2 resultados para Ilhas artificiais
em Repositório Científico da Universidade de Évora - Portugal
Resumo:
Avaliámos a importância das bermas das estradas como áreas de refúgio para pequenos mamíferos, em paisagens Mediterrânicas intensivamente pastoreadas, e comparámos esta possível função das estradas como refúgio com o papel fundamental das galerias ripícolas como reservatórios de diversidade biológica. Para esse efeito, foram realizadas capturas de micromamíferos em dois segmentos de estrada e em duas ribeiras da região de Évora. Foram capturados 457 indivíduos de cinco espécies diferentes. Mus spretus foi a espécie mais capturada, seguida de Crocidura russula e Apodemus sylvaticus. M. spretus apresentou uma maior abundância nas bermas de estrada do que na vegetação ripicola, enquanto que a abundância de C. russula e A. sylvaticus era semelhante para ambos os habitats. O número de capturas das três espécies foi bastante superior dentro dos habitats lineares do que na matriz circundante. Os indivíduos de M. spretus eram maiores nas ribeiras, mas significativamente menores fora dos habitats lineares, e os indivíduos de C. russula apresentavam uma melhor condição corporal nas bermas das estradas. Tanto as estradas como as ribeiras exerceram um forte efeito de barreira aos movimentos dos micromamíferos. Concluímos então que as bermas das estradas actuam como habitat de refúgio em áreas sub-óptimas das paisagens Mediterrânicas. ABSTRACT: We assessed the importance of road verges as refuge areas for small mammals, in highly intensified grazed pastures on a Mediterranean landscape, and compared road function as refuge with the fundamental role of riparian galleries as reservoirs of biological diversity. For this purpose, a small mammal trapping study was undertaken on road verges and on small stream sides. We sampled two road segments and two streams in the vicinity of Évora, Portugal. We captured a total of 457 individuals of five different species. Mus spretus was the most common species captured, followed by Crocidura russula and Apodemus sylvaticus. M. spretus was more abundant on road verges than on riparian strips, whilst the abundance of C. russula and A. sylvaticus were similar in the two habitats. Captures of the three species were much higher inside both linear habitats than on the surrounding matrix. M. spretus were bigger on stream sites but significantly smaller outside the linear habitats and C. russula had better body conditions on roads. 8oth roads and streams exerted a strong barrier effect to small mammals' movements. We conclude that roadside verges act as refuge habitat in sub-optimal Mediterranean landscapes.
Resumo:
Os nemátodes são um grupo de invertebrados, não segmentados que formam um Filo (Nematoda) bem definido e claramente distinto dos outros grupos de organismos. Este Filo constitui um dos grupos animais mais disseminados no planeta, e em termos de número de indivíduos os nemátodes são o grupo animal mais abundante na Terra: quatro em cada cinco animais da Biosfera são nemátodes. Apesar de microscópicos, os animais multicelulares que constituem este grupo são capazes de explorar uma enorme variedade de habitats, nos mares, nas águas doces, nos solos, como parasitas de animais ou de plantas, ou mesmo em condições extremas, como nos solos secos da Antárctida ou em fontes termais (Baldwin et al. 1999). A actual informação sobre a nematofauna do arquipélago dos Açores encontra-se fraccionada e espalhada em diversas publicações científicas, mas igualmente em dados ainda não publicados (Sturhan, comunicação pessoal). Entre as diversas publicações de nemátodes para os Açores, há que salientar os trabalhos realizados por Sturhan (1973, 1975, 1983) e Macara (1994), que muito contribuíram para o conhecimento e distribuição actual das espécies de vida livre e parasitas de plantas; bem como os trabalhos de Afonso-Roque (1995) e Casanova et al. (1996) relativamente a espécies parasitas de animais, reportadas para as diferentes ilhas do arquipélago. A lista de nemátodes apresentada neste capítulo, tem como base as publicações conhecidas para o arquipélago (ver listagem de publicações até 2010 em www. naturdata.com), bem como o registo de espécies assinaladas pela primeira vez para o arquipélago (Sturhan, comunicação pessoal). A classificação utilizada baseia-se na recente revisão da sistemática e filogenia proposta por De Ley & Blaxter (2002) para todo o Filo, até ao nível da Família. A classificação dos restantes taxa segue o critério utilizado para a fauna terrestre da Fauna Europaea (http://www. faunaeur.org). É apresentada a distribuição das espécies nas nove ilhas dos Açores, usando-se a seguinte simbologia: COR – Corvo; FLO – Flores; FAI – Faial; PIC – Pico; GRA – Graciosa; SJG – São Jorge; TER – Terceira; SMG – São Miguel e SMR – Santa Maria.