2 resultados para Heurísticas construtivas
em Repositório Científico da Universidade de Évora - Portugal
Resumo:
O convento de S. Francisco, em Montemor-o-Novo, que durante cerca de quatro séculos esteve implantado fora do contexto urbano local, está, na actualidade, envolvido pela malha habitacional e por equipamentos colectivos. O estado de parcial abandono e de degradação acelerada em que se encontra o conjunto, obriga a que, por todas as formas, haja empenho da comunidade social na sua urgente recuperação e valorização cultural. É efectuada uma leitura do conjunto edificado remanescente, uma análise dos materiais aplicados e das técnicas construtivas utilizadas, a que se segue um diagnóstico do estado patológico, identificando-se as anomalias mais relevantes, de natureza estrutural e não estrutural. Apresentam-se propostas para a reparação e eliminação dos factores de alteração. Finalmente, sugerem-se algumas possibilidades para a valorização futura do conjunto, enquanto peça importante do nosso património colectivo. ABSTRACT; The St. Francisco convent in Montemor-o-Novo which during about four centuries was outside the urban context, is nowadays completely involved by the urban agglomerate and collective facilities. The situation of partial abandonment and the accelerated degradation where the joint is, requires to, by all the ways have interest by the social community in its urgent recovery and in its cultural valorization. Is done a reading of the built joint, an analyse of the employed materials and the techniques of construction used, which is followed by a diagnostic of the pathological condition, identifying the most outstanding anomalies, of structural and not structural character, presenting suggestions to its reparation and reduce of the transformation agents. Finally, are enumerate some possibilities to the future benefit of the joint, while important piece of our collective heritage.
Resumo:
A política de obras públicas e melhoramentos materiais seguida pelo fontismo, que exigiu um maior recurso aos engenheiros civis, confrontou-se com a escassez destes profissionais na sociedade portuguesa. À falta de formação específica no campo da engenharia civil atribuíram os contemporâneos muitos dos insucessos de várias obras públicas. Como referia em 1857 o Visconde da Luz “nós temos engenheiros muito hábeis, porque os nossos engenheiros têm muita teoria, e só o que lhes falta é a prática, mas não são inferiores em instrução aos estrangeiros. O que nós temos, infelizmente, é muito menos prática de certas construções” (DG 1857, 970). Para superar a insuficiência do ensino de engenharia civil vários engenheiros foram completar a sua formação no estrangeiro, nomeadamente na Escola de Pontes e Calçadas de Paris. A escolha desta escola ligou-se com a preocupação de dotar os engenheiros portugueses de uma sólida formação teórica actualizada e de uma formação prática que era completada pelas missões escolares anuais. Estas missões permitiram-lhes um contacto directo com as principais obras públicas que se estavam a realizar em França, o que lhes possibilitou conhecer os novos materiais de construção, contactar com as novas técnicas construtivas, perceber a formas mais actuais de organização dos estaleiros e avaliar as técnicas que eram mais adequadas para aplicar em Portugal quer ao nível da construção de pontes e viadutos, quer ao nível dos caminhos-de-ferro, para darmos alguns exemplos. Além disso, estes engenheiros procuraram difundir, entre os seus pares e subordinados, e aplicar nas várias obras públicas que planificaram e dirigiram os conhecimentos que tinham adquirido durante a sua estada em França. Nesta comunicação pretendemos, através dos depoimentos e relatórios das missões de estudo dos engenheiros que estudaram na École des Ponts et Chaussées, perceber a importância que esta escola teve para os trabalhos que estes engenheiros desenvolveram em Portugal.