3 resultados para Diversidade de espécies - Cabo Frio (RJ)
em Repositório Científico da Universidade de Évora - Portugal
Resumo:
O crescimento da população gerou a ocupação de grandes áreas da superfície terrestre que provocaram alterações nas paisagens naturais. A apropriação desordenada do território, tendo em conta os espaços urbanos e rurais, trouxe vários impactos negativos ao meio ambiente. As linhas de água são os ecossistemas mais utilizados pelo homem ao longo da história, pela água, pesca, transporte, … e que simultaneamente vai modelando a paisagem pelas alterações do estado físico e modificações nas superfícies por onde corre. O sistema ribeirinho é constituído por vários ecossistemas, relacionados entre si e que são identificados transversalmente. Ao longo do ano é possível identificar, numa linha de água, três níveis: o de cheia durante o escoamento máximo anual no período das chuvas, o médio ao longo do ano e o de estiagem com o escoamento mínimo no pico do verão. Nas margens, a zonagem das espécies ripárias, está relacionada com a altitude, a unidade bioclimática, a distância do “eixo de humidade”, a geomorfologia, o tipo de solos e a matéria orgânica, entre outros fatores. Nas galerias ripícolas do Alentejo são frequentes cinco comunidades vegetais com grande diversidade de espécies, cujas presenças estão relacionadas com os níveis de água ao longo do ano e o tipo de solo: a) Choupais (Populus nigra), em solos sujeitos a prolongados encharcamentos. b) Salgueirais de borrazeiras pretas (Salix atrocinerea), em ribeiras com regime torrencial. c) Amiais (Alnus glutinosa), em solos com toalha freática à superfície. d) Freixiais (Fraxinus angustifolia) em solos húmidos, a comunidade mais comum no Alentejo. A vegetação marginal constitui um sistema elástico importante na proteção mecânica das margens contra o desgaste normal das águas, porque as mantêm seguras, protege o leito, favorece a riqueza piscícola e purifica as águas. Na proteção com sistemas rígidos e impermeáveis, verifica-se um elevado custo e estabilidade ameaçada nos pontos de contacto com as margens naturais, impede a comunicação natural entre a água que corre no leito do rio e a que se desloca em toda a largura do vale, provocando alterações no lençol freático. São vários, os valores associados à paisagem ribeirinha e, a titulo de exemplo, destacam-se: a) Simbólico: o Taj Mahal nas margens do rio Yamuna em Agra – Índia, classificado como Património da Humanidade pela UNESCO (1980) e a ponte Hintze Ribeiro destinada a unir as margens de Entre-os-Rios, em Penafiel e Castelo de Paiva, sobre o rio Douro e que colapsou em 4 de março de 2001, num acidente que provou 59 mortes. b) Histórico: a ponte medieval de San Martín (séc. XIV.) em Toledo – Espanha; o açude e termas romanas do séc. I a IV a.C., na Herdade de Almagrassa (Pisões) – Portugal e a villa romana da Tourega (séc. I a IV) que pertenceu ao senador Julius Maximus (Ivlivs Maximvs), como consta da lapide funerária encontrada na N. Sra. da Tourega (Évora) – Portugal. c) Mítico: a ponte romana em Cangas de Onís com a Cruz de la Victoria no principado de Astúrias – Espanha. d) Cultural: a atividade diária nas margens do rio Kottayam no distrito de Kerala – Índia; um fim de semana na margem do rio Danúbio na cidade de Viena – Aústria; as várzeas de rios goeses: Loutulim (Rio Zuari), Benaulim (represa de Komollam Tollem) e Betul (rio Sal) (Goa) – Índia e várzeas de rios cingaleses (região de Kandy) – Sri Lanka. e) Turístico: o palácio real de verão mandado construir pelo marajá Jagat Singh II (1734-1751) na ilha de Jag Niwas (1,5 ha) no lago Pichola. No fim da década de 60, tornou-se num dos mais famosos hotéis românticos do mundo, o Lake Palace Hotel – Índia e a queda de água de Karpuzkaldiran próximo da cidade de Antalya, cujo acesso é feito por escadas ou de barco – Turquia.
