4 resultados para Fula negra

em Repositório Científico da Universidade de Évora - Portugal


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Neste trabalho testou-se o potencial antagonista de 16 fungos endofíticos isolados de videiras (Vitis vinifera L.), de castas representativas do Alentejo produzidas em modo de proteção integrada e em modo biológico, contra Guignardia bidwellii. Os isolados identificados após ITS-PCR e sequenciação pertencem aos géneros Epicoccum, Alternaria, Botrytis, Athelia, Phoma e Gibberella. Os isolados testados mostraram atividade antagonista contra G. bidwellii quer por inibição direta, quer através da produção de compostos voláteis, à exceção dos dois isolados de B. cinerea. No entanto, todos os isolados produziram alguns compostos voláteis com reconhecida atividade antimicrobiana, tais como benzaldeído, 3-metil-1-butanol e derivados de ácido propanoico. Foi ainda observado que seis dos isolados produziram também metabolitos não voláteis com capacidade de inibir o crescimento de G. bidwellii. Os resultados obtidos vêm mostrar o potencial dos fungos endofíticos como agentes de luta biológica no controlo de G. bidwellii, podendo constituir novas alternativas no âmbito de Proteção de Plantas; ABSTRACT: Endophytic fungi present in grapevines (Vitis vinifera L.) with the ability to inhibit the growth of the causal agent of black rot (Guignardia bidwellii) In this work the antagonistic potential of 16 endophytic grapevine fungi isolates (Vitis vinifera L.), from representative cultivars of the Alentejo region produced either under integrated pest management or organic mode, was tested against Guignardia bidwellii. Isolates were identified through ITS-PCR and sequencing, as belonging to the genera Epicoccum, Alternaria, Botrytis, Athelia, Phoma and Gibberella. Isolates showed antagonist activity against G. bidwellii either by direct inhibition or through the production of volatile compounds, with the exception of two isolates of B. cinerea. Nevertheless, all isolates produced volatile compounds with known antimicrobial activity such as benzaldehyde, 3-methyl-1-butanol and propionic acid derivatives. Additionally, six isolates produced non-volatile metabolites with the ability to inhibit G. bidwellii growth. These results show the potential that endophytic fungi have as agents for biological control of G. bidwellii, opening new options in the field of Plant Protection.

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A ESCRITA NEGRA de VERGÍLIO FERREIRA Maria Antónia Lima Universidade de Évora/ CEAUL Num tempo de crise existencial justificada pela permanente inquietação dos indivíduos perante um destino incerto, inseguro e imprevisível, gerador de constantes sintomas de desorientação e de vazio antropológico, surge decerto uma profunda identificação com a obra de Vergílio Ferreira, um autor que confessou não ter nascido para “escrever coisas alegres”, sendo o seu romance Para Sempre considerado um livro pessimista, negro e macabro. Títulos como Onde tudo foi morrendo revelam bem esta falta de vocação do autor para o optimismo literário, essencialmente resultante de Vergílio ter desde sempre sentido trazer dentro de si um “eu” que “é para morrer”, o que lhe concedeu profunda consciência do absurdo negro da existência e dessa “estúpida inverosimilhança da morte”. Daí que a sua análise da condição do homem em face do mistério da vida e da morte inevitavelmente se desenvolva através de uma escrita negra que recria a solidão cósmica com que grande parte dos seus duplos-narradores se debatem, partilhando uma visão negra também comum a muitos protagonistas do film noir americano alicerçado na ficção policial de autores como Dashiell Hammett, Raymond Chandler e James M. Cain. Como Vergílio, esta geração de escritores e realizadores, além de partilharem o mesmo interesse pela construção da narrativa cinematográfica e pela mútua contaminação entre literatura e cinema, buscavam a autenticidade das suas personagens através da construção de dramas inteligentes permeados de niilismo e fatalismo onde seres solitários e moralmente ambíguos deambulavam, revelando corrupções sociais e humanitárias tão comuns ao nosso tempo. Como Humphrey Bogart, um dos actores americanos mais conotados com o noir, qualquer personagem central de Vergílio Ferreira poderia muito bem ter concluído que “things are never so bad they can’t be made worse”.

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A ESCRITA NEGRA de VERGÍLIO FERREIRA Maria Antónia Lima Universidade de Évora/ CEAUL Num tempo de crise existencial justificada pela permanente inquietação dos indivíduos perante um destino incerto, inseguro e imprevisível, gerador de constantes sintomas de desorientação e de vazio antropológico, surge decerto uma profunda identificação com a obra de Vergílio Ferreira, um autor que confessou não ter nascido para “escrever coisas alegres”, sendo o seu romance Para Sempre considerado um livro pessimista, negro e macabro. Títulos como Onde tudo foi morrendo revelam bem esta falta de vocação do autor para o optimismo literário, essencialmente resultante de Vergílio ter desde sempre sentido trazer dentro de si um “eu” que “é para morrer”, o que lhe concedeu profunda consciência do absurdo negro da existência e dessa “estúpida inverosimilhança da morte”. Daí que a sua análise da condição do homem em face do mistério da vida e da morte inevitavelmente se desenvolva através de uma escrita negra que recria a solidão cósmica com que grande parte dos seus duplos-narradores se debatem, partilhando uma visão negra também comum a muitos protagonistas do film noir americano alicerçado na ficção policial de autores como Dashiell Hammett, Raymond Chandler e James M. Cain. Como Vergílio, esta geração de escritores e realizadores, além de partilharem o mesmo interesse pela construção da narrativa cinematográfica e pela mútua contaminação entre literatura e cinema, buscavam a autenticidade das suas personagens através da construção de dramas inteligentes permeados de niilismo e fatalismo onde seres solitários e moralmente ambíguos deambulavam, revelando corrupções sociais e humanitárias tão comuns ao nosso tempo. Como Humphrey Bogart, um dos actores americanos mais conotados com o noir, qualquer personagem central de Vergílio Ferreira poderia muito bem ter concluído que “things are never so bad they can’t be made worse”.

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O presente estudo procura abordar trajetos de vidas tomando como exemplos sujeitos livres, escravas e forras, no século XIX, na Bahia. Propomos como fio condutor, estudos de caso, para discutirmos cenários de relações de poder, sociais, económicas e culturais, num espaço de grande circularidade cultural e de mestiçagem. O século XIX foi um século de sucessivas transformações, cujas balizas, se situam entre o final do Brasil colónia, a Independência do Brasil (1822) e a implantação formal do Império (Constituição do 1824), e a abolição da escravatura no Brasil (1888) e termina com a constituição da República (1889). Embora o enfoque das fontes usadas se centre no século XIX, procederemos a uma abordagem mais recuada no tempo para percebemos como, ao longo de séculos, se foram construindo relações entre os diferentes grupos sociais, independentemente da cor e da condição social. Focaremos essencialmente a determinação de ex-escravas na luta por direitos que durante séculos lhes foram negados e como estas se integraram na sociedade quer através das relações amorosas, quer através das relações de familiaridades que se construíram durante a sua condição escravas