infância e a Adolescência (Carvalho, Soares & Baptista, 2006), que analisa um conjunto de comportamentos e representações da vinculação na infância e na adolescência. Ambos os instrumentos mostraram boas qualidades psicométricas. Os resultados mostraram uma clara prevalência de situações de observação, relativamente às situações de agressão e de vitimação. Em todas estas situações, os comportamentos relacionados com a Exclusão Social e Agressão Verbal são os mais frequentes, comparativamente aos comportamentos relacionados com a Agressão Física. Os rapazes apresentaram médias mais elevadas em todas as escalas; os estudantes com menor percepção de suporte social na escola eram os que evidenciavam mais comportamentos de vitimação. No que se refere aos padrões de vinculação, os resultados mostraram que a vinculação segura parece funcionar como um fator protetor para a vitimação e para a agressividade. A partir dos resultados obtidos, serão analisadas pistas para uma intervenção psicoeducativa.
Resumo:
O bullying e o suporte social, apesar de conceptualmente distintos, interagem entre si. O bullying é um subgrupo do comportamento agressivo, que ocorre intencional e repetidamente, numa relação assimétrica de poder entre pares. O suporte social envolve o apoio recebido pelas fontes de suporte da rede social. O principal objetivo deste estudo é analisar a relação entre bullying e perceção de suporte social. O mesmo realizou-se numa escola básica de Évora, com 335 alunos dos 2° e 3° ciclos do ensino básico, sendo utilizados o Questionário de Violência Escolar e Isolamento Social e o Questionário de Percepção de Suporte Social. Os resultados obtidos indicam baixos níveis de incidência de comportamentos de bullying. Verificou-se que uma fraca perceção de suporte social associa-se a um maior envolvimento no bullying, o que aponta para a perceção de suporte social como um fator protetor para o envolvimento em situações de vitimação e de agressão; ABSTRACT: Bullying and social support, although conceptually distinct, interact between itself. Bullying is a sub-group of the aggressive behavior that occurs repeatedly and intentionally, in an asymmetrical power relationship between peers. Social Support involves the support received by the sources of social support networks. The aim of this study is to analise the relationship between bullying and perceived social support. The aim was done in a basic school of Évora, with 335 students of 2nd and 3th cycles of basic education. The used questionnaires had been the Questionnaire for School Violence and Social isolation and the Questionnaire for Perceived Social Support. The results indicate low levels of incidence of bullying behavior. lt was found that a low perception of social support is associated with an increased involvement in bullying, which points to the social support as a protective for involvement in situations of victimization and agression.
Resumo:
Embora de natureza radicalmente distinta, bullying e vinculação são fenómenos de natureza relacional. Se o bullying é descrito como um abuso sistemático de poder, que ocorre intencional e repetidamente entre pares, a vinculação refere-se ao estabelecimento de laços afectivos fortes com determinadas pessoas significativas, especialmente em momentos percepcionados como perigosos. A investigação, apesar do reduzido número de estudos, mostra uma relação entre estes conceitos. A agressão instrumental interpares parece estar relacionada com vinculações inseguras. O objectivo deste estudo é compreender a relação entre o bullying e os padrões de vinculação. Foi realizado em três escolas da zona de Évora, com os alunos do 7° ano (237 alunos). Utilizaram-se dois questionários de auto-relato: o QEVE - Questionário de Exclusão Social e Violência Escolar e o IVIA - Inventário sobre Vinculação para a Infância e a Adolescência. Os resultados deste estudo corroboram os estudos anteriores, relativamente aos comportamentos agressivos entre pares. Mostram que existem correlações estatisticamente significativas entre as dimensões da vitimação e da agressão e, ainda, verificou-se que a vinculação segura parece funcionar como um factor protector para a vitimação e a agressividade e a vinculação ansiosa parece relacionar-se com a vitimação. ABSTRACT: Although radically different, bullying and attachment are relational in nature phenomena. lf the bullying is described as a systematic abuse of power, which is intentionally and repeatedly between peers, attachment refers to the establishment of strong emotional ties with certain significant others, especially at times perceived as dangerous. The research, despite the small number of studies show a relationship between these concepts. Instrumental peer aggression seems to be associated with insecure attachments. The aim of this study is to understand the relationship between bullying and patterns of binding. lt was conducted in three schools in the district of Évora with the students of 7th Grade (237 students). We used two questionnaires self-report: the QEVE - Questionnaire of Social Exclusion and Violence in School and IVIA - lnventory on Attachment for Children and Adolescents. These results corroborate previous studies, for aggressive behavior among peers. Show that there are statistically significant correlations between the dimensions of victimization and aggression and also found that a secure attachment appears to be a protective factor for victimization and aggression and anxious attachment seems to relate to the victimization.
