2 resultados para Relações Brasil-Espanha.
em Repositório Científico da Universidade de Évora - Portugal
Resumo:
Neste trabalho, investigamos o significado de Eça de Queirós como jornalista - e não como romancista - na história da modernização cultural no Brasil, considerando especialmente os seus textos publicados entre 1871 e 1872, em Lisboa, nas edições mensais d'As Farpas. O nosso ponto de partida é a hipótese de que as críticas ao Brasil impressas n'As Farpas provocaram uma reação polémica no outro lado do Atlântico porque o Brasil estava a atravessar uma situação histórica decisiva: a criação de sua própria identidade cultural. Para nós, a vasta influência que o escritor português passou a exercer sobre o leitor brasileiro excede a controvérsia iniciada n’As Farpas, cuja imagem do Brasil, projetada por ele, é ambígua e fundamentada no seu conhecimento circunstancial. Assinalamos, portanto, que, através do seu humor sarcástico, o jornalismo de Eça de Queirós introduz um sentido da crítica moderna que leva o homem a pensar e a rir de si mesmo. ABSTRACT: ln this study, we have inquired into the meaning of Eça de Queirós as a journalist, and not as a novelist, in the history of cultural modernization in Brazil, considering in particular his texts published between 1871 and 1872, in Lisbon, in the monthly issues As Farpas. Our starting point is the hypothesis that the critics to Brazil printed in As Farpas provoked a controversial reaction in the other side of Atlantic because Brazilian people were living a decisive historical situation: the creation of their own cultural identity. For us, the vast influence that the Portuguese writer has placed on Brazilian reader exceeds the initiated controversy in As Farpas, whose image of Brazil, designed by him, is ambiguous and based on his own circumstantial knowledge. We therefore note that, through his sarcastic humor, the journalism of Eça de Queirós introduces a sense of modem criticism which leads one to think and laugh at himself.
Resumo:
O presente estudo procura abordar trajetos de vidas tomando como exemplos sujeitos livres, escravas e forras, no século XIX, na Bahia. Propomos como fio condutor, estudos de caso, para discutirmos cenários de relações de poder, sociais, económicas e culturais, num espaço de grande circularidade cultural e de mestiçagem. O século XIX foi um século de sucessivas transformações, cujas balizas, se situam entre o final do Brasil colónia, a Independência do Brasil (1822) e a implantação formal do Império (Constituição do 1824), e a abolição da escravatura no Brasil (1888) e termina com a constituição da República (1889). Embora o enfoque das fontes usadas se centre no século XIX, procederemos a uma abordagem mais recuada no tempo para percebemos como, ao longo de séculos, se foram construindo relações entre os diferentes grupos sociais, independentemente da cor e da condição social. Focaremos essencialmente a determinação de ex-escravas na luta por direitos que durante séculos lhes foram negados e como estas se integraram na sociedade quer através das relações amorosas, quer através das relações de familiaridades que se construíram durante a sua condição escravas