2 resultados para Psicologia da criança

em Repositório Científico da Universidade de Évora - Portugal


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O presente estudo visa perceber, de acordo com a perspetiva de mães e pais adotantes, o contributo da adoção para o bem-estar da criança. Para tal, procura-se analisar o entendimento dos mesmos em relação ao bem-estar da criança, assim como as motivações à adoção e principais dificuldades sentidas no processo de adoção e finalmente, compreender a adaptação da criança e da família à mudança, bem como as estratégias utilizadas para o efeito. No estudo, foram envolvidos nove participantes, mães e pais adotantes, aos quais foi realizada uma entrevista semiestruturada. Os resultados foram analisados com recurso à técnica de análise de conteúdo, tendo revelado uma coincidência entre o entendimento das mães e pais adotantes sobre o bem-estar da criança e os dados da literatura. Verificou-se também, uma adaptação pautada por algumas dificuldades e necessidades da criança, sendo o apoio técnico uma das principais estratégias de integração utilizada pelas mães e pais adotantes; Adoption and children well-being: Adoptive mothers and fathers perspective. An exploratory study Abstract: This study aims to understand, according to adoptive mothers and fathers perspective, the contribution of adoption for the children’s well-being. To this end, it seeks to analyze the understanding of them in relation to children’s well-being, as well as the motivation to adopt, the main difficulties in the adoption process and finally to understand the adaptation of the child and family to change as well as the strategies used for the purpose. In this study, there were involved nine participants, adoptive mothers and fathers, to which a semi-structured interview was conducted. The results were analyzed using the content analysis technique, which has revealed similar results with the literature. There has been revealed an adaptation marked by difficulties and needs of the child, with the technical support one the main integration strategies used by adoptive mothers and fathers.

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A intervenção psicológica em contextos educativos tem sido pautada por abordagens e modelos centrados num paradigma médico-psicológico, baseado nos pressupostos médicos de doença e causalidade interna dos problemas de aprendizagem da criança — se a criança não aprendia era porque havia algo de errado dentro dela (Bairrão, 1985, 1995; Loxley, 1980). O foco no indivíduo levou a uma ênfase nas diferenças individuais e a uma tendência para ignorar o papel das variáveis sociais e ambientais no desenvolvimento, bem como à concepção de que a criança é responsável pelos seus problemas de aprendizagem (Siegel & Cole, 2003). O falhanço das intervenções baseadas nestes pressupostos levou, gradualmente, à implementação de novas modalidades de intervenção, baseadas na ideia de que a pessoa e o seu ambiente não formam entidades separadas, de que a pessoa é uma parte activa e intencional do ambiente em que interage. Os ambientes directos em que a pessoa interage estão embebidos num ambiente mais amplo, com as suas propriedades físicas, sociais e culturais, que operam directa e indirectamente em todos os níveis da interacção pessoaambiente (Bronfenbrenner, 1979, 1995, 1999, 2005). O desenvolvimento humano poderá, então, ser entendido como um processo cultural — as pessoas desenvolvem-se como participantes nas suas comunidades culturais (Rogoff, 2003). Esta reconstrução da psicologia da educação implica que o psicólogo adopte novos papéis de intervenção, que lhe permitam actuar, não com problemas individuais descontextualizados, mas dentro de um sistema (do qual ele é também parte interveniente) com todos os seus participantes, tendo em conta que a mudança num elemento do contexto vai influenciar todos os outros elementos. A intervenção será, assim, fundamentalmente através de projectos centrados na escola, mas num contexto de relação de feed-back com a comunidade e envolvendo os vários elementos que participam nos contextos mais relevantes. Isto não implica a recusa de serviços directos e de intervenções individuais; antes significa que qualquer intervenção requer a participação do sistema social da criança e de todos os seus elementos significativos (Reynolds & Miller, 2003). Esta comunicação pretende apresentar uma experiência de intervenção psicológica em contexto escolar baseada nestes pressupostos e reflectir sobre as potencialidades de um modelo ecológico – desenvolvimental na prática da psicologia da educação.