Resumo:
No mundo do trabalho, o êxito depende da capacidade revelada para conhecer e desempenhar o nosso papel. E a carreira docente não foge a esta regra. À semelhança do que acontece com os actores e as actrizes - que são avaliados pela qualidade que imprimem aos papéis representados - também os juízos de valor sobre os docentes assentam na aptidão demonstrada para dominarem todas as subtilezas inerentes ao papel de professores. A sua forma de actuar perante situações melindrosas e excepcionais, de indisciplina e de violência, o seu sentir, constituirão o objecto de análise neste trabalho. Os professores, muitas vezes, actuam com base em conceitos veiculados pelos seus pais e formadores, que poderão ter sido válidos para eles, mas que não o são, decerto, hoje em dia. Podem ter resultado no início das carreiras, mas, em regra, foram perdendo utilidade em fases posteriores. Pela análise das histórias de vida dos professores levantam-se várias hipóteses quanto à construção dessas posturas e aos condimentos que possibilitam uma adesão à mudança necessária. Urge implementar uma alteração da sua maneira de pensar a abordagem às situações de indisciplina e de violência escolares, porque tal é essencial para alterar comportamentos que lhes podem ser prejudiciais. Este trabalho obedeceu a dois propósitos: proporcionar informação enquadrada em bases teóricas sólidas que possa sustentar intervenções ajustadas na sala de aula e suscitar a reflexão dos docentes sobre os seus papéis e as suas práticas. Não temos, contudo, a pretensão de que essa informação seja bastante para a resolução dos problemas de indisciplina, mas alimentamos a esperança de que as pistas de reflexão e de acção, bem como os conceitos mobilizados, possam ajudar a uma acção educativa simultaneamente mais eficaz e satisfatória. Assim, acreditamos que este trabalho estimulará os professores a encarar as situações de indisciplina e violência de um modo mais tranquilo, emocionalmente mais distante, sem o rígido recurso à auto culpabilização ou às hetero-acusações. ABSTRACT: ln the working world, success depends on the way we know and play our roles. And the teaching role is not different. An actor (or actress) is evaluated by the quality of his (or her) role performance; in the same way, the value judgements about teachers are linked with their capacity to dominate all the aspects of their teaching role. Their way to intervene in problematic and special situations, dealing with violence and indiscipline, their feelings, are the main objective of this research project. Many times, teachers act remembering what their parents and old teachers taught them. These old concepts and ideas worked well in the beginning of their careers but are not valid today. Analyzing the life stories of teachers, we can find several answers for their positions when facing these problems. It is necessary to compel them to change their minds, to transform their reactions over problematic situations of indiscipline and violence or they will face more problems in the near future. This research project has two intentions: to give theoretical information helping teachers to act correctly in the classrooms and to show that a time for reflection is necessary, to analyse their roles and procedures. We are not so naïve in thinking that this project is enough to find a solution for all the indiscipline and violence problems in schools, but we really believe that it will help teachers to face those problems in a more peaceful way, not so emotional and with better results.
Resumo:
A violência doméstica pode entender-se como uma forma de violência entre pessoas que coabitam um determinado espaço. Todavia e para que melhor se compreenda este fenómeno, é conveniente conhecer a evolução conceptual que se tem verificado. Pode dizer-se que a violência doméstica começou a ser objeto de discussão pública cerca da década de 50 do século XX. Numa fase inicial a preocupação predominante era com a forma desumana e por vezes brutal como mulheres e crianças eram tratadas. Todavia, a nomeação deste tipo de violência foi sofrendo alterações, sendo referida de diferentes modos, seja como violência intrafamiliar, violência contra a mulher ou violência doméstica. Atualmente considera-se que qualquer abordagem à problemática da violência ocorrida no âmbito das relações interpessoais deve ser objeto de clarificação conceptual adicional, quer como forma de se explicitar o objeto de estudo/intervenção, quer de os conceitos não serem motivo de dissensões entre os membros de uma Rede, como é o caso.
Resumo:
A entrada no 1º ciclo de escolaridade assume-se como um marco significativo na vida e no desenvolvimento de todas as crianças. A forma como este processo, gerador de sentimentos ambivalentes, será experienciado e sentido terá consideráveis impactos sobre transições futuras. Este estudo visa compreender expectativas, vivências e experiências da transição entre o pré-escolar e o 1º ciclo. Realizaram-se entrevistas semiestruturadas a 12 crianças do pré-escolar e 25 do 1º ano do ensino básico. Foram, posteriormente, construídas as grelhas de análise de conteúdo para analisar os dados, com o auxílio do software QSR NVivo 7. Os sentimentos perante a transição, recolhidos a partir de cartões representativos dos mesmos, foram quantificados. Os resultados evidenciam que os primeiros impactos sentidos com a transição se prenderam com as perdas/ganhos de amizades, a mudança do espaço físico e o importante papel dos pais/encarregados de educação nos primeiros dias de escola. Ambos os grupos de crianças evidenciaram o misto de sentimentos característico do processo em estudo. A entrada na escola pode ser vista como um grande desafio e uma oportunidade de desenvolvimento, devendo-se recorrer, sempre que necessário, a intervenções psicoeducativas adequadas.
Resumo:
A violência tem sido considerada um problema da esfera privada, mas é actualmente reconhecido como um problema de saúde pública. E por isso tem sido objecto de estudo e investigação. Neste âmbito e inserido num projecto mais alargado investigámos a violência doméstica na perspectivas das mulheres que a sofreram. Tratou-se de um estudo preliminar desenvolvido a partir de entrevistas com as mulheres que aceitaram e com um critério reputacional.Os resultados da análise lexical das 21 entrevistas expressam diferenças expressivas entre as mulheres em recuperação que estão dentro e fora das casas de abrigo
Resumo:
Apesar da violência doméstica ser um fenómeno presente na sociedade desde tempos imemoriais, só nos anos mais recentes ganhou visibilidade pública e mobilizou esforços congregados de diferentes áreas no seu combate. Apesar disso, este é um tema que tem estado ausente dos currículos académicos das diferentes profissões de saúde. O debate e a reflexão sobre Violência Doméstica permitiu, não apenas conhecer o trabalho realizado no âmbito da Rede de Intervenção Integrada do Distrito de Évora (RIIDE) e os objetivos que visa alcançar, mas também sensibilizar os docentes para a importância deste tema ser integrado na formação dos futuros enfermeiros, cujo papel no combate à violência doméstica, a partir de um trabalho integrado, não pode ser ignorado.
Resumo:
O envelhecimento demográfico é um fenómeno mundial com inúmeras repercussões a diversos níveis e do qual decorrem distintas problemáticas, sendo a violência sobre os idosos uma das mais preocupantes. Portugal, país em que se destaca a Região do Alentejo como a mais envelhecida, vive-se este complexo fenómeno, pelo que se coloca com toda a acuidade o desenvolvimento de estudos com o objetivo de conhecer melhor os contornos desta realidade e que permitam empreender medidas que ajudem a melhor lidar com ela. Assim sendo, desenvolveu-se o presente estudo cujos objetivos são caraterizar o fenómeno da violência sobre os idosos, no Alentejo e analisar as representações sociais de violência sobre os idosos, no Alentejo.
Resumo:
O presente estudo, de carácter quantitativo e qualitativo, assenta na temática do insucesso escolar. O mesmo foi orientado pela questão de partida que o perspectivou: “Quais as causas, consequências e dimensão do fenómeno do insucesso escolar nos alunos que iniciaram, em 1999/2000, a sua escolaridade, no concelho de Ourique? Baseados no quadro conceptual de um estudo de caso, seleccionámos uma “coorte” de alunos, que entrevistámos, com vista a inteirarmo-nos das experiências e situações reais que os conduziram a situações de insucesso escolar procurando dar resposta aos seguintes objectivos: 1) avaliar, quantitativamente, o insucesso escolar na população discente seleccionada; 2) identificar as, eventuais, causas do insucesso escolar verificado; 3) identificar as, eventuais, consequências do insucesso escolar verificado; 4) avaliar possíveis intervenções no sentido de mitigar o fenómeno do insucesso escolar. Para tal, analisámos o percurso escolar de um universo de 46 alunos, entre 1999/2000 e 2007/08, tendo verificado que 24 desses alunos vivenciaram episódios de insucesso escolar, ao longo do seu trajecto académico. Destes, entrevistámos 12 alunos, tendo essa abordagem possibilitado ir de encontro aos nossos objectivos. Através da análise e interpretação dos dados recolhidos, concluímos que: 1) a taxa de insucesso escolar é superior a 50%, na coorte de alunos que iniciaram a sua escolaridade, no ano lectivo 1999/00, no concelho de Ourique; 2) há uma forte participação dos pais e encarregados de educação nas vivências escolares dos alunos (80% do total da amostra); 3) o número médio de retenções, nos alunos com episódios de insucesso escolar, é de 1,5 retenções; 4) o 7.º ano de escolaridade é o ano em que se verifica um maior número de retenções, seguido do 4.º ano de escolaridade; 5) a maioria dos alunos (58,3%) encontra-se relativamente distante do seu meio familiar; 6) um número significativo de alunos com episódios de insucesso escolar (83,3%) referiu que recebe apoio da família; 7) a incapacidade individual foi a causa do insucesso escolar mais referida/inferida pelos entrevistados; 8) evidenciou-se que retenções precoces induzem a retenções posteriores; 9) a importância do 1.º Ciclo é relevante, quando os entrevistados indicam que a falta de apoio no 1.º Ciclo terá induzido a situações futuras de insucesso escolar. No final deste trabalho são efectuadas propostas que possam potenciar futuras investigações, nomeadamente de investigação acção, promovendo intervenção; ### Abstract: The schools failure: The causes of consequences in context the Agrupamento Vertical de Ourique The present study, of quantitative and qualitative content, is based on the thematic of the failure rate in schools. The study was oriented towards the fundamental issue which has been put in perspective: “What are the causes, consequences and dimension of the phenomena of the failure rate in schools that can be seen in the students that started in 1999/2000 their school education in the municipality of Ourique?” Based on the conceptual framework of a study case, we selected a group of students, which we interviewed, in order to know about the real experiences and situations that led them to situations of school failure, trying to give answers and to achieve the following goals: 1) to evaluate quantitatively the school failure of the selected students population; 2) to identify the eventual causes of the verified school failure; 3) to identify the eventual consequences of the verified school failure; 4) to evaluate the possible interventions in order to minimize the school failure phenomena. Therefore, we analysed the school path of an amount of 46 students between 1999/2000 and 2007/2008 and we reached the conclusion that 24 of those students experienced episodes of school failure. We interviewed 12 of those 24 and that approach permitted us to reach our goals. Through the analysis and the interpretation of the collected data we conclude that: 1) the rate of school failure is over 50% in the group of students that started their schooling in the school year 1999/2000 in the municipality of Ourique; 2) there is a strong participation of parents and tutors in the students’ school life( 80% of the sample); 3) the average number of retention in the students with episodes of school failure is 1, 5 retentions; 4) the 7th grade is the one in which we verify the highest number of retentions followed by the 4th grade ; 5) the majority of the students (53,8%) are far away from their family environment; 6) a significant number of students with episodes of school failure (83,3%) referred that they get support from their family; 7) the individual incapacity was the most referred/inferred cause of school failure by the ones who were interviewed ; 8) it became an evidence that early retentions lead to future retentions; 9) the importance of the basic education is relevant when the interviewed students show that the lack of support in the basic education should have led to future situations of school failure. At the end of this work we present some proposals that can lead to future investigation, namely of investigation/action promoting intervention.
