2 resultados para composição florística e recuperação e ambiental
em Repositório Científico da Universidade de Évora - Portugal
Resumo:
A distribuição da espécie D. viscosa, nativa em Portugal, foi avaliada ao longo da berma de duas estradas, do sul do país. A composição florística e a percentagem de cobertura do solo das diferentes espécies foram amostradas em áreas de berma com e sem a influência de D. viscosa, para avaliar o seu efeito nas comunidades das bermas. O efeito do corte dos arbustos foi também estudado. A espécie em estudo apresentou uma clara preferência pelas bermas, comparativamente com as áreas envolventes. Os resultados sugerem que a presença dos arbustos provoca uma diminuição na biodiversidade das bermas. As estradas estudadas devem, portanto, ser alvo de controlo da distribuição desta espécie, para impedir a sua invasão. Com base nos resultados, sugerimos que o controlo deve ser efectuado através de dois cortes, no meio da primavera para impedir a propagação de incêndios e no final do verão, para prevenir a dispersão das sementes. ABSTRACT; The distribution of the native species D. viscosa was evaluated along the road verges of two roads in southern Portugal. The plant species composition and cover were surveyed within the roadside habitats, in areas with and without D. viscosa, to evaluate its effect on road verge communities. The effect of mowing on D. viscosa shrubs was also assessed. Shrubs showed a clear preference to verges relative to the surroundings, indicating that D. viscosa seems to be invading the study road verges. Results also suggest that the presence of the shrubs decrease the plant diversity of road sides, with potential effects on animals as well. Therefore, the study roads should be considered as important targets of local and regional efforts to prevent invasions of this species. Based on our results, we suggest that to prevent D. viscosa invasion within roadside ecosystems, the control should be based on two mowings, in mid-spring to prevent fires and in late-summer to prevent seed dispersal.
Resumo:
Ao longo dos tempos os sistemas aquáticos surgem associados ao desenvolvimento humano. Não é por acaso que os grandes aglomerados urbanos se tem desenvolvido no litoral ou próximo de grandes rios ou lagos. Esta proximidade conduziu a uma fácil utilização do recurso água (consumo doméstico, agricultura e indústria) e a uma exploração dos recursos vivos suportados pelos ecossistemas. Neste contexto a água tem sido considerada como um recurso inesgotável e indispensável à vida do ser humano e só indiretamente associada aos ecossistemas aquáticos. Como consequência, tem-se assistido à degradação de ecossistemas aquáticos e a fenómenos sistémicos de poluição. Em muitas situações a degradação torna-se irreversível, atingindo-se baixos padrões de diversidade biológica e de qualidade da água, que inviabilizam o seu uso. Surge assim a necessidade de avaliar a magnitude do estado de degradação. Simultaneamente nasce a consciência dos limites da disponibilidade da água e o reconhecimento dos valores naturais. Desenvolvem-se novos conceitos tais como: Conservação; Restauração; Reabilitação; Recuperação. Evoluiu-se para um novo paradigma, o ecossistema, avaliado integralmente numa perspetiva funcional, passa a constituir o objetivo central da monitorização. Abandona-se uma perspetiva ANTROPOCÊNTRICA (que considera a água como recurso para o uso humano) em benefício de uma visão ECOCÊNTRICA direcionada para a qualidade ecológica, onde a água é considerada como o suporte de vida e dos ecossistemas. Este novo paradigma encaixase perfeitamente no conceito mais abrangente de desenvolvimento sustentável exposto em 1987 no relatório Brundtland. Nesta ótica, aos defensores da sustentabilidade cumpre criarem condições para diluir os riscos sobre os sistemas naturais. Para tal, a ação política deve liderar o processo de transformação em que o uso dos recursos, a direção dos investimentos, o rumo do progresso tecnológico e a mudança institucional, terão que ser orientados para satisfazer as necessidades humanas, respeitando os limites da capacidade de regeneração dos recursos naturais, ou seja a sua resiliência. Nesta perspetiva uma abordagem mais abrangente da gestão da água na sua componente de qualidade, deve ser baseada em critérios biológicos, considerados como indicadores da condição global do sistema aquático. Estes critérios permitem uma avaliação da qualidade (ecossistema) mais adequada, uma vez que são detetados problemas que, de outra forma, não seriam identificados ou seriam subavaliados. A aplicação destes critérios é especialmente adequada para a deteção de poluição causada por fontes difusas, de contaminações episódicas ou cumulativas e de alterações físicas do ecossistema. A avaliação da qualidade ecológica contribui igualmente para a identificação dos ecossistemas mais ameaçados, permitindo a aplicação de medidas de proteção mais eficazes. Por outro lado, a gestão dos recursos hídricos implica um conjunto de ações estratégicas de planeamento que deverão ser consideradas ao nível da bacia hidrográfica, sempre incluindo a participação pública e as organizações institucionais.