Resumo:
Recolher dados para actualizar os conhecimento da diversidade parasitária dos mesocarnívoros mais abundantes nas regiões do sul de Portugal e relacionar a dispersão parasitária, a conservação e a saúde humana constituíram os principais objetivos deste estudo. Raposas (Vulpes vulpes), sacarrabos (Herpestes ichneumon), fuinhas (Martes foina), ginetes (Genetta genetta) e texugos (Meles meles) atropelados foram os carnívoros-hospedeiros em estudo. Um grupo de raposas caçadas foi também considerado parte da amostra. A informação geo-referenciada de todos os animais serviu para executar a análise espacial. Realizaram-se necrópsias meticulosas e procedeu se à recolha, identificação e preservação dos parasitas encontrados. Pela primeira vez em Portugal é registada a presença do parasita da gineta Ancytostoma martinezi. A correlação entre os factores humanos e ambientais e, a riqueza de espécies foi determinada estatisticamente. Densidade populacional, disponibilidade de égua, tipo de uso de solo e distância mínima às sedes de concelho não apresentaram uma relação estatisticamente significativa com a infecção parasitária das raposas. Os resultados obtidos relativamente à presença de parasitas zoonóticos nos animais silvestres em estudo fomentam o trabalho multidisciplinar entre a Biologia da Conservação e as ciências médicas. ABSTRACT; The aim of this study was to collect data in order to update the information related to the parasitic diversity of the predominant mesocarnívores in the southern regions of Portugal and to establish relationships between the parasite dispersal, conservation and human health. Road killed foxes (Vulpes vulpes), mongoose (Herpestes ichneumon), stone marten (Martes foina), common genets (Genetta genetta) and euroasian badgers (Meles meles) were the considered carnivore-hosts. A sample of hunted foxes was also regarded.AD the animals had geo-reference information, ultimately used for spatial analysis. Thorough necropsies were performed and macroparasites collected, identified and preserved. For the first time in Portugal Ancylostoma martinezi, a common genets parasite.is recorded. Statistical species richness and correlation between human and environmental factors were determined. Human population density, water drainage, soil use, minimum distance to head council cities and the infection status of foxes proved no significant statistical relation. Results obtained on zoonotic parasites present in wild animals enhance the necessity of multidisciplinary work between Biology conservation and medical sciences.
Resumo:
A distribuição da espécie D. viscosa, nativa em Portugal, foi avaliada ao longo da berma de duas estradas, do sul do país. A composição florística e a percentagem de cobertura do solo das diferentes espécies foram amostradas em áreas de berma com e sem a influência de D. viscosa, para avaliar o seu efeito nas comunidades das bermas. O efeito do corte dos arbustos foi também estudado. A espécie em estudo apresentou uma clara preferência pelas bermas, comparativamente com as áreas envolventes. Os resultados sugerem que a presença dos arbustos provoca uma diminuição na biodiversidade das bermas. As estradas estudadas devem, portanto, ser alvo de controlo da distribuição desta espécie, para impedir a sua invasão. Com base nos resultados, sugerimos que o controlo deve ser efectuado através de dois cortes, no meio da primavera para impedir a propagação de incêndios e no final do verão, para prevenir a dispersão das sementes. ABSTRACT; The distribution of the native species D. viscosa was evaluated along the road verges of two roads in southern Portugal. The plant species composition and cover were surveyed within the roadside habitats, in areas with and without D. viscosa, to evaluate its effect on road verge communities. The effect of mowing on D. viscosa shrubs was also assessed. Shrubs showed a clear preference to verges relative to the surroundings, indicating that D. viscosa seems to be invading the study road verges. Results also suggest that the presence of the shrubs decrease the plant diversity of road sides, with potential effects on animals as well. Therefore, the study roads should be considered as important targets of local and regional efforts to prevent invasions of this species. Based on our results, we suggest that to prevent D. viscosa invasion within roadside ecosystems, the control should be based on two mowings, in mid-spring to prevent fires and in late-summer to prevent seed dispersal.