Resumo:
O trabalho de investigação documentado nesta dissertação insere-se no estudo das representações sociais da violência contra idosos. Para tanto, recorreu-se à Teoria das Representações Sociais de Serge Moscovici com o objetivo de conhecer as representações acerca da violência contra o idoso, identificando as perspectivas distintas de três grupos participantes de dois países, Portugal e EUA Realizou-se um estudo qualitativo do tipo descritivo, explorando as representações sociais acerca da violência contra idosos mas, também, de carácter comparativo já que oferece a perspectivas de três grupos distintos. Buscou-se saber dos pensamentos acerca da violência sobre o idoso nas perspectivas do próprio idoso, de famílias de idosos e profissionais da área de saúde que prestam assistência à pessoas idosas. O estudo propiciou uma discussão do fenômeno como comportamento social refletindo sobre questões epidemiológicas e psico-sociais que o caracterizam como um dos mais graves na esfera da saúde pública. As questões sócio-demográficas foram processadas através do programa estatístico SPSS e, a produção discursiva das 240 entrevistas, analisada através dos programas estatísticos ALCESTE e, IRAMUTEQ.Apesar das diferenças socio-culturais, os participantes construíram representações sociais da violência contra idosos similares, associadas à identidade social do idoso que os coloca como vítima iminente de violência. As divergências encontram-se nas expectativas de intervenção e prevenção do fenômeno; Violence against the elderly and its social representation Abstract: The research documented in this dissertation is part of a study about elderly violence, considered to be one of the most serious issues in the sphere of public health and examined here through the lens of the Theory of Social Representations. The main objective is to know the perspectives of the elderly, families and health professionals from two countries: Portugal and United States of America, on the subject of elderly violence. Using a qualitative design, this study applied both, descriptive and comparative methods interviewing 240 individuals. The demographic data were analyzed through SPSS and the lexical analysis which were performed by two software programs, ALCESTE and IRAMUTEQ. The social representations of elderly violence had similarities associating violence to the social identity of the elderly as an eventual victim despite cultural differences. Variations are identified in the expectations regarding strategies of intervention and prevention of the phenomena.
Resumo:
Tema e referencial teórico: Ao longo da história da humanidade, diversos acontecimentos foram alterando paulatinamente o entendimento da violência entre humanos. Atualmente e, do ponto de vista concetual, prevalece a perspetiva afirmada no 1º artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos que afirma que “todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade”, a qual exclui qualquer tipo de violência (Lopes, Gemito e Pinheiro, 2012, p. 17). No combate à violência doméstica, o papel dos serviços de saúde é essencial pois, os profissionais de saúde contactam com as pessoas ao longo do ciclo vital, pelo que devem questionar todos os aspetos que dizem respeito à saúde e bem-estar destas. A conjugação das competências de profissionais de diferentes áreas, em equipas multidisciplinares, consubstancia-se num enorme potencial de intervenção. Objetivo: Compreender a representação social da violência doméstica Metodologia: Estudo de natureza qualitativa e quantitativa. Amostra intencional composta por 55 pessoas, com 18 ou mais anos de idade, residentes no distrito de Évora. O instrumento de recolha de dados é composto por 4 partes: caraterização sócio biográfica; Evocação sobre Violência Doméstica; “Entrevista”, compreende um guião de entrevista narrativa; exposição do entrevistado a violência doméstica ao longo da vida e no último ano. Recorreu-se ao Software SPSS® Statistic e ao Software Evoc®. Foram salvaguardados todos os aspetos éticos relativos a estudos com seres humanos. Resultados: A maioria dos inquiridos (74,5%) é do sexo feminino, média de idades de 47 anos, nível de escolaridade elevado, maioritariamente casados/união de facto (69,1%). Vivem essencialmente em agregados familiares de 3 elementos e trabalham, na sua maioria, por conta de outrem (67,3%). A maioria considera pertencer à classe média. A análise às evocações do estímulo violência doméstica com recurso ao software Evoc®, identificou 6 elementos do núcleo central: maus tratos, agressão, agressão física, não devia existir, desrespeito e medo e 7 elementos na 2ª periferia: tristeza, falta de relação, vítima, divórcio, álcool, agressão sexual e dor. Sobre a violência em geral referiram que não é relatada por medo, identificaram algumas causas e consequências e consideraram ser algo intolerável e preocupante, um grave problema social. Através de entrevista narrativa, apelo a vivências diretas ou indiretas, os 31 entrevistados caraterizaram a violência e identificaram os papéis de familiares, amigos, profissionais de saúde e forças de segurança face à violência. Quando confrontados com uma notícia de jornal sobre uma situação de violência classificaram o ato como intolerável, identificaram a atitude da vítima, atributos do agressor e as consequências. Sobre a exposição a violência doméstica ao longo da vida e no último ano, 14 pessoas, entre as quais 2 homens e 2 idosas, foram vítimas ao longo da vida e 2 ainda o foram no último ano. Conclusões: De uma forma geral consideram a violência como algo injustificável, intolerável e criminoso, associada frequentemente ao álcool e à necessidade de exercer poder sobre a vítima, um grave problema social, muitas vezes não relatada por medo ou questões culturais. Resultam daí consequências graves, depressão, suicídio, danos físicos e psicológicos e medo. A violência, atualmente, converteu-se num problema de saúde pública quer pelo facto em si e a sua dimensão, quer pelas repercussões que tem sobre a saúde das vítimas aos mais diversos níveis. Bibliografia: Lopes, M.; Gemito, L. & Pinheiro, F. (coord.). (2012). Violência Doméstica – Manual de Recursos para a Rede de Intervenção Integrada do Distrito de Évora. Évora: Universidade de Évora. V Plano Nacional contra a Violência Doméstica – Resolução do Conselho de Ministros n.º 102/2013 31 de Dezembro 2013, http://dre.pt/pdf1sdip/2010/12/24300/0576305773.pdf Relatório Anual de Segurança Interna 2013. www.portugal.gov.pt/pt/documentos-oficiais/20140401-rasi-2013.aspx
Resumo:
Introdução: É crucial conhecer a prevalência periódica e a prevalência ao longo da vida da violência domestica (VD), mesmo sabendo que é virtualmente impossível medir este fenómeno com absoluta precisão. Objetivo: Conhecer a prevalência periódica e ao longo da vida, da violência doméstica nos adultos que recorram aos serviços de saúde. Metodologia: Este estudo será essencialmente de natureza quantitativa epidemiológica. A amostra foi intencional e constituída por todas as pessoas com 18 anos ou mais que durante um período de 3 meses acorreram a qualquer uma das unidades funcionais dos cuidados de saúde Primários. Resultados: A nossa amostra é constituída por 648 participantes. Relativamente aos dados socio biográficos, verificámos que as idades variam entre os 18 anos e os 91 anos com uma média de 45,73 anos, a maioria pertence ao sexo feminino e estado civil casado. Verificámos que do total da amostra 20,9% (143 inquiridos) já sofreram algum tipo de violência ao longo da vida e apenas 5% do total da amostra referiu ter sido vítima de VD no último ano, em ambos os períodos a maior parte sofreu violência psicológica. Relativamente ao responsável pela violência verificámos que na maior parte (7,9%) das vezes foi o marido/companheiro. Verificámos que 18,4% das vítimas eram do sexo feminino. Quanto a avaliação do risco, verificámos que a maior parte da amostra (25,8%) apresenta um score de 4, ou seja apresenta um risco variável. Conclusões: Concluímos que estão mais expostos à VD as pessoas que, sabem ler ou escrever, sem qualquer grau; terem entre 80-89 anos. O tipo de violência mais frequentemente utilizado é a combinação de VD psicológica, física e financeira.
Resumo:
Introdução: Sendo a violência doméstica um processo altamente complexo e intimista, uma das melhores formas de a compreender, é dar voz aqueles que a vivem, de modo a que seja possível objetivar as experiências subjetivas. Objetivo: Compreender o sofrimento das mulheres vítimas de violência. Método e Técnicas: Foi considerada uma amostra intencional com critério reputacional de 21 mulheres que estavam em casa abrigo ou na comunidade. Os dados foram recolhidos por entrevistas feitas com audiogravação, mediante autorização das participantes. A análise foi feita com recurso a um programa informático de análise lexical – ALCESTE. Resultados: Da análise da primeira amostra emergiram 5 classes. A associação dos vocábulos deu o sentido de cada classe que nomeámos como classe 1 Eventos precipitantes com 31%; classe 2 Experiência do abuso com 17%; classe 3 Dois pés no presente e olhar no futuro com 23%; classe 4 O presente e a aprendizagem com a experiência de abuso com 20%; classe 5 Violência em geral com 9%. Da análise da amostra na comunidade emergiram 4 classes e que nomeámos como classe 1 Violência em geral com 40%; classe 2 Eventos precipitantes com 40%; classe 3 Experiência de abuso com 12%; classe 4 Apoios no processo com 8%. Conclusões: As mulheres que estão em casa abrigo têm ainda muito presente a experiência da violência vivida e todo o seu contexto, estão muito centradas nas suas vivências e o futuro apresenta-se como algo distante e pouco claro. As mulheres na comunidade têm uma visão mais abrangente do fenómeno da violência como um todo, conseguem descentrar-se das suas experiências pessoais e reconhecem a importância dos apoios no processo de construção do